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Gestao Ambiental 2012.1 UN 1

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Gestão Ambiental
Unidade 1
Universidade de Fortaleza - Unifor Núcleo de Educação a Distância - NEAD
Universidade de Fortaleza - Unifor 2
Gestão Ambiental Unidade 1
SUMÁRIO
Universidade de Fortaleza - Unifor 2
UNIDADE 1
1. Evolução Histórica das Questões Ambientais no Brasil e no Mundo e Fatores Condicionantes 
das Mudanças Relativas ao Tema
2. Conceito e Aplicações do Modelo de Desenvolvimento Sustentável
2.1 A questão central do discurso sobre o desenvolvimento sustentável
2.2 O capital natural: outro conceito fundamental
2.3 A preocupação com a sociedade e com o indivíduo
2.4 A abordagem multidimensional do desenvolvimento sustentável
2.4.1 A dimensão espacial
2.4.2 A dimensão social
2.4.3 A dimensão ambiental
2.4.4 A dimensão cultural
2.4.5 A dimensão econômica
2.5 Meio ambiente, impactos socioespaciais e sustentabilidade
2.6 A intervenção e mitigação dos impactos ambientais e aplicações do modelo de 
Desenvolvimento Sustentável
3. Conceituação de Gestão Ambiental e Apresentação de suas Dimensões, Aplicações e Interfaces
3.1 Gestão ambiental nas empresas
3.2 A evolução do processo de gestão ambiental nas organizações
3.3 Aspectos fundamentais da gestão e do gerenciamento ambiental
4. Conceituação de Gestão Ambiental Pública, Instrumentos de GAP e suas Aplicações
4.1 Aplicação da gestão ambiental e instrumentos de GAP
4.2 Instrumentos de gestão ambiental
Referências da Unidade 01
Universidade de Fortaleza - Unifor 3
Gestão Ambiental Unidade 1
UNIDADE 1
Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Gestão Ambiental à Distância. Nessa disciplina 
iremos abordar as relações empresariais e as questões socioambientais, a partir de 
um sistema de planejamento, segundo os princípios do desenvolvimento sustentável. 
Nosso estudo está dividido em quatro unidades, mas antes de começar a primeira 
unidade é importante conhecer qual o objetivo de aprendizagem. Vamos lá!
Espero que nosso estudo seja proveitoso e lembre-se de complementar os assuntos 
aqui abordados com a sua web-aula. Bons estudos!
Compreender a evolução das questões ambientais e dos fatores condicionantes Y
das mudanças, permitindo que seja avaliado de forma crítica o conceito de 
Desenvolvimento Sustentável;
Apresentar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) a partir da definição dos Y
elementos que o compõem, para o desenho de propostas de solução e 
implementação nas organizações.
Objetivos
1. Evolução Histórica das Questões Ambientais no Brasil e no Mundo e Fatores 
Condicionantes das Mudanças Relativas ao Tema
Quando abordamos sobre a raiz da crise ambiental do nosso planeta, referimo-nos tradicionalmente 
à crise econômica e social que causam problemas no equilíbrio ecológico. Em uma perspectiva 
sistêmica, podemos dar como exemplo a situação de que se ao afetarmos um dos subsistemas 
ambientais, estaremos consequentemente impactando os outros. Mas, na realidade, a raiz da crise 
em nosso Planeta vai mais além das relações de causa-efeito aparentemente observadas. Se dermos 
um passo atrás na História, poderemos verificar que o surgimento da visão iluminista, apoiada pelos 
filósofos contemporâneos, acarretou um enaltecimento do pensamento racional. 
A ação antrópica, para fins de sobrevivência planejada e premeditada na biosfera, ocorre 
desde o aparecimento do ser humano. Portanto, as sociedades sempre interferiram de uma forma 
ou de outra no sistema ecológico. A revolução industrial, há cerca de 250 anos, marcou uma 
nova era em que a intervenção humana passou a ser decisiva e impactante para o equilíbrio dos 
sistemas biológicos e até mesmo aos sistemas econômicos e sociais. Desde então o planeta Terra 
tem sido impactado pelas atividades humanas em praticamente todos os níveis da biosfera. De 
acordo com Jonathon Porritt, o modelo de progresso 
herdado pela revolução industrial do século passado, 
que se caracterizou por um crescimento econômico 
a qualquer preço – mesmo com todos os problemas 
econômicos atuais –, continua se desenvolvendo na 
mesma dinâmica institucional massiva com o qual 
iniciou o processo historicamente.
Jonathon Porritt é o diretor do Fórum do 
Futuro, uma instituição não-lucrativa que 
desenvolve ações voltadas para a promoção 
do desenvolvimento sustentável no Reino 
Unido. Possui 70 colaboradores e mais de 100 
organizações parceiras em todo o mundo.
Universidade de Fortaleza - Unifor 4
Gestão Ambiental Unidade 1
O avanço tecnológico moderno e o desenvolvimento acelerado dos países ricos, através de 
megaempreendimentos industriais, provocou grande crescimento econômico, mas muitas vezes 
a custos ambientais enormes.
Entre as décadas de 1970 e 1980, os indicadores deste processo de desenvolvimento 
foram os desastres ambientais de Seveso Chemical (Roche), na Itália, o acidente 
nuclear de Three Mile Island, nos EUA, os acidentes químicos de Bhopal, na Índia, 
e Basel, na Suíça, o desastre nuclear de Chernobyl, na extinta União Soviética, 
incluindo o derrame do petroleiro Valdez, da corporação Exxon, no Alasca. Estes 
desastres provocaram um dramático crescimento da conscientização ambiental 
no mundo, principalmente na Europa e nos EUA. (CALLENBACH et al., 1993).
Lembrando
De acordo com isso, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 
em seu relatório denominado “A Global Green New Deal” (2009), onde demonstra os índices 
de degradação ambiental (social, econômico e ecológico) em nosso planeta, destacou o 
valor das perdas da biodiversidade e degradação dos ecossistemas, conforme pode ser 
verificado a seguir:
800 milhões de pessoas sofrem de desnutrição. Em 2020 prevê-se que este número D
chegará a um bilhão e meio. Dois bilhões de pessoas sofrem com a insuficiência 
de micronutrientes no organismo;
Um terço da população mundial sofre com a carência de água. Dois terços da população D
terão dificuldades em obter água no ano 2025;
O desaparecimento das espécies de animais e vegetais avança hoje a um ritmo entre D
mil e dez mil vezes maior que o seu desaparecimento natural. Estima-se que nos 
próximos 100 anos podem desaparecer dois terços das espécies;
Quatro quintos das florestas originárias na face da Terra já foram dizimadas e 40% D
da vegetação que ainda resta está ameaçada pelos desmatamentos que chegam 
a 16 milhões de hectares anualmente; 
A cada ano perde-se mais de 25 bilhões de toneladas de solo fértil. A erosão dos solos D
ameaça o sustento de mais de um bilhão de pessoas no planeta;
20% dos peixes no mundo estão extintos, ameaçados ou em perigo de extinção. Cerca D
de 70% dos estoques de pesca marinha são explorados acima de sua capacidade; 
5 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de enfermidades – como D
a diarreia – transmitidas pela água contaminada. Outras 2,5 milhões de pessoas 
morrem anualmente por problemas respiratórios provocados pela queima de 
combustíveis fósseis;
O aquecimento global e as mudanças climáticas promovidas pelas atividades D
humanas mediante a emissão de gases, como o dióxido de carbono (CO2) e os 
desmatamentos, provocou, somente em 1998, uma perda econômica comparável 
a toda a década de 80.
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Gestão Ambiental Unidade 1
Em decorrência dos crescentes problemas ambientais que se iniciaram intensamente no 
século passado, em 1970, cientistas de vários países reuniram-se na Itália e instituíram o Clube 
de Roma, visando discutir a questão ambiental a nível mundial. Como resultado das reuniões, 
muitos relatórios foram elaborados e divulgados, dentre eles o mais polêmico, intitulado “Os limites 
de Crescimento”, onde se defendia que o desenvolvimento econômico no Terceiro Mundo deveria 
ser zerado para evitar maiores degradações ambientais no planeta.
O Clube de Roma foi constituído por industriais, políticos e cientistas no ano de 1968 com a 
finalidadede analisar e discutir os limites do crescimento econômico e as implicações sobre 
os recursos naturais e a biosfera como um todo. Por conta dos estudos realizados, em 1972, os 
pesquisadores, liderados por Dennis L. Meadows, publicaram o estudo intitulado “Os Limites 
do Crescimento”, no qual apresentam uma projeção para cem anos onde aponta-se que, para 
atingir a estabilidade econômica e respeitar a limitação dos recursos 
naturais, é necessário estabilizar o crescimento da população global e 
do capital industrial. Torna-se interessante observar que as projeções 
não consideraram o avanço tecnológico e a possibilidade de descoberta 
de novos materiais. Este posicionamento representava uma evidente 
reedição das antigas teses de Malthus (população crescendo em 
Progressão Geométrica e Recursos em Progressão Aritmética) sobre os 
perigos do crescimento da população mundial.
Os Limites do Crescimento
Obra escrita em 1972 por Donella H. 
Meadows, Dennis L. Meadows, Jorgen 
Randers, and William W. Behrens III. 
Aborda as consequências danosas do 
acelerado crescimento da população e 
os impactos promovidos nos sistemas 
biológicos e serviços ambientais.
A primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, ocorrida em 
Estocolmo, em 1972, teve como “âncora” o relatório do Clube de Roma, e a partir dela a questão 
ambiental a nível mundial começou a ter um enfoque mais pragmático em termos de controle 
ambiental e preservação ecológica. Depois desta reunião, muitos organismos internacionais foram 
criados, como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), o Fundo Mundial 
para a Natureza (WWF), a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), dentre 
outros, fortalecendo a gestão institucional de meio ambiente e ao mesmo tempo estimulando a 
implementação de diretrizes ambientais nos vários setores de desenvolvimento.
No Brasil, logo após a conferência de Estocolmo, criou-se, em 1973, a Secretaria 
Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao então Ministério do Interior, 
com a competência de promover a elaboração e o estabelecimento de normas 
e padrões relativos à preservação do meio ambiente, em especial dos recursos 
hídricos, assegurando o bem-estar das populações e o seu desenvolvimento 
econômico e social, regulamentando o uso adequado dos recursos ambientais. 
A SEMA posteriormente formulou a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), 
que foi promulgada como Lei n° 6.938/81.
Importante
Nos anos 80 foi possível ver a ascensão do ativismo ambiental nos EUA, desde o movimento 
Earth First! até as amplas coalizões forçando a implantação de legislações de meio ambiente mais 
rigorosas. Este movimento culminou com a declaração do Dia da Terra, em 1990, através de uma 
enorme manifestação popular voltada para alertar populações e governantes da necessidade de 
salvar o Planeta de uma possível catástrofe ambiental global.
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Gestão Ambiental Unidade 1
Nesta mesma época, a Cultural Surviva, uma ONG internacional, iniciou uma campanha 
de importar produtos cuja disponibilidade dependia da preservação ambiental e do “know-how” 
dos povos indígenas ameaçados pelo desenvolvimento descontrolado, tais como nozes e óleos 
das florestas tropicais que eram usados para a fabricação de alimentos, botões e cosméticos. 
Paralelamente a este movimento, iniciou-se também as ações radicais do navio Rainbow Warrior, 
da organização Greenpeace, contra os empreendimentos e ações poluidoras – como as usinas 
termelétricas e nucleares – as matanças das baleias, o lixo tóxico e as grandes indústrias poluidoras, 
como forma de alertar o mundo dos perigos ambientais.
Estes e outros movimentos, apoiados pela comunidade científica internacional e entidades 
políticas, como os Verdes (Die Grünen) da Alemanha, levaram a população a exigir maiores 
regulamentações e tomada de decisões pelos governantes para controlar a crise ambiental.
Em 1982, cientistas de vários países verificaram que pouco havia sido implementado sobre 
as recomendações sugeridas no relatório do Clube de Roma, levando à realização de uma 
assembleia geral das Nações Unidas para discutir com os países membros o desenvolvimento 
de um relatório mundial para avaliar a situação ambiental do planeta. Este documento resultou 
no relatório Bruntland, que descreveu a macro problemática ambiental tanto dos países 
industrializados como daqueles em desenvolvimento, propondo a realização da Conferência 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED), ou conhecida 
simplesmente como a Rio-92, onde os governantes pudessem se reunir e aprovar os tratados e 
convenções sugeridas nos capítulos da Agenda XXI.
Durante a Conferência, realizou-se também o Fórum Global 92, que reuniu a sociedade civil 
organizada (ONGs), representada pela maioria dos setores sociais (arte, religião, ecologia, ciência, 
cultura, economia, dentre outras), para que fosse avaliada a mencionada Agenda e discutidas as 
soluções globais necessárias para o Desenvolvimento Sustentável.
A partir do Fórum Global, muitas sugestões e diretrizes novas foram propostas, documentadas e 
oficializadas através de organizações não governamentais (ONGs), criando assim o slogan de “pensar 
globalmente e atuar localmente”, mostrando que o que fazemos em âmbito local irá refletir globalmente, 
e todas as sociedades e nações são responsáveis pela promoção da sociodiversidade no planeta.
Porém, quase 20 anos após a UNCED e o Fórum Global, todos os esforços no sentido 
de preservar o planeta e as questões básicas socioambientais continuam subdesenvolvidos. 
A raiz disso está no despreparo das sociedades, nações e corporações em ceder a um estilo 
de vida menos impactante.
As melhorias requerem mudanças básicas muito enraizadas em processos 
econômicos e culturais fortes. Para isso, são necessárias mudanças de 
comportamentos individuais e coletivos, mas estas precisam de tempo porque é 
necessário mudar hábitos e crenças antigas, demandando mudanças de grande 
complexidade, mas que não são impossíveis.
Reflexão
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Gestão Ambiental Unidade 1
2. Conceito e Aplicações do Modelo de Desenvolvimento Sustentável
A construção histórica do conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável está 
vinculada com o incremento da preocupação da manutenção e existência de recursos naturais 
e um ambiente propício para continuidade das gerações futuras, rediscutindo o ritmo e a forma 
como o sistema capitalista propunha o desenvolvimento das sociedades.
Apesar de distinções conceituais já existentes desde a década de 1970 entre crescimento e 
desenvolvimento, as políticas e ações econômicas se orientavam pelo uso intensivo de recursos 
em privilégio ao objetivo de aumentar a produção, o consumo e a riqueza. A sustentação desse 
tripé econômico era o grande desafio para o “desenvolvimento” da sociedade.
Sendo assim, o conceito de desenvolvimento não pode ser apenas econômico, 
mas deve abordar uma visão sistêmica. Esse enfoque envolve economia, cultura, 
estruturas sociais, uso dos recursos, entre outros fatores.
se relaciona com a manutenção, 
primeiramente, do ambiente Um fim
se relaciona com a questão do 
desenvolvimento se fazer melhor Processo
Desenvolvimento 
sustentável
Sustentabilidade
são sinônimos em 
muitas situações
É importante ressalvar que os termos sustentabilidade e desenvolvimento 
sustentável são utilizados como sinônimos em muitas situações, porém, são 
diferentes. O conceito de desenvolvimento sustentável relaciona-se com a questão 
de desenvolvimento, de fazer melhor, e sustentabilidade com a manutenção, 
primariamente, do ambiente. Assim, temos o desenvolvimento como um processo 
e a sustentabilidade como um fim.
Importante
As diferenças entre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável afloramnão 
como uma questão dicotômica, mas como um processo em que o primeiro se relaciona com 
o fim, ou objetivo maior, e o segundo com o meio. Entretanto, essa distinção está imersa 
em uma discussão ideológica que se insere em pensar algo para o futuro ou em preocupar-se 
com ações presentes e suas consequências. Ao ser discutido o desenvolvimento sustentável 
não se pode perder de vista a própria sustentabilidade, o contrário também é verdadeiro.
2.1 A questão central do discurso sobre o desenvolvimento sustentável
O conceito ideológico que permeia a definição de desenvolvimento sustentável, sobre cujo 
destino alia-se a decisão de custo versus benefícios, retoma a necessidade de preocupação e de 
uso racional dos recursos.
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Gestão Ambiental Unidade 1
Viabiliza-se o sistema em busca da sustentabilidade, considerando que o presente é influenciado 
pelo passado e condicionante do futuro, ou seja, as decisões têm impactos em gerações futuras. 
Trata-se desenvolvimento sustentável como “aquele que atende às necessidades das gerações 
atuais sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações”. 
Esta definição foi consagrada pelo Relatório Brundtland 
(oficialmente conhecido como “Nosso futuro comum”, 
1987), produzido pela Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento.
Considerando que as necessidades se alteram e se incrementam com o tempo, pode-se 
refletir que o desenvolvimento sustentável trata do aprimoramento da condição humana e de 
suas bases materiais, sabendo que o incremento da condição de vida hoje não deve dar-se de 
qualquer forma, ou seja, ao custo da degradação da qualidade de vida das futuras gerações.
2.2 O capital natural: outro conceito fundamental
Como sabemos, os seres vivos interagem de forma dinâmica com o meio e por conta disso os 
objetivos da sustentabilidade mudam com o passar do tempo. Estas mudanças se dão por que as 
inter-relações e as características desses seres tornam o sistema mutável, e o uso dos recursos 
constituem-se em motivo de rediscussão a cada fato novo, ou seja, o capital natural torna-se 
um importante recurso para consecução de produtos e serviços, assim como para garantir o 
desenvolvimento do sistema. De forma sintética, pode-se destacar o conceito de capital natural, 
constituído de recursos, sistemas vivos e serviços do ecossistema, como um quarto pilar da 
economia, em vez dos tradicionais capital humano, financeiro e manufaturado.
O desenvolvimento sustentável não se limita à preocupação sobre o que e para quem produzir, 
mas à questão de como produzir torna-se fundamental para garantia da continuidade do bem 
ou serviço em questão.
Dessa maneira, a decisão da empresa está associada a uma cadeia de valor que envolve desde 
os produtos finais até os recursos de matéria-prima. Com isso, ampliam-se os fatores de decisão 
sobre a interferência das organizações empresariais ou de outro agente econômico, como o Estado.
Como já dito anteriormente – mas não custa enfatizar – esse sistema deve 
ser estudado com enfoque sistêmico compreendendo aspectos econômicos, 
culturais, de estrutura social, de uso dos recursos, entre outros, tornando-
se insustentável para garantir a sustentabilidade, posto que as interações e 
características entre e dos agentes se alteram com o passar do tempo.
Lembrando
A preocupação com o capital natural associa-se ao princípio da insustentabilidade do sistema 
capitalista, repensando a sua trajetória e questionando sua continuidade. Mais que um novo capital, 
O termo faz referência a Gro Harlem 
Brundtland, ex-ministra do Meio Ambiente 
e ex-primeira-ministra da Noruega, que 
presidiu a partir de 1983 a Comissão Mundial 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
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Gestão Ambiental Unidade 1
tornou-se um elemento transformador da forma de se pensar o desenvolvimento sustentável, agregando 
o componente tempo à análise e definição de metas daquilo que se espera ser sustentável.
No decorrer de um sistema econômico, social e ambiental, a transformação da sociedade 
permite avaliar que o desenvolvimento sustentável pode ser observado como meio, quando se 
caracteriza como um processo em mutação, e ou como fim do processo de reprodução do 
sistema, quando se define esse desenvolvimento pelo uso dos recursos.
2.3 A preocupação com a sociedade e com o indivíduo
A própria preocupação ambiental, ao buscar manter a convivência com os demais seres 
vivos, pressupõe intrinsecamente em seu discurso a preservação do ser humano que seria um 
ator principal no processo pela capacidade de interferência no próprio meio ambiente.
O princípio fundamental do desenvolvimento sustentável define que ele 
pertence a todas as pessoas, por todas as pessoas e para todas as pessoas. O 
conceito de desenvolvimento sustentável é participativo, pois, sem pessoas não 
há desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável 
é continuamente um processo do individual para o global.
Importante
2.4 A abordagem multidimensional do desenvolvimento sustentável
A compreensão da sustentabilidade por dimensões que a afetam traz uma reflexão sobre 
a velha forma de entender o novo. Esse recente conceito descende de ponderações sobre a 
inter-relação minimamente do econômico com o ambiental. Procuravam-se mostrar as limitações 
econômicas pela escassez dos recursos ambientais, sendo essas inter-relações de caráter ação-
efeito, ou seja, a ação econômica e o efeito ambiental.
Há algum tempo atrás, entendia-se a relação entre o econômico e o social, porém em caráter 
de ação-efeito: a ação econômica e o efeito social. Em ambos aspectos procuravam-se alternativas 
econômicas para minimizar, justamente, tais efeitos (ambientais e sociais).
A discussão sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável tem como foco a inter-
relação das variáveis, não podendo manter-se no caráter da ação-efeito, uma vez que nesse 
caso resumiria o problema ao econômico e minimizariam as preocupações, nas demais 
dimensões, simplesmente à redução do efeito.
De acordo com o paradigma cartesiano, os problemas de cada área seriam tratados conforme 
suas bases teóricas: questões sociais com as ferramentas e teorias sociais, ambientais com a 
base teórica apropriada e econômicas com a teoria econômica de reprodução do capital.
Universidade de Fortaleza - Unifor 10
Gestão Ambiental Unidade 1
Para refletir sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, há de se partir para 
uma base teórica e de análise crítica da realidade que compreenda o sistema 
na sua própria dinâmica. Essa dinâmica envolve todas as dimensões (social, 
ambiental e econômica), além de considerar que questões culturais, especiais e 
institucionais são relevantes e parte desse contexto.
Reflexão
De acordo com Silva (2005), as variáveis relacionadas à dinâmica econômica, social e 
ambiental interagem fortemente sobre as questões culturais, espaciais e institucionais. Na 
perspectiva da multidimensionalidade, torna-se importante compreender cada uma das variáveis e 
as suas inter-relações para planejar e executar ações que visem à sustentabilidade do sistema. 
A seguir serão discriminados, sumariamente, os aspectos relacionados a cada dimensão e 
as respectivas inter-relações. Acompanhe!
2.4.1 A dimensão espacial
Ao se analisar o desenvolvimento sustentável, uma das primeiras questões é sobre o 
espaço analítico. Um município, por exemplo, pode ter capacidades para ter um desenvolvimento 
contínuo, direcionado por indicadores favoráveis, mesmo apresentando problemas localizados 
e contornáveis. Esses problemas tornam, ao mesmo tempo, aquelas regiões vulneráveis e o 
desenvolvimento questionado pelas contradições internas.
Visto desta forma, apesar de o município ter indicadores vulneráveis, algumas regiõespodem 
não ter tamanha capacidade de gerenciar os seus recursos e objetivos em um projeto contínuo de 
desenvolvimento ou vice-versa.
O mesmo pode acontecer entre municípios, Estados e Federações. Enfim, o espaço de análise 
deve delimitar os atores e recursos em curso para identificar o processo de desenvolvimento. 
Essa delimitação depende dos objetivos da análise e da própria dinâmica da região em discussão, 
posto que algumas vezes o corte analítico pode ser expresso pela divisão política, enquanto 
as dinâmicas econômica, social, cultural e ambiental demonstram realidades completamente 
diferentes no mesmo bairro.
2.4.2 A dimensão social
Esta dimensão envolve temas relativos à interação dos indivíduos e à situação da 
sociedade em termos da sua condição de vida.
Com relação à primeira questão, envolve-se o denominado capital social, ou seja, o valor 
obtido em uma determinada região a partir da interação existente naquela sociedade. Um alto 
capital social pode viabilizar projetos que economicamente seriam inviáveis em outro local, em 
razão das externalidades possíveis provenientes da sociedade local. Este capital é acumulado 
historicamente pela confiança e objetivos comuns dos indivíduos em um determinado local.
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Gestão Ambiental Unidade 1
A condição de vida tem sido um dos principais tópicos de discussão na dimensão da 
sustentabilidade social nos últimos anos. Essa ótica da sustentabilidade teve como eixo central 
a discussão da pobreza e o crescimento populacional. Ao considerar os recursos ambientais 
e econômicos (incluindo o capital natural) como escassos, partia-se do princípio de que o 
incremento contínuo da sociedade levá-la-ia automaticamente à estagnação do processo de 
desenvolvimento e a crises generalizadas.
Ações para limitar esse crescimento ao tamanho da população e que garantissem o uso 
mínimo dos recursos de forma individual eram tratadas como necessárias, apesar de não 
serem suficientes, pois, mais que garantir médias de distribuição de recursos, dever-se-ia 
distribuí-los de forma equitativa. Essa questão social e econômica também é um problema 
debatido na dimensão social em razão dos desdobramentos na dinâmica de inter-relação 
dos indivíduos naquela sociedade.
A dimensão social é influenciada e afeta a dimensão econômica, já que uma das principais 
formas e fontes de inter-relacionamento da sociedade ocorre por meio das transações 
econômicas. O termo “sociedade”, por exemplo, está vinculado a uma associação de 
pessoas com um objetivo comum, cultural, econômico, etc., ou seja, as dimensões 
culturais e econômicas estão intimamente relacionadas com a formação da base social 
e, dessa forma, com a dimensão social. 
No que diz respeito à dimensão social, a questão ambiental também deve ser considerada 
à medida em que pode ser motivo de agregação ou desagregação da sociedade ao ser ponto de 
convergência de objetivos, na busca da sustentabilidade e resolução de problemas localizados e 
que devem ser contornáveis. Neste aspecto, devemos entender que o espaço habitado constitui-se 
em uma produção social, ou seja, é produto das relações sociais estabelecidas nele. Sendo assim, a 
questão espacial é um dos limitantes da sociedade e, assim, da própria dimensão social analisada. 
Enfim, a interação dos indivíduos e a constituição de uma dinâmica social ocorrem por 
questões econômicas e culturais principalmente delimitadas em um determinado espaço com 
recursos ambientais escassos.
2.4.3 A dimensão ambiental
A dimensão ambiental reflete um novo capital para o sistema capitalista, o natural, que 
permite evoluir no conceito de desenvolvimento para a ótica sustentável.
A lei 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente define, 
em seu artigo 30, meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, o que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Percebe-se, a partir da legislação, que há uma preocupação em preservar o meio ambiente, 
bem como a fauna, flora e todos os componentes. Concretamente a relação sociedade e meio 
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ambiente é disciplinada pelo sistema normativo, especificamente voltada para fins ambientais, 
consolidada pelas instituições formais expressas em leis e na Constituição Federal de 1988, 
procurando-se o desenvolvimento econômico-social, equilibrado com o meio ambiente, ou seja, com 
a exploração equilibrada dos recursos naturais equivalentes com o bem-estar da população.
Entretanto, percebe-se também que a necessidade da tutela ambiental dá-se pelos processos 
de degradação ambiental, permitindo que o Estado estabeleça formalmente uma legislação para 
proteger o meio ambiente.
A dimensão ambiental interage com as perspectivas econômicas e sociais como uma limitação 
de recursos para o desenvolvimento. A dimensão espacial explicita a abrangência dos recursos 
disponíveis para alcançar a sustentabilidade. A dimensão cultural participa como um pressuposto 
de vinculação da sociedade com o meio ambiente, podendo ser mais ou menos agressivo o 
processo de degradação, conforme a educação e a sensibilização da sociedade firmada nos seus 
diversos valores, inclusive culturais.
2.4.4 A dimensão cultural
De forma genérica, cultura pode ser conceituada como um conjunto de experiências 
humanas “cultivadas” por uma determinada sociedade. Esse processo, historicamente 
construído, estabelece raízes sociais alimentadas por um processo de aprendizagem 
social contínuo. Trata-se de uma dimensão que alicerça as bases de princípios e valores, 
estando, portanto, diretamente relacionada com os objetivos quanto ao envolvimento 
sustentável de uma sociedade. 
Considerando que a cultura amadurece ou se altera no decorrer do tempo, em razão do processo 
contínuo de aprendizagem social e troca de experiências na própria sociedade, a percepção dos 
objetivos comuns e do que se espera pela sustentabilidade se altera também historicamente.
A dimensão cultural é afetada por todas as demais dimensões que interferem nos 
valores da sociedade, seja por problemas passados, não desejáveis de serem 
repetidos no futuro, seja pelo amadurecimento social e busca de novos rumos ou 
por um presente com valores em xeque.
Atenção
Os motivos dos questionamentos culturais, valores e objetivos da sociedade podem 
ter origem individual (insatisfação pessoal generalizada) ou coletiva (mudanças sociais a 
partir de fatos macros). Podem ser de ordem econômica (crises contínuas e incremento 
da concentração do poder econômico, por exemplo), social (má distribuição da renda, por 
exemplo), ambiental (degradação do meio ambiente colocando em xeque os recursos futuros) 
ou espacial (incremento populacional, com mistura étnica e cultural, por exemplo). Logo, 
a relação da dimensão cultural ocorre, fundamentalmente, nos fatores que influenciam na 
delimitação do objetivo de uma determinada sociedade.
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2.4.5 A dimensão econômica
A dimensão econômica é o centro das discussões no sistema capitalista, pois esse é um 
sistema que parte do princípio, justamente, de que o capital é a mola propulsora de todas as 
relações sociais existentes.
Seguramente, as relações por meio das transações econômicas são de substancial importância 
para o desenvolvimento da sociedade. No entanto, há outras dimensões também relevantes e que 
afetam as interações das pessoas no decorrer do tempo.
Ao se tratar da dimensão econômica preocupa-se com três pontos: como, para quem e o 
que produzir. As duas últimas questões sempre estiveram em pauta no discurso capitalista por 
serem formas necessárias de remuneração e de reprodução contínua do capital.
A primeira questão (como produzir) tornou-semais relevante com o discurso ambientalista 
e a percepção dos principais agentes econômicos da máxima em economia: recursos escassos e 
necessidades ilimitadas. Ou seja, os recursos, cada vez mais escassos, limitavam as perspectivas 
do crescimento contínuo da economia, enquanto as necessidades eram cada vez maiores pelo 
desenvolvimento de novas tecnologias e formas de produção.
O questionamento em “como produzir” envolve a otimização dos recursos e uso com escolhas 
conscientes da melhor combinação, tentando maximizar o resultado do benefício versus custo.
Nesse sentido, a dimensão econômica se inter-relaciona com a sociedade (dimensão 
social e cultural) tanto em termos dos recursos (humanos) existentes quanto dos desejos 
expressos pelos consumidores em novos objetivos individuais e, portanto, coletivos.
Importante
A dimensão ambiental e a espacial são um recurso (limitado) e deveriam ser consideradas 
sempre que se decidisse transformar os recursos em produtos. Essas inter-relações precisam 
ser delimitadas por regras do jogo de mercado que estabelecem o meio de desenvolvimento da 
sociedade, tornando-se essenciais à compreensão das instituições.
2.5 Meio ambiente, impactos socioespaciais e sustentabilidade
A Revolução Industrial, que teve seu início na Inglaterra no século XVIII e rapidamente se 
espalhou por outros recantos do planeta, promoveu o crescimento econômico e abriu as perspectivas 
de maior geração de riqueza, que, por sua vez, traria prosperidade e melhor qualidade de vida.
O problema é que o crescimento econômico desordenado foi acompanhado de um processo 
jamais visto pela humanidade, pelo qual se utilizavam grandes quantidades de energia e de recursos 
naturais, que acabaram por configurar um quadro de degradação contínua do meio ambiente.
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A industrialização trouxe vários problemas ambientais, como alta concentração populacional 
devido à urbanização acelerada; consumo excessivo de recursos naturais, sendo alguns 
não renováveis (petróleo e carvão mineral, por exemplo), contaminação do ar, do solo, das 
águas; e desflorestamento, entre outros.
Na segunda metade do século XX, com a intensificação do crescimento econômico mundial, 
os problemas ambientais agravaram-se e começaram a aparecer com maior visibilidade para 
amplos setores da população, particularmente dos países desenvolvidos, os mais afetados pelos 
impactos provocados pela Revolução Industrial.
Como consequência, ocorreu a criação de programas com finalidades de conservação 
e preservação ambientais. A partir de 1976 foi criada ao redor do mundo uma rede mundial 
de áreas protegidas denominadas Reservas da Biosfera. Essas reservas envolvem regiões 
com ecossistemas terrestres ou costeiros nas quais o objetivo é conciliar a conservação da 
diversidade biológica com a exploração racional dos recursos naturais.
O Clube de Roma, empregando fórmulas matemáticas e computadores para determinar o 
futuro ecológico do planeta, previu um desastre a médio prazo. O que descobriu foi publicado 
num relatório denominado Limites do Crescimento, em 1972, no qual previa que as tendências 
que imperavam até então conduziriam a uma escassez catastrófica dos recursos naturais e a 
níveis perigosos de contaminação num prazo de 100 anos. Os alimentos e a produção industrial 
declinariam até o ano de 2010 e, a partir de então, como consequência, haveria uma diminuição 
da população por penúria, falta de alimentos e poluição.
A Conferência da ONU em 1972 gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano 
e produziu um Plano de Ação Mundial, com o objetivo de orientar a preservação 
e a melhoria no ambiente humano. Outro importante resultado do evento foi a 
criação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA), 
encarregado de monitorar o avanço dos problemas ambientais no mundo.
Importante
Em janeiro e fevereiro de 1997, o conselho administrativo do PNUMA lançou a Declaração de 
Nairóbi, na qual são reafirmados os objetivos da organização, que foi confirmada pela Assembleia 
Geral da ONU em junho do mesmo ano. De acordo com Silva (2005), os objetivos do PNUMA, em 
linhas gerais, podem ser assim descritos:
Analisar o estado do meio ambiente mundial e avaliar as tendências.a) 
Fomentar o desenvolvimento do regime jurídico ambiental internacional com vista b) 
no desenvolvimento sustentável, incluindo o desenvolvimento de vínculos coerentes 
entre os convênios internacionais relativos ao meio ambiente.
Promover a aplicação de normas e políticas internacionais aprovadas, controlar e c) 
fomentar o cumprimento dos acordos internacionais e os princípios ambientais e 
estimular a cooperação para fazer frente aos novos problemas ambientais.
Fortalecer sua função de coordenação das atividades do sistema das Nações Unidas d) 
na esfera do meio ambiente, assim como sua função de organismo de execução do 
Fundo para o Meio Ambiente Mundial, baseando-se em suas vantagens comparativas 
e sua competência científica e técnica.
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Promover o aumento da consciência pública e facilitar a cooperação eficaz entre todos e) 
os setores da sociedade e as entidades que participem na aplicação das atividades 
internacionais em prol do meio ambiente, e atuar como vínculo eficaz entre os círculos 
científicos e os encarregados da adoção de decisões nos planos nacional e internacional.
Prestar serviços de assessoramento e elaboração de políticas gerais aos governos e às f) 
instituições pertinentes e áreas chaves de desenvolvimento ambiental mundiais e regionais, 
prestar assessoramento normativo, facilitar pronta informação sobre ameaças ambientais 
e catalisar e promover a cooperação e as atividades internacionais, baseando-se nos 
conhecimentos científicos e técnicos mais avançados. (PNUMA, ON-LINE, 2011).
No ano de 1983, a Assembleia Geral da ONU, como reflexo do aumento crescente das 
preocupações ambientais, criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CMMAD), presidida pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, com o objetivo de 
examinar as relações entre meio ambiente e o desenvolvimento e apresentar propostas viáveis.
De acordo com o Relatório Brundtland, o compromisso global para mudança consiste em 
adotar medidas que promovam o desenvolvimento sustentável, tais como:
Desenvolver estratégias que possibilitem a limitação do crescimento populacional; D
Propor ações que garantam recursos básicos (água, alimento, energia) a longo D
prazo para a sociedade;
Promover a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; D
Realizar diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com D
uso de fontes energéticas renováveis;
Promover o aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base D
em tecnologias ecologicamente adaptadas;
Realizar o controle da urbanização desordenada e integração entre campo e D
cidades menores;
Garantir o atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia). D
Fonte: Report of the World Commission on Environment and Development: our common future. 
Disponível em: <http://www.un-documents.net/wced-ocf.htm>. Acesso em: 09 de dez. de 2011.
O Relatório Brundtland, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, 
denominado Nosso Futuro Comum (CMMAD, 1987), pode ser considerado um dos mais 
importantes documentos sobre a questão ambiental e o desenvolvimento dos últimos anos. 
Vincula estreitamente economia e ecologia e estabelece com muita precisão o eixo em torno do 
qual se deve discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de desenvolvimento sustentável 
e estabelecendo os parâmetros a que os Estados, independentemente da forma de governo, 
deveriam se pautar, assumindo a responsabilidade não só pelos danos ambientais como tambémpelas políticas que causam esses danos.
O documento Nosso Futuro Comum foi referência e base importante para os debates que 
aconteceram na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em 1992, onde popularizou-se o conceito de desenvolvimento 
sustentável, tornando as questões ambientais e de desenvolvimento indissoluvelmente ligadas. 
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A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ocorreu 
20 anos após a de Estocolmo (1972) e concentrou-se em identificar políticas que geram efeitos ambientais 
negativos. Concluiu ela, de forma veemente, que “a proteção ambiental constitui parte integrante do 
processo de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste”. (CNUMAD, 1992).
Como produto desse encontro foram assinados cinco documentos que direcionariam as 
discussões sobre o meio ambiente nos anos seguintes. São eles:
Agenda 21; D
Convenção sobre a Biodiversidade (CDB); D
Convenção sobre Mudanças do Clima; D
Princípios para Administração Sustentável das Florestas; D
Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. D
Além dos importantes documentos contendo diretrizes geradas na CNUMAD, houve um 
desdobramento institucional importante, que foi a criação da Comissão sobre o Desenvolvimento 
Sustentável (CDS), em dezembro de 1992, para assegurar a implementação das propostas da Rio 92.
 Em dezembro de 2000 a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu que a Comissão 
sobre o Desenvolvimento Sustentável serviria de órgão central organizador da Cúpula Mundial de 
Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio + 10, que ocorreria em Johanesburgo entre os 
dias 26 de agosto e 4 de setembro de 2002 e que teria como objetivo avaliar a situação do meio 
ambiente global em função das medidas adotadas na CNUMAD.
Realizada a conferência, foram produzidos dois documentos relevantes: a Declaração de 
Johanesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentável e o Compromisso de Johanesburgo para um 
Desenvolvimento Sustentável.
Os participantes da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (CMDS), em 
Johanesburgo, reconheceram que não foram alcançados os objetivos fixados na Cúpula do Rio 
e reiteraram que os três pilares inseparáveis de um desenvolvimento sustentável estabelecidos 
naquela ocasião continuavam sendo a proteção do meio ambiente, o desenvolvimento 
social e o desenvolvimento econômico. Foi adotado o Compromisso de Johanesburgo para 
o Desenvolvimento Sustentável, o qual, como declaração é bastante prolixo, mas, quanto a 
compromissos concretos, deixa muito a desejar e fica muito distante de uma verdadeira agenda 
para a ação. De modo geral, os compromissos assumidos foram muito vagos e sem prazos para 
alcançar os objetivos socioeconômicos e ambientais colocados.
A definitiva vinculação da temática ambiental com as propostas de desenvolvimento 
pode ser considerada um marco no debate ambiental, pois, passados 20 anos, 
abriu-se a possibilidade para uma nova abordagem das questões ambientais 
vinculando-as com os problemas sociais típicos dos países subdesenvolvidos do 
sul, tais como a desigualdade e a injustiça social.
Importante
 
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Com o avanço da conscientização ecológica nos países do norte nas décadas de 70 e 80, 
desenvolveram-se tecnologias que possibilitaram melhor controle da emissão de poluentes, maior 
economia energética e substituição de alguns recursos naturais escassos. A pressão da opinião 
pública e das agências ambientais fez com que determinadas indústrias transferissem suas plantas 
industriais, seus processos produtivos e, muitas vezes, a comercialização de produtos que não 
satisfaziam às novas exigências, para os países em desenvolvimento. 
Ao constatarem que os problemas ambientais eram fundamentalmente globais, os países do norte 
tentaram fazer crer que as responsabilidades deveriam ser globalmente distribuídas, desconsiderando 
desse modo os diferentes estágios de desenvolvimento em que se encontravam os países.
Por outro lado, nos países em desenvolvimento, a degradação dos recursos assumiu 
dimensões mais trágicas, devido à necessidade de exploração da natureza para garantir a 
sobrevivência de suas populações.
Desse modo, estamos sacrificando o futuro para assegurar uma vida precária no 
presente. Está claro que não se pode proteger um recurso natural, negando sua utilização 
pelos que dependem desse recurso. Além de fazerem uso intensivo dos recursos 
naturais, os países do sul são grandes consumidores de energia e suas indústrias 
não apresentam controle de emissão de poluentes comparáveis aos encontrados 
nos países desenvolvidos. A introdução de novas tecnologias que tornariam seus 
processos produtivos ecologicamente aceitáveis, de outro lado, encareceria seus 
produtos, tornando-os menos competitivos no mercado internacional.
Sem dúvida nenhuma, evoluiu muito o debate sobre o real papel do meio 
ambiente no processo de desenvolvimento. O vínculo entre a proteção do meio 
ambiente e o combate à pobreza foi um avanço importante e constitui-se numa 
conquista dos países subdesenvolvidos diante da pressão exercida pelos países 
do norte. Hoje, há pouco questionamento sobre sua importância e, na realidade, 
a discussão ambiental retoma a problemática de qual deve ser o modelo de 
desenvolvimento que reduzirá a desigualdade entre os países do norte e do sul 
e a existente no interior dos países em desenvolvimento.
Reflexão
A busca de uma agenda comum de ataque à pobreza e à destruição ambiental constitui-se num 
objetivo que une países desenvolvidos e em desenvolvimento nos fóruns internacionais que, embora 
apresentem diferentes propostas no enfrentamento do problema, concordam que somente a adoção de 
estratégias comuns permitirá enfrentar o duplo desafio que representam a pobreza e o meio ambiente.
2.6 A intervenção e mitigação dos impactos ambientais e aplicações do modelo 
de Desenvolvimento Sustentável
Existem inúmeras formas de intervenção no meio ambiente em busca da sustentabilidade, 
uma das mais objetivas e melhor elaboradas para o alcance do desenvolvimento sustentável foi 
a do Worldwatch Institute em seu relatório State of the World, 1988 (Estado do Mundo, 1988). 
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Além desse, vários outros relatórios recentes têm abordado temas internacionais ou 
globais, especificando prioridades à limitação da deterioração ambiental e tornando o 
desenvolvimento mais sustentável.
Há de se destacar que algumas prioridades de intervenção são consensuais 
entre vários especialistas, tais como:
reduzir o crescimento populacional; Y
diminuir a pobreza, desigualdades e a dívida dos países subdesenvolvidos; Y
praticar a agricultura sustentável; Y
proteger florestas e habitats; Y
limitar a perda de espécies; Y
aumentar a eficiência energética; Y
desenvolver fontes renováveis de energia; Y
limitar os gases do efeito estufa; Y
proteger a camada de ozônio, dentre outros, reduzir o crescimento populacional; Y
diminuir a pobreza, desigualdades e a dívida dos países subdesenvolvidos; Y
praticar a agricultura sustentável; Y
proteger florestas e habitats; Y
limitar a perda de espécies; Y
aumentar a eficiência energética; Y
desenvolver fontes renováveis de energia; Y
limitar os gases do efeito estufa; Y
proteger a camada de ozônio, dentre outros. Y
Atenção
Segundo Seiffert (2010), os impactos problemáticos podem ser mitigados através de seleção 
de alternativas de intervenção consideradas efetivas e prioritárias para cada aspecto ambiental. 
Nessa perspectiva, temos:
reduzir o ritmo do crescimento populacional para mitigar todos os impactos problemáticos; a) 
reduzir a pobrezae a desigualdade, o que inclui fatores como melhorias na saúde, b) 
longevidade e alfabetização;
aumento da oferta de empregos e participação política;c) 
extensão das oportunidades às mulheres e minorias.d) 
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Para esta autora, ao ver satisfeitas suas necessidade básicas, o indivíduo se torna propenso à 
sensibilização ambiental, reduzindo assim a degradação ambiental através das seguintes práticas:
Praticar agricultura sustentávela) , o que inclui evitar a erosão com a adoção de boas práticas 
de cultivo do solo, reduzindo o uso de produtos químicos.
Proteger florestasb) e outros habitats, o que inclui reflorestamento e proteção de outros 
recursos vivos, de modo a diminuir a destruição das espécies, limitar a degradação do 
solo, reduzir a poluição atmosférica e o esgotamento dos suprimentos de água doce.
Tornar sustentável o uso de energiac) , o que inclui melhorias na eficiência energética e 
conservação de energia através de incentivos econômicos e desenvolvimento de fontes 
renováveis de energia. É essencial para a redução da poluição do ar, degradação do solo, 
esgotamento dos suprimentos de energia e minerais e conflitos entre países.
Praticar o uso sustentável da águad) , o que inclui melhorar a eficiência do uso da água e proteger a 
qualidade da água. É fundamental a limitação do esgotamento e poluição dos suprimentos de água.
Reduzir a geração de lixoe) , o que inclui melhorias nos processos de produção e reciclagem 
dos restos líquidos e sólidos. É determinante para a redução da poluição do ar e das 
águas e exaustão das reservas de energia, minerais e água.
A partir dos problemas ambientais existentes, surgiu a necessidade de mudar a realidade 
vigente, de modo a amenizar ou eliminar completamente os desequilíbrios, através do processo 
de Gestão Ambiental, em seus mais diversos níveis.
Sob o enfoque da Gestão Ambiental, buscamos analisar o papel e o comportamento das 
atividades empresariais nas últimas décadas e as mudanças de posicionamento no que 
diz respeito aos ambientes em que elas operam. As empresas, que eram vistas apenas 
como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver os problemas 
econômicos fundamentais, tais como o que produzir, como produzir e para quem produzir, 
têm presenciado o surgimento de novos papéis que devem ser desempenhados, como 
resultado das alterações no ambiente em que operam.
Sendo assim, as organizações tem se voltado para problemas que vão além das considerações 
meramente econômicas, atingindo um cenário muito mais amplo, envolvendo preocupações 
de caráter político-social, tais como proteção ao consumidor, controle da poluição, segurança 
e qualidade de produtos, assistência médica e social etc. Como resultado da ampliação desse 
contexto, tem ocorrido uma proliferação de novas pressões por parte da sociedade, através de 
movimentos sociais reivindicatórios, pela atuação de grupos organizados ou de indivíduos, que 
resultam em novas leis e regulamentações que acabam, de certa forma, provocando mudanças 
na forma de atuar e se comportar das organizações.
Essas mudanças afetam de forma intensa o ambiente social e político em que a empresa atua, 
criando novas diretrizes e limitações para que a empresa possa operar de forma eficaz, segundo 
uma ótica que leve em conta apenas a maximização do retorno financeiro de seus proprietários.
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3. Conceituação de Gestão Ambiental e Apresentação de suas Dimensões, 
Aplicações e Interfaces
O processo de gestão ambiental surgiu como uma estratégia para promover a 
sustentabilidade dos ecossistemas artificiais, preservando de forma equilibrada suas interações 
com os ecossistemas naturais. 
Contudo, para obter essa harmonização através da gestão ambiental é necessário lidar com 
situações de extrema complexidade, envolvendo uma realidade problemática e cujas condições 
necessitam ser melhoradas. Isso envolve na maioria das vezes se deparar com casos que 
apresentam interesses conflitantes em relação à forma de utilização de um determinado bem 
ambiental. Em virtude disso, foi necessária a criação ao longo do tempo de instrumentos de 
gestão ambiental de várias naturezas, como uma forma de mediar essa complexidade.
Acompanhe agora, alguns desses instrumentos da Gestão Ambiental de várias naturezas:
3.1 Gestão ambiental nas empresas
A preservação do meio ambiente converteu-se em um dos fatores de maior influência dos 
anos 1990 e da primeira década de 2000, com grande rapidez de penetração de mercado. Por 
conta desta nova realidade, as empresas começaram a apresentar soluções para alcançar o 
desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, aumentar a lucratividade de seus negócios. 
Neste contexto, a gestão ambiental não é apenas uma atividade que pode propiciar ganhos 
financeiros para as empresas.
A gestão ecológica, base do processo de gestão ambiental, não coloca em questão 
a ideologia do crescimento econômico, que é a principal força motriz das atuais 
políticas econômicas e responsável pela destruição dos ecossistemas globais, 
mas implica rejeitar a busca desenfreada pelo crescimento econômico a qualquer 
custo, entendido em termos puramente quantitativos, como maximização dos 
lucros ou do Produto Nacional Bruto (PNB).
A gestão ecológica implica no reconhecimento de que o crescimento econômico 
ilimitado em um planeta finito só pode levar a desequilíbrios inimagináveis. Sendo assim, 
faz-se uma restrição ao conceito de crescimento, introduzindo-se a sustentabilidade 
ecológica como critério fundamental de todas as atividades de negócios.
Importante
Pode-se dizer que gestão ambiental não é um conceito novo, tampouco uma necessidade 
nova, mas algo que foi amadurecendo ao longo dos anos a partir das contribuições de várias 
áreas do conhecimento, mas particularmente das engenharias, ciências biológicas, administração, 
geologia e geografia. Evoluiu, portanto, das demandas associadas aos sistemas de saneamento 
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Gestão Ambiental Unidade 1
básico, em virtude do crescimento das metrópoles, para enfoque propriamente de gestão induzida 
pelas áreas de conhecimento de engenharia de produção e administração. Constitui-se em um 
desdobramento de mudanças de paradigma no processo de controle ambiental que evoluiu da 
abordagem que envolve as técnicas de 
Fim-de-Tubo ou sanitaristas, típicas nos 
estudos de engenharia sanitária, para 
a abordagem preventiva de engenharia 
ambiental, a qual envolve propriamente 
o processo de gestão ambiental nas 
esferas privada ou pública.
Assim, uma pesquisa conjunta realizada pela Confederação Nacional das 
Indústrias (CNI), Sebrae e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) 
apontou que metade das 573 empresas pesquisadas realizara investimentos 
ambientais nos últimos anos, variando cerca de 90% nas grandes a 35% nas 
microempresas. A pesquisa revelou também que as razões para adoção de 
práticas de gestão ambiental (quase 85% das empresas pesquisadas adotam 
algum tipo de procedimento associado à gestão ambiental) não foram apenas 
em função da legislação, mas, principalmente, por questões que poderíamos 
associar à gestão ambiental, tais como:
Aumentar a qualidade dos produtos;a) 
Aumentar a competitividade das exportações;b) 
Atender ao consumidor com preocupações ambientais;c) 
Atender à reivindicação da comunidade;d) 
Atender à pressão de organização não governamental ambientalista;e) 
Estar em conformidade com a política social da empresa;f) 
Melhorar a imagem perante a sociedade.g) 
(Análise Gestão Ambiental – Anuário 2010/2011)
Comentário
Assim, a gestão ambiental busca a condição harmoniosa dos processos dinâmicos e interativos 
que ocorrem entre os diversos componentes do ambiente natural e antrópico,determinados pelo 
padrão de desenvolvimento almejado pela sociedade. Isto implica que, para que ocorra um processo 
efetivo de gestão ambiental, é necessário grande conhecimento das dinâmicas que envolvem os 
ecossistemas antrópicos e naturais, porque os processos humanos, que abrangem os aspectos 
sociais, econômicos e culturais de cada região, estão em constante interação com os naturais.
Nos últimos anos, o conceito de gestão vem sendo utilizado para incluir, além da gestão 
pública do meio ambiente, os programas de ações desenvolvidos por empresas e instituições 
privadas não governamentais, de modo a administrar sua atividade dentro dos modernos 
princípios de proteção ao meio ambiente. Dessa forma, o conceito de gestão ambiental tem 
evoluído na direção de uma perspectiva de gestão compartilhada entre diferentes agentes 
envolvidos e articulados em seus diferentes papéis.
As técnicas de Fim-de-Tubo são convencionalmente utilizadas 
para o tratamento e minimização de resíduos, efluentes e 
emissões. Ao contrário da estratégia de “Produção Mais Limpa”, 
que é utilizada na prevenção da poluição, as de Fim-de-Tubo tem 
por finalidade atuarem sobre os efeitos da produção somente 
depois que a poluição foi gerada no processo produtivo.
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Forças motoras Mudanças Desa� adoras Decisores
Crescimento econômico e • 
desenvolvimento
Mudanças tecnológicas• 
Globalização• 
Modo de produção agrícola• 
Desmatamento• 
Mudanças climáticas• 
Poluição• 
Educação/novas ideias e paradigmas• 
Desigualdade social• 
Padrões de crescimento e migração • 
populacional
Consumo de insumos e matérias-• 
primas e produção de resíduos
Forma de gerenciamento dos • 
recursos
Infraestrutura urbana e uso da terra• 
Sistema de abastecimento• 
Gerenciamento de solo e água• 
Educação pública• 
Governos e políticas públicas• 
Sistemas de transportes• 
Fontes de energia• 
Padrões de consumo• 
Redesenho, manufatura e economia• 
Sociedade civil• 
Indivíduos• 
Governos• 
Negócios• 
ONGs• 
Quadro 1 – Desafi os para a busca da sustentabilidade socioambiental. (SEIFFERT, 2010)
3.2 A evolução do processo de gestão ambiental nas organizações
O processo de controle ambiental em organizações passou por uma evolução histórica 
bastante característica e foi refl exo do decréscimo progressivo da qualidade ambiental, chamando 
a atenção de vários atores interessados na melhoria do desempenho ambiental das organizações. 
Além disso, a regulamentação ambiental vem se tornando cada vez mais restritiva ao longo dos 
últimos anos. Isto torna evidente uma intensifi cação da pressão sobre as organizações que não 
pode mais desprezar os investimentos na área ambiental, sob pena de perder espaço em um 
mercado competitivo e cada vez mais exigente.
Ao longo das últimas décadas, essa intensifi cação vem levando as organizações a um amadureci-
mento de sua postura caracterizada por três estágios, conforme quadro a seguir. Acompanhe:
Período Paradigma Característica
Até a década 
de 1970
Dispensar os 
poluentes 
Em virtude do menor avanço tecnológico, do menor contingente 
populacional e de um padrão de consumo menos sofi sticado.
Décadas de 
1970 e 1980
Sistemas de 
tratamento
Controle ambiental de Fim de Tubo. O maior avanço tecnológico gerou 
indivíduos com padrão de consumo mais exigente e esbanjador. Esse fator 
aliado à elevação do contingente populacional do planeta fez com que 
o nível de degradação ambiental se agravasse, ocasionando um grande 
decréscimo na qualidade de vida das populações. 
Década de 
1990 em 
diante
Proativo
Maior ênfase ao processo de prevenção, levando ao investimento em 
produção mais limpa, visando maximizar o uso de matérias-primas nos 
processos. Poluição passa a ser sinônimo de desperdício.
Posturas das empresas quanto à questão ambiental. (SEIFFERT, 2010)
Quadro 1 – Desafi os para a busca da sustentabilidade socioambiental. (SEIFFERT, 2010)Quadro 1 – Desafi os para a busca da sustentabilidade socioambiental. (SEIFFERT, 2010)Quadro 1 – Desafi os para a busca da sustentabilidade socioambiental. (SEIFFERT, 2010)Quadro 1 – Desafi os para a busca da sustentabilidade socioambiental. (SEIFFERT, 2010)Quadro 1 – Desafi os para a busca da sustentabilidade socioambiental. (SEIFFERT, 2010)
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Segundo o paradigma proativo, a geração de poluentes no processo é entendida como um 
desperdício para a organização, conforme pode ser observado no esquema a seguir:
Matérias- primas e 
insumos de produção Processo produtivo Produto
Desperdício
(custos)
Resíduos sólidos
Efluentes líquidos
Emissões atmosféricas
Tratamento/Disposiçãocustos
Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002)
Realizando a leitura do esquema, podemos considerar que em um primeiro momento a produção 
de poluentes significa: matérias-primas e insumos não completamente utilizados no processo de 
produção e liberados no ambiente e, em um segundo momento, estes poluentes necessitam ser 
tratados ou dispostos. Nas duas condições incorre-se em custos adicionais ao processo. Como 
consequência disso, passa a ser necessária a utilização de uma maior quantidade de matérias-
primas e insumos de processo para a produção de menor quantidade de produto, contribuindo 
assim para a aceleração do ritmo de exaustão das reservas naturais.
Desta forma, pode-se inferir que quanto maior a geração de poluentes, maior o desperdício associado 
ao processo de produção, o que poderia ser facilmente reduzido com medidas muitas vezes simples, 
como um maior controle sobre o processo produtivo através de controles operacionais, ajustes 
de equipamentos, substituição de matérias-primas e insumos, dentre outras ações, ou mesmo 
através da substituição de equipamentos e máquinas obsoletos por similares mais eficientes. 
Para as organizações que investem em um processo de gestão ambiental sistemático, inúmeros 
benefícios são gerados, inclusive a melhoria de sua lucratividade a médio e longo prazo. 
3.3 Aspectos fundamentais da gestão e do gerenciamento ambiental
A amplitude do conceito de gestão ambiental envolve diretamente questões estratégicas das 
organizações, abrangendo itens que, apesar de demandarem uma carga conceitual significativa, 
são efetivamente materializados através de posturas e ações altamente objetivas. Neste contexto, 
a abordagem conceitual, para gestão ambiental, envolve uma visão sistêmica deste processo, a 
qual abarca os seguintes significados:
A 1) política ambiental: conjunto de princípios que conformam aspirações sociais e/ou 
governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, 
proteção e conservação do ambiente;
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O 2) planejamento ambiental: estudo prospectivo que tem por finalidade a adequação 
do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ou governamentais 
expressas formal ou informalmente em uma política ambiental, através da coordenação, 
compatibilização, articulação e implantação de projetos de intervenções estruturais e não 
estruturais;
O 3) gerenciamento ambiental: ações destinadas a regular o uso, controle, proteção e 
conservação do meio ambiente e avaliar a conformidade da situação corrente com os 
princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental.
Percebe-se pelo exposto que o gerenciamento ambiental é parte integrante da gestão 
ambiental. Este processo pressupõe uma política, um planejamento e o próprio gerenciamento 
ambiental. Este conceito aplica-se ao processo de gestão ambiental em vários níveis de abrangência: 
municipal, estadual, regional e nacional quanto ao ambiente organizacional.
Gestão e gerenciamento ambiental têm, portanto, umcaráter bem diferenciado 
à medida que o processo de gerenciamento está associado a medidas de caráter 
mais tático na organização, enquanto a gestão implica em processo de ordem 
estratégica. O processo de gestão sempre implicará na implantação de políticas 
ambientais, enquanto o gerenciamento não necessariamente.
Importante
4. Conceituação De Gestão Ambiental Pública, Privada, Instrumentos De GAP 
e suas Aplicações
O GAP é uma lacuna a ser preenchida pelas empresas, sejam públicas ou privadas. Neste 
sentido a Gestão Ambiental é entendida como um instrumento de preenchimento do GAP. 
Considerando a esfera pública, a Gestão Ambiental é um processo administrativo de re-
sponsabilidade dos Municípios, Estados e União legalmente constituídos, buscando a par-
ticipação social de modo abrangente, com o intuito de formular, implementar e avaliar das 
políticas ambientais a partir da cultura, realidade e potencialidades de cada região, em con-
formidade com os princípios de desenvolvimento sustentável.
Enquanto na esfera pública surgem instrumentos que representam mecanismos de imposição, 
tais como comando e controle, com criação de requisitos legais cada vez mais restritivos, a esfera 
privada abrange mecanismos voluntários envolvendo autocontrole ou autorregulação. Desse modo, 
percebe-se que existe uma complementariedade muito grande e determinante entre instrumentos 
que envolvem a atuação da esfera pública e da privada.
O processo de elevação da escala de produção e consequentemente da importância da 
atividade industrial acentuou os problemas ambientais e a complexidade inerente ao contexto. 
Isso levou a mudanças de paradigmas no processo de Gestão Ambiental que afetaram a forma 
de encarar os impactos ambientais tanto na esferas públicas, privadas, como também em 
organizações não governamentais.
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Portanto, a preocupação com o meio ambiente deixou de ser uma função exclusiva de 
proteção para tornar-se também função da administração. Contemplada na estrutura organizacional 
e interferindo no planejamento estratégico organizacional, passou a ser atividade importante no 
desenvolvimento das atividades de rotina, na discussão de cenários alternativos e, na consequente 
análise de sua evolução, acabou gerando políticas, metas e planos de ação. Essa atividade dentro 
da organização passou a ser interesse da alta gestão e a exigir uma nova função na estrutura 
administrativa que pudesse abrigar um corpo técnico específico e um sistema gerencial especializado, 
com a finalidade de propiciar à empresa uma integração articulada e bem conduzida de todos os 
seus setores e a realização de um trabalho de comunicação social moderna e consciente.
Na esfera organizacional privada, a Gestão Ambiental consiste em um conjunto 
de medidas que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade. 
Dessa forma, para que a empresa passe a realmente trabalhar com Gestão 
Ambiental, deve, inevitavelmente, passar por uma mudança em sua cultura 
organizacional e empresarial, ou seja, por uma revisão de seus paradigmas. A 
Gestão Ambiental tem-se configurado como uma das mais importantes atividades 
relacionadas com qualquer empreendimento.
Importante
As mudanças de paradigmas para a questão ambiental exigem transformações de velhos 
hábitos e formas de estruturas burocráticas por organizações mais flexíveis e adaptáveis ao 
momento atual. Neste sentido, quatro fatores precisam ser considerados:
criatividade; D
fortalecimento institucional; D
motivação; e D
formação de pessoal para a Gestão Ambiental. D
É fundamental, cada vez mais, que o gestor do meio ambiente, seja no espaço público ou privado, se 
relacione bem com as técnicas de administração: planejamento, organização, coordenação e direção. 
Aprofundando a questão da Gestão Ambiental na esfera pública, torna-se interessante verificar 
que ao instituir uma política ambiental, é necessário que o governo estabeleça os objetivos, defina 
as estratégias de ação, crie as instituições e estruture a legislação que contém e que orienta sua 
aplicabilidade. Esse universo de implementação da política constitui o sentido da Gestão Ambiental. 
Ela deve incidir sobre todos os aspectos do problema (econômicos, sociais e ambientais).
Gestão Ambiental na esfera pública é dependente da implementação pelo 
governo de sua política ambiental, mediante a definição de estratégias, ações, 
investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de 
garantir a qualidade do meio ambiente, a conservação da biodiversidade e o 
desenvolvimento sustentável.
Importante
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Pelos princípios e objetivos expostos, pode-se verificar que a formulação da política ambiental 
definiu como meta harmonizar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento econômico, 
resultando em orientações para a Gestão Ambiental no sentido de garantir a qualidade ambiental. 
Assim, o meio ambiente passa a ser reconhecido como patrimônio público e a ser protegido pelo 
uso racional dos recursos naturais.
Assim, na esfera pública, a gestão ambiental é materializada por um conjunto de políticas 
que, mesmo tendo seus próprios objetivos, depende da orientação política geral do governo 
e é influenciado pelos efeitos das demais políticas públicas. Este aspecto é fundamental, 
uma vez que estabelecem um arcabouço geral para o processo de gestão ambiental, sendo 
materializadas através de uma série de leis, decretos, portarias, medidas provisórias etc. 
que fornecem a estrutura legal e o controle ambiental.
A base para elaboração de políticas ambientais surge justamente da necessidade de mediar 
através de legislação os conflitos existentes entre os vários agentes envolvidos no processo de Gestão 
Ambiental. Normalmente, essas necessidades ocorreram historicamente a partir da identificação de 
focos para estes conflitos, os quais estão associados a categorias de impactos ambientais, como:
exaustão de reservas naturais; D
comprometimento da paisagem; D
contaminação do solo; D
contaminação da água; e D
contaminação do ar. D
A partir desses impactos diretos, percebe-se que a qualidade de vida do ser humano através 
de sua saúde passou a tornar-se evidentemente comprometida, como um impacto indireto do 
processo de poluição.
4.1 Aplicação da Gestão Ambiental e instrumentos de GAP
Tanto os processos de Gestão Ambiental de âmbito público como privado constituem-se em 
sistemas que incluem a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, 
práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar 
criticamente e manter a política ambiental. É o que a empresa faz para minimizar ou eliminar os 
efeitos negativos provocados no ambiente pelas atividades antrópicas.
Há uma necessidade cada vez maior de capacitação técnica do profissional que atue na área 
de Gestão Ambiental. Não existe administração ecológica sem haver em contrapartida um processo 
ecológico envolvido, quer direta, quer indiretamente. A manutenção das interações envolvidas nos 
diferentes ecossistemas dependerá muitas vezes de decisões que ocorrerão no âmbito administrativo 
e que, se não forem tomadas levando-se em consideração a necessidade de certo saber científico, 
poderão tornar irreversível a destruição de processos existentes há muito tempo.
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Para que o processo de Gestão Ambiental possa se concretizar, é fundamental a 
realização de um diagnóstico, definindo claramente seus objetivos e tendo em vista os 
prognósticos em virtude dos instrumentos de gestão adotados. O objetivo do processo 
de gestão é o GAP ou diferença entre a situação desejada e a situação atual.
Importante
Cabe destacar quenão existe um caminho ótimo no processo de Gestão Ambiental, mas sim 
o mais adequado para a realidade local. Para o alcance desse objetivo, deve-se lançar mão 
de um conjunto de instrumentos de Gestão Ambiental, uma vez que somente a regulamen-
tação ambiental não é mais considerada suficiente para atender às demandas geradas pelos 
conflitos entre diversos agentes do processo.
4.2 Instrumentos de Gestão Ambiental
A percepção de que o processo de Gestão Ambiental se concretizava somente através 
de políticas ambientais, típicas da esfera pública, apresentava algumas limitações, as quais 
estimularam o surgimento de novos tipos de instrumentos de Gestão Ambiental, buscando outras 
abordagens, em um primeiro momento de comando e controle e posteriormente de mercado. 
Acompanhe na próxima tela cada um desses instrumentos e os compreenda melhor.
a) Instrumentos de comando e controle:
São os mecanismos de imposição que se constituem na primeira geração de instrumentos de 
Gestão Ambiental. No Brasil, sua implantação ocorre da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), 
que apresenta por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia 
à vida. O artigo 9º dessa lei estabelece os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
Zoneamento Ambiental; Y
Criação de áreas de proteção ambiental (preservação e conservação), para Y
espaços de relevante interesse ecológico e reservas extrativas pelo Poder 
Público municipal, estadual e federal;
Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; Y
Avaliação de impactos ambientais; Y
Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; Y
Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou Y
utilizadoras de recursos ambientais (IBAMA);
Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; Y
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Penalidades disciplinares ou compensatórias em caso de não cumprimento das Y
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado Y
anualmente pelo IBAMA;
Sistema Nacional de Informações Sobre o Meio Ambiente; Y
Garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando Y
o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, Y
seguro ambiental e outros.
Os instrumentos de Gestão Ambiental de comando e controle atuam como articuladores dos 
interesses dos vários atores sociais do processo. São mecanismos do tipo repressivo, tais como 
leis, decretos, portarias, resoluções e normas técnicas ABNT, onde a organização, em caso de 
descumprimento, sofre penalizações ou negociação de um Termo de Ajustamento de Conduta 
(TAC) junto ao ministério público. Apresentam dois princípios básicos:
Preventivo D : define os padrões mínimos de desempenho ambiental previamente à 
instalação do empreendimento, considerando os critérios de acordo com o Zoneamento 
Ambiental. Contribui para reduzir o nível de degradação ambiental utilizando-se do 
Zoneamento Ambiental, licenciamento ambiental e a avaliação de impactos ambientais;
Corretivo D ou Reativo: estabelece os padrões de desempenho ambiental das atividades 
poluidoras, visando manter o status quo do nível de degradação ambiental de acordo 
com o Zoneamento Ambiental (padrões de lançamento de efluentes, padrões de 
lançamento de emissões atmosféricas, níveis de ruído, dentre outras).
b) Autocontrole ou autorregulação:
Estes são instrumentos de gestão focados por excelência na esfera privada e de natureza 
voluntária. Sua criação parte do princípio de deixar para o mercado a responsabilidade de mediar 
as relações entre os atores envolvidos no processo de gestão ambiental.
c) Econômicos:
Correspondem aos mecanismos que atuam como mediadores na relação custo e benefício 
ambiental de modo a enfatizar a importância nos investimentos em controle ambiental como uma 
forma de obter ganhos econômicos efetivos, mesmo em curto prazo.
O maior interesse na aplicação de instrumentos econômicos resulta de quatro necessidades: 
recompensar e incentivar continuamente as melhorias no campo ambiental; D
usar os mercados de forma mais efetiva para atingir os objetivos ambientais; D
buscar os menores custos efetivos tanto para os governos como para as empresas; e D
mudar a ênfase na política e na prática ambiental, recorrendo à preservação ao D
invés da correção.
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Depois dessa explanação acerca da evolução das questões ambientais e de 
verificarmos a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável no âmbito 
das atividades empresariais, bem como os princípios da Gestão Ambiental e suas 
dimensões de atuação nas esferas pública e privada, encerramos aqui a nossa primeira 
unidade, mas lembre-se de complementar os estudos aqui abordados com a sua web 
aula. A seguir trataremos das formas de aplicação desses conceitos nos Sistemas de 
Gestão Ambiental. Nos encontramos em nossos ambientes. Bons estudos e até lá!
REFERÊNCIAS
Análise Gestão Ambiental - Anuário 2010/2011. São Paulo: Análise editorial, 2011. 
ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; TACHIZAWA, Takeshy; CARVALHO Ana Barretos de. 
Gestão ambiental: Enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2ª ed. 
São Paulo: Pearson Makron Books, 2002.
BRASIL. LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Política Nacional do Meio Ambiente. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 09 dez. 2011.
BRAUN, Ricardo. As raízes da crise ambiental e os esforços convencionais para a proteção 
do Meio Ambiente. In: ________. Novos paradigmas ambientais: Desenvolvimento ao 
ponto sustentável. 2. ed. Atualizada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2010.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Disponível em: <www.
unep.org>. Acesso em: 09 dez. 2011.
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detalhar.php?id_publi=58> Acesso em: 07 dez. 2011.
Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future. 
Disponível em: <http://www.un-documents.net/wced-ocf.htm>. Acesso em: 09 dez. 2011
SEIFFERT, Maria Elizabete Bernardini. Gestão ambiental: Instrumentos, esferas de ação e 
educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Luiz C.; MENDES, J. T. Grassi (Orgs.). Reflexões sobre o desenvolvimento 
sustentável: Agentes e interações sob a ótica multidisciplinar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
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CRÉDITOS
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Núcleo de Educação a Distância
Coordenação Geral
Carlos Alberto Batista
Supervisão Administrativa
Graziella Batista de Moura
Produção de Conteúdo Didático
João Batista Vianey Silveira Moura
Projeto Instrucional
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Ticiane Soares de Morais
Roteiro de Áudio e Vídeo
Andrea Chagas Alves de Almeida
Ticiane Soares de Morais
José Moreira de Sousa
Produção de Áudio e Vídeo
Vaneuda Almeida de Paula
Identidade Visual
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Arte
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Programação
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Roberto Bezerra Morel Lopes
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Diagramação de Material Didático
Sávio Félix Mota
Revisão Gramatical
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