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PRF Direito Processual Penal Aula 01 - Ponto dos concursos

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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF - 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 01 – INQUÉRITO POLICIAL 
 
Caros alunos de todo o Brasil, sejam bem-vindos a nossa primeira aula! 
 
Hoje veremos um tema importante e que é objeto de questionamento por 
praticamente todas as bancas de prova: O inquérito policial. 
É um assunto interessante e que constantemente lemos nos jornais e escutamos 
falar nos telejornais... O problema é que muitas vezes tal tema é tratado de uma 
maneira incorreta e esses erros acabam ficando na cabeça. 
Observe o texto publicado pelo jornal “o globo”: 
 
“A origem das balas com cocaína que levaram 17 crianças e adolescentes a 
passar mal em uma escola municipal de Santo Antonio da Posse vai ficar sem 
resposta. A polícia decidiu nesta quinta-feira arquivar o inquérito que apurava o 
caso.” 
 
Será que este texto está correto? Será que a autoridade policial pode arquivar o 
inquérito? 
Bom, estas e outras perguntas serão respondidas no decorrer da aula e, ao final, 
você começará a prestar mais atenção nas notícias... Afinal, só mesmo 
concurseiros “de carteirinha” ficam procurando (e encontrando) erros que quase 
ninguém acha nos jornais!!! 
Dito isto, vamos ao que interessa? 
Bons estudos!!! 
***************************************************************** 
1.1 CONCEITO 
 
Constantemente vemos na sociedade fatos que são claramente infrações penais, 
entretanto não é possível, de pronto, a determinação da autoria e a configuração 
correta do delito. 
Assim, surge no ordenamento jurídico, mais precisamente no Código de Processo 
Penal (CPP), a figura do inquérito policial, um PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO que tem por finalidade o levantamento de informações a fim 
de servir de base à ação penal ou às providências cautelares. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF - 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Você deve lembrar-se do triste caso da menina Isabella Nardoni onde ouvimos 
falar muito no inquérito. Qual era a real finalidade deste procedimento? 
A finalidade era a apuração dos autores do delito e a definição de como 
efetivamente ele ocorreu, a fim de propiciar a atuação do Ministério Público. 
Conforme lição do saudoso Prof. Mirabete, o “inquérito policial é todo 
procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da 
prática de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução 
provisória, preparatória, informativa em que se colhem elementos por vezes 
difíceis de obter na instrução judiciária...“. 
Regra geral, os inquéritos são realizados pela Polícia Judiciária (Polícias Civis e 
Polícia Federal) e são presididos por delegados de carreira, entretanto o art. 4º, 
parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que existem outras 
formas de investigação criminal como, por exemplo, as investigações efetuadas 
pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e o inquérito realizado por 
autoridades militares para apurar infrações de competência da Justiça Militar 
(IPM). 
 Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais 
no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a 
apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não 
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja 
cometida a mesma função. (grifo nosso) 
 
1.2 CARACTERÍSTICAS 
 
 PROCEDIMENTO ESCRITO 
 
Conforme dito anteriormente, a grande finalidade do inquérito é servir de 
base para uma posterior ação penal. 
Desta forma o art. 9º do CPP deixa claro que as peças do inquérito serão 
reduzidas a escrito ou datilografadas, não sendo possível a ocorrência de 
uma investigação verbal. 
 
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só 
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, 
rubricadas pela autoridade. 
 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF - 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
OBSERVAÇÃO: Algumas vezes você encontrará a expressão “o depoimento 
foi REDUZIDO A TERMO”. Isso só quer dizer que foi escrito ou 
datilografado. 
 
 PROCEDIMENTO SIGILOSO 
 
O CPP no seu art. 20 nos diz: 
 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
 
O sigilo é um elemento de que dispõe a autoridade policial para facilitar seu 
trabalho na elucidação do fato. 
Tal sigilo encontra-se extremamente atenuado, pois, segundo entendimento 
do STF, é um direito do advogado examinar, em qualquer repartição 
policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos 
ou em andamento. 
É importante ressaltar que para os atos que dependem de autorização 
judicial, segundo a CF (escuta, interceptação telefônica etc.), o advogado só 
terá acesso se possuir PROCURAÇÂO ESPECÍFICA. Neste sentido já se 
pronunciaram por diversas vezes o STF e o STJ. 
Também é permitido o acesso total aos autos ao Ministério Público e ao 
Juiz. 
O sigilo deverá ser observado também como uma forma de preservar a 
intimidade do investigado, resguardando-se seu estado de inocência. 
Devido a esta presunção, dispõe o CPP em seu Art. 20, Parágrafo Único: 
 
Art. 20 
[...] 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem 
solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer 
anotações referentes a instauração de inquérito contra os 
requerentes. 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INDISPONIBILIDADE 
 
Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá mandar 
arquivar autos de inquérito. 
Este é um ponto que gera inúmeras dúvidas, pois se contrapõe ao que 
normalmente imaginamos como válido. Entretanto, fique tranquilo que tudo 
ficará claro quando tratarmos, especificamente, do arquivamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OFICIOSIDADE 
 
O início do inquérito independe de provocação e DEVE ser determinado de 
ofício quando houver a notícia de um crime. A oficiosidade decorre do 
princípio da legalidade (ou obrigatoriedade) da ação pública. 
Existem algumas ações para as quais o inquérito não segue este princípio, 
mas voltaremos neste assunto quando tratarmos das espécies de ação. 
É importante frisar que não é por toda notícia que deverá ser instaurado 
imediatamente o inquérito, sendo razoável uma avaliação preliminar para 
determinar se o ato noticiado realmente constitui crime. Entretanto, a 
requisição de instauração do inquérito por parte do Ministério Público ou do 
 
O inquérito policial é público, não podendo a autoridade 
policial impor sigilo, ainda que necessário à elucidação do 
fato. 
Gabarito: ERRADA 
 
CAIU EM PROVA! 
 
***A autoridade policial poderá promover o arquivamento do IP, 
desde que comprovado cabalmente que o indiciadoagiu 
acobertado por uma causa excludente da ilicitude ou da 
culpabilidade 
Gabarito: ERRADA 
 
CAIU EM PROVA! 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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Juiz tem natureza de ordem e não deve ser questionada ou verificada pela 
autoridade policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OFICIALIDADE 
 
Somente órgãos de direito público podem realizar o inquérito policial. Ainda 
quando a titularidade da ação penal é atribuída ao particular ofendido (ação 
penal privada), não cabe a este a efetuação dos procedimentos 
investigatórios. 
 
 INQUISITIVO 
 
ATENÇÃO  ESTA É A CARACTERÍSTICA MAIS EXIGIDA EM PROVA!!! 
 
É inquisitivo o procedimento em que as atividades visando à elucidação do 
fato e à determinação da autoria ficam concentradas em uma única 
autoridade, no caso a figura do Delegado de Polícia. Este poderá, 
discricionariamente, decidir como vai proceder para alcançar a finalidade do 
inquérito. 
Durante o inquérito não há que se falar em contraditório e ampla 
defesa, pois ainda não existe acusado e o indiciado não é sujeito de 
direitos, mas objeto de investigação. 
O ilustre mestre Alexandre de Moraes dispõe que: 
"O contraditório nos procedimentos penais não se aplica aos inquéritos 
policiais, pois a fase investigatória é preparatória da acusação, inexistindo, 
ainda, acusado, constituindo, pois, mero procedimento administrativo, de 
caráter investigatório, destinado a subsidiar a atuação do titular da ação 
penal, o Ministério Público". 
 
***A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza 
de ordem, razão pela qual não pode ser descumprida pela 
autoridade policial, ainda que, no entender desta, seja 
descabida a investigação. 
 
Gabarito: CORRETA 
 
CAIU EM PROVA! 
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Do exposto podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 INCOMUNICABILIDADE 
 
A incomunicabilidade do investigado está regulamentada no art. 21 do Código de 
Processo Penal nos seguintes termos: 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de 
despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da 
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três 
dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a 
requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério 
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, 
inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
***Pelo fato de o IP ser um procedimento administrativo de 
natureza inquisitorial, a autoridade policial tem discricionariedade 
para determinar todas as diligências que julgar necessárias ao 
esclarecimento dos fatos, pois a persecução concentra-se, durante 
o inquérito, na figura do delegado de polícia. 
GABARITO: CORRETA 
 
 
CAIU EM PROVA! 
ATENÇÃO!!! 
O ÚNICO INQUÉRITO QUE ADMITE O CONTRADITÓRIO É O INSTAURADO PELA 
POLICIA FEDERAL, A PEDIDO DO MINISTRO DA JUSTIÇA, OBJETIVANDO A 
EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO. (LEI Nº. 6.815/80). 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF - 2016 
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A jurisprudência majoritária inclina-se para a inconstitucionalidade do dispositivo. 
O mais forte argumento no sentido da não recepção deste dispositivo tem por 
base o art. 136, § 3º, IV, da CF, segundo o qual, na vigência do estado de 
defesa é vedada a incomunicabilidade do preso. 
Parece evidente que se a Constituição proíbe a incomunicabilidade até mesmo na 
vigência de um "estado de exceção" não seria nada razoável admiti-la em 
condições normais como conseqüência de um simples inquérito policial. 
Ademais, a incomunicabilidade afigura-se incompatível com as garantias 
insculpidas no art. 5º da CF/88, mormente com as plasmadas em seus incisos 
LXII ("a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada") e LXIII ("o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado"). 
Apesar das divergências, um aspecto é indiscutível: a incomunicabilidade prevista 
no art. 21 do Código de Processo Penal não pode impedir o contado do advogado 
com o preso. Prevê o art. 7º, III do Estatuto da Advocacia que sempre será 
facultado ao advogado comunicar-se com seu cliente de forma pessoal e 
reservada. 
 
1.4 VALOR PROBATÓRIO 
 
Digamos que determinado indivíduo, durante um inquérito, confessou ao 
delegado de polícia a participação em um crime e tal confissão foi reduzida a 
termo. Será que a decisão condenatória poderia ser apoiada exclusivamente 
nesta confissão extrajudicial? 
A resposta é não, pois, segundo o STF, não se justifica sentença condenatória 
baseada unicamente no inquérito policial. 
Realmente, agora que já sabemos que o inquérito policial é um procedimento 
inquisitivo, não seguindo os princípios da ampla defesa e do contraditório, fica 
fácil entender o VALOR PROBATÓRIO RELATIVO atribuído a tal procedimento 
administrativo pela Suprema Corte. 
Como peça meramente informativa, destinada tão somente a autorizar o exercício 
da ação penal, não pode por si só servir de lastro à sentença condenatória, sob 
pena de se infringir o princípio do contraditório, garantia constitucional. 
 
 
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1.5 VÍCIOS 
 
Os vícios do inquérito não contaminam ou ocasionam nulidades no processo. Tal 
fato tem por base o caráter meramente informativo da fase inquisitorial. 
Assim, se uma confissão foi obtida mediante tortura na fase do inquérito, esta 
situação não será passível de gerar a anulação da ação penal. 
 
 
 
 
 
 
 
1.6 A NECESSIDADE DO INQUÉRITO 
 
Para se chegar à conclusão da obrigatoriedade ou não do inquérito policial basta 
pensar na real finalidade de tal procedimento. Se, sem nenhuma investigação 
policial, for possível a determinação da autoria e do fato, é razoável que esta fase 
preliminar seja dispensada. O art. 39 § 5o , do CPP deixa claro esta não 
obrigatoriedade: 
Art. 39.[...] 
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a 
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo 
de quinze dias. (grifo nosso) 
 
No mesmo sentido já definiu o STF: 
 
 
 
 
 
 
 
***Eventuais nulidades ocorridas no curso do inquérito policial 
contaminam a subseqüente ação penal. 
GABARITO: ERRADA 
 
 
CAIU EM PROVA! 
"O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento de 
denúncia ou queixa, desde que a peça acusatória tenha 
fundamento em dados de informação suficiente à caracterizaçãoda materialidade e autoria da infração penal (STF, RTF 76/741). 
 
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1.7 “NOTITIA CRIMINIS” 
 
É a fase preliminar do inquérito policial. Conforme leciona o professor Fernando 
Capez, dá-se o nome de notitia criminis (notícia do crime) ao conhecimento 
espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial, de um fato 
aparentemente criminoso. É com base nesse conhecimento que a autoridade dá 
início às investigações. 
 
 1.7.1 CLASSIFICAÇÃO: 
 
1. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO DIRETA OU IMEDIATA 
Também chamada de espontânea ou inqualificada, caracteriza-se pela 
inexistência de um ato jurídico formal de comunicação da ocorrência do delito 
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto do ilícito 
através de suas atividades de rotina, de jornais, pela descoberta do corpo do 
delito, por comunicação da polícia preventiva, por investigações da polícia 
judiciária, etc. 
Nestes casos, a autoridade policial deve proceder a uma investigação 
preliminar, com a máxima cautela e discrição, a fim de verificar a 
verossimilhança da informação, somente devendo instaurar o inquérito na 
hipótese de haver um mínimo de consistência nos dados informados. 
 
2. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO INDIRETA OU MEDIATA 
Também chamada de notitia criminis provocada ou qualificada. Ocorre quando 
a autoridade policial toma conhecimento do ilícito por meio de algum ato 
jurídico de comunicação formal do delito. 
São exemplos de notitia criminis de cognição indireta: 
 Delatio criminis simples  É a comunicação por escrito ou verbal, 
prestada por pessoa identificada. (CPP, art. 5º, § 3o ). 
 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de 
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por 
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência 
das informações, mandará instaurar inquérito. 
 
 Requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público (CPP, 
art. 5º, II) 
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 Requisição do Ministro da Justiça  (CP, art. 7º, §3º, b) 
 Representação do ofendido  (CPP, art. 5º, §4º) 
 
3. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA 
 
Ocorre no caso de prisão em flagrante. Nesta hipótese, a comunicação do 
crime é feita mediante a própria apresentação de seu autor por servidor 
público no exercício de suas funções ou por particular. 
 
O assunto pode ser resumido através do quadro abaixo que facilita a 
memorização: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO 
DDIIRREETTAA OOUU 
IIMMEEDDIIAATTAA 
CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO 
IINNDDIIRREETTAA OOUU 
MMEEDDIIAATTAA 
CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO 
CCOOEERRCCIITTIIVVAA 
1-ATIVIDADES ROTINEIRAS 
2-JORNAIS 
3-INVESTIGAÇÕES 
4-CORPO DO DELITO 
5-DELAÇÃO APÓCRIFA 
 
IINNEEXXIISSTTÊÊNNCCIIAA DDEE UUMM AATTOO 
JJUURRÍÍDDIICCOO FFOORRMMAALL !!!!!! 
1-DELATIO CRIMINIS 
2-REQUISIÇÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
3-REQUISIÇÃO DO 
MINISTRO DA JUSTIÇA 
4-REPRESENTAÇÃO DO 
OFENDIDO 
 
EEXXIISSTTÊÊNNCCIIAA DDEE UUMM AATTOO 
JJUURRÍÍDDIICCOO FFOORRMMAALL !!!!!! 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
NNOOTTIITTIIAA 
CCRRIIMMIINNIISS 
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1.8 O INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
O início do inquérito dependerá do tipo de ação penal. 
Sobre este tema, para a compreensão deste tópico, faz-se necessário apresentar 
alguns breves apontamentos sobre a ação penal. Posteriormente, 
aprofundaremos os conceitos. 
 
 1.8.1 ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL 
 
No nosso país as ações penais são divididas em dois grandes grupos: 
 
1. AÇÃO PENAL PÚBLICA 
2. AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
Essa divisão atende a razões de exclusiva política criminal e é isso que 
entenderemos agora através de exemplos. 
Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente, 
importa sobremaneira a toda sociedade, pois, a partir de tal fato, fica claro 
que há um indivíduo no mínimo desequilibrado solto na sociedade. 
Desta forma, a ação recebe a classificação de PÚBLICA INCONDICIONADA 
e não depende de qualquer pedido ou condição para ser iniciada bastando o 
conhecimento do fato pelo Ministério Público. 
Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um 
homem e diz que ele é “mais feio que briga de foice no escuro”. 
Neste caso, temos claramente um crime contra a honra e eis a pergunta: O 
que este delito importa para a sociedade? 
Na verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado 
concede a possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal, 
atribuindo a este a titularidade. Temos ai a AÇÃO PENAL PRIVADA. 
Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada temos a 
PÚBLICA CONDICIONADA. 
Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e 
mediatamente (secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui 
a titularidade da ação ao Estado, mas exige que este aguarde a manifestação 
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do ofendido para que possa iniciar a ação. Tal fato ocorre, por exemplo, no 
delito de ameaça. 
 
É IMPORTANTE RESSALTAR QUE A REGRA GERAL É A AÇÃO PENAL 
PÚBLICA, SENDO A PRIVADA, A EXCEÇÃO. 
 
 1.8.1.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
 
É a ação que pode ser iniciada logo que o titular para impetrá-la tiver 
conhecimento do fato, não necessitando de qualquer manifestação do 
ofendido. 
Exemplos de crimes perseguidos por ação pública incondicionada: roubo, 
corrupção, seqüestro. 
Sobre a titularidade para iniciar a ação dispõe o Código de Processo Penal: 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o 
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (grifo 
nosso) 
 
Conforme o CPP a titularidade da ação pública incondicionada é do 
Ministério Público, podendo instaurar o processo criminal independente da 
manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo contra a vontade 
da vítima ou de seu representante legal. 
 
 1.8.1.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
 
É a ação PÚBLICA cujo exercício está subordinado a uma condição. Essa 
condição tanto pode ser a demonstração de vontade do ofendido ou de seu 
representante legal (REPRESENTAÇÂO), como a REQUISIÇÃO do 
Ministro da Justiça. 
Neste tipo de ação, a TITULARIDADE, assim como na ação pública 
incondicionada, é do Ministério Público. 
São exemplos previstos no Código Penal: Perigo de contágio venéreo (art. 
130), ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152), 
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divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o 
estupro e o atentado violento ao pudor quando a vítima não tem dinheiro 
para financiar a ação privada (art. 225, §1º e 2º) etc. 
 
 1.8.1.3 AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
Neste tipo de ação, o delito afronta tão intimamente o indivíduo que o 
ESTADO transfere a legitimidade ativa da ação para o ofendido. Perceba 
que nesta transferência de legitimidade reside a diferença fundamental 
entre a ação penal PÚBLICA E PRIVADA. 
Neste tipo de ação o Estado visa impedir que o escândalo do processo 
provoque um mal maior que a impunidade de quem cometeu o crime. 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de crime perseguido por ação privada: todos os crimes contra a 
honra (calúnia, injúria, difamação - Capítulo V do Código Penal), exceto em 
lesão corporal provocada por violência injuriosa (art. 145). 
 
1.8.2 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (CPP, art. 5º, I e II, §§ 1º, 2º 
e 3º) 
 
1- Portaria da autoridade policial de ofício, mediante simples notícia do 
crime. 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
 
2- Requisição do Ministério Público 
 
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Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
[...] 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério 
Público 
 
3- Requisição do juiz de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
4- Requerimento de qualquer pessoa do povo 
 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
[...] 
II – [...] ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que 
possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as 
razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, 
ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e 
residência. (grifo nosso) 
 
Neste caso a autoridade policial não precisa “cumprir” o que é solicitado pelo 
indivíduo caso entenda descabido o requerimento. Entretanto, a fim de dar 
garantias ao solicitante e impedir indeferimentos arbitrários, preceitua o 
parágrafo 2º do art. 5º do CPP: 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE 
 
A REQUISIÇÃO DO JUIZ E DO MINISTÉRIO PÚBLICO POSSUI 
CONOTAÇÃO DE EXIGÊNCIA, DETERMINAÇÃO. 
 
DESTA FORMA, NÃO PODERÁ SER DESCUMPRIDA PELA 
AUTORIDADE POLICIAL. 
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§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de 
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia 
. 
Mas quem é o chefe de polícia? Para a prova de vocês é o SECRETÁRIO DE 
SEGURANÇA PÚBLICA. 
 
5- Auto de prisão em flagrante (APF)  Apesar de não mencionado 
expressamente no artigo 5º o APF é forma inequívoca de instauração de 
inquérito policial, dispensando a portaria subscrita pelo delegado de polícia. 
 
1.8.3 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (CPP, art. 5º, § 4º) 
 
1- Mediante RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO do ofendido ou de seu 
representante legal 
 
Art. 5º 
[...] 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
 
Por representação, também conhecida como delatio criminis postulatória, 
compreende-se a manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal 
autoriza o Estado a desenvolver as providências necessárias à investigação e 
apuração judicial nos crimes que a requerem. 
Nada impede que a representação esteja incorporada na comunicação de 
ocorrência policial e neste sentido já se manifestou, por diversas vezes, o STJ. 
Observe o julgado: 
 
 
 
 
 
A representação nos crimes de ação penal pública 
condicionada prescinde de qualquer formalidade, 
sendo necessário apenas a vontade inequívoca da 
vítima ou de seu representante legal, mesmo que 
realizada na fase policial. 
Precedentes desta Corte e do STF. (STJ, HC, Nº 46.455 – RJ) 
 
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2- Mediante requisição do Ministro da Justiça. 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, 
de requisição do Ministro da Justiça[...]. 
 
Existem alguns delitos que, por questões de política, necessitam da 
manifestação do Ministro da Justiça para que possam ser investigado. Como 
exemplo podemos citar os crimes cometidos por estrangeiro fora do País e os 
crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República. 
 
 
 
 
 
 
 
3- Mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público  Desde que 
exista representação da vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do 
caso. 
 
4- Auto de Prisão em Flagrante  Desde que exista representação da 
vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do caso. 
 
1.8.4 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PRIVADA (CPP, art. 5º, § 5º) 
 
5- Mediante requerimento escrito ou verbal, reduzido a termo neste 
último caso, do ofendido ou de seu representante legal. 
 
Art. 5º[...] 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente 
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha 
qualidade para intentá-la. 
 
***Em todas as espécies de ação penal, o IP deve ser instaurado 
de ofício pela autoridade policial, isto é, independentemente de 
provocação, pois tem a característica da oficiosidade. 
GABARITO: ERRADA 
 
 
CAIU EM PROVA! 
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1- Mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público  Desde que 
exista requisição da vítima ou do representante legal. 
2- Auto de Prisão em Flagrante  Desde que exista requisição da vítima. 
 
Podemos resumir o tema da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
INCONDICIONADA 
CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
CONDICIONADA 
CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
 Ex officio pela autoridade policial, através 
de portaria; 
 Requisição do Ministério Público ou Juiz; 
 Requerimento de qualquer do povo, não 
importando a vontade da vítima; 
 Auto de prisão em flagrante; 
 Representação da vítima ou do 
representantelegal; 
 Requisição do ministro da justiça; 
 Requisição do juiz ou ministério público, 
desde que acompanhada da representação 
da vítima ou da requisição do ministro da 
justiça; 
 Auto de prisão em flagrante, desde que 
instruído com a representação da vítima. 
 Requerimento do ofendido ou 
representante legal 
 Requisição do Ministério Público ou Juiz, 
desde que acompanhada do requerimento do 
ofendido ou de seu representante legal; 
 Auto de prisão em flagrante, desde que 
instruído com o requerimento da vítima ou 
do representante legal. 
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1.9 PROVIDÊNCIAS – ART. 6º DO CPP 
 
Imaginemos um inquérito policial para apurar um homicídio duplamente 
qualificado e outro para averiguar um furto de galinhas no quintal do vizinho. O 
inquérito será exatamente igual? Ou melhor, será que seria possível definir um 
rito procedimental exato a ser executado pela autoridade policial em qualquer 
situação? 
É claro que a resposta é negativa, e o que encontramos no art. 6º do CPP é uma 
série de procedimentos que, via de regra, deverão ser executados, entretanto 
para cada caso será uma ritualização diferente, conveniente e oportuna. 
Observe o disposto: 
 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a 
autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o 
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos 
criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após 
liberados pelos peritos criminais 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do 
fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do 
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o 
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe 
tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de 
delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo 
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista 
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e 
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer 
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter. 
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Agora resumindo o que importa para sua PROVA: 
 
O inciso I do supracitado artigo nos traz que a autoridade policial deverá dirigir-se 
ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das 
coisas, até a chegada dos peritos criminais. 
Para esta regra existe uma exceção na lei nº. 5.970/73 que nos diz que para 
acidentes de trânsito a autoridade ou o agente policial que primeiro tomar 
conhecimento do fato poderá autorizar a imediata remoção dos feridos, bem 
como dos veículos se estiverem prejudicando o tráfego. 
Seguindo no artigo 6º, a autoridade deverá apreender os objetos que tiverem 
relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais. Esta busca e apreensão 
poderá ocorrer: 
 
1- No local do crime; 
2- Em domicílio; 
3- Na própria pessoa. 
 
A autoridade policial ouvirá o ofendido e o indiciado, que poderão ser conduzidos 
coercitivamente para prestar esclarecimentos caso não atendam às intimações. 
Poderão ser realizadas acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas. 
Deverá ser determinada a realização do exame de corpo de delito sempre que a 
infração deixar vestígios. 
No decorrer de nosso curso trataremos mais detalhadamente sobre algumas das 
citadas providências. 
 
 1.9.1 REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS 
 
Reza o art. 7º do CPP: 
 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido 
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá 
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não 
contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
 
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A reprodução simulada é um instrumento importante de que dispõe a 
autoridade policial para elucidar um crime. 
Desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública, todos os passos do 
delito podem ser refeitos com acompanhamento de peritos, possibilitando um 
maior número de informações para o inquérito. 
O indiciado poderá ser forçado a comparecer, mas não a participar da 
reconstituição, pois, segundo a Constituição Federal, ninguém é obrigado a 
produzir prova contra si. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1.9.2 IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA 
 
Datiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões 
digitais. 
O art. 6o, VIII do CPP trata da identificação datiloscópica, dizendo que a 
autoridade policial deverá determiná-la. 
Aqui há um ponto importantíssimo que precisa ser deixado bem claro: 
Dispõe a súmula 568 do STF que a identificação criminal não constitui 
constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado 
civilmente. 
Entretanto, tal dispositivo foi editado pela Suprema Corte em 1977 e encontra-
se superado pela Constituição de 1988 que traz expressamente no art. 5º LVIII 
o seguinte texto: 
 
Art. 5º 
[...] 
 
***A reprodução simulada dos fatos ou reconstituição do crime pode 
ser determinada durante o inquérito policial, caso em que o indiciado 
é obrigado a comparecer e participar da reconstituição, em prol do 
princípio da verdade real. 
 
GABARITO: ERRADA 
 
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LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação 
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
 
Isso quer dizer então que NUNCA o civilmente identificado será submetido à 
identificação criminal? A resposta é negativa, pois o próprio texto constitucional 
deixa claro que salvo nas hipóteses previstas em lei. 
 
1.10 PRAZO DO INQUÉRITO 
 
O art. 10 do CPP assim dispõe: 
 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o 
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso 
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia 
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, 
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
A partir deste artigo podemos definir a seguinte regra geral para a conclusão do 
inquérito: 
 
 INDICIADO PRESO 10 DIAS. 
 INDICIADO SOLTO 30 DIAS. 
 
O parágrafo 3º do supracitado artigo admite a prorrogação do prazo quando o 
fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto: 
 
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiversolto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, 
para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado 
pelo juiz. 
 
Tal prorrogação não encontra um limite definido no CPP, entretanto, segundo 
entendimento doutrinário e jurisprudencial deve ser razoável à elucidação dos 
fatos. 
 
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Conforme enfatizado, o previsto no art. 10 do CPP é a regra e esta é 
excepcionada por algumas leis especiais que fixam outros prazos. Vamos, agora, 
conhecer os prazos definidos pelas leis extravagantes: 
 
 1.10.1 PRAZOS ESPECIAIS 
 
 
11-- CCRRIIMMEESS CCOONNTTRRAA AA EECCOONNOOMMIIAA PPOOPPUULLAARR –– LLeeii nnºº.. 11..552211//5511:: 
 INDICIADO PRESO OU SOLTO  10 DIAS. 
 
22-- LLEEII DDEE TTÓÓXXIICCOOSS –– LLeeii nnºº.. 1111..334433//0066 :: 
 INDICIADO PRESO 30 DIAS. 
 INDICIADO SOLTO 90 DIAS 
 
3- IINNQQUUÉÉRRIITTOO PPOOLLIICCIIAALL MMIILLIITTAARR:: 
 INDICIADO PRESO 20 DIAS. 
 INDICIADO SOLTO PRAZO DE 40 DIAS PRORROGÁVEL 
POR MAIS 20 DIAS. 
 
4- PPOOLLÍÍCCIIAA FFEEDDEERRAALL –– LLeeii 55..001100//6666:: 
 INDICIADO PRESO PRAZO DE15 DIAS PRORROGÁVEL 
POR MAIS 15. 
 INDICIADO SOLTO 30 DIAS 
 
 
 
***O inquérito policial não pode ter seu prazo de conclusão 
prorrogado. 
GABARITO: ERRADA 
 
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 1.10.2 CONTAGEM DO PRAZO 
 
O prazo para o término do inquérito segue a regra do art. 798 § 1º do CPP, ou 
seja, despreza-se o dia inicial e inclui-se o dia final. Como exemplo, se 
determinado inquérito teve início no dia 15 de fevereiro às 16:00h, completará 
a contagem do primeiro dia às 24:00 do dia 16. 
É importante ressaltar que para a contagem do prazo do inquérito não há que 
se falar em sábados, domingos e feriados, pois a Polícia Judiciária possui 
expediente em tempo integral. 
 
1.11 O FIM DO INQUÉRITO 
 
Concluídas as investigações, a autoridade policial deverá fazer um relatório 
detalhado de tudo o que foi apurado no inquérito, indicando, se necessário, as 
testemunhas que não foram ouvidas e as diligências não realizadas. 
 
Art. 10[...] 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado 
e enviará autos ao juiz competente. 
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não 
tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser 
encontradas. 
 
A autoridade não deve emitir opiniões ou qualquer juízo de valor sobre os fatos 
narrados, os indiciados, ou qualquer outro aspecto relativo ao inquérito ou à sua 
conclusão. 
Concluído o relatório, os autos do inquérito serão remetidos ao juiz competente, 
acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessam à prova. 
 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que 
interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. 
 
Deverá também a autoridade policial enviar informações relativas ao inquérito ao 
Instituto de Identificação e Estatística, nos termos do art. 23 do CPP. 
 
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Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz 
competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de 
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o 
juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração 
penal e à pessoa do indiciado. 
 
1.12 ARQUIVAMENTO 
 
Agora será tratado um tema importantíssimo para concurso público e que 
consequentemente deve ser muito bem estudado. O art. 28 do CPP assim dispõe: 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de 
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar 
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou 
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-
la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o 
juiz obrigado a atender. 
 
 1.12.1 COMPETÊNCIA PARA O ARQUIVAMENTO 
 
O primeiro ponto que deve ser deixado claro é que a autoridade competente 
para o arquivamento de um inquérito é o Juiz. Diferentemente do que muitos 
pensam, a autoridade policial (Delegado) não pode determinar tal ato, 
conforme expressamente previsto no já analisado art. 17 do CPP. 
Outro ponto importante é a participação do Procurador Geral quando ocorre 
divergência de entendimento entre o MP e a autoridade judicial quanto ao 
cabimento ou não do arquivamento. 
 
 1.12.2 DESARQUIVAMENTO 
 
Dispõe o art. 18 do CPP: 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela 
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade 
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policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver 
notícia. 
 
Perceba que a autorização é SOMENTE para a realização de novas pesquisas, 
se surgirem NOVAS PROVAS. Embora tal artigo trate especificamente da 
autoridade policial, o STF, na súmula 524, amplia a abrangência consolidando a 
jurisprudência: 
 
SÚMULA 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser 
iniciada, sem novas provas. 
 
Assim, podemos concluir que o despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível, 
sendo excetuada tal regra somente nos casos de crime contra a economia 
popular, onde cabe recurso oficial e no caso das contravenções penais previstas 
nos art. 58 e 60 do Decreto-Lei nº. 6.259/44, quando caberá recurso em 
sentido estrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
1- Não existe número máximo de desarquivamentos, mas, por ser 
evidente, se ocorrer a prescrição, decadência ou outra causa 
extintiva da punibilidade, não será possível o 
desarquivamento. 
 
2- Quando o arquivamento é determinado em virtude da 
atipicidade do fato, não é possível o desarquivamento 
constituindo, excepcionalmente, coisa julgada material. 
 
***Por entender inexistente o crime apurado em inquérito policial, 
o representante do Ministério Público requereu ao juiz competente 
o arquivamento dos autos. Em tal caso o juiz, aceitando o pedido do 
Ministério Público e arquivando o inquérito policial, não poderá 
desarquivá-lo diante de novas provas. 
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3- O Juiz não pode arquivar o inquérito sem a manifestaçãoneste 
sentido do titular da ação. 
4- Segundo o STJ, o Juiz não pode desarquivar o inquérito 
policial de ofício, ou seja, se o IP foi arquivado a requerimento 
do Ministério Público, e este não concorda com a reabertura, a 
autoridade judicial não poderá reabri-lo para determinar novas 
diligências. 
 
Podemos compreender o trâmite do arquivamento através do seguinte quadro 
esquematizado: 
 
 1.12.3 ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO 
 
Embora seja muito comum sua prática do dia a dia forense, não está previsto 
em nenhuma norma expressa, pois se trata de uma construção doutrinária e 
jurisprudencial. 
DELEGADO 
MINISTÉRIO 
PÚBLICO 
JUIZ 
Oferecer denúncia 
Solicitar arquivamento 
Solicitar diligências 
complementares 
ARQUIVAMENTO 
PROCURADOR 
GERAL 
Determinar ou 
oferecer a denúncia 
DDeetteerrmmiinnaarr ao Juiz 
o arquivamento 
SIM 
NÃO 
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O arquivamento implícito é fenômeno no qual o Ministério Público, deixa de 
mencionar na denúncia algum (uns) fato (os) criminoso que estava contido no 
inquérito ou peça de informação, ou ainda, deixa de denunciar algum (uns) 
indiciado, sem se manifestar expressamente os motivos que o levaram a tal 
omissão. 
Vindo o arquivamento implícito a ser consumado, quando o magistrado ao 
exercer sua fiscalização sobre o principio da obrigatoriedade da ação penal 
(art. 28 – CPP), deixa de se pronunciar em relação aos fatos que foram 
omissos na denúncia. 
Para ficar mais fácil a compreensão, observe como alguns autores tratam do 
tema: 
 
“Entende-se por arquivamento implícito o fenômeno de ordem processual 
decorrente de o titular da ação penal deixar de incluir na denúncia algum fato 
investigado ou alguns dos indiciados, sem expressa manifestação ou 
justificação deste procedimento. Este arquivamento se consuma quando o Juiz 
não se pronuncia na forma do art. 28 com relação ao que foi omitido na peça 
acusatória” (JARDIM). 
 
 “o arquivamento implícito ocorre sempre que há inércia do promotor de 
justiça e do juiz, que não exerceu a fiscalização sobre o princípio da 
obrigatoriedade da ação penal” (RANGEL). 
 
O arquivamento implícito poderá ser analisado diante de um duplo aspecto. 
No aspecto subjetivo; quando tratar-se de omissão de indiciados. E no 
aspecto objetivo; quando tratar-se de omissão a fatos investigados. Exemplo: 
omissão de outros crimes ou omissão de qualificadoras. 
Parte da doutrina ainda prevê uma terceira modalidade de arquivamento 
implícito, que ocorrerá quando estiverem sendo investigados vários fatos 
criminosos em um único inquérito, e o Ministério Público se pronuncia pelo 
arquivamento de todo conteúdo do inquérito, no entanto, se referia apenas a 
um dos fatos que foi apurado no inquérito, alegando que este não era passível 
de oferecimento de denúncia. 
Caso o Juiz homologue totalmente o requerimento, e não se manifeste em 
relação aos outros fatos criminosos, estará também configurado o 
arquivamento implícito do inquérito policial. É o também chamado de 
arquivamento expresso, mas lacunoso. 
 
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 1.12.4 ARQUIVAMENTO INDIRETO 
 
O arquivamento indireto ocorre na hipótese de o promotor, simplesmente, 
manifestar-se no sentido de não oferecer a denúncia sob o fundamento de 
que o juízo é incompetente para a ação penal. 
Tal situação não é considerada admissível pela doutrina e poderá ocasionar a 
responsabilidade disciplinar do promotor. Explico: Se o membro do Ministério 
Público entender que o juízo é incompetente deve solicitar ao magistrado a 
remessa dos autos ao juízo competente e não deixar de oferecer a denúncia 
quando há justa causa. 
No caso de haver divergência entre o promotor e o magistrado, por analogia 
com o art. 28 do CPP, a “palavra final” será do procurador-geral. 
 
1.13 REGRAS PROCEDIMENTAIS REFERENTES AO INQUÉRITO 
 
Há no CPP algumas regras meramente procedimentais, mas que são exigidas em 
PROVA. Citarei aqui as que são importantes: 
 Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à 
prova, acompanharão os autos do inquérito. 
 O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
 O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão 
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade. 
 Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela 
autoridade policial. 
 O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à 
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao 
oferecimento da denúncia. 
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Futuros aprovados, 
 
Chegamos ao término da nossa primeira aula e, sem dúvida, você encontrará 
em sua PROVA questões versando sobre os assuntos aqui apresentados. 
Sendo assim, releia os conceitos, reveja os pontos sobre os quais ainda restam 
dúvidas e, assim, esteja cada vez mais perto de sua aprovação. 
 
Abraços, bons estudos e até a próxima aula. 
 
Pedro Ivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS EM AULA 
 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de 
suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e 
da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de 
convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de 
impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá 
recurso para o chefe de Polícia. 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração 
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la 
à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará 
instaurar inquérito. 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, 
não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5oNos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder 
a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada 
dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas 
a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido 
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta 
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
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Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à 
prova, acompanharão os autos do inquérito. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer 
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade 
policial. 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à 
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento 
da denúncia. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão 
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de 
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante 
traslado. 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do 
fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a 
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a 
instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir 
condenação anterior. 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos 
autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será 
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade 
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o 
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
Veremos os exercícios em nossa próxima aula, após analisarmos o tema ação 
penal. Os dois assuntos estão bem interligados!

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