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Conceito de Estado

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Estado
Organismo político administrativo que, como nação soberana ou divisão territorial, ocupa um , território determinado, é dirigido por governo próprio e se constitui pessoa jurídica de direito público (interno ou externo), internacionalmente reconhecida. Sociedade Politicamente organizada.
Cumpre ao Estado dar uma vida digna ao cidadão,
Garante as outras instituições,
Não subsiste sem as outras instituições; é um conceito de sociedade,
É uma das instituições da sociedade.
Sem perder de vista a presença necessária dos fatores não–jurídicos, pode-se conceituar o Estado como a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território. ( Dalmo Dallari )
Estado é uma realidade jurídica. É o órgão executor da soberania nacional
Os vários tipos de estado. O que diferencia um do outro é a forma de apresentação do poder.
Elementos constitutivos do Estado
Nesse conceito se acham presentes todos os elementos que compõem o Estado, e só esses elementos. A noção de poder está implícita na de soberania, que, no entanto, é referida como característica da própria ordem jurídica. A politicidade do Estado é afirmada na referência expressa ao bem comum, com a vinculação deste a um certo povo e, finalmente, a territorialidade, limitadora da ação jurídica e política do Estado, está presente na menção a determinado território.
-Povo
-Poder
-Território
-Soberania
Estado, com características ; sem determinadas características não é Estado.
Finalidade – O objetivo de todos , sem exceção, é vida digna.
O Estado tem que ter Poder e Autoridade.
Legitimidade do poder – como distribuir o Poder. Quanto de Poder.
ESTADO REAL # ESTADO IDEAL
Estado Antigo / oriental / teocrático Sem participação e sem organização.
Igreja = Estado = família
Poder da força política = Econômica = Jurídica
Por Estado Antigo, Oriental ou Teocrático, entenda-se às formas mais recuadas no tempo, que apenas começavam a definir-se entre as antigas civilizações do Oriente ou Mediterrâneo. A família, a religião, o Estado, a organização econômica formavam um conjunto confuso, sem diferenciação aparente. Não se distingue o pensamento político da religião, da moral, da filosofia ou das doutrinas econômicas.
Existem duas marcas características desse período; a natureza unitária ( o Estado sempre aparece como uma unidade geral, não admitindo qualquer divisão interior, nem territorial, nem de funções. ) e a religiosidade. ( a presença do fator religioso é tão marcante que o Estado desse período pode ser chamado de Estado Teocrático ).
A influência predominante é religiosa, afirmando a autoridade dos governantes e as normas de comportamento individual e coletivo como expressão da vontade de um poder divino.
Nessa teocracia, há uma estreita relação entre o Estado e a divindade, podendo-se apontar a existência de duas formas diferentes;
a) em certos casos o governo é unipessoal e o governante é considerado um representante do poder divino, confundindo-se, às vezes, com a própria divindade. A vontade do governante é sempre semelhante à da divindade, dando-se ao Estado um caráter de objeto, submetido a um poder estranho e superior a ele.
b) em outros casos, o poder do governante é limitado pela vontade da divindade, cujo veículo é um órgão especial: - a classe sacerdotal. Há uma convivência de dois poderes, um humano e um divino, variando a influência deste, segundo circunstâncias de tempo e lugar.
Estado Grego - 
Estado forte, as pessoas participam na organização do mesmo.
Cidade Estado – Valor aos cientistas, filósofos, etc. Noções de Democracia.
Auto - suficiência – Um Estado forte não aceita influências dos outros povos. Experiência fechada.
Povo
A característica fundamental do Estado Grego é a cidade – Estado, ou seja, a polis, como a sociedade política de maior expressão.
O ideal visado era a auto–suficiência, a autarquia, dizendo Aristóteles que a “a sociedade constituída por diversos pequenos burgos forma uma cidade completa, com todos os meios de se abastecer por si, tendo atingido, por assim dizer, o fim a que se propôs. Essa auto-suficiência tem muita importância na preservação do caráter da cidade-Estado, fazendo com que, mesmo quando esses Estados efetuaram conquistas e dominaram outros povos, não se efetivasse expansão territorial e não se procurasse a integração de vencedores e vencidos numa ordem comum.
No Estado Grego o indivíduo tem uma posição peculiar. Há uma elite, que compõe a classe política, com intensa participação nas decisões do Estado, a respeito dos assuntos de caráter público. Entretanto, nas relações de caráter privado a autonomia da vontade individual é bastante restrita. Assim pois, mesmo quando o governo era tido como democrático, isto significava uma faixa restrita da população – os cidadãos – é que participava das decisões políticas, o que também influiu para a manutenção das características de cidade-Estado, pois a ampliação excessiva tornaria inviável a manutenção do controle por um pequeno número.
Estado Romano.
Império Mundial - Base familiar - Povo - Magistrados - Cristianismo.
Tem início com um pequeno agrupamento humano, experimentou várias formas de governo, expandiu seu domínio por uma grande extensão do mundo, atingindo povos de costumes e organizações absolutamente díspares, chegando à aspiração de constituir um império mundial. Apesar do longo tempo decorrido e do vulto das conquistas Roma sempre manteve as características básicas de cidade-Estado, desde sua fundação em 754ªC., até a morte de Justiniano, em 565 da era cristã.
O domínio de uma grande extensão territorial e sobretudo o cristianismo iriam determinar a superação da cidade-Estado, promovendo o advento de novas formas de sociedade política, englobadas no conceito de Estado Medieval.
Uma das peculiaridades mais importantes do Estado Romano é a base familiar da organização, havendo mesmo quem sustente que o primitivo Estado, a civitas, resultou da união de grupos familiares ( as gens ), razão pela qual sempre se concederam privilégios especiais aos membros das famílias patrícias, compostas pelos descendentes dos fundadores do Estado.
Assim como no Estado Grego, durante séculos, o povo romano participava diretamente do governo, mas a noção de povo era muito restrita, compreendendo apenas uma faixa estreita da população. Como governantes supremos havia os magistrados, sendo certo que durante muito tempo as principais magistraturas foram reservadas às famílias patrícias.
Em lenta e longa evolução, outras camadas sociais adquirem e ampliam direitos sem que desaparecesse a base familiar e a ascendência nobre tradicional.
Nos últimos tempos, já com o despontar das ideias de Império (uma das marcas do Estado Medieval), Roma pretendeu realizar a integração jurídica dos povos conquistados mas, mantendo um sólido núcleo de poder político, que assegurasse a unidade e a ascendência da cidade de Roma. Ainda que se tratasse de um plebeu romano, quando este já conquistara amplos direitos, teria situação superior à de qualquer membro dos povos conquistados, até o ano de 212 , quando o imperador Caracala concedeu a naturalização a todos os povos do império.
“o objetivo do edito de Caracala foi político, a unificação do Império; foi religioso, visa aumentar os adoradores dos deuses de Roma; foi fiscal, quer obrigar os peregrinos a pagar impostos nas sucessões; foi social, com vistas a simplificar e facilitar as decisões judiciais, nos casos sobre o Estado e a constituição das pessoas.”( Geraldo de Ulhoa Cintra).
Essa abertura foi o começo do fim, inicia-se uma fase de transição, dinamizada com o Edito de Milão, em 313, em que Constantino assegura a liberdade religiosa no Império, desaparecendo, por influência do cristianismo, a noção de superioridade dos romanos, que fora a base da unidade do Estado Romano.
Estado Medieval
Cristianismo – Bárbaros – Feudalismo –Instabilidade (Política,Econômica, Social).
Idade média, classificada por alguns como a noite negra da história da humanidade e glorificada por outros como um extraordinário período de criação, que preparou os instrumentos e abriu os caminhos para que o mundo atingisse a verdadeira noção do universal. No plano do Estado trata-se de período dos mais difíceis, tremendamente instável e heterogêneo, não sendo simples a busca das características de um Estado Medieval.
Ainda assim, é possível estabelecer a configuração e os princípios informativos das sociedades políticas que, integrando novos fatores, quebraram a rígida e bem definida organização romana, revelando novas possibilidades e novas aspirações, culminando no Estado Moderno.
O cristianismo, as invasões dos bárbaros e o feudalismo foram principais elementos que se fizeram presente na sociedade política medieval, conjugando-se para a caracterização do Estado Medieval.
É preciso ressaltar que mesmo quando as formações políticas revelam intenso fracionamento do poder e nebulosa noção de autoridade, está presente a aspiração à unidade. Quanto maior a fraqueza revelada mas se acentuava o desejo de unidade política que tivesse um poder eficaz como o de Roma e que, ao mesmo tempo, fosse livre da influência de fatores tradicionais, aceitando o indivíduo como um valor em si mesmo.
O cristianismo vai ser a base da aspiração à universalidade. Superando a ideia de que os homens valiam diferentemente, de acordo com a origem de cada um, faz-se uma afirmação de igualdade, Afirma-se a unidade da Igreja, num momento em que não se via uma unidade política.
Motivos religiosos e pragmáticos levaram à conclusão de que todos os cristãos deveriam ser integrados numa só sociedade política. E, como havia a aspiração de que toda a humanidade se tornasse cristã, era inevitável que se chegasse à ideia do Estado universal, que incluísse todos os homens guiados pelos mesmos princípios e adotando as mesmas normas de comportamento público e particular.
A própria igreja estimula a afirmação do império como unidade política pensando no Império da Cristandade e, com esse intuito é que o Papa Leão III confere a Carlos Magno, no ano de 800, o título de imperador. Entretanto, dois fatores de perturbação influem nesses planos; em primeiro lugar, a infinita multiplicidade de centros de poderes, como os reinos, os senhorios, as comunas, as organizações religiosas, as corporações de ofícios, todos ciosos de sua autoridade e de sua independência, jamais se submetendo à autoridade do Imperados; em segundo lugar , o próprio imperador recusando submeter-se à autoridade da Igreja, havendo imperadores que pretenderam influir em assuntos eclesiásticos, bem como inúmeros papas que pretenderam o comando, não só dos assuntos de ordem espiritual, mas a de todos os assuntos de ordem temporal.
A luta entre Papa e Imperador, que marcaria os últimos séculos da Idade Média, só vai terminar com o nascimento do Estado Moderno, quando se afirma a supremacia absoluta dos monarcas na ordem temporal.
No Estado medieval a ordem era sempre bastante precária, pela improvisação das chefias, pelo abandono ou pela transformação de padrões tradicionais, pela presença de uma burocracia voraz e quase sempre todo-poderosa pela constante situação de guerra ( invasão dos bárbaros ) e, inevitavelmente, pela própria indefinição de fronteiras políticas.
Para que se entenda a organização feudal é preciso ter em conta que as invasões e as guerras internas tornaram difícil o desenvolvimento do comércio. Em consequência valoriza-se a posse da terra, de onde todos, ricos ou pobres, poderosos ou não, deverão tirar os meios de subsistência. Assim, toda a vida social passa a depender da propriedade ou da posse da terra, desenvolvendo-se um sistema administrativo e uma organização militar estreitamente ligados à situação patrimonial.
Vai ocorrer através de três institutos jurídicos, a confusão entre o setor público e o privado;
Pela vassalagem os proprietários menos poderosos colocavam-se a serviço do senhor feudal. Obrigando-se a dar-lhe apoio nas guerras e a entregar-lhe uma contribuição pecuniária, recebendo em troca sua proteção. Outra forma de estabelecimento de servidão era o benefício, contratado entre o senhor feudal e o chefe de família que não possuísse patrimônio. Este último recebia uma faixa de terra para cultivar, dela extraindo o sustento de sua família, além de entregar ao senhor feudal uma parcela da produção. Estabelecido o benefício. O servo era tratado como parte inseparável da gleba e o senhor feudal adquiria, sobre ele e sua família, o direito de vida e morte, podendo assim estabelecer as regras de seu comportamento social e privado. Por último, é importante considerar a imunidade, instituto pelo qual se concedia a isenção de tributos às terras sujeitas ao benefício.
A vassalagem era uma relação jurídica de caráter pessoal, enquanto que o benefício tinha o sentido de estabelecimento de um direito real, mas ambos implicando o reconhecimento do poder político do senhor feudal e contribuindo para que o feudo tivesse sua ordem jurídica próprias, desvinculada do Estado.
Conjugados os três fatores que caracterizaram o Estado Medieval. mais como aspiração do que como realidade; um poder superior, exercido pelo imperador, com uma infinita pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida; uma incontável multiplicidade de ordens jurídicas, compreendendo a ordem imperial, a ordem eclesiástica, o direito das monarquias inferiores, um direito comunal que se desenvolveu extraordinariamente, as ordenações do feudos as regras estabelecidas no fim da idade média pelas corporações de ofícios. Esse quadro, como é fácil de compreender, era causa e consequência de uma permanente instabilidade política, econômica e social, gerando uma intensa necessidade de ordem e de autoridade, que seria o germe de criação do Estado Moderno.
Estado Absolutista
Rei - Poder soberano e ilimitado.
Quando a Igreja romana, já no ocaso da Idade Média, começou a sofrer os ataques do liberalismo religioso e da filosofia racionalista, reagiu de maneira vigorosa, enquanto o governo temporal, por sua vez, entrou em luta aberta contra o Papado. Um dos episódios que assinalam o termo inicial dessa luta foi a prisão do Papa Bonifácio VIII por Felipe, o Belo, Rei da França, no século XIV
O Papado deslocou-se de Roma para Avinhão, no Reno, em território francês, permanecendo nesse Cativeiro Babilônico durante sessenta e oito anos. A volta do Papado com Gregório XI a Roma, em 1377, não restaurou o prestígio da Santa Sé, dado o advento do Grande Cisma, com a existência de dois Papas, um em Roma e outro em Avinhão, durante mais trinta anos aproximadamente.
Liberadas do poder de Roma e fortalecidas pela dissolução do feudalismo, as monarquias medievais caminharam para a centralização absoluta do poder, chegando a suplantar a própria autoridade eclesiástica.
Um dos primeiros expoentes do absolutismo monárquico que se inicia no século XV foi Luiz XI, Rei da França, o qual anexou à coroa os feudos, subjugou a nobreza guerreira e pôs em prática uma violenta política unificadora que seria sustentada por Richelieu e Mazarin, até atingir o seu apogeu com Luiz XIV.
O absolutismo monárquico que compõe o período de transição para os tempos modernos teve suas fulgurações produzidas pelo verniz teórico dos humanistas da Renascença, os quais afastando os fundamentos teológicos do Estado, passaram a encarar a ciência política por um novo prisma, exageradamente realista.
Ao mesmo tempo em que a Renascença restaurou e aperfeiçoou a majestade das artes antigas restabeleceu, no seu panorama político, os costumes pagãos e a prepotência das cidades gregas e romanas.
É desta época a doutrina de Maquiavel ( O Príncipe )
Estado Moderno
Distinção de poder - Liberdade.
As deficiências da sociedade política medieval determinaram as características fundamentais do Estado Moderno. A aspiração à antiga unidade do Estado Romano, jamaisconseguida pelo Estado Medieval, iria crescer de intensidade em consequência da nova distribuição da terra.
Com efeito, o sistema feudal, compreendendo uma estrutura econômica e social de pequenos produtores individuais, constituída de unidades familiares voltadas para a produção de subsistência, ampliou o número de proprietários, tanto dos latifundiários quanto dos que adquiriram o domínio de áreas menores.
Os senhores feudais, por seu lado, já não toleravam as exigências de monarcas aventureiros e de circunstância, que impunham uma tributação indiscriminada e mantinham um estado de guerra constante, que só causavam prejuízo à vida econômica e social.
Desperta a consciência para a busca da unidade que se concretiza com a afirmação de um poder soberano, no sentido de supremo, reconhecido como o mais alto de todos dentro de uma precisa delimitação territorial.
O Estado Moderno, cujas marcas fundamentais, desenvolvidas espontaneamente, foram-se tornando mais nítidas com o passar do tempo e à medida que, claramente apontadas pelos teóricos, tiveram sua definição e preservação convertidas em objetivos do próprio Estado.
Existe uma grande diversidade de opiniões quanto ao número dos elementos essenciais para a existência do Estado.
Em face dessa variedade de posições, sem descer aos pormenores de cada teoria, poderíamos indicar a existência de quatro elementos essenciais - a soberania, o território, o povo e a finalidade -, cuja síntese nos conduzirá a um conceito de Estado que nos parece realista, porque considera todas as peculiaridades verificáveis no plano da realidade social.
Estado liberal
Pouca intervenção estatal - Pouco poder – Individualismo – Separação do poder – Soberania popular – Supremacia constitucional – Direitos e garantias individuais.
O Estado liberal, marcando o advento dos tempos modernos, correspondia nos seus lineamentos básicos com as ideias então dominantes. Era a realização plena do conceito de direito natural, do humanismo, do igualitarismo político que os escritores do século XVIII deduziram da natureza racional do homem, segundo a fórmula conclusiva de que “os homens nascem livres e iguais em direitos; a única forma de poder que se reveste de legitimidade é a que for estabelecida e reconhecida pela vontade dos cidadãos”.
Quer sob a forma de monarquia constitucional, quer sob a forma republicana, a organização traduzia os ideais que empolgaram o mundo ao tempo das revoluções populares inglesa, norte-americana e francesa:
- soberania nacional, exercida através do sistema representativo de governo;
- regime constitucional, limitando o poder de mando e assegurando a supremacia da lei;
- divisão do poder em três órgãos distintos ( Legislativo, Executivo e Judiciário ) com limitações recíprocas garantidoras das liberdades públicas;
- separação nítida entre o direito público e o direito privado;
- neutralidade do Estado em matéria de fé religiosa; Estado laico.
- liberdade, no sentido de não ser o homem obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
- igualdade jurídica, sem distinção de classe, raça, cor, sexo, ou crença;
- igual oportunidade de enriquecimento e de acesso aos cargos públicos, às conquistas da ciência e à cultura universitária;
- não-intervenção do poder público na economia particular, etc.
Era esse o arcabouço teórico do Estado Liberal. Entretanto, não correspondia essa teoria com a realidade. Assim como a República de Platão, que fora arquitetada no mundo das ideias, o Estado Liberal seria realizável, como se disse algures, numa coletividade de deuses, nunca numa coletividade de homens.
Empolgados pelas novas ideias racionalistas, fortemente sedutoras mas impregnadas de misticismo, os construtores do Estado Liberal perderam de vista a realidade. Desconheceram uma das mais importantes revoluções que a história política do mundo registra – a revolução industrial -, que se iniciara na Inglaterra em 1770 e que modificaria fatalmente a realidade social em todos os países, criando problemas até então desconhecidos mas perfeitamente previsíveis. Processada à ilharga da revolução popular francesa, continuaria pelos tempos modernos a hostilizar cada vez mais o Estado Liberal, minando os alicerces da sua estrutura.
Em verdade, o liberalismo que se apresentara perfeito na teoria bem cedo se revelou irrealizável por inadequado à solução dos problemas reais da sociedade. Converteu-se no reino da ficção, com cidadãos teoricamente livres e materialmente escravizados.
Estado Constitucional
Poder civil – Princípio da legalidade – Poder estatal único.
O Estado constitucional, no sentido de Estado enquadrado num sistema normativo fundamental, é uma criação moderna, tendo surgido paralelamente ao Estado Democrático e, em parte, sob influência dos mesmos princípios. Os constitucionalistas, que estudam em profundidade o problema da origem das constituições, apontam manifestações esparsas, semelhantes, sob certos aspectos, às que se verificam no Estado Constitucional moderno, em alguns povos da antiguidade.
O constitucionalismo, assim como a moderna democracia, tem suas raízes no desmoronamento do sistema político medieval, passando por uma fase de evolução que iria culminar no século XVIII, quando surgem os documentos legislativos a que se deu o nome de Constituição.
Sob influência do jusnaturalismo, afirma-se a superioridade do indivíduo, dotado de direitos naturais inalienáveis que deveriam receber a proteção do Estado; desenvolve-se a luta contra o absolutismo dos monarcas, ganhando grande força os movimentos que preconizavam a limitação dos poderes dos governantes; ocorre a influência considerável do Iluminismo, que levaria ao extremo a crença na razão, refletindo-se nas relações políticas através de uma racionalização do poder. São estes portanto, os grandes objetivos que, conjugados, iriam resultar no constitucionalismo: a afirmação da supremacia do indivíduo, a necessidade de limitação do poder dos governantes e a crença quase religiosa nas virtudes da razão, apoiando a busca da racionalização do poder.
O constitucionalismo teve, quase sempre, um caráter revolucionário.
Da própria noção de Constituição, resultante da conjugação dos sentidos material e formal, resulta que o titular do poder constituinte é sempre o povo. É nele que se encontram os valores fundamentais que informam os comportamentos sociais, sendo ilegítima a Constituição de um indivíduo ou de um grupo e não do povo a que a Constituição se vincula. A Constituição autêntica será sempre uma conjugação de valores individuais e valores sociais, que o próprio povo selecionou através da experiência.
Ainda hoje, não desapareceu a necessidade de impor limitações ao poder para proteção dos valores fundamentais do indivíduo que continua a ser a base da vida social, devendo-se proceder a conjugação dos valores individuais e sociais e promovê-los adequadamente.
Para a proteção e promoção dos valores fundamentais de convivência é indispensável o Estado Democrático, que impõe a observância de padrões jurídicos básicos, nascidos da própria realidade.
Não está, portanto, superada a necessidade de se preservar a supremacia da Constituição, como padrão jurídico fundamental e que não pode ser contrariado por qualquer norma integrante do mesmo sistema jurídico. As normas constitucionais, em qualquer sistema regular, são as que têm o máximo de eficácia, não sendo admissível a existência, no mesmo Estado, de normas que com elas concorram em eficácia ou que lhes sejam superiores. Atuando como padrão jurídico fundamental, que se impõe ao Estado, aos governantes e aos governados, as normas constitucionais condicionam todo o sistema jurídico, daí resultando a exigência absoluta de que lhes sejam conformes todos os atos que pretendam produzir efeitos jurídicos dentro do sistema.
Reunindo-se ambos os conceitos, formal e substancial, temos que a Democracia consiste em um sistema político no qual:
1) todo poderemana do povo, sendo exercido em seu nome e no seu interesse;
2) as funções de mando são temporárias e eletivas;
3) a ordem pública baseia-se em uma constituição escrita, respeitado o princípio da tripartição do poder de Estado;
4) é admitido o sistema de pluralidade de partidos políticos, com a garantia de livre crítica;
5) os direitos fundamentais do homem são reconhecidos e declarados em ato constitucional, proporcionando o Estado os meios e as garantias tendentes a torná-los efetivos;
6) o princípio da igualdade se realiza no plano jurídico, tendo em mira conciliar as desigualdades humanas, especialmente as de ordem econômica;
7) é assegurada a supremacia da lei como expressão da soberania popular;
8) os atos dos governantes são submetidos permanentemente aos princípios da responsabilidade e do consenso geral como condição de validade.
Instituições ; Todas as instituições de algum modo têm, transmitem, conceitos de moral e Ética.
Em sua principal significação, instituição quer exprimir a criação ou a constituição de alguma coisa, que se personaliza, segundo plano ou bases preestabelecidas, isto é, sob imposição de regras, que passam a regê-las, enquanto existente. Em decorrência, então, é tomado no conceito de conjunto de regras, que se mostram as bases ou os fundamentos da organização ou da entidade formada. E indica a própria organização. Neste sentido, as instituições se dizem públicas ou privadas, segundo a origem da vontade que as formou e o objeto para que se instituíram. Em decorrência, é a expressão empregada para designar a própria corporação ou a organização instituída, não importa o fim que se destine, isto é, seja econômico, religioso, educativo, cultural, etc. Consideram-se pessoas jurídicas.
Indica mesmo, usado no plural, o conjunto de órgãos representativos da soberania nacional e que formam o próprio governo
Todas as instituições têm poder; escolas, igreja, empresas, etc. - poder não dominante.
O Estado tem o poder dominante, o poder público que o diferencia das outras instituições.
O Estado é a sociedade politicamente organizada.
A ideia de organização Estatal é evitar o abuso, dosar o poder
Soberania. (Qualidade do poder)
Não há Estado perfeito sem soberania.
Soberania é uma autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder.
A Soberania é;
- Una - não pode existir mais de uma autoridade soberana em um mesmo território.
- Indivisível - o poder soberano delega atribuições, reparte competências, mas não divide a soberania.
- Inalienável - é a soberania, por sua própria natureza. A vontade é personalíssima, não se aliena, não se transfere a outrem. O corpo social é uma entidade coletiva dotada de vontade própria, constituída pela soma das vontades individuais.
- Imprescritível - é a soberania no sentido de que não pode sofrer limitação no tempo. Uma nação, ao se organizar em estado soberano, o faz em caráter definitivo e eterno.
Qualidade do poder - é o poder de imperium, com amplitude internacional. Poder absoluto e perpétuo.
A soberania é soberana, suprema mas não é absoluta
Fontes da soberania (Carismática ou Democrática)
- Teoria da soberania absoluta do rei. - A soberania do rei é originária, ilimitada, absoluta, perpétua e irresponsável em face de qualquer outro poder temporal ou espiritual. Os monarcas eram acreditados como representantes de Deus na ordem temporal, e na sua pessoa se concentravam todos os poderes. O poder de soberania era o poder pessoal do rei e não admitia limitações.
- Teoria da soberania popular (teoria do direito divino providencial) - ligada a soberania carismática, vem do povo mas somente no sentido de que o povo é imagem e semelhança de Deus, não é democrática.
O poder público vem de Deus, sua causa eficiente, que infunde a inclusão social do homem e a consequente necessidade de governo na ordem temporal. O rei não recebe o poder por manifestação sobrenatural da vontade de Deus, mas por uma determinação providencial da onipotência divina. O poder civil corresponde com a vontade de Deus, mas promana da vontade popular.
- Teoria da soberania nacional.
Ganha corpo com as ideias político-filosóficas do Liberalismo e inspiraram a Revolução Francesa. Ao símbolo da coroa opõe-se o da nação. "A coroa não pertence ao rei; o rei é que pertence à coroa. Esta é um princípio, é uma tradição, de que o rei é depositário, não proprietário".
A nação é a fonte única do poder de soberania. O órgão governamental só o exerce legitimamente mediante o consentimento nacional.
Vem da noção de povo. Onde nasce o conceito de soberania indivisível.
É teoria nacionalista; a soberania é originária da nação, no sentido estrito de população nacional, não do povo em sentido amplo. Exercem os direitos de soberania apenas os nacionais ou nacionalizados, no gozo dos direitos de cidadania, na forma da lei. A soberania seria Una, Indivisível, Inalienável, Imprescritível.
- Teoria da soberania do Estado.
A soberania é a capacidade de autodeterminação do Estado por direito próprio e exclusivo. O Estado é quem sabe o que é bom.
A soberania é apenas uma qualidade do poder do Estado, uma qualidade do Estado perfeito.
O Estado é anterior ao Direito e sua fonte única. O direito é feito pelo Estado e para o Estado; não o Estado para o direito.
A soberania é um poder jurídico, um poder de direito, tendo sua fonte justificativa na vontade do próprio Estado.
- Teoria Negativista da soberania.
A soberania é uma ideia abstrata. Não existe concretamente. Existe apenas a crença na soberania.
Estado, nação, direito e governo são uma só e única realidade. Não há direito natural nem qualquer outra fonte de normatividade jurídica que não seja o próprio Estado. Conceituando-se o Estado como "organização da força a serviço do direito".
A soberania resume-se em mera noção de serviço público.
Consideravam a soberania "um princípio ao mesmo tempo indemonstrado, indemonstrável e inútil".
A negação da soberania, acentuou Esmein, só pode levar a um resultado; afirmar o reino da força.
Entre os povos democráticos predomina o conceito de que; soberania, em última análise," é a lei, e esta encontra sua legitimidade no direito natural, que preside e limita o direito estatal" e, segundo os constituintes argentinos; "os homens se dignificam prostando-se perante a lei, porque assim se livram de ajoelhar-se perante tiranos.
- Teoria Realista ou Institucionalista.
A soberania é originária da nação, mas só adquire expressão concreta e objetiva quando se institucionaliza no órgão estatal, recebendo através deste o seu ordenamento jurídico-formal dinâmico.
A soberania é originariamente da Nação (quanto à fonte do poder), mas, juridicamente, do estado (quanto ao seu exercício).
A soberania é a vontade do Estado que é a Nação politicamente organizada. Este entendimento não exclui a possibilidade de retornar a Nação o seu poder originário, sempre que o órgão estatal se desviar dos seus fins legítimos, conflitando abertamente com os fatores reais do poder.
O Estado é sempre a racionalização do poder supremo na ordem temporal, armado de força coativa irredutível, autoridade, unidade e rapidez de ação, para fazer face, de imediato, aos impactos e arremetidas das forças dissolventes que tentem subverter a paz e a segurança da vida social.
A fonte é o povo que cria uma máquina administrativa (o governo) para fazer cumprir as normas. O Estado cria a teoria para materializar a ideia.
- Escolas Alemã e Austríaca - Natureza estritamente jurídica. É um direito do Estado e é de caráter absoluto. Sem limitação de qualquer espécie, nem mesmo do direito natural cuja existência é negada.(Jellinek e Kelsen, livro Maluf página 34).
A guerra é o desrespeito à soberania dos outros.
Nós, Estado Constitucional - princípio da legalidade.
Limites da Soberania.
A soberania é limitada pelos princípios de direito natural, pelo direito grupal e pelos imperativos da coexistênciapacífica dos povos na órbita internacional.
- princípios de direito natural - o Estado é apenas instrumento de coordenação do direito, e porque o direito positivo, que do estado emana, só encontra legitimidade quando conforme com as leis eternas e imutáveis da natureza.
"uma lei humana não é verdadeiramente lei senão enquanto deriva da lei natural; se, em certo ponto, se afasta da lei natural, não é mais lei e sim uma violação da lei - s. Tomás de Aquino".
- pelo direito grupal, isto é, pelos direitos dos grupos particulares que compõem o Estado (grupos biológicos, pedagógicos, econômicos, políticos, espirituais, etc.), bem como pelos imperativos da coexistência pacífica dos povos na órbita internacional.
Sendo o fim do estado a segurança do bem comum, compete-lhe coordenar a atividade e respeitar a natureza de cada um dos grupos menores que integram a sociedade civil.
O Estado existe para servir ao povo e não o povo para servir o Estado.
O governo há de ser um governo de leis, não a expressão da soberania nacional simplesmente. As leis definem e limitam o poder. "a autoridade do direito é maior do que a autoridade do Estado".
- No plano internacional - É limitada pelos imperativos da coexistência de Estados soberanos, não podendo invadir a esfera de ação das outras soberanias. Limitam a soberania o princípio da coexistência pacífica das soberanias. Todos os Estados têm seu espaço para fazer seu ordenamento jurídico válido e eficaz dentro de seu território.
Estado Perfeito -
É aquele que reúne os quatro elementos constitutivos do Estado em toda sua integridade.
O elemento governo entende-se como poder soberano irrestrito.
É característica do Estado Perfeito, sobretudo, a plena personalidade jurídica de direito público internacional.
É a Doutrina Clássica.
Estado Imperfeito
É aquele que, embora possuindo os quatro elementos constitutivos, sofre restrição em qualquer deles.
São tipos de Estados imperfeitos:
- os vassalos - existiram em toda Idade Média, principalmente sob o império turco. (no império romano, os estados invadidos ficavam sobre as ordens de Roma).
- os protegidos (protetorados) - criados pela diplomacia de pós-guerra.
O Pacto da Sociedade das Nações de 1919, criou diversos protetorados, notadamente a Síria e a Palestina. A França foi o país que mais se valeu desse processo para manter seu vasto império colonial, abrangendo Taiti, Madagascar, Tunísia, Marrocos, etc.
Estado imperfeito é também aquele que perde seu território, mas subsiste pelo reconhecimento do direito internacional.
Exemplo de Estado imperfeito - os judeus que, perdendo seu território não podiam exercer sua soberania.
A tendência, hoje, é não existir mais Estado imperfeito.
No plano do direito público internacional os Estados se dividem em simples e compostos. Lembrar que o direito público interno dá outra divisão (unitários e federais) porque vê o Estado por dentro, na sua estrutura interna. Enquanto o direito público internacional vê o sujeito como unidade ou pluralidade, isto é, como Estado único ou como união de Estados.
Estado simples
É aquele que corresponde a um grupo populacional homogêneo, com o seu território tradicional e seu poder público constituído por uma única expressão, que é o governo nacional. Compara um Estado com outro.
O Brasil é um Estado simples pois, depois da independência administra sozinho, é independente, sem ordem externa. É um Estado que tem seus elementos perfeitos.
Antes o Brasil, como colônia, era composto, pois Portugal interferia, não existiam os elementos fundamentais de um estado.
Hoje, o Brasil não é mais um estado simples por causa do Mercosul (por opção).
Exemplos - França, Portugal, Itália, etc.
Estado composto
É uma união de dois ou mais Estados, apresentando duas esferas distintas de poder governamental, e obedecendo a um regime jurídico especial, variável em cada caso, sempre com a predominância do governo da união como sujeito de direito público internacional.
É uma pluralidade de Estados, perante o direito público interno, mas no exterior se projeta como uma unidade.
São tipos característicos de Estado composto:
a) União Pessoal
Forma própria da monarquia, que ocorre quando dois ou mais estados são submetidos ao governo de um só monarca. De modo geral resulta esse fato em direito de sucessão hereditária.
Na união pessoal os Estados conservam a sua autonomia interna e internacional. Ligam-se apenas pela pessoa física do imperante.
Para Pedro Calmon, "a união pessoal é um acidente de ordem dinástica: segue a sorte das famílias reais. Cessada a razão política ou jurídica que determinou a união, cessa o fato.
b) União Real
É também uma forma tipicamente monárquica. Consiste na união íntima e definitiva de dois ou mais estados, conservando cada um a sua autonomia administrativa, a sua existência própria, mas formando uma só pessoa jurídica de direito público internacional.
Foram exemplos de união real; Escócia, Irlanda, e Inglaterra; Suécia e Noruega, Áustria e Hungria.
c) União Incorporada
É uma união de dois ou mais Estados distintos para a formação de uma nova unidade. Neste caso, os Estados se extinguem; são completamente absorvidos pela nova entidade resultante da incorporação. A Grã-Bretanha é exemplo clássico. Os reinos, outrora independentes, Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte, formaram união pessoal, depois união real e, finalmente, fundiram-se formando um só Estado com a denominação de Grã-Bretanha.
d) Confederação
É uma reunião permanente e contratual de Estados independentes que se ligam para fins de defesa externa e paz interna.
Nesta união, os Estados não sofrem qualquer restrição à sua soberania interna, nem perdem a personalidade jurídica de direito público internacional. A par dos Estados soberanos, unidos pelos laços da união contratual, surge a confederação, como entidade supra-estatal, com as suas instituições e as sua autoridades constituídas. É uma nova unidade, representativa de uma pluralidade de Estados.
A união confederada tem duplo objetivo; assegurar a defesa externa de todos e a paz interna de cada um dos Estados confederados, delegando a maior competência ao super governo da união confederada.
Segundo Jellinek," a confederação é uma forma instável da união política; a união só pode existir enquanto aos Estados componentes convir; os estados guardam como corolário natural de sua soberania política a possibilidade de, a todo tempo, se desligarem da união, segundo a fórmula: os Estados não foram feitos para o acordo, mas o acordo para os Estados".
A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é o exemplo mais recente da união de Estados sob a forma confederativa.
Outras formas.
Enquanto existiu, a URSS, apresentava-se como Estado Federal, sendo, entretanto, uma forma especial de confederação. Para Queiroz Lima, trata-se de "uma cooperação efetiva de nações, com o fim de estabelecer a paz, de forma duradoura, dentro da ordem comunista.
As unidades que integravam a união russa eram classificadas como Repúblicas e gozavam de soberania nos limites da constituição (Lei fundamental). O art.4° da Lei fundamental, embora contivesse expressa referência ao sistema federativo, consignava o princípio característico da confederação: cada uma das Repúblicas Federadas conserva o direito de abandonar livremente a união.
Porém, a teoria não correspondia a realidade: as unidades que procuraram desligar-se, foram submetidas pelas armas russas.
A Espanha republicana adotou também um sistema federativo especialíssimo: a autonomia provincial é semelhante à autonomia municipal nos EUA, onde as comunas gozam de pleno direito de auto-organização administrativa, com acentuado teor de autonomia política.
Império Britânico
"forma de Estado sui generis que desafia qualquer classificação"- Lord Balfour.
Gigantesca construção política que se estende pelas cinco partes do mundo, abrange quase um quarto da superfíciehabitável da terra, reúne perto de meio bilhão de almas e compreende mais de cinquenta governos.
O Império Britânico não é confederação, nem federação, nem união pessoal ou real, mas sim, interessante combinação de Colônias da Coroa, Domínios e outras unidades que formam a Britsh commonwealth - " um grupo de nações livres", segundo Ware.
As unidades que integram esse vasto Império dividem-se em quatro classes distintas;
a) Colônias da Coroa - integralmente submetidas ao governo inglês e diretamente administradas pelas autoridades da metrópole.
b)Colônias com Instituições Representativas - possuem instituições legislativas próprias mas sem governo responsável; a função executiva subordina-se ao governo central, não à assembleia local.
Esse duplo sistema não funcionou e essas colônias ou regridem à condição de colônia da coroa ou evoluem para a forma de colônia autônoma.
c) Colônias autônomas - desenvolvidas social, política e economicamente, adquirem autonomia, organizando-se nos moldes do regime parlamentar inglês, com executivo colegiado e responsável perante a própria assembleia dos representantes nacionais.
d) Federações Coloniais- evolução do regime de autonomia, que desfrutam de amplas prerrogativas, até mesmo no campo do direito público internacional. Possuem certos atributos de soberania pois mantêm representantes diplomáticos nos países estrangeiros e firmam tratados.
Vários países da Common wealth faziam parte da ONU como membros originários.
Três princípios foram fixados em 1926, como garantia das boas relações entre os domínios e a Metrópole; a) o reconhecimento de um só rei.; b) a igualdade de estatutos; c) a livre associação.
Todos os membros do agregado britânico prestam obediência à Coroa, que é símbolo vivente da união.
O espírito prático dos ingleses, sua elevada cultural democrática, profundo senso de compreensão e tolerância, a sagacidade e a prudência dos seus estadistas são fatores que explicam a permanência dessa vasta estrutura política no correr dos tempos.
Estado Unitário
É aquele que apresenta uma organização política singular, com um governo único de plena jurisdição nacional, sem divisões internas que não sejam de ordem administrativa. O Estado unitário é o tipo normal, o Estado padrão.
França, Portugal, Bélgica, Holanda, Uruguai, Panamá, Peru são Estados unitários.
Embora descentralizados em municípios, distritos, ou departamentos, tais divisões são de direito administrativo. Não têm esses organismos menores uma autonomia política.
Somente de um lugar saem as leis válidas para todo o espaço geográfico.
PL unicameral - poder legislativo, uma casa só.
Estado Federal.
É aquele que se divide em províncias politicamente autônomas, possuindo duas fontes paralelas de direito público, uma nacional e outra provincial. Brasil, EUA, México, Argentina, e Venezuela são estados federais.
O que o caracteriza é o fato de, sobre o mesmo território e sobre as mesmas pessoas, se exercer, harmônica e simultaneamente, a ação pública de dois governos distintos: o federal e o estadual.
O Estado federal é uma organização formada sob a base de uma repartição de competências entre o governo nacional e os governos estaduais, de sorte que a União tenha supremacia sobre os Estados membros e estes sejam entidades dotadas de autonomia constitucional perante a mesma união.
O Estado federal é um Estado de Estados.
Resumo de Estado federal;
a) As unidades federadas não são atados na exata acepção do termo; são Províncias, como no Brasil-Império, na Argentina e em outras federações.
Segundo a doutrina Norte Americana, denomina-se Estados-membros.
b) O Poder de auto-determinação dos Estados-membros denomina-se autonomia, não soberania. Os Estados membros só têm personalidade jurídica de direito público interno, não internacional. Não possuem representações diplomáticas nem firmam tratados.
c) Perante o direito público internacional. A federação é Estado simples, isto é, uma unidade. Só a União é sujeito de direito internacional.
d) No sistema congressual bicameral, próprio da forma federativa, a câmara dos deputados representa a população nacional, e o Senado é composto de delegados dos Estados membros, embora sejam estes eleitos pelo voto popular, em cada unidade.
O governo federal não dispõe de poder de domínio sobre os territórios estaduais; dispõe de poder de jurisdição, nos limites de sua competência.
Além das unidades federadas, são partes integrantes da federação os territórios, sem autonomia política, colocados sob a administração direta do governo central.
O Distrito Federal é a sede do governo da União. É também uma das unidades integrantes da federação e goza de relativa autonomia, devendo necessariamente possuir assembleia Legislativa própria. Entretanto, isso não ocorre na federação brasileira atual.
No Continente americano contam-se cinco Repúblicas federativas: EUA, México, Brasil, Argentina e Venezuela.
A federação brasileira de fundo eminentemente orgânico, com crescente ampliação de poder central, é analisado na obra "Direito Constitucional".

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