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SSOC / GHOSP / PGER / PED / CCO / ADS / GESAM / ADM / EST / RH / LOGIST / SEG. TRAB
WEB AULA 1
Unidade 1 – Apresentação formal de um trabalho científico
Levantamento bibliográfico1
Queridos alunos, nas nossas teleaulas, vamos discutir toda a parte da disciplina referente a tipos de conhecimento, métodos e pesquisa. Vamos também discutir os métodos e as técnicas de pesquisa. Na web aula 1 comentarei sobre o levantamento bibliográfico, a elaboração do resumo e da resenha. São ferramentas de trabalho que auxiliam o pesquisador na elaboração e desenvolvimento do projeto de pesquisa.
Vamos começar?
	Você sabe por que o levantamento bibliográfico é uma fase obrigatória em todas as pesquisas?
Como você vai verificar no desenvolvimento desta web aula, o levantamento bibliográfico é a atividade de busca dos trabalhos, sobre diversos formatos (livros, periódicos, CDs, arquivos digitais etc.), sobre determinado assunto, possibilitando ao pesquisador conhecimento sobre o estado da arte do tema a ser pesquisado.
Bem, já que você sabe qual é a finalidade do levantamento bibliográfico, podemos avançar e discutir como ele deve ser realizado.
O levantamento bibliográfico, ou o levantamento das fontes de informação sobre o assunto, consiste em um procedimento técnico que compreende duas fases: fase preparatória e fase de execução.
A fase preparatória é dividida nas seguintes etapas:
Estudo do assunto - consiste principalmente na conceituação do assunto, definindo-se nesse momento os termos que o identificam. Para este estudo, deve-se recorrer aos dicionários, enciclopédias especializadas, compêndios e outras fontes de informação que se fizerem necessárias, bem como a pesquisadores da área.
Delimitações - podem ser de assunto, do período de tempo a ser levantado, da área geográfica, de idiomas e outras delimitações necessárias, para evitar o acesso a publicações que fujam ao âmbito da pesquisa. Dependendo do tipo de pesquisa que se pretende desenvolver, o período da busca pode ser limitado aos últimos cinco anos ou, no máximo, aos últimos dez anos. Isto porque informações mais antigas constam de compêndios e tratados, de assuntos já consagrados.
Estabelecimento das palavras-chave - as palavras-chave são termos pelos quais o assunto pode ser procurado, devendo o pesquisador ter cuidado especial com a terminologia e a sinonímia envolvidas no trabalho, para encontrar facilmente as informações, tanto em vernáculo como em idiomas estrangeiros.
Tradução dos termos - para a linguagem documentária e/ou para outros idiomas, de acordo com as fontes de busca utilizadas. É necessário estabelecer a correspondência exata das palavras para a linguagem documentária bem como para outros idiomas, utilizando-se de lista de termos controlados (cabeçalho de assunto); dicionários bilíngues, tratados, compêndios etc.
Estudo das fontes - manuais e/ou automatizadas. As fontes arrolam referências bibliográficas do que já foi produzido e publicado sobre determinado assunto. O levantamento das fontes de informação deve ser precedido de um estudo destas fontes, sejam elas manuais ou automatizadas.
Elas estão disponíveis nos formatos impressos, em CD-ROM, ou ainda em bancos e bases de dados de acesso via Internet. A disponibilização das bases de dados on-line revolucionou e popularizou o acesso à informação contida nos repertórios bibliográficos. As bases de dados estão sempre atualizadas com as últimas publicações, possibilitando que o pesquisador tenha acesso aos artigos científicos, mesmo antes das revistas impressas estarem publicadas. A busca pode ser feita utilizando-se diferentes estratégias: por palavras-chave, frases, autores, instituições, títulos.
	Você conhece a bases de dados e periódicos científicos disponíveis para os pesquisadores da área da Educação?
Estou indicando alguns endereços eletrônicos para você navegar e conhecer as bases de dados da área de educação.
Bases de dados
Base de Dados Eric - ERIC Clearinghouse on Elementary and Early Childhood Education (ERIC/EECE) constitui-se em uma base de dados na área de desenvolvimento infantil, educação e cuidados de crianças, do nascimento à adolescência. Disponibiliza
http://www.eric.ed.gov/
Periódicos científicos
Portal de acesso livre da CAPES http://www.periodicos.capes.gov.br/
O portal de acesso livre da CAPES disponibiliza periódicos com textos completos, bases de dados referenciais com resumos, patentes, teses e dissertações, estatísticas e outras publicações, de acesso gratuito na Internet, selecionados pelo nível acadêmico, mantidos por importantes instituições científicas e profissionais e por organismos governamentais e internacionais.
SCIELO http://www.scielo.br/scielo.php?lng=pt
- A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros.
Open Access Journals in the Field of Education http://www.ergobservatory.info/ejdirectory.html
Além das obras que acabamos de citar, existem ainda os portais e vortais públicos e comerciais que disponibilizam texto completo de artigos de periódicos, tais como o Portal Capes e outros diretórios de arquivos abertos, como, por exemplo, o Directory of Open Archives Journal - DOAJ.
	“Como trabalhar literatura em sala de aula?”
Acesse os sites acima indicados para fazer uma busca sobre o tema Educação Inclusiva no Brasil.
Estratégia de busca - deve ser construída quando o levantamento das publicações é feito, utilizando-se de fontes de informação automatizadas, pois, no entender de Hawkim citado por Kremer (1985, p. 196), a estratégia de busca é "[...] o meio pelo qual o pesquisador se comunica com o sistema, e é muitas vezes a chave para uma busca bem sucedida". Envolve basicamente os seguintes passos:
Definição clara da necessidade de informação do usuário (Qual é a questão?);
Estabelecimento dos parâmetros de busca, considerando as necessidades de informação;
Tradução da questão de busca para a linguagem do sistema;
Execução da busca;
Obtenção da resposta.
Nos sistemas manuais, à medida que se manuseia a fonte para uma análise sobre sua apresentação e arranjo, o pesquisador praticamente constrói sua estratégia de busca, e corrigi-la no decorrer do levantamento, visando adequá-la às suas reais necessidades, é bastante simples. Nos sistemas on-line ela deve ser mais bem estudada e elaborada à luz de cada sistema a ser consultado, pois uma mesma base de dados pode variar quanto ao suporte, seja em CD-ROM, seja na Internet, por exemplo.
Ao finalizar essa fase preparatória, o pesquisador pode ter completo conhecimento das publicações que abordam o tema escolhido
Então é nesse momento que o pesquisador começa de fato a reunir os documentos de seu interesse. Inicia-se assim a fase de execução, a qual compreende três etapas básicas, a saber:
Identificação - considera-se como fase de identificação aquela em que o pesquisador encontra nas fontes manuais e automatizadas referências de documentos, acompanhadas ou não de resumos ou de textos completos. Cada referência deve ser individual e cuidadosamente registrada em fichas contendo todos os seus elementos identificadores, com a indicação da fonte onde foi capturada.
Localização - Após a identificação dos documentos nas respectivas fontes, o pesquisador procederá à sua localização. Para facilitar a localização de livros, as fichas devem ser ordenadas pelo sobrenome do autor e, para localização de artigos de periódicos, a ordenação das fichas deve ser por ordem alfabética de título de periódicos. A localização física dos documentos poderá ser feita através de dois instrumentos tradicionais básicos:
Catálogos da biblioteca da própria instituição ou de outras bibliotecas locais;
Catálogos coletivos, os quais reúnem informações das coleções de outras bibliotecas, independente da localização geográfica dessas instituições. Exemplos:
CCN (Catálogo Coletivo Nacional) - engloba as publicações seriadas das bibliotecas brasileiras. Este catálogo está disponívelem microficha e na Internet.
DEDALUS - Banco de dados bibliográfico das coleções das bibliotecas da USP - disponível  na INTERNET.
Nos casos de busca on-line, a etapa de localização é simultânea à de obtenção, uma vez que nas bases de dados e portais que disponibilizam texto completo de artigos de periódicos, o download, quando permitido, é imediato, dependendo apenas do interesse do pesquisador.
Obtenção - na última etapa de execução do levantamento bibliográfico, após proceder à localização das publicações, o pesquisador irá obtê-las na própria instituição ou através de outros meios, tais como: o COMUT (Programa de Comutação Bibliográfica), BLDSC (British Library Document Supply Center), empréstimo entre bibliotecas ou solicitação do documento diretamente ao autor.
Em se tratando de busca on-line em portais de acesso aos textos completos dos artigos, a obtenção se dá por meio de download, uma vez que nesses portais, em sua maioria, os documentos disponibilizados são de acesso livre.
De posse do material identificado e selecionado no levantamento bibliográfico, o pesquisador vai proceder a leitura dos documentos recuperados
Leitura e Documentação
Alguns autores consideram a etapa da leitura e documentação como parte da pesquisa bibliográfica, mas, na verdade, ela deve fazer parte de toda pesquisa científica, quaisquer que sejam as abordagens metodológicas adotadas, se considerarmos a necessidade da revisão de literatura que se constitui em um capítulo à parte, de pesquisa bibliográfica.
Essa documentação servirá de suporte, ainda, à análise de dados de uma pesquisa, no referencial teórico ou no estado da arte da literatura da área, como já enfatizado.
Na pesquisa bibliográfica, propriamente dita, a leitura e documentação deverão ocorrer após a obtenção do documento, na ocasião em que o pesquisador deverá proceder à leitura, seleção e documentação do seu conteúdo, com vistas à retenção do conhecimento obtido e a sua utilização futura.
Esta documentação, também denominada fichamento, poderá ser manual ou automatizada, mas basicamente deverá conter:
Assunto: expresso através de palavras-chave que identifiquem o conteúdo do documento;
Referência: A Unopar adota as Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas);
Conteúdo: Para descrição do conteúdo, o pesquisador poderá utilizar-se de resumos, de citações ou de outras formas de anotações. Os resumos poderão ser livres ou de acordo com tipos de resumos existentes na literatura. Por exemplo: indicativos, informativos ou críticos, segundo a ABNT; resumos estruturados, segundo modelo proposto por Moraes (1990, p. 92), e constante deste livro, entre outros. Outra forma de descrever o conteúdo do texto lido é citar, podendo as citações ser: textuais ou diretas, copiadas exatamente como aparecem no documento, entre aspas ou em itálico; citações conceituais - indiretas, pois neste caso as ideias do autor são traduzidas pelo pesquisador. Outra forma de anotações do conteúdo é a apresentação dos comentários ou críticas pessoais do pesquisador com relação ao documento lido.
Local: anotar o nome da instituição e/ou site onde se obteve o documento, evitando-se o trabalho de localizá-lo novamente, caso necessário.
Exercício - Escolha um dos artigos identificados no exercício anterior e faça o fichamento, seguindo os itens sugeridos acima.
WEB AULA 2
Unidade 1 – Apresentação formal de um trabalho científico
Resumo
Elaboração de resumos
O resumo deve ser redigido pelo autor do trabalho, em linguagem clara, concisa e direta. Deve conter: objetivos do estudo, procedimentos básicos (seleção da amostra ou dos animais de laboratório, métodos e técnicas empregados), principais achados (dados específicos e até mesmo sua significância estatística) e as principais conclusões. O resumo deve, ainda, ressaltar os aspectos novos e mais importantes do estudo.
De acordo com França e colaboradores (2004, p. 80)
resumo é a apresentação concisa e seletiva de um texto, ressaltando de forma clara e sintética a natureza do trabalho, seus resultados e conclusões mais importantes, seu valor e originalidade. É importante para os investigadores, sobretudo por auxiliar na seleção de leituras.
Os resumos têm como funções:
comunicar uma informação;
decidir ou não pela leitura do documento original;
substituir a informação do texto completo (no caso de resumos informativos);
recuperar informações;
substituir um idioma ao qual não se tem acesso; e
reter informações com vistas a sua utilização futura (revisão de literatura, apoio na análise de dados, etc.).
A última função não requer um resumo de acordo com as normas e padrões vigentes, mas sim, uma síntese das principais partes da publicação lida em consonância com os objetivos da pesquisa que se está realizando. Desse modo, o pesquisador poderá utilizar, para elaboração de um resumo com esta finalidade, um roteiro próprio ou outro, como o proposto por Moraes (1990, p.92), cujo exemplo adaptado é o que se segue:
Para as demais funções, principalmente para a disseminação de informação, recomenda-se que os resumos sejam elaborados de acordo com as normas do canal utilizado (por exemplo: o evento, o artigo, a base de dados etc.), uma vez que são utilizados em:
documentação primária específica (artigos de periódicos, relatórios, teses, monografias, atas de congressos, patentes);
documentação secundária (publicações de indexação e análise, prospectos e catálogos de editoras e livrarias);
bases de dados (seleção automática da recuperação de informação contida em texto).
Localização dos resumos
Em teses, dissertações e monografias, o resumo precede o texto no idioma do documento e em inglês. Em artigos de periódicos, é colocado antes do texto no idioma do periódico e, no final do artigo, em outros idiomas de difusão internacional, geralmente o inglês.
Extensão dos resumos
Como recomendado nas normas de âmbito nacional, diferentes extensões para o resumo são encontradas, dependendo do tipo de documento resumido, como, por exemplo:
Até 100 palavras para notas e comunicações breves;
Até 250 palavras para monografias e artigos de periódicos;
Até 500 palavras para livros, teses e relatórios de pesquisa;
Extensão livre para resenhas ou resumos críticos.
Tipos de Resumos
	SOUZA, Vera Lucia Trevisan de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O auto-respeito na escola. Cad. Pesqui., v.38, n.135, p. 729-755, 2010.
Estudo com objetivo de identificar os valores presentes na escola e verificar quais interações favorecem a construção e ou a manutenção dos valores morais em particular o auto-respeito. Com enfoque teórico da Psicologia Socioistórica, a investigação apoiou-se nos estudos sobre moralidade de Jean Piaget e Yves de la Taille e constatou que coexistem na escola interações favorecedoras e não favorecedoras da construção de valores morais sendo que as últimas são mais freqüentes.
Palavras-chave : EDUCAÇÃO; VALORES MORAIS; FORMAÇÃO DO CARÁTER; AUTORIDADE.
Indicativo - indica apenas os pontos principais do texto e não apresenta dados qualitativos e quantitativos. É um resumo sumário e menos profundo. Não apresenta os resultados do trabalho resumido, as suas conclusões, nem tampouco dispensa a leitura do original.
Informativo - Inclui os objetivos, o processo metodológico utilizado, o desenvolvimento da pesquisa, os resultados obtidos, as conclusões e as recomendações do texto resumido. Pode dispensar a leitura do original.
Exemplo de resumo informativo
	GARNICA, Antonio Vicente Marafioti. Um ensaio sobre as concepções de professores de Matemática: possibilidades metodológicas e um exercício de pesquisa. Educ. Pesqui. v.34, n.3, p. 495-510, 2008.
Este artigo tem como tema principal as concepções dos professores de Matemática. Considerando o termo "concepção" a partir do pragmatismo de Peirce, elabora-se um conjunto de parâmetros metodológicos - chamado de "método indireto" - a ser aplicado no estudo das concepções de professores de Matemática. Trata-se, em síntese, de investigar as concepções dosprofessores interpelando-os não sobre suas crenças, mas sobre suas práticas. Fundamentando essa abordagem indireta e explicitando-a em sua natureza qualitativa, o artigo segue apresentando, como exemplo, um exercício desse "método indireto": um estudo sobre os critérios que os professores utilizam quando escolhem livros-texto para sua sala de aula, abordando, conseqüentemente, quais concepções de Matemática e de seu ensino e aprendizagem tais critérios desvendam. Partindo de depoimentos de professores de Matemática, o estudo indica que os professores agem com certa independência quando escolhem os materiais utilizados em suas atividades docentes. Buscam, ao mesmo tempo, apoio em uma vasta gama de livros didáticos, desconsiderando as particularidades de cada obra e as abordagens e perspectivas defendidas por seus autores. Embora submetam-se ao livro didático - considerado uma referência legítima e segura -, os professores o subvertem, buscando adequá-lo ao que consideram correto. Dessa constatação, algumas das concepções dos professores podem ser realçadas: o aluno, via de regra, é avaliado e classificado pelas lacunas que apresenta em relação aos conteúdos. Dessa postura, segue a valorização da precedência lógica dos conteúdos, de sua apresentação linear, e a defesa de "pré-requisitos" que viabilizariam o ensino e, conseqüentemente, implicam a legitimidade de aulas predominantemente expositivas.
Palavras-chave : Concepções; Formação de professores; Educação Matemática; Livros didáticos de
Crítico - Formula julgamento sobre o trabalho resumido e, em geral, só é elaborado por especialistas no assunto. Também denominado resenha crítica ou, simplesmente, resenha.
Este é, provavelmente, o tipo de resumo que você mais terá de fazer a pedido de seus professores ao longo do seu curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária.
Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é chamado de Resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha o resumo crítico elaborado pelos estudantes como exercício didático. A rigor, você só escreverá uma resenha no dia em que seu resumo crítico for publicado em uma revista. Até lá, o que você faz é um resumo crítico.
Antes de começar a escrever seu resumo crítico, você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:
Qual o tema tratado pelo autor?
Qual o problema que ele coloca?
Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?
Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua posição?
Exemplo de Resumo Crítico (Extraído e adaptado de: Saldanha PH. Lições de Biologia, com poesia e humor. Cienc Hoje. 1988; 7(39): 64. Resenha da obra de: Carvalho HC. Fundamentos de genética e evolução. 3a. edição. Rio de Janeiro: Atheneu, 1987. 574p.).
	Trata-se de um manual sem destinação certa, podendo ser útil tanto para universitários de Biologia, em virtude se sua apresentação didática e atualizada, como para consulta em geral, graças à abrangência disciplinar de seus 30 capítulos. Já no sumário podem ser feitas algumas pequenas correções, tais como: o termo "gen" no lugar de "gene", indicado pela grafia oficial; o título "Genética de Populações I", quando não existe o capítulo Genética de Populações II; no capítulo 26, talvez a expressão clássica "oscilação genética" fosse mais correta do que "deriva genética", que já inclui o efeito o tamanho ou tamanho efetivo da população. A introdução, apesar de breve, consegue levar ao leigo de modo simples, acessível e didático o objetivo da genética em todos os seus níveis de integração metodológica, enfatizando antes as diferenças hereditárias do que as semelhanças inatas, isto é, a diversidade biológica. Cada capítulo vem precedido de epígrafe, muitas delas de natureza filosófico-teórica que sintetizam ou introduzem o tema em questão com propriedade, refletindo a erudição do autor e não impedindo, por outro lado, que citações colhidas na cultura popular sejam também introduzidas com pertinência, por exemplo, uma citação de Caetano Veloso e um poema de Carlos Drummond de Andrade. Outro aspecto positivo é a inserção de questões e problemas para que o leitor possa testar seu grau de aprendizagem. Merece também destaque a preocupação em valorizar o trabalho de pesquisadores brasileiros, amplamente citados, e cuja bibliografia é comentada no final dos capítulos. O livro pode ser situado entre os melhores manuais escritos em português já editados sobre o tema, competindo com traduções de reconhecido valor.
Técnica de Elaboração de Resumos
Algumas recomendações que facilitam a elaboração do resumo são: redigir numa sequência de frases concisas e objetivas, sem o uso de parágrafos. Utilizar verbos na terceira pessoa do singular, na voz ativa, de modo a permitir um discurso impessoal e estabelecer uma relação com o texto de forma narrativa. Exemplos: Elaborou-se, constatou-se, avaliou-se, etc. Não incluir no resumo: referências bibliográficas (citações), fórmulas, equações, símbolos, a menos que sejam essenciais para a compreensão do texto. Devem ser evitados ainda: palavras supérfluas, repetições, adjetivos e ideias alheias ao texto.
Para a elaboração de um resumo devem ser feitas quantas leituras do texto forem necessárias, procurando responder às seguintes questões:
- Qual o plano geral da obra? Como está estruturada?
- Do que trata o texto? O que o autor pretende demonstrar?
- Quais as ideias, provas, explicações, exemplos que o autor utiliza para sustentar a sua tese?
- Quais as suas conclusões?
Tendo respondido a essas questões, o autor deverá redigir o resumo, utilizando redação própria, destacando:
- objetivos, casuística, métodos, resultados e conclusões (no caso de trabalhos científicos);
- objetivos, ideias principais e conclusões (no caso de outros trabalhos).
Dicas para elaboração do resumo
	Leitura atenta inicial para entender o assunto em questão;
Leitura subsequente para selecionar as ideias principais do texto, pontuando o que for mais relevante;
Grifar as palavras-chave que envolvem as ideias fundamentais;
Resumir cada parágrafo;
Verificar se está havendo coerência e sequência lógica entre os parágrafos resumidos, para fazer os ajustes necessários.
	
	Para exercitar os conhecimentos adquiridos sobre resumo, nesta web aula faça o resumo da obra referenciada abaixo:
FREIRE, Paulo. Alfabetização como elemento de formação da cidadania. In: ______. Política e educação. 5.ed. São Paulo: Cortez,2001. p.25-30. Disponível em: http://www.forumeja.org.br/livrospaulofreire. Acesso em: 02 abr.2009
RESENHA
Resenha é um tipo de trabalho que exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de valor.
Para Andrade (1995, p.60), resenha é um tipo de trabalho que "exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de valor".
A mesma autora (1995, p.61) define resenha como "tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero".
Por isso, afirma ser resenha a tarefa de professores e especialistas no assunto da obra que costuma ser pedida em cursos de pós-graduação, como exercício para a realização de trabalhos complexos (monografia).
Resenha é, portanto, um relato minucioso das propriedades de um objetivo, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de texto: descrição, narração e dissertação. Estruturalmente, descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada, bem comoexpõe um quadro de referências em que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, apresenta uma avaliação da obra e diz a quem a obra se destina (dissertação).
Fundamentos para a prática de resenhas científicas:
Referência Bibliográfica:
Autor.
Título da Obra.
Elementos de imprensa (local de edição, editora, data).
Número de Páginas.
Formato.
Credenciais do Autor:
Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, livro ou artigo publicado.
Resumo da Obra (digesto):
Resumo das ideias principais da obra. De que trata o texto? Qual sua característica principal? Exige algum conhecimento prévio para entendê-lo? Descrição do conteúdo dos capítulos ou partes da obra.
Conclusões da Autoria:
Quais as conclusões a que o autor chegou?
Metodologia da Autoria:
Que métodos utilizou? Dedutivo? Indutivo? Histórico? Comparativo? Estatístico?
Quadro de referência do autor:
Que teoria serve de apoio ao estudo apresentado? Qual o modelo teórico utilizado?
Crítica do Resenhista (apreciação):
Julgamento da Obra. Qual a contribuição da obra? As ideias são originais? Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista?
Indicações do resenhista:
A quem é dirigida a obra? A obra é endereçada a que disciplina? Pode ser adotada em algum curso? Qual?
A resenha não é, pois, um resumo. Este é apenas um elemento da estrutura da resenha. Além disso, acrescente-se: se, por um lado, o resumo não admite o juízo valorativo, o comentário, a crítica; a resenha, por outro, exige tais elementos.
Em alguns casos, não é possível dar resposta a todas as interrogações feitas; outras vezes, se publicada em jornais ou revistas não especializados, pode-se omitir um ou outro elemento da estrutura da resenha. Numa publicação científica, porém, observar com rigor os pontos salientados.
Acrescente-se: se bem redigida, a resenha é um valioso instrumento de pesquisa; se, no entanto, a crítica apresentada é impressionista (gosto/ não gosto), a resenha deixa de ter interesse para o pesquisador.
As resenhas não têm limite de palavras. O exemplo abaixo comprova isso.
	Pedagogia como ciência da educação
Maria Amélia Santoro Franco, Campinas: Papirus, 2003, 144p.
O livro é uma contribuição diferenciada entre os estudos epistemológicos da Pedagogia por tratar-se de uma pesquisa de base, de fôlego teórico. O objetivo sistematicamente reafirmado ao longo do texto é a busca de fundamentos para compreender a cientificidade da pedagogia no seu caminho para se constituir ciência em educação. Seu foco não está na visão positivista de ciência, mas na relação entre práxis e epistemologia, uma vez que a especificidade epistemológica da pedagogia encontra seu suporte, na prática educativa, práxis considerada em uma dimensão de intencionalidade. Precisamente porque a pedagogia viabiliza uma práxis educativa, a práxis pedagógica será o exercício do fazer científico da pedagogia sobre a prática educativa.
A obra, em três capítulos, mostra no primeiro os caminhos históricos da Pedagogia, no segundo, apresenta as bases teóricas e epistemológicas da pedagogia como ciência da educação e, no terceiro, propõe alternativas da formação profissional do pedagogo como cientista educacional.
No capítulo 1, a autora discute o percurso histórico da Pedagogia tratada ora como arte, ora como ciência e até como ciência da arte educativa, mostrando as dificuldades da discussão de sua epistemologia. Na sistematização desse percurso, são caracterizadas três grandes concepções: a Pedagogia filosófica, a Pedagogia técnico-científica e a Pedagogia crítico-emancipatória. Na Pedagogia filosófica, a ação pedagógica é voltada para a educação do homem integral, em todas as suas dimensões e assume ora caráter normativo, ora compreensivo, envolvendo diferentes influências teóricas como o humanismo clássico, o iluminismo, o romantismo e o idealismo. A pedagogia técnico-científica, ancorada no método experimental de cunho racional empirista, postula a normatização e a prescrição para a prática educativa voltada para fins de inserção social dos educandos. Com suporte na Filosofia, Psicologia e Sociologia, essa orientação inclui desde Comênio e Herbart a Durkheim e Dewey, mas também as concepções sociocríticas sustentadas na teoria marxista. A Pedagogia crítico-emancipatória propõe uma ação pedagógica para formar indivíduos na e pela práxis, com forte sentido de transformação da realidade socioistórica, que toma o conhecimento em sua ligação com a vida social. Teoricamente associa-se à dialética, à filosofia da práxis, incorporando elementos da teoria crítica da Escola de Frankfurt.
No capítulo 2, "A Pedagogia como ciência da educação", o leitor se envolverá com a determinação de Franco de enfatizar sua opção por uma "ciência pedagógica ou pedagogia como ciência", concebida como um instrumento político ede emancipação. A autora apresenta seu entendimento sobre as bases dessa ciência, seu objeto, as relações entre práxis educativa e práxis pedagógica. Assinala o desprezo à Pedagogia, demonstrado nos planos nacionais, estaduais e municipais de educação dos respectivos governos, principalmente na década neoliberal dos anos 90, bem como nas práticas institucionais, que relegam a Pedagogia a aspectos meramente organizativos, o que tem provocado a perda de "sentido", de "identidade", da "razão de ser" da Pedagogia. Segundo a autora, outras ciências como a Psicologia, a Sociologia têm galgado espaços educacionais amplos que deveriam estar ocupados pela Pedagogia. Contudo, nenhuma delas alcançou o posto de ciência da educação que define a especificidade do estudo do fenômeno educativo, sem relegar a importância das ciências auxiliares na educação, entre outras, a Psicologia e a Sociologia. Neste capítulo nuclear de seu livro, Franco afirma que a Pedagogia como ciência deve ter por finalidade "o esclarecimento reflexivo e transformador da práxis educativa, discutindo as mediações possíveis entre teoria e práxis". Cabe-lhe o papel de ser uma "explícita mediadora da práxis educacional", que conduz o sujeito à humanização, à emancipação, a apreender e reconstruir a cultura, conditio sine qua non da cidadania.
Como ciência da educação a Pedagogia precisa passar da racionalidade técnica à racionalidade prática, reflexiva, formativa e emancipatória. A formação de pedagogo deve enfatizar o aspecto crítico-reflexivo, que compreenda a complexa pluralidade do âmbito educacional, a necessidade de mediar um processo de aprendizagem voltado para a formação integral de um sujeito de pensamento fragmentado, acrítico, alienado das questões políticas e socioculturais. Está claro que essa tarefa extrapola os muros escolares.
Finalmente, no capítulo 3, a autora formula sua proposta de formação de um pedagogo cientista educacional, e argumenta que, para possibilitar a sobrevivência profissional e valorização da prática do magistério, urgem "reinterpretações de conceitos basilares, ampliando o espaço científico da Pedagogia". Conclui, definindo o pedagogo como o investigador educacional por excelência, com características de profissional crítico e reflexivo, uma vez que a Pedagogia é uma ciência que visa o estudo e a compreensão da práxis educativa em suas intencionalidades. Para isso, a investigação parte da práxis, como ação coletiva, pois as teorias educacionais não determinam práticas educativas, antes, convivem com elas em múltiplas articulações.
O livro apresenta-se, assim, como valioso instrumento de compreensão da Pedagogia como ciência da educação e também como orientação para a formulação do currículo de formação de pedagogos especialistas e professores e para os fundamentos teóricos da pesquisa pedagógica. São contribuições oportunas, significativas e legítimas; nenhuma delas oportunista, mesquinha ou corporativista, como mostram as perguntas da autora: "Se não é a Pedagogia como ciência da educação a condutora e operacionadora desse movimento de formação de professores reflexivos, qual outra ciência pode assumir esse papel? Qual outra alternativa,em relação à formação de professores se não a racionalidade crítico-reflexiva? É possível transformar essas propostas em projeto educacional? Se não os pedagogos, quem deve assumir a condução deste projeto?" (p. 124).
Para além do interesse teórico e investigativo, o livro de Maria Amélia Santoro Franco contribui para esclarecer aspectos do debate que se tem travado na área educacional a respeito da formação de educadores, reafirmando atradição teórica em que a Pedagogia, como ciência da educação, formula a partir da práxis educativa os elementos científicos e técnicos da formação humana, constituindo referência para todas as práticas educativas, entre elas o trabalho docente. Ou seja, a docência fundamenta-se na Pedagogia e não o inverso.
José Carlos Libâneo 
Programa de Pós-Graduação em Educação 
da Universidade Católica de Goiás 
libaneojc@uol.com.br
Lelis Dias Parreira 
Mestrando do Programa de Pós-Graduação 
em Educação da Universidade Católica de Goiás 
lelisdp@universiabrasil.net
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ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos e pós-graduação: noções práticas. São Paulo: Atlas, 1995.
FRANÇA, J.L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 7.ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG; 2004.
>>MORAES,  I. N. Elaboração da pesquisa científica. 3.ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1990
SOUZA, Vera Lucia Trevisan de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O auto-respeito na escola. Cad. Pesqui., v.38, n.135, p. 729-755, 2010
GARNICA, Antonio Vicente Marafioti. Um ensaio sobre as concepções de professores de Matemática: possibilidades metodológicas e um exercício de pesquisa. Educ. Pesqui. v.34, n.3, p. 495-510, 2008

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