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A educação inclusiva e o aluno com transtorno do espectro autista

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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
FREITAG, Rodrigo Fernando Barros RU: 2380572.
POLO Ijuí-RS
UNINTER
Resumo:
Esse trabalho tem como objetivo tratar da inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na escola regular de ensino. O tema autismo foi escolhido pelo fato de estar se tornando frequente em nossa sociedade, e ainda representar um grande desafio para pais e educadores. Para realizar este trabalho foi feito uma pesquisa de campo, com estudo de caso, através de entrevistas com a mãe de um aluno autista e com uma professora de anos iniciais, esta professora foi escolhida por ter em sua sala de aula alunos com TEA, com o resultado das entrevistas pude conhecer na pratica como criança com TEA, é tratada na escola, seus anseios, dificuldades na aprendizagem e desafios em ralação ao ensino deste aluno. Então propor um modelo de escola acolhedora onde o aluno tenha garantido o seu direito de aprendizagem e se sinta acolhido por todos que cercam.
Palavras Chave: Educação, inclusão, Transtorno do Espectro Autista.
Introdução
Uma escola inclusiva é uma escola saudável, capaz de acolher a todos independente de suas necessidades, capaz de se adaptar e melhorar, para que todos os seus alunos possam ter o direito de aprender garantido. Não precisa ser uma escola rica, com muitos recursos, mas sim uma escola capaz transformar seus alunos em pessoas melhores, capaz de vencer as barreiras do mundo físico e levar a educação ao um novo patamar, o da inclusão, onde as diferenças não afastam, não excluem, não segregam, mas constroem pessoas melhores, pessoas com caráter e amor ao próximo.
Os alunos com TEA, assim como qualquer aluno com deficiência, não devem ser excluídos em escolas “especiais”, só com pessoas com deficiência, também não devem ser segregados, em salas separadas só para eles e muito menos escolhidos a dedo por escolas que não aceitam sua deficiência.
É nesse sentido que, a escola inclusiva regular, deve vir contra, pois ter um aluno deficiente em sala de aula é uma experiência única que transforma a todos, molda caráteres, faz com que aceitamos o outro como ele é e passamos a valorizar as diferenças. 
A educação de alunos com necessidades educativas especiais incorpora os princípios já comprovados de uma pedagogia saudável da qual todas as crianças podem beneficiar, assumindo que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve ser adaptada às necessidades da criança, em vez de esta a ter de se adaptar a concepções predeterminadas, relativamente ao ritmo e à natureza do processo educativo. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, P.7)
O aluno com TEA tem alguma característica, pois, geralmente apresenta déficits na comunicação social e nas interações com os colegas, déficits na comunicação verbal e não verbal, restrição em interesses e atividades, falta de reciprocidade social, incapacidade de desenvolver e manter relacionamentos, comportamento sensorial incomum, padrões de comportamento “ritualizados” entre outros.
Pessoas com autismo apresentam muitas dificuldades na socialização, com variados níveis de gravidade. Existem crianças com problemas mais severos, que praticamente se isolam em um mundo impenetrável; outras não conseguem se socializar com ninguém; e aquelas que apresentam dificuldades muito sutis, quase imperceptíveis para a maioria das pessoas, inclusive para alguns profissionais. Estas últimas apresentam apenas traços do autismo, porém não fecham diagnóstico. (SILVA, A. B. B. Mundo singular: entenda o autismo. 2012)
Essa são algumas das características do aluno autista, o que torna o ensino desse aluno ainda um desafio para muitos profissionais e até mesmo um motivo de receio para outros, que por desconhecer o assunto alegam não estar preparados ou não ter formação suficiente para trabalhar com esse tipo de aluno.
Mas para aqueles profissionais que tem amor por sua profissão, e o desejo de educar, o aluno autista é um motivador, aquele tipo de aluno que desperta o melhor dentro do professor, que nos inspira a melhorar a cada dia, a buscar novos métodos de ensino a superar a teoria buscando novos modelos de ensino na pratica da sala de aula.
Entrevista com os pais e uma professora de aluno com TEA:
Para a realização deste trabalho além da leitura de artigos sobre o tema, foi realizado também uma entrevista com os pais e uma professora de um aluno com TEA. Na entrevista com os pais foi possível descobrir como foi o começo da vida escolar de um aluno com TEA; Contaram que no começo tiveram muita resistência em admitir que seu filho era portador do transtorno do espectro autista (TEA), mesmo com laudos médicos a família não aceitava e procurava outras explicações para a situação do menino, como por exemplo: mesmo aos 4 anos de idade ele ainda não falava, sua coordenação motora era totalmente diferente dos demais meninos de sua idade, tinha dificuldades em se relacionar com alguns professores e colegas, tinha fome em horários diferentes de seus colegas e não gostava de participar do horário do “soninho” na escola. Com o passar do tempo e as dificuldades foram aumentando e cada vez mais o menino se isolava, esta situação levou os pais a procurarem outras opiniões sobre o assunto e pesquisando mais sobre o tema, começaram a descobrir que o TEA não é um “bicho de sete cabeças” e sim um transtorno que vem se tornado comum em nossa sociedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017): “Uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista (TEA) ”.
Os pais ainda encontraram muitas dificuldades na primeira escola regular onde matricularam seu filho, alguns professores tiveram dificuldades na adaptação do aluno em sala de aula, pois o aluno não conseguia acompanhar o ritmo dos demais colegas, o que não foi bem aceito pela escola, que chegou ao ponto de sugerir a mãe procurar uma escola “especial” para seu filho, a situação foi se complicando a tal ponto que os pais decidiram procurar outra escola para o menino.
Nesta outra escola regular o menino teve uma adaptação melhor, e uma boa receptividade por parte da escola, o que levou a família a ter mais confiança, o menino pode desenvolver-se melhor, melhorou a fala, a comunicação e interação com colegas e professores, está participando das aulas com mais interesse e tem demonstrado desejo pelo estudo.
Na segunda entrevista, com uma professora dos anos iniciais, tivemos o relato de como o professor se sentiu em ter um aluno com TEA em sala de aula. A professora disse que se sentiu desafiada a melhorar, pois o aluno apresentava um comportamento diferente dos outros alunos, pois sons altos o perturbava, algumas atividades propostas simplesmente não chamavam atenção do aluno entre outras características já citadas a cima, porém ela não desistiu, procurou mudar a metodologia das aluas, procurou outros recursos como os áudios-visuais por exemplo, o que segundo ela, fez toda diferença. Ela conquistou a confiança do aluno, assim ele passou a obedecer com mais facilidade, a participar das atividades propostas e a interagir com os colegas.
 Proposta de Uma Escola Inclusiva:
Não existe uma escola ideal ou perfeita para o aluno com TEA, mas a melhor escola para estudar é aquela que está em constante desenvolvimento, que erra, mas que aprende com seus erros e busca se aperfeiçoar.
O aluno autista precisa de uma escola onde ele se sinta acolhido por todos, com um ambiente onde ele se sinta bem e não deslocado, com profissionais com uma visão aberta e não preconceituosa, que aproveitem seu potencial incentivando o seu crescimento.
Uma escola que ofereça uma educação de qualidade, de forma inclusiva, com projeto pedagógico bem definido, sem distinção entre seus alunos, que contemplem todas as possibilidades de um ensino multidisciplinar, pois segundo (CAVALCANTI, 2006, p. 164): “O conceito de inclusão deve estar contemplado no projeto pedagógico da escola. Atividades com esse propósito se encaixam no dia-a-dia dos professores e alunos e tendem adar resultados a longo prazo. ” 
Essa escola pode propor ao aluno autista uma comunicação visual durante as aulas, como por exemplo passar os exercícios de forma digital, também é possível dispor de quadros de fácil entendimento para marcar a rotina, facilitando a compreensão desse aluno para os horários das tarefas. Também essa escola precisa ser organizada, podendo, dentro do possível, prever e se antecipar as mudanças da rotina, para que esse aluno não sinta de forma brusca o impacto das mudanças.
Uma escola que tenha a presença de auxiliares de educação em sala de aula, o que contribui muito para ajudar no aprendizado desse aluno, dando suporte ao professor e atenção a detalhes mais específicos em relação ao aluno, a lei garante esse profissional em caso de comprovada necessidade:
“Parágrafo único.  Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado. ” (BRASIL, LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012 Art. 3o, PARÁGRAFO ÚNICO.)
Os exercícios podem ser divididos em partes e conforme o aluno for resolvendo ir avançando no ensino, de maneira alguma o conteúdo deve ser “atropelado”, pois o aluno autista tem seu próprio tempo de aprendizado e se for bem estimulado poderá acompanhar o restante da turma sem dificuldades.
É importante que a escola proponha atividades que estimulem o pensamento lógico da criança, e evite atividades muito longas e maçantes. 
E que principalmente essa escola não tenha medo de errar, pois alunos com autismo não são “todos iguais”, não existe um manual pronto, dizendo como agir, como se portar ou que falar, cada aluno tem sua personalidade seu jeito de enxergar a vida, seus medos, sendo assim os alunos com transtorno do espectro autista (TEA) podem diferir muito entre si, cada aluno deve ter respeitado o seu espaço e suas características. 
Deve acima de tudo ser uma escola com profissionais, apaixonados por sua profissão, que valorize os vínculos afetivos com os alunos, que sejam incentivadores e apoiadores dos sonhos daqueles por quem eles tem a responsabilidade de formar.
Referências: 
UNESCO, Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Salamanca, 1994.
SILVA, A. B. B. Mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
https://news.un.org/pt/story/2017/04/1581881-oms-afirma-que-autismo-afeta-uma-em-cada-160-criancas-no-mundo abr. 2017.
CAVALCANTE, Meire. Inclusão: A sociedade em busca de mais tolerância. Nova Escola, São Paulo, n. 196, p. 164, out 2006.
BRASIL. Lei nº 12.764/2012, de 27 de dezembro de 2012. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Brasília, 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm

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