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Asma Introdução Nome grego = sufocante Doença inflamatória crônica das vias aéreas Hiperresponsividade Broncoespasmo + inflamação Obstrução das vias aéreas Sibilos, dispnéia, aperto no peito e tosse Epidemiologia Prevalência global: 500 milhões de casos (WHO, 2007) Mortalidade global: 250 mil casos (WHO, 2007) Prevalência do Brasil Diagnóstico em mulheres ( 18 anos): 12,6% (WHO, 2009) Diagnóstico em homens ( 18 anos): 11,5% (WHO, 2009) Sintomas em adolescentes: 20% (ISAAC, 2006) Sintomas em crianças: 24% (ISAAC, 2006) Hospitalizações no Brasil: 3ª causa excluindo gravidez Fatores de risco Genética Vida urbana Hipótese da higiene Definição de asma - GINA 2011 - Asma é uma doença inflamatória crônica de vias aéreas que envolve a participação de diversas células e componentes celulares. A inflamação crônica está associada a hiperreatividade de vias aéreas que determinam episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, opressão torácica e tosse, particularmente a noite ou ao despertar. - Tais episódios estão associados a obstrução variável de vias aéreas reversível espontaneamente ou com tratamento. ASMA E OS CONCEITOS - Oitenta e cinco por cento dos casos de asma na infância estão relacionadas a alergias”. De fato, uma pesquisa apontou que as crianças que têm rinite alérgica no início da vida têm duas vezes o risco de desenvolver asma, aos 6 anos. Esta também é a experiência no Brasil. - Outros 15 por cento das crianças com asma não têm alergias, mas muitos de seus sintomas são os mesmos. A asma não-alérgica é desencadeada por vírus, o fumo passivo, o frio ou ar seco, ou exercícios Fatores precipitantes e agravantes alergenos (pelos de animais, fungos, pólens, insetos..) irritantes (tintas, aerossóis, perfumes, produtos químicos, fumaça de cigarro, etc) condições climáticas desfavoráveis (poluição, ar frio) infecções (geralmente as virais) exercícios físicos fatores emocionais refluxo gastroesofágico fármacos FISIOPATOLOGIA: A obstrução de vias aéreas em asma é devido a uma combinação de fatores que incluem 1) espasmo de vias aéreas músculo liso 2) edema de mucosa 3) aumento secreção de muco 4) infiltração das paredes por células 5) dano e descamação do epitélio Remodelamento Brônquico Sequela de inflamações crônicas nas vias aéreas Componente irreversível de obstrução ao fluxo aéreo Formas mais grave da doença As alterações encontradas são: fibrose subepitelial hipertrofia e hiperplasia do músculo liso dos brônquios proliferação vascular na parede brônquica hipersecreção mucóide PATOGÊNESE IMUNOLÓGICA Desequilíbrio imunológico relacionado à diferenciação dos linfócitos T-helper (Th) Predomínio de linf. Th2, que estimulam: Produção de IgE Recrutamento de eosinófilos da mucosa respiratória Proliferação de mastócitos Mediadores inflamatórios envolvidos na asma Mediadores Origem Efeitos Quimiocinas Células epiteliais Recrutamento de células inflamatórias Leucotrienos Mastócitos Eosinófilos Broncoconstrição Estimula liberação de outros mediadores Citocinas (IL-1β, TNF-α, IL-4, IL-5, IL-13) LTh2 Amplifica inflamação: ativação de eosinófilos, ativação de LTh2 Estímulo para secreção de IgE Histamina Mastócitos Broncoespasmo Inflamação das vias aéreas Óxido nítrico Células epiteliais Inflamação das vias aéreas Prostaglandina Mastócitos Recrutamento de LTh2 CLASSIFICAÇÃO Asma extrínseca alérgica Mais comum Início precoce História familiar presente Reação de hipersensibilidade tipo I ou imediata Associação com outras manifestações de atopia: rinite e dermatite Testes cutâneos positivos Elevados níveis séricos de imunoglobulina E Asma extrínseca não alérgica Irritação direta da mucosa brônquica por uma sustância tóxica Asma ocupacional Asma criptogênica (intrínseca) Início: idade adulta Menos frequente Mecanismo desconhecido Testes cutâneos negativos Níveis séricos de IgE normais Asma induzida por aspirina e outros AINES Asma Intermitente: sintomas menos de uma vez por semana; crises de curta duração (leves); sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês); provas de função pulmonar normal no período entre as crises. Asma Persistente Leve: presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia; presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês,porém, menos de uma vez por semana; provas de função pulmonar normal no período entre as crises. Asma Persistente Moderada: sintomas diários; as crises podem afetar as atividades diárias e o sono; presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana; provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) >60% e < 80% do esperado. Asma Persistente Grave: sintomas diários; crises frequentes; sintomas noturnos frequentes; provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) > 60% do esperado DIAGNÓSTICO História Clínica episódios recorrentes dispnéia, sibilos, tosse,aperto no peito pela manhã ou à noite Exame físico Sibilos e roncos Taquipnéia Sinais de esforço respiratório: tiragem, batimento da asa do nariz,respiração abdominal Cianose central ASMA – Conceito (diretrizes do manejo da asma) CLÍNICA: Tosse, chiado, dispneia recorrente; FUNÇÃO: Hiperresponsividade das vias aéreas; Obstrução com resposta ao BD; ANÁTOMO-PATOLÓGICO: Inflamação das vias aéreas. Diagnóstico da Asma no ADULTO Exame clínico (história + sintomas) No exame físico procurar por sinais de atopia tosse, sibilância dispnéia ou fadiga fatores desencadeantes sintomas nasais de rinite Exames Complementares: Provas de função respiratórias Teste de broncodilatação e raramente provocação Pico de fluxo expiratório Testes cutâneos com alérgenos ou RAST Óxido nítrico exalado Radiografia de tórax freqüentemente normal (> 80%) achados são inespecíficos: hiperinsuflação e espessamento da parede brônquica indicações principais para a execução da radiografia: 1) para excluir outras condições que causam sibilos 2) para identificar complicações Tomografia computadorizada (TC) do tórax de alta resolução com cortes finos (HRCT) Permite a visualização detalhada das vias aéreas, o que não ocorre na radiografia simples Achados mais comuns: espessamento da parede brônquica redução da luz brônquica dilatação brônquica (bronquiectasias) áreas de air trapping A HRCT pode também auxiliar no diagnóstico diferencial entre a asma e a DPOC, pois a HRCT é mais sensível do que o estudo tradicional radiológico do tórax, demonstrando melhor o enfisema, as anormalidades das grandes vias aéreas como as bronquiectasias, assim como as alterações das pequenas vias aéreas tais como as bronquíoloectasias e o aspecto de "árvore em brotamento". Hemograma — apresenta eosinofilia, e que raramente excede 800 por mm3, mesmo nos casos mais severos; Testes alérgicos cutâneos — para confirmar o componente alérgico da asma. Dosagem da IgE total e específica Escarro induzido — técnica utlilizada mais em pesquisas Dosagem da Alfa-1 Antitripsina (AAT) — Recomendada pela Organização Mundial da Saúde, Sociedade Americana de Tórax e Sociedade Européia de Respiração para todos os pacientes com asma de difícil controle, com limitação crônica ao fluxo de ar, após tratamento agressivo. Para diagnóstico diferencial com enfisema pulmonar por deficiência genética da AAT. Espirometria Caracteriza e quantifica a obstrução ao fluxo Ajuda na classificação de gravidade A espirometria pode ser normal em períodos de estabilidade da doença com ou sem medicação\ parâmetros CVF capacidade vital forçada VEF1 volume expiratório forçado no 1 segundo VEF1/CVF (Tiffeneau): OBSTRUÇÃO FEF25-75% (fluxo expiratório forçado entre 25 a 75% daCVF) PFE (pico de fluxo expiratório) PROVA BRONCODILATADORA Estuda a reversibilidade das vias aéreas Espirometria após a utilização de salbutamol 400mcg spray oral (15 min) Prova POSITIVA: Asma Fração de Óxido nítrico expirado (FENO) Exames complementares: espirometria, PFE, testes alérgicos ou RAST O exercício físico e a asma Asma induzida por exercício (AIE) é o fenômeno de obstrução brônquica ao fluxo aéreo associado ao exercício físico. Ocorre em 50 a 90% das crianças e adolescentes asmáticos e surge logo após a interrupção do exercício físico, podendo comprometer a prática de atividades físicas,assim como a participação de crianças e adolescentes em esportes e/ou brincadeiras, atividades essenciais para seu desenvolvimento físico, psíquico e social. A suspeita de AIE deve ser confirmada através do teste padronizado de broncoprovocação com exercício. O teste de broncoprovocação pelo exercicio físico O diagnóstico é eminentemente clínico mas que é confirmado por teste laboratorial de esforço padronizado. A duração do exercício deve ser de 6 a 8 minutos com a ventilação alcançando pelo menos durante 4 minutos 40 a 60 % da ventilação máxima. Podemos utilizar a bicicleta ergométrica ou a corrida livre como esforço. O diagnóstico se faz pela queda de 15% ou mais do VEF1 ou do PFE 5 a 10 minutos após a interrupção do teste de esforço, em que pelo menos 80 a 90% da FC é alcançada Hoje está claramente documentado que atividade física é importante para o tratamento da asma e que a asma induzida pelo exercício é perfeitamente controlável, não devendo limitar os asmáticos a realizar atividade física ou esportiva. Sobre qual atividade seria a ideal, esta resposta está na aptidão do indivíduo em se adaptar a ela e não uma melhor atividade para o asmático. Qualquer esporte para qualquer asmático TERAPIA MEDICAMENTOSA Antiinflamatórios hormonais-Corticosteróide Anti leucotrienos Broncodilatador Imunomodulador – Anti IgE TERAPIA PREVENTIVA Controle ambiental Atividade física Imunoterapia *OS TRATAMENTOS DA ASMA É BASEADO EM MEDICAMENTOS , MAS NÃO DEVEMOS ESQUECER DO CONTROLE DO AMBIENTE E DE INCENTIVO A ATIVIDADE FÍSICA. ASSIM COMO EM QUALQUER TRATAMENTO DE ALERGIA . VALE SALIENTAR QUE OS MEDICAMENTOS UTILIZADOS ESTÃO AQUI DIVIDIDOS EM CLASSES TERAPÊUTICAS, E QUE UM DOS MAIS IMPORTANTES NO TRATAMENTO DA ASMA AINDA SÃO OS ANTIINFLAMATÓRIOS PRINCIPALMENTE OS CORTICOSTERÓIDES INALATÓRIOS. Os objetivos do tratamento da asma são: Controlar sintomas; Permitir atividades normais – trabalho, escola e lazer; Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações; Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio; Manter a função pulmonar normal ou a melhor possível; Minimizar efeitos adversos da medicação; Prevenir a morte. O tratamento farmacológico da asma pode ser dividido em duas partes: Medicamentos de alívio Usados no momento da crise incluem beta-agonistas (broncodilatadores), anticolinérgicos e corticóides Geralmente são prescritos na forma de “bombinhas” ou inaladores. Medicamentos de manutenção. Usados para prevenir crises e controlar os sintomas de longo prazo. Geralmente incluem corticóides inalatórios, beta-agonistas de longa duração e modificadores de leucotrienos 1) Simpaticomiméticos (agonistas de receptores b–adrenérgicos) promove o relaxamento dos brônquios ação antiinflamatória curta duração : salbutamol, fenoterol, terbutalina Longa duração: salmeterol , formoterol e bambuterol (VO) início de ação mais retardado e duração mais prolongada adrenalina droga não-seletiva, agindo em receptores alfa, beta-1 e -2 diminuição de edema de mucosa e secreções brônquicas pode aumentar a pressão arterial e originar efeitos adversos juntamente com a estimulação cardíaca 2) Parassimpaticolíticos (anti-colinérgicos) Bloqueiam a broncoconstrição decorrente do estímulo vagal sobre receptores eficácia broncodilatadora menor que a dos simpaticomiméticos Brometo de ipratrópio Brometo de tiotrópio 3) Xantinas São utilizadas clinicamente há anos Elevada toxicidade Broncodilotadora Imunomodulação Teofilina, aminofilina, bamifilina 4) Corticosteróides fármacos de escolha no tratamento de manutenção dos pacientes com asma persistente. a redução dos sintomas é rápida uma melhora significativa da inflamação e da função pulmonar ocorre em dias ou semanas a modificação da hiperresponsividade ocorre ao longo de vários meses 4.1) Corticosteróides inalatórios: potente ação antiinflamatória predominantemente local praticamente desprovidos de efeitos sistêmicos terapia de escolha na manutenção efeitos colaterais : candidíase oral e a rouquidão (pela miopatia dos músculos da laringe) beclometazona, budesonida, triancinolona, fluticasona, flunisolida, monetasona, ciclisamida 4.2) Corticosteróides sistêmicos: essenciais nas exacerbações prednisona ou prednisolona são os corticosteróides mais utilizados Evitar corticóides de depósito 5) Antagonistas dos Leucotrienos os antileucotrienos bloqueiam a síntese ou as interações com os receptores dos leucotrienos efeito broncodilatador é modesto, lento, e inferior ao obtido com os b2-agonistas os antileucotrienos têm efeito antiinflamatório efeito protetor na broncoconstrição induzida pelo exercício montelucaste e zafirlucaste 6) Cromonas estabilizadores da membrana celular dos mastócitos redução da hiper-responsividade brônquica nedocromil e cromoglicato ambas as drogas são seguras e têm raros efeitos colaterais Asma intermitente Beta-2 agonista de curta duração conforme a necessidade Asma persistente leve Corticóide inalado em baixa dose (1ª opção) Alternativa: antileucotrieno Beta-2 agonista de curta duração conforme a necessidade Asma persistente moderada Corticóide inalado em baixa dose + beta-2 agonista de longa ação Alternativa: corticóide inalado em dose alta Outras opções: + antileucotrieno + teofilina Beta-2 agonista de curta duração conforme a necessidade Asma persistente grave Corticóide inalado em dose moderada/alta + beta-2 agonista de longa ação (1ª opção) Outras opções: + antileucotrieno; corticóide inalado em dose baixa/moderada/alta + beta-2 agonista de ação prolongada + teofilina. Corticóide sistêmico em dias alternados Beta-2 agonista de curta duração conforme a necessidade Imunoterapia específica Consiste na manipulação do sistema imunológico do indivíduo com objetivo de modificar sua resposta frente ao alérgeno (imunomodulação). São administradas quantidades crescentes de um alérgeno (extrato alergênico) a um paciente alérgico com o intuito primordial de melhorar os sintomas associados à exposição subseqüente a esse alérgeno (ao qual o paciente se encontra sensibilizado). Estudos preliminares como o de Johnstone e Dutton demonstraram que IE é capaz de prevenir o desenvolvimento de asma, quando empregada em crianças que têm rinoconjuntivite alérgica. Imunoterapia específica Preventive Allergy Treatment (PAT) study" estudo multicêntrico realizado entre crianças de 7 a 13 anos, residentes nos seguintes centros: Áustria, Dinamarca, Finlândia, Alemanha e Suécia. Resultados preliminares revelaram que, dois anos após o início do estudo, um número significantemente maior de crianças não tratadas com IE, quando comparadas às tratadas, desenvolveu asma. Na meta análise conduzida recentemente por Abramson et al (utilizando a colaboração Cochrane), ficou evidente a eficácia dessa modalidade terapêutica. A maior parte das evidências disponíveis demonstram eficácia clínica da IE, na asma e em outras doenças alérgicas. Anti-IgE (Omalizumabe) é um anticorpo monoclonal que reconhece a IgE circulante usada em pacientes maiores de 12 anos alto custo indicação: pacientes com altos níveis de IgE e história de alergia via de administração: subcutâneo Controle Ambiental O controle do ambiente em relação aos aeroalérgenos, deve sempre ser instituído, até mesmo quando suaeficácia não for completa, uma vez que, pode melhorar o estado de paciente e reduzir a necessidade de tratamento farmacológico. Além disso, evitar ou pelo menos, controlar a exposição a esses fatores pode a longo prazo, diminuir a inflamação das vias aéreas. Assume particular relevância a exposição intradomiciliar; principalmente aos alérgenos dos ácaros da poeira, de animais domésticos, de baratas e de fungos. Assim, na orientação sobre os cuidados necessários ao bom controle do ambiente, os médicos devem sempre levar em consideração as características regionais de prevalência dos aeroalérgenos, ou seja, a exposição alergênica potencial e conhecida para o local onde reside o paciente. Alguns destes desencadeadores podem ser evitados com medidas simples: Manter o ambiente sempre limpo e ventilado; Evitar o acúmulo de poeira e umidade em móveis; Evitar o uso de tapetes, cortinas e carpetes; ou pelo menos mantê-los limpos; Promover a lavagem regular de cobertores, roupas de cama e almofadas. Fisioterapia e Cinesioterapia Respiratória Exercícios que promovem a higiene brônquica e atividade dos músculos respiratórios acessórios. Ex: Drenagem postural, tapotagem, Vibração e Vibrocompressão, Percussão Cubital, Exercícios respiratórios diafragmaticos e etc. Asma na Infância Fatores de Risco: - História familiar (genética) - Projeto Genoma: Cromosoma 4 Hiperreatividade brônquica Cromosoma 6 IgE sérica total / Eosinofilia Cromosoma 7 IgE sérica total / Eosinofilia / Hiperreatividade brônquica Cromosoma 11 IgE sérica total / Teste cutâneo positivo / Asma Cromosoma 13 Atopia Cromosoma 16 IgE sérica total / Hiperreatividade brônquica / Asma - Vida intrauterina Tabagismo materno Elevada exposição materna aos alergenos - Perinatal e Infância Prematuridade / baixo peso ao nascer Falta de amamentação materna Atopia Elevada exposição aos alérgenos Sexo Infecção por RSV - Ambientais Casa com carpete Elevada umidade interior Ar condicionado ou aquecimento central Animais domésticos Fumaça de cigarro / madeira - Alimentares Reduzida ingestão de antioxidantes Reduzida ingestão de ác. graxos Omega-3 Hipótese da Higiene Melhor programa de imunização preventiva Infecções reduzidas na infância Uso excessivo de antibióticos Pequenas famílias Nascimento: TH2 - Muitos irmãos, Muitas infecções (Estímulo TH1) -> Modifica TH1 -> Proteção contra alergias - Filho único, Poucas infecções -> Permanece TH2 -> Alergias - Modificações das Vias Aéreas Hipertrofia glândula mucosa Edema Muco Espessamento da Membrana Basal Dano Epitelial Músculo Liso Hipertrofiado Infiltração celular inflamatória Vasodilatação Asma e inflamação: - Aguda: Broncoespasmo Edema Secreção Tosse - Crônica: Infiltrado celular Dano epitelial Mudanças estruturais - Remodelamento: Proliferação celular matriz extracelular Mudanças estruturais Exposição pré-natal a alérgenos e aparecimento de asma - Controle de exposição para ácaros reduz espirros na infância (Asma ainda não!) - Presença de cachorro e gato algumas vezes, está associado com redução do risco de asma Este paradoxo, talvez seja explicado por ação de endotoxinas ou alta dose de tolerância Dieta materna e asma na infância: Quais nutrientes? Antioxidantes, óleo de peixe, etc Possível hipótese, mas necessita de ensaios. Poluentes: Aumenta a sibilância, mas provavelmente não a alergia - Antibióticos na gravidez e asma Asma e sibilância nos primeiros 6 anos de vida Transitório: sibila < 3 anos e não sibila aos 6 = 20% Persistente: sibila < 3 anos e sibila aos 6 = 14% Tardio: não sibila < 3 anos e sibila aos 6 = 15% Nunca sibila aos 6 anos de idade = 51% - Flora intestinal - Asma - Brasil 350.000 internações /ano 4ª causa de internação no SUS 3ª causa de internação em crianças e adultos jovens Estudo ISAAC - Prevalência Mundial: 6 - 7 anos - 11,6% ( 24 - 37,6 % ) e 13 - 14 anos - 13,7 % ( 1,5 - 32 % ) Prevalência Brasil: crianças e adolescentes - 20 % - Terminologia Bronquite asmática Bronquite Pseudoasma Bronquite espástica Tosse espástica - Índice clínico para definir risco de asma - Índice preditivo Chiador precoce mais 1 Critério maior: Asma nos pais / eczema 2 Critérios menores: Rinite alérgica / Eosinofilia ( 4%) / Chiado sem virose respiratória Idade de início Antes dos 6 anos de idade é um importante fator preditivo e continuidade da asma após a infância; 30 a 80% das crianças asmáticas iniciam seus sintomas durante os primeiros 3 anos de vida; No nosso meio, 50 a 65% das crianças asmáticas apresentam sintomas no primeiro ano de vida. - Fatores predisponentes de sibilância Pequenas vias aéreas Relaxamento muscular deficiente Hiperplasia de células produtoras de muco Diminuição da força muscular diafragmática ? Musculatura lisa deficitária Quando confirmar? Quando sibilância é recidivante Quando outras causas de sibilância são afastadas Quando certo número de fatores de risco estão presentes Quando a criança responde a terapia anti-asma Diagnóstico Diferencial Bronquiolite Fibrose cística Displasia broncopulmonar R. G. E. Corpo estranho Traqueomalácia / Broncomalácia Anel vascular Deficiência ventricular esquerda Cistos e tumores do mediastino Infecção (bronquiectasias) Viroses respiratórias Rinovírus Coronavírus Vírus sincicial respiratório Influenza vírus Parainfluenza Adenovírus Resposta imune durante bronquiolite - Observações RSV-IgE específica ECP - soro ou secr. nasal IFN- - secreção Eosinofilia ou falta de eosinopenia IgE transitória Resultados Risco de sibilância recorrente na infância / Sibilância persistente aos 6 anos - Refluxo gastroesofágico (RGE): Incidência Sintomas presentes em 35% da população geral (mais comum em lactentes) Aproximadamente 77% dos asmáticos referem sintomas Esofagite é achado em aproximadamente 43% dos asmáticos 82% tem pHmetria anormal Asma & Rinite Agentes Alérgenos Aspirina e AINES Alérgenos Ácaros Animais domésticos Fungos Obs.: Pólens só para rinite Associação Rinite & Asma - Epidemiologia: Rinite perene 83,4% X Sem rinite 3,8% - Tratamento: “O melhor é a prevenção”; Asma continua sendo um sério problema médico, social e econômico. Quem é o paciente certo? Qual a melhor medicação? Qual o momento certo para iniciar? - Controle Ambiental – Prevenção Primária Medicação (Prevenção Secundária) Corticóide inalatório Cromoglicato / Nedocromil Beta agonista de ação curta e prolongada Anti-leucotrienos Teofilina - Imunomoduladores: imunoterapia e anti-IgE CARACTERÍSTICA CONTROLADA (TODOS) PARCIALMENTE CONTROLADA NÃO CONTROLADA SINTOMAS DIURNOS 2 vezes ou menos/semana Mais que 2x/semana 3 ou + da parcialmente controlada LIMITAÇÃO DAS ATIVIDADES Nenhuma Qualquer SINTOMAS NOTURNOS Nenhum Qualquer NECESSIDADE DE MEDICAÇÃO DE RESGATE 2 vezes ou menos/semana Mais que 2x/semana FUNÇÃO PULMONAR (PFE OU FEV1) Normal <80% previsto EXACERBAÇÕES nenhum 1 ou +/ano 1 em qqr semana PASSO 1 PASSO 2 PASSO 3 PASSO 4 PASSO 5 EDUCAÇÃO DO PACIENTE CONTROLE AMBIENTAL Beta2-agonista de curta duração SOS OPÇÕES Escolher um Escolher um Adicionar um ou + Adicionar um ou ambos ICS baixa dose ICS baixa dose + LABA ICS dose moderada ou alta + LABA GC oral Inibidor de leucotrieno ICS dose moderada ou alta Inibidor de leucotrieno Anti-IgE ICS baixa dose + inibidor de leucotrieno teofilina de liberação lenta ICS baixa dose + teofilina de liberação lenta IDADE DISPOSITIVO DE ESCOLHA ALTERNATIVA< 4 ANOS MDI PRESSURIZADO + ESPAÇADOR COM MÁSCARA NEBULIZADOR COM MÁSCARA 4 – 6 ANOS MDI PRESSURIZADO + ESPAÇADOR COM BUCAL NEBULIZADOR COM BUCAL > 6 ANOS PÓ SECO OU MDI PRESSURIZADO + ESPAÇADOR COM BUCAL NEBULIZADOR COM BUCAL Corticosteróide Doses baixas Doses médias Doses altas Beclometasona 100 - 200 >200 – 400 >400 Budesonida 100 – 200 >200 – 400 >400 Ciclesonida 80 – 160 >160 – 320 >320 Fluticasona 100 - 200 >200 - 500 >500 Imunidade Inata – Efeito do corticóide Glicocorticóide – Crescimento na infância: Asma grave e não controlada altera o crescimento e altura Nenhum estudo controlado mostrou alteração significativa de crescimento com 100-200 mcg/dia de ICS Pode haver retardo do crescimento com doses altas de ICS (media de 1,5 cm) Crianças de 4 a 10 anos são mais susceptíveis ao retardo do crescimento que adolescentes Alterações da taxa de crescimento no 1o ano de tratamento são temporárias Crianças asmáticas tratadas com ICS atingem altura normal, em idade mais avançada LABAs na Asma Devem ser usados sempre em combinação com corticosteróide inalatório: Aumenta a eficácia É o tratamento de escolha quando o corticosteróide inalatório em dose moderada não é suficiente para controle dos sintomas Melhora o escore de sintomas, asma noturna, função pulmonar e diminui o uso de SABA e de exacerbações Permite o controle dos sintomas com menor dose de corticosteróide As preparações dos medicamentos em combinação fixa são tão eficazes quanto as separadas, mais convenientes, e impedem o uso isolado do LABA inadvertidamente. Não devem ser utilizados como monoterapia Combinações com formoterol podem ser usadas tanto para manutenção quanto para resgate Asma induzida por exercício Asma na infância: acima de 5 anos. Antagonistas de leucotrienos Crianças maiores que 5 anos: Benefício em todos os níveis de gravidade, porém inferior aos ICS Terapia adicional ao ICS em dose baixa: associada a bom controle dos sintomas e redução das exacerbações Proteção parcial na asma induzida por exercício Crianças menores que 5 anos: Reduz exacerbações relacionadas a infecções virais em crianças de 2 a 5 anos Poucos efeitos adversos Estratégias potenciais para prevenção da asma Alta dose de exposição aos alérgenos ou completo controle na gravidez Modificação da dieta na gravidez Controle de cigarro e outros poluentes na gravidez Probióticos: BCG; CpG modificados, etc Estímulo de sCD14 materno Asma Ocupacional “ Occupational asthma: Current concepts in pathogenesis, diagnosis, and management” Mark S. Dykewicz Conceito: Asma ocupacional é um termo que se refere a asma que é agravada ou induzida por inalações ou exposições no local de trabalho; ela pode ser dividida em 2 tipos: - sensilização por uma substancia, Sensitizer-inducer OA; - por exposição a um irritante inalado no trabalho, Irritant-induced AO; Definição: É o agravamento de uma asma pré-existente que é desencadeada por fatores relacionadas à atividade profissional (aeroalérgenos, irritantes ou exercício); - 9 a 15% da Asma em adultos é desencadeada por fatores relacionados à profissão. - Dados recentes indicam 25%; Falha em reconhecer a OA em tempo hábil, que pode levar a permanente comprometimento respiratório, ressaltando a necessidade de diagnóstico precoce e intervenção. Sensibilizadora-Induzida: Se apresenta com um período de exposição, seguido pelo aparecimento da doença clínica; É mediada por IgE; Os sensibilizadores podem ser classificados a partir do seu peso molecular: - alto peso molecular: inalantes proteicos; - baixo peso molecular: reagentes químicos que agem como haptenos, na medida em que só pode induzir uma resposta imune adaptativa e ser reconhecido como antígenos após combinação com a auto-proteínas para formar conjugados imunogênicos após inalação. Exemplos de Sensibilizantes Crustáceos - caranguejo, camarão; Ovos - processadores de alimento; Insetos - Apicultores, agricultores; Enzimas farmacêuticas – indústria farmacêutica, profissionais de saúde; Farinha de trigo – padeiro; Tintas de cabelo – cabeleireiros; Induzida por Irritantes: A existência de uma síndrome de disfunção reativa das vias aéreas (RADS), resultante de um único episódio de um elevado nível de exposição a um agente irritante (normalmente a partir de um acidente de trabalho) tem sido há muito tempo reconhecida; - Exemplos de agentes relatados que causam RADS incluem cloro gasoso , ácido clorídrico, amônia anidra; - O Atentado às torres gêmeas tem sido relacionadas à RADS; - Diagnóstico da RADS pode ser feita apenas quando forem satisfeitos os critérios definidos e não deve ser feita em pacientes com asma pré-existente. Critérios diagnósticos para RADS Ausência de distúrbio respiratório pré-existente, sintomas de asma, ou uma história de asma em remissão; O aparecimento de asma ocorre após uma única exposição ou de acidente; A exposição a um irritante como vapor, gases, fumos em concentrações muito elevadas; O aparecimento dos sintomas da asma aparecem em menos de 24 h, Teste positivo da Metacolina; Obstrução ao fluxo aéreo pode ou não ser confirmado por testes respiratórios; Há exclusão de outra enfermidade pulmonar que explica os sintomas e achados. Fisiopatologia: Eosinófilos estão mais relacionados a asma ocupacional induzida por alérgenos de alto peso molecular, enquantos os Neutrófilos estão mais relacionados aos de baixo peso molecular. - A asma ocupacional induzida por alérgenos de alto peso molecular é tipicamente mediada por IgE, enquanto na de baixo peso, apenas alguns agentes provocam este tipo de reação: sais de metais, como platina e níquel e a penicilina. Fisiopatologia da Asma Induzida por Irritantes: A alta exposição à irritantes, inicia uma cascata ainda não bem esclarecida, que envolve a imunidade inata e esta inicia as lesões epiteliais brônquicas. Estas lesões provocam a liberação de mediadores inflamatórios e liberação de noradrenalina; - A resposta inflamatória levará ao remodelamento pulmonar que inclui espessamento subepitelial e mudança da conformação das glândulas e musculatura lisa. Epidemiologia e Fatores de Risco: O risco mais importante para o desenvolvimento de AO é o grau e a duração da exposição a agentes capazes de causar AO; - Atopia é um fator de risco, principalmente para a Asma relacionada à antígenos de alto peso molecular; - A presença de profissionais com rinite e sinusite se torna um importante fator de risco; - Possíveis fatores genéticos foram relacionados recentemente como fatores de risco para AO. - Foi estimado que 25% dos asmáticos adultos, tem asma relacionada ao trabalho; - Estimativas da incidência e prevalência da AO são confundidos por diferentes definições e critérios diagnósticos da AO; - A incidência pode ser subestimada, devido ao medo dos trabalhadores de relatarem a doença. Diagnóstico: Avaliação de pacientes com asma em trabalhadores deve incluir informações sobre sintomas asmáticos e identificar todas as relações temporais entre os sintomas asmáticos e o trabalho; São recomendadas as seguintes questões: - Houve mudança no processo de trabalho no período que antecede o início dos sintomas? Importância: Alterações nos processos de trabalho poderia expor o trabalhador a um novo agente ou a níveis mais elevados de um agente que estava anteriormente presente. - Você foi exposto a um trabalho diferente nas 24 horas que antecederam os sintomas? Importância: A exposição a um produto químico diferente em altas quantidades, pode ser o indutor da crise asmática; - Os sintomas asmáticos ocorrem fora do ambiente de trabalho? - Os sintomas alérgicos de rinite e sinusite pioram no ambiente de trabalho? Diagnóstico: A história completa na suspeita de AO deve incluir uma abordagem ampla do ambiente de trabalho, quanto a localização e à equipamentos de proteção; É importante também uma história cronológicadesde o primeiro emprego até o atual, afim de buscar se houve sensibilização anteriormente. Exames Complementares: Espirometria: Mudanças no valor da espirometria podem auxiliar no diagnóstico de AO. Recomenda-se afastar o trabalhador durante uma semana para ser realizada a espirometria com resultados mais fidedignos. Teste de inalação específica: realizado em poucos lugares no mundo, expõe o paciente a um antígeno de maneira controlada e avalia a resposta asmática; Teste percutâneo: possui um valor preditivo negativo, usa-se para afastar AO causada por um determinado grupo de alérgenos; Teste de provocação no local de trabalho: se faz espirometria no local de trabalho, comparando-se o VEF1 em diversos momentos durante a jornada de trabalho. Controle: Retirada dos alérgenos seria o ideal; Há evidências que o asmático induzido por irritantes pode conviver com o alérgeno desde que medidas de segurança sejam tomadas, como menor exposição e equipamentos de segurança, como máscaras; Há poucos dados sobre a imunoterapia; Diagnóstico Diferencial Disfunção das pregas vocais; Irritação do trato respiratório superior; Rinossinusite; Bronquite eosinofílica; Outras patologias pulmonares ocupacionais. Prevenção Considera-se 3 componentes: 1) Prevenção primária: é direcionado a reduzir a exposição a potenciais agentes causais. Isto pode implicar redução da exposição pela eliminação completa de um agente causal (por exemplo, através da substituição); 2) Prevenção secundária: identifica indícios de doença subclínica em trabalhadores. Podem ser executadas ações para que a doença não evolua. Pode ser feita através de questionários, espirometria, testes imunológicos; 3) Prevenção terciária: tentativas para amenizar os efeitos do ambiente sobre a doença já manifesta. Prognóstico: O prognóstico da asma ocupacional depende essencialmente sobre a cessação da exposição ao agente agressor, a duração da exposição ao sensibilizadores, bem como a gravidade da asma quando diagnosticada. Implicações Clínicas e Direções Futuras: Embora tenham sido feitos grandes progressos na compreensão OA, há ainda muitas perguntas sem resposta; Existem necessidades importantes para compreender melhor a patogênese da AO; Centros de excelência são necessários para melhor diagnosticar esse tipo de Asma; Novos testes diagnósticos tem sido elaborados. CONCLUSÃO AO pode contribuir para 25% da asma em adultos; É causada por agentes irritantes ou sensibilizantes; Quando sensibilizante, avaliar se é de alto peso molecular ou baixo peso molecular; Melhor compreensão da patogênese está levando ao desenvolvimento de novos testes diagnósticos; Os fatores de risco, inclusive fatores genéticos tem sido melhor estudados; A diminuição da exposição aos alérgenos diminui significativamente os sintomas da AO, levando a um melhor prognóstico.
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