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Roubo: Classificação e Elementos

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ROUBO (art. 157) 
 
o Classificação Doutrinária: crime comum, de forma livre, material (posição doutrinária 
tradicional) ou formal (orientação do STF e STJ), instantâneo, plurissubsistente (regra), 
unissubjetivo (regra), de dano. 
o Incompatível com o princípio da insignificância, pois é crime pluriofensivo, não se esgota no 
ataque ao patrimônio da vítima, atinge também sua integridade física ou liberdade individual. 
o Não é admissível o roubo privilegiado. 
o Ação penal: pública incondicionada em todas as modalidades. 
o A ausência de objeto material com a vítima não descaracteriza a figura típica (divergências). 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência (ROUBO 
PRÓPRIO): 
 
 
 
 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (Crime de elevado potencial ofensivo) 
 
 Grave ameaça: promessa de mal grave, iminente e verossímil, isto é, passível de realização. 
Pode-se exteriorizar por palavras, gestos, símbolos, objetos em geral. Seu potencial 
intimidatório deve ser aferido no caso concreto, baseado nas circunstâncias ligadas à prática do 
crime. De fato, o que é ridículo para uma pessoa pode constituir grave ameaça para outrem. 
(ex. do ateu). A grave ameaça, contudo, deve estar indispensavelmente ligada a uma subtração 
patrimonial. (ex. da pessoa mal encarada). 
Com efeito, não é preciso, na execução do delito, que seja anunciado o mal a ser 
praticado pelo agente: se alguém pedir “por favor”, com voz assustadora ou sacar a arma e 
pedir a entrega do bem, não foi verbalizada a promessa de mal grave, iminente e inverossímil. 
Contudo, não há dúvida que tal mal foi notado pela vítima, subjugada pela conduta do agente. 
Porte simulado de arma e porte ostensivo de arma (arma na cintura) também 
caracterizam grave ameaça. Se a arma não podia ser visualizada pela vítima, o crime será de 
furto, assim como se o sujeito apontar a arma, incidirá a causa de aumento de pena inerente ao 
emprego de arma. 
O emprego de arma com defeito, desmuniciada ou de brinquedo autoriza o 
reconhecimento da grave ameaça. Apesar da ineficácia do meio de execução, sua utilização é 
capaz de intimidar a vítima. 
Finalmente, há grave ameaça quando os roubadores abordam repentinamente a 
vítima, gritando que se trata de assalto e exigindo a entrega de seus bens. 
 
 Violência à pessoa: consiste no emprego de força física sobre a vítima, mediante lesão corporal 
ou vias de fato, para paralisar ou dificultar seus movimentos, impedindo sua defesa. Deve ser 
empregada contra a pessoa que pode ser titular do objeto material ou terceira pessoa. Se a 
violência for contra a coisa (ex.: quebra de cadeado), o delito será de furto qualificado. Divide-
se em violência direta ou imediata (dirigida contra a pessoa de quem ser quer subtrair os bens) 
e indireta ou mediata (dirigia contra pessoas ligadas à vítima da subtração por laços de 
parentesco ou amizade ou mesmo contra coisas – ex.: quebrar o vidro do automóvel da vítima 
e, em seguida, ir ao seu encontro para roubar sua bolsa). Convém destacar que a violência 
Qualquer outra forma que impeça a resistência da vítima. 
Ex.: alguém que, no ônibus, tranca o outro no banheiro para roubar-lhe os 
pertences incorre no crime de roubo mediante violência imprópria (dificultou a 
resistência da vítima). 
Se consuma com a mera 
subtração. 
Admite tentativa. 
indireta muito mais se assemelha à grave ameaça e como tal há de ser entendida, pois influi no 
estado anímico da vítima. 
 
* Trombada ou subtração por arrebatamento: Discute-se se tipifica furto ou roubo. Nucci 
sustenta que qualquer tipo de violência incidente sobre a pessoa humana, com a finalidade de 
levar-lhe os pertences, configura roubo e não um simples furto, segundo ele “a violência não 
tem graus ou espécies: estando presente, transforma o crime do art. 155 no previsto no art. 
157. Greco, por sua vez, defende a tipificação do furto no contexto da trombada, pois entende 
que “a finalidade do agente, ao esbarrar na vítima, visando arrebatar-lhe os bens, não é 
intimidá-la para levar a efeito a subtração”, ao contrário do que ocorre com o crime de roubo, 
no qual a violência é empregada para subjugar a vítima. Cleber Masson prefere um meio-
termo, dependendo do caso concreto, e esse é o entendimento do STF. 
 
*Subtração de bem preso ao corpo da vítima (cordão de ouro, por ex.): Para o STF, o crime é de 
roubo, como já decidido: Quando, na subtração de objetos presos ou juntos do corpo da vítima, 
a ação do agente repercute sobre esta, causando-lhe lesões ou diminuindo a capacidade de 
oferecer resistência, tem-se configurado o crime de roubo. Existem posições em contrário, sob o 
argumento de que, como a violência é empregada contra coisa, é só acessoriamente contra a 
pessoa, não há constrangimento e o crime é de furto. 
 
 Qualquer meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência: é a chamada violência 
imprópria ou indireta. São exemplos: drogar ou embriagar a vítima. Obs.: se a própria vítima se 
põe em situação na qual não pode se defender, embriagando-se e vem a ser subtraída, o crime 
será de furto. 
 
 CONSUMAÇÃO: 
 
1ª Posição (doutrina tradicional): a consumação do roubo próprio depende de 4 etapas: 
a) Emprego de violência ou grave ameaça; 
b) Apoderamento da coisa; 
c) Retirada do bem da esfera de vigilância da vítima; e 
d) Livre disponibilidade do bem pelo agente, ainda que por breve período. 
 
2ª Posição (STJ e STF): é possível a retomada do bem por meio de perseguição imediata. São suficientes 
duas etapas para consumação do roubo próprio: 
a) Emprego de violência ou grave ameaça; e 
b) Apoderamento da coisa, com a cessação do constrangimento ao ofendido. 
 
 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência 
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa para si ou para terceiro (ROUBO IMPRÓPRIO). 
 
 
 
 
 ROUBO IMPRÓPRIO: 
- NÃO admite tentativa: tirar a coisa e ser impedido de exercer a violência posteriormente configura 
crime de furto. Há controvérsias na doutrina. 
Consuma-se no momento em que o sujeito utiliza violência à pessoa ou grave ameaça, ainda 
que não tenha êxito em assegurar a impunidade ou a detenção da coisa subtraída. (crime 
formal de consumação antecipada). 
- Se o criminoso tentou pegar a coisa, mas foi flagrado e não conseguiu e saiu correndo. No meio da 
fuga, soca o motorista (exemplo do ônibus) para que esse não o impeça de sair, isso não configura 
roubo impróprio nem consumado e nem tentado, é tentativa de furto aliada com lesão corporal. 
-NÃO admite violência imprópria por ausência de previsão legal. 
 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade (Roubo Circunstanciado ou Agravado): 
 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma (qualquer arma, inclusive a 
imprópria – ex: cadeira); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Porte simulado de arma não é hipótese de aumento de pena. 
 - Se o roubo é cometido em concurso de agentes e somente um deles se vale de arma, a causa 
de aumento de pena se estende a todos os envolvidos, sejam eles coautores ou partícipes. 
 - Arma com defeito: se o defeito acarretar em absoluta ineficácia da arma e tal circunstância for 
comprovada pericialmente, não se aplica a causa de aumento de pena. Se o vício importar apenas 
ineficácia relativa (ex: revólver que falha em alguns disparos), prevalece o entendimento da causa de 
aumento da pena. É o entendimento do STJ. 
 - Arma desmuniciada: é meiorelativamente ineficaz, o agente pode nela inserir projéteis a 
qualquer tempo e efetuar disparos. É cabível a causa de aumento de pena. Há, entretanto, discordância 
da jurisprudência do STJ por ser incapaz de gerar perigo real à vítima. 
 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
 - A razão do tratamento legal mais rigoroso está no risco que a pluralidade de pessoas 
proporciona à integridade física e ao patrimônio alheios, bem como no maior grau de intimidação à 
vítima. Trata-se de crime acidentalmente coletivo: pode ser cometido por uma só pessoa, mas a 
pluralidade de agentes acarreta na exasperação da pena. 
 - É aplicável ainda que um dos indivíduos seja inimputável ou desconhecido. Quando uma 
pessoa, maior e capaz comete o roubo em concurso com um menor de 18 anos de idade, a ela devem 
ser imputados dois crimes: roubo circunstanciado (CP, Art. 157, §2º, Inc. II) e corrupção de menores, 
definido pelo art. 244-B da Lei 8.069/90. Este delito dispensa a prova de efetiva corrupção de menor. 
 - A doutrina diverge acerca da necessidade da presença de duas ou mais pessoas no local do 
crime, executando o roubo: 
De um lado, Nelson Hungria sustenta “que as várias pessoas devem estar reunidas e presentes 
junto à vítima, embora nem todas cooperem materialmente na violência”. Com posição oposta, Heleno 
Cláudio Fragoso aduz não ser exigível “a presença de todas as pessoas na fase executória” do roubo. 
 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
 - A finalidade desta causa de aumento é a de conceder maior proteção às pessoas que prestam 
serviços relacionados ao transporte de valores (carros-fortes, office-boys, estagiários, etc.), excluindo-se 
o proprietário dos bens. 
Arma de brinquedo não desconfigura o crime de roubo. 
 
1º corrente doutrinária (entendimento majoritário antigo): entende 
que arma de brinquedo é causa de aumento de pena, pois o que é 
determinante na arma não é o seu potencial lesivo, mas o seu 
potencial intimidatório. 
2ª corrente doutrinária (entendimento majoritário atual): entende 
que não aumenta-se a pena porque a arma de brinquedo não tem 
potencial lesivo. A jurisprudência confirma. 
 - O serviço de transporte de valores pode ser realizado por dever de ofício ou mesmo 
acidentalmente (ex.: menino que recebe uma pequena quantia em dinheiro de sua vizinha para 
depositar em conta bancária). 
 - Não há diferença se os valores são transportados de uma localidade para outra (cidades 
diversas), ou, na mesma localidade, de um ponto para outro. 
 - É imprescindível, para aplicação da causa de aumento de pena, a prévia ciência, por parte do 
assaltante, que a vítima está a serviço do transporte de valores. 
 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado 
ou para o exterior; 
 - Trata-se de causa de aumento de pena que diz respeito a um resultado posterior à subtração, 
consistente no transporte do veículo automotor para outro Estado federativo ou para outro país. 
Fundamenta-se na maior dificuldade de recuperação do bem pela vítima quando ocorre a 
ultrapassagem das fronteiras. 
 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
 - Como a lei utiliza o verbo “manter”, a restrição da liberdade deve perdurar por tempo 
juridicamente relevante, isto é, por tempo superior ao necessário à execução do roubo. Ex: A, mediante 
grave ameaça subtrai o automóvel de B, e com ela permanece até abandoná-la em local distante, 
evitando o pedido de socorro à polícia. 
 - O texto legal se reporta à restrição da liberdade e não à sua privação. Logo, se restar 
caracterizada a privação, fazendo-o depois da consumação do roubo, sem nenhuma conexão com a sua 
execução, haverá concurso material entre os crimes de roubo e de sequestro ou cárcere privado. 
 
 Forma qualificada: 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, 
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Crime qualificado pelo resultado. 
 - Admite modalidade culposa. 
 - É vedada a utilização das causas de aumento de pena. 
 - Lesão corporal leve não constitui qualificadora, pois funciona como meio de execução do 
crime mais grave. 
 
o Lesão Corporal Grave: 
 
 - Tratando-se de crime qualificado pelo resultado, o roubo qualificado estará consumado com a 
produção da lesão corporal grave, ainda que a subtração não se aperfeiçoe. 
 - A tentativa será possível apenas quando o resultado agravador for desejado pelo agente (ex.: 
atirar no joelho da vítima, mas errar o alvo). 
 
 
LATROCÍNIO. O que determina a consumação do latrocínio é a morte. Haverá latrocínio quando 
a morte estiver consumada, independentemente do que acontecer com a subtração. (súmula 
610, STF) 
Se o bandido atirar pra matar e a pessoa sobreviver, configura-se o latrocínio tentado. 
Da mesma forma, se o bandido atira e a pessoa morre, mas na hora da subtração a polícia chega 
e ele não consegue levar nada, ainda assim estará configurado o crime de latrocínio. 
o Latrocínio: 
 
- Trata-se de crime complexo, pois resulta da fusão dos delitos de roubo (crime-fim) e homicídio 
(crime-meio), e pluriofensivo, já que ofende dois bens jurídicos, quais sejam o patrimônio e a vida 
humana. 
- Latrocínio tentado ou consumado é crime hediondo. 
- Apesar de atingir bem jurídico de relevo (a vida), considera-se crime contra o patrimônio, uma 
vez que a ofensa àquela é um meio para a violação do direito patrimonial da vítima. (Luiz Regis Prado). 
Há controvérsias na doutrina. 
- Sua caracterização depende de dois requisitos cumulativos, quais sejam: 
a) O agente, durante o roubo, deve empregar intencionalmente a violência à pessoa; e 
b) Existência de relação de causalidade entre a subtração patrimonial e a morte, seja para 
possibilitar a subtração, ou para, após a subtração do bem, garantir a posse da coisa 
ou assegurar a impunidade. 
- Exige-se o emprego intencional de violência à pessoa, a qual produz a morte da vítima, dolosa 
ou culposamente. Se a violência que causa a morte da vítima for culposa, não se pode falar em 
latrocínio, mas em roubo em concurso material com homicídio culposo. 
Exemplo 1: A aborda B e lhe aponta uma arma de fogo. Desejando tão somente assustá-la, A 
efetua um disparo na direção da vítima, não para acertá-la, mas o cartucho ricocheteia em um muro e 
acaba atingindo B, matando-o. A violência foi dolosamente utilizada e a morte foi produzida a título de 
culpa. O crime é de latrocínio. 
 Exemplo 2: A, valendo-se de arma de fogo, aborda B e ingressa em seu automóvel para roubá-
lo. Sua conduta é percebida por policiais, que passam a persegui-lo. Durante a fuga, A, agindo com 
imprudência consistente na direção com excesso de velocidade, capota o veículo, daí resultando a 
morte de B. A violência que provocou a morte da vítima foi culposamente empregada pelo agente. Não 
há latrocínio, mas roubo circunstanciado pelo emprego de arma em concurso material com homicídio 
culposo. 
 - Não há latrocínio quando o animus do agente é matar a vítima e o roubo (de sua motocicleta, 
por exemplo) tem a finalidade de dissimular o crime contra a vida planejado. 
 - Também não há latrocínio, mas concurso material entre roubo e homicídio, quando um dos 
assaltantes mata o outro para ficar com o total dos valores subtraídos, ainda que a morte ocorra 
durante o assalto. 
 - Aberratio ictus 
- Finalmente, não há latrocínio quando a vontade de subtrair os bens da vítima surge após a 
consumação do homicídio. Ex.: A decide matar seu desafeto B. com a vítimajá falecida, A nota que B 
trazia consigo objetos de valor e decide subtraí-los. 
o Latrocínio e pluralidade de mortes: 
- O latrocínio, em nosso Código Penal, é legalmente classificado como crime contra o 
patrimônio, e não contra a pessoa. Em decorrência desta escolha legislativa, se no contexto de um 
roubo, voltado contra um único patrimônio, duas ou mais pessoas são mortas, há um só crime de 
latrocínio. 
- O único instrumento disponível para tratar com maior rigor o agente que assim se comporta é 
reservado ao juiz, que, na dosimetria da pena-base, deve levar em conta as consequências do crime 
para, com fundamento no art. 59, caput, do CP, elevar sua pena-base. Há entendimentos doutrinários 
em sentido contrário: “mate no atacado e pague no varejo”. 
- Se em uma única ação, praticada no mesmo contexto fático, dois ou mais patrimônios forem 
lesados, estará caracterizado o concurso formal impróprio de latrocínios (STJ). 
 
 
 
 ROUBO DE USO (Ex.: roubar veículo para sequestrar alguém e depois devolvê-lo): 
 
1ª Posição: há crime de roubo. O sujeito, para roubar, é levado a usar violência ou grave ameaça contra 
a pessoa, de forma que a vítima tem imediata ciência da conduta e de que seu bem foi subtraído. Logo, 
ainda que possa não existir, por parte do agente, a intenção de ficar com a coisa definitivamente, 
consumou-se o delito. 
 
2ª Posição: não há crime de roubo, admitindo-se a figura do roubo de uso, respondendo o agente tão 
somente por constrangimento ilegal (Greco). 
 
 CONCURSO DE CRIMES: 
a) Se o ladrão utiliza grave ameaça ou violência simultaneamente contra duas ou mais 
pessoas, mas subtrai pertences de apenas uma delas, responde por um só crime de roubo. 
Apesar de o crime ter mais de uma vítima, uma em relação ao patrimônio e outras quanto 
ao constrangimento, apenas um patrimônio foi lesado. 
b) Se o sujeito, no mesmo contexto fático, emprega grave ameaça ou violência contra duas 
ou mais pessoas e subtrai bens pertencentes a todas elas, a ele serão imputados tantos 
roubos quantos forem os patrimônios lesados. Estará caracterizado o concurso formal, 
pois houve somente uma ação, composta de vários atos e várias lesões patrimoniais. (ex.: 
assalto aos passageiros de um ônibus). 
c) Se o agente emprega grave ameaça ou violência contra uma só pessoa, subtraindo bens 
de titularidades diversas que estavam em seu poder (ex: roubar relógio da secretária de 
um médico e dinheiro de seu patrão), deve ele responder por vários crimes de roubo, em 
concurso formal impróprio, dependendo do número de patrimônios lesados. Essa regra só 
deve ser aplicada quando o ladrão SABE que atinge patrimônios diversos. 
 
 
OBS: 
*A diferença fundamental entre roubo e extorsão é que aquele prescinde (dispensa) da 
colaboração da vítima, enquanto para este a colaboração é necessária (ex: chantagem). 
 
*Sequestro relâmpago não se pode tipificar no roubo, pois exige a colaboração da vítima para 
sacar dinheiro, etc. É modalidade de extorsão qualificada. 
 
*O roubo está consumado ainda que o agente destrua a coisa ou dela se desfaça, ou quando 
venha a perdê-la durante a fuga e a vítima não mais consiga recuperá-la 
 
*Roubo não admite arrependimento posterior, pois é exercido mediante violência ou grave 
ameaça. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena 
será reduzida de um a dois terços.

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