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Súmula 594 STJ

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Súmula 594-STJ – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Súmula 594-STJ 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
ALIMENTOS 
Legitimidade do Ministério Público para a ação de alimentos 
 
Súmula 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos 
em proveito de criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos 
pais, ou do fato de o menor se encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da 
existência ou eficiência da Defensoria Pública na comarca. 
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 25/10/2017, DJe 06/11/2017. 
 
O Ministério Público pode ajuizar ação de alimentos em favor de criança ou adolescente? 
SIM. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou 
adolescente. Nesse caso, o MP atua como substituto processual, ou seja, ele irá propor a ação em nome 
próprio defendendo direito alheio (da criança/adolescente). 
Vale ressaltar que o Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar a ação de alimentos ainda que 
em proveito de uma única criança. 
Ficará assim na petição inicial: 
“MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO XX, por intermédio do Promotor de Justiça que ao final subscreve, vem 
ajuizar a presente AÇÃO DE ALIMENTOS em favor da criança XXX, contra FULANO DE TAL (...)” 
 
Quais são os fundamentos para que se reconheça a legitimidade ativa do MP na ação de alimentos em 
favor das crianças e adolescentes? 
Fundamentos constitucionais 
 O direito das crianças e adolescentes aos alimentos pode ser classificado como sendo um interesse 
individual indisponível, o que se insere nas atribuições do MP, conforme previsto no art. 127 da CF/88. 
 É dever não apenas da família, como também da sociedade e do Estado, assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, entre outros (art. 227). 
 
Fundamento legal 
 Compete ao Ministério Público promover e acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças 
e adolescentes (art. 201, III, do ECA). 
 
O Ministério Público pode ajuizar ação de alimentos em favor de criança ou adolescente mesmo que na 
localidade exista Defensoria Pública instalada e funcionando? 
SIM. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou 
adolescente independentemente de existir ou não Defensoria Pública no local. Isso porque as atuações 
dos órgãos não se confundem, não sendo idênticas. 
 
 
 
 
 
Súmula 594-STJ – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
 
Ação de alimentos proposta pelo MP Ação de alimentos proposta pela Defensoria 
Na ação de alimentos, o MP atua como substituto 
processual, pleiteando, em nome próprio, o 
direito do infante aos alimentos. Para isso, em 
tese, o Parquet não precisa que a mãe ou o 
responsável pela criança ou adolescente procure o 
órgão em busca de assistência. O MP pode atuar 
de ofício. Aliás, na maioria das vezes o MP atua 
quando há a omissão dos pais ou responsáveis na 
satisfação dos direitos mínimos da criança e do 
adolescente, notadamente o direito à 
alimentação. 
Na ação de alimentos, a Defensoria Pública atua 
como representante processual, pleiteando, em 
nome da criança ou do adolescente, o seu direito 
aos alimentos. 
Para tanto, a Defensoria só pode ajuizar a ação de 
alimentos se for provocada pelos responsáveis 
pela criança ou adolescente. 
 
 
Existia uma posição sustentando que o MP somente poderia ajuizar ação de alimentos se a mãe da 
criança ou do adolescente não estivesse exercendo o poder familiar, uma vez que, em caso contrário, 
ela deveria tomar essa providência. Essa posição prevaleceu? 
NÃO. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança 
ou adolescente, independentemente do exercício do poder familiar dos pais. Em suma, a mãe e o pai 
podem estar no pleno exercício do poder familiar e mesmo assim a ação ser proposta pelo Parquet. 
 
Existia uma posição sustentando que o MP somente poderia ajuizar ação de alimentos se ficasse 
caracterizado que a criança ou o adolescente estivesse em situação de risco (art. 98 do ECA). Essa posição 
prevaleceu? 
NÃO. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança 
ou adolescente mesmo que a criança ou adolescente não se encontre nas situações de risco descritas no 
art. 98 do ECA. 
Vigora em nosso ordenamento a doutrina da proteção integral da criança e do adolescente. Como 
decorrência lógica dessa doutrina, o ECA adota, em seu art. 100, parágrafo único, VI, o princípio da 
intervenção precoce, segundo o qual a atuação do Estado na proteção do infante deve ocorrer antes que 
o infante caia no que o antigo Código de Menores chamava de situação irregular, como nas hipóteses de 
maus-tratos, violação extrema de direitos por parte dos pais e demais familiares.

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