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* * TERAPIAS DE EXPANSÃO PULMONAR (“TEP”) LARISSA BOUWMAN SAYÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA FISIOTERAPIA APLICADA A PNEUMOLOGIA * * DEFINIÇÃO / OBJETIVO É a utilização de recursos instrumentais e não instrumentais para reverter ou prevenir um quadro de atelectasia. * * TIPOS DE ATELECTASIAS PASSIVA uso persistente de baixo volume corrente pelo paciente. Dor Uso de sedativos Repouso prolongado no leito PADRÃO RESPIRATÓRIO NORMAL: INSPIRAÇÕES PROFUNDAS - 5-10 MIN * * REABSORÇÃO lesões ou tampões mucosos (secreções) bloqueiam a ventilação alveolar. O ar contido no alvéolo é absorvido pelo capilar por difusão e ele colaba. * * ABSORÇÃO oxigênio demasiado impede o nitrogênio de entrar (arcabouço alveolar) e o alvéolo colapsa. COMPRESSÃO colapso alveolar por força mecânica externa * * QUEM NECESSITA DE TEP? Qualquer paciente que não apresente inspirações profundas periódicas. PACIENTES NEUROMUSCULARES CIRURGIAS TORÁCIAS E ABDOMINAIS PACIENTES SEDADOS PACIENTES CONFINADOS NO LEITO PACIENTES LESADOS MEDULARES PADRÃO RESPIRATÓRIO NORMAL: INSPIRAÇÕES PROFUNDAS - 5-10 MIN * * FATORES DE RISCO – PRÉ-OPERATÓRIOS Idade Avançada ↓ Função Pulmonar – Altera distribuição ventilação ↓ Complacência pulmonar ↓ CRF e ↓ VRE Altera Relação V/Q. * * FATORES DE RISCO – PRÉ-OPERATÓRIOS Tabagismo Alterações pulmonares Acúmulo de secreções Disfunção mucociliar Hiper-reatividade brônquica Doenças pulmonares preexistentes DPOC ↓ Atividade mucociliar ↑ Retenção de secreções Alterações V/Q ↑ Resistência das vias aéreas Doenças Restritivas * * FATORES DE RISCO – INTRA E PÓS-OPERATÓRIO Local da Cirurgia Proximidade com a musculatura diafragmática > complicações Anestesia Geral > Tempo > Complicações ↓ progressiva da CRF Colapso Alveolar Regiões basais e dependentes Hipoxemia arterial * * FATORES DE RISCO – PRÉ- E PÓS-OPERATÓRIO Respiração superficial Dor Impede inspiração profunda ↓ VC e reserva ventilatória Tosse Ineficaz ↑ Retenção de secreções Imobilização prolongada e posicionamento em decúbito dorsal Alterações V/Q e ↑ Retenção de secreções * * SINAIS CLÍNICOS História clínica Aumento de FR; Crepitações auscultadas no fim da inspiração Murmúrio vesicular reduzido Taquicardia Hipoxemia * * CASO CLÍNICO Você é chamado para avaliar um homem obeso com 47 anos de idade internado para ser submetido a uma cirurgia abdominal superior. Ele tem uma história de tabagismo, fumando 60 maços de cigarro por anos, e está programado para ser operado amanhã de manhã. O exame revela crepitações grosseiras inspiratórias e expiratórias e sibilos expiratórios. Ele está alerta e orientado e seus sinais vitais são normais. A sua história clinica passada é positiva para diabetes e litíase renal. Quais são os fatores presentes neste paciente que predispõe à atelectasia pós-operatória? * * RX NA ATELECTASIA Aumento da densidade pulmonar Aglomeração dos vasos pulmonares Deslocamento das fissuras Desvio do mediastino pro lado acometido Elevação do diafragma pro lado afetado Costelas aproximadas Hiperinsuflação compensatória do pulmão contralateral * * RX NA ATELECTASIA * * BASE FISIOLÓGICA DA TEP PRESSÃO TRANSPULMONAR = PRESSÃO ALVEOLAR – (-PRESSÃO PLEURAL) * * TERAPIA DE EXPANSÃO PULMONAR Diminuição da Ppleural: Contração diafragmática negativa ainda mais a Ppleural, expande o pulmão puxando-o pra fora fazendo o ar entrar (CI). Padrões ventilatórios Compressão/descompressão torácica EDIC Espirometria de incentivo Breath Stacking Aumento de Palveolar: Implica na abertura da circulação colateral intercomunicando os alvéolos - poros de Kohn (CRF). EPAP Acapella VNI * * TERAPIA DE EXPANSÃO PULMONAR Espirometria de incentivo EPAP Acapella Ventilação não invasiva BREATH STACKING * * RECURSOS NÃO INSTRUMENTAIS DEPENDENTES DE VARIAÇÃO PLEURAL * * PADRÕES VENTILATÓRIOS SELETIVOS Avaliação inicial do paciente (hemodinâmica, ausculta, Rx, gasometria arterial, ritmo e profundidade do PV); Requer total cooperação do paciente; CV > 12ml/Kg; Contraindicado nos casos de dispneia intensa e obstrução brônquica grave. * * 1. INSPIRAÇÃO PROFUNDA / SUSPIRO INSPIRATÓRIO - Aumento da SpO2 - Respiração nasal lenta, segue da CRF até a CPT - pausa de 5s (aumenta o tempo de difusão) - expiração lenta pela boca até a CRF CI pausa 5s expiração lenta CRF * * 2. INSPIRAÇÃO FRACIONADA - Melhora da complacência e incremento da CI - Inspiração nasal suave e curta, interrompida por períodos de pausas breves programadas para 2 -4 tempos seguida de expiração oral lenta com freno labial. CPT CRF * * 3. SOLUÇÕS INSPIRATÓRIOS - Trabalho para o diafragma - Inspiração subdividida em inspirações curtas, sem pausa, até a CPT, seguida por expiração oral. CPT CRF 4. RETARDO EXPIRATÓRIO OU FRENOLABIAL - Diminuição do trabalho respiratório - Inspiração nasal seguida de expiração oral com lábios franzidos. * * Compressão / descompressão torácica: Objetivo: restaurar a ventilação de unidades alveolares comprometidas utilizando a variação de pressão pleural e alveolar; Compressão na expiração seguida de descompressão súbita na inspiração; Inspiração até a capacidade pulmonar total; A descompressão é realizada de maneira brusca para proporcionar maior negatividade da pressão pleural local e direcionar o fluxo ventilatório para a região; Pode ser feita no ápice ou na base; Utilizada em pessoas colaborativas ou não. * * Exercícios de Débito Inspiratório Controlado (EDIC) Manobras inspiratórias lentas e profundas, em DL, com a região a ser tratada em decúbito supralateral Obtenção de um maior diâmetro torácico no final da inspiração Região póstero-basal o indivíduo encontra-se com o corpo ligeiramente rodado para a frente e a pelve perpendicular ao plano da mesa; Região ântero-basal o corpo do sujeito encontra-se ligeiramente rodado para trás e a pelve perpendicular ao plano da mesa; Fisioterapeuta posicionado posteriormente ao paciente, braço do paciente acima da cabeça, acompanha o movimento das costelas com as mãos durante a inspiração e comprime as costelas na expiração. * * Contraindicações: presença de dor; presença de hiperreatividade brônquica; situações pós-operatórias. VÍDEO * * RECURSOS INSTRUMENTAIS DEPENDENTES DA VARIAÇÃO PLEURAL * * ESPIROMETRIA DE INCENTIVO Incentiva o paciente a realizar maiores esforços por feedback visual; Simples e de baixo custo; Fisiológico e eficaz; Expansão da Caixa torácica → ↓Ppl → ↓ Palv Gradiente de pressão Abertura das vias aéreas e os dos alvéolos * * ESPIRÔMETRO DE INCENTIVO ORIENTADO A FLUXO Baixo custo Indicação indireta do volume (volume= fluxo X tempo) Tubos calibrados com fluxo específico faz as bolinhas subirem Desvantagem: fluxo inicialmente é turbulento; grande trabalho respiratório; não pode ser usado em casos de dor ou tosse. * * ESPIRÔMETRO DE INCENTIVO ORIENTADO A VOLUME Mensuram e indicam o volume obtido durantea inspiração máxima sustentada; Volume constante; Mais fisiológico e impõe menor trabalho respiratório; Alto custo. * * * * Posicionamento do paciente (sentado ou a decúbito dorsal a 45°) Instrução da técnica Posicionamento do dispositivo na vertical e a frente do paciente Boca acoplada sem vazamento. Se possível, clipe nasal Inspiração lenta e profunda para maximizar a distribuição da ventilação Sustentar o volume inspiratório por 5 a 10s Expiração normal Repouso entre as manobras evitando alcalose respiratória e hiperinsuflação pulmonar Estabelecer um objetivo inicial que requeira esforço moderado com subsequente progressão Avaliações periódicas da necessidade de manter a intervenção * * RESULTADOS POSSÍVEIS DA EI ↓ FR FC normal Desaparecimento dos ruídos pulmonares Radiografia torácica normal ou melhor ↑ PaO2 e ↓ P(A-a)O2 ↑ CV e dos fluxos expiratórios máximos Restauração da CRF ou da CV pré-operatória Melhoria do desempenho dos músculos respiratórios Obtenção de níveis pré-operatórios do fluxo e volume ↑ CVF * * BREATH-STACKING Método alternativo Pacientes não colaborativos Conscientes ou não Maiores volumes pulmonares Maior sustentação da inspiração máxima * * * * VÍDEO. * * RECURSOS INSTRUMENTAIS DEPENDENTES DA VARIAÇÃO ALVEOLAR * * ENTENDENDO COMO FUNCIONA A PEEP (PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA FINAL) MELHORA DA OXIGENAÇÃO ARTERIAL RECRUTA E ESTABILIZA ALVÉOLOS E PEQUENAS VIAS AÉREAS ↑ CRF ↓ SHUNT PULMONAR * * A pressão positiva inverte o gradiente de pressão espontânea normal A força de retração do pulmão e da parede torácica, armazenada como energia potencial durante a inspiração com pressão positiva, causa uma expiração passiva * * PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA NAS VIAS AÉREAS - EPAP PEEP ↑ Pressão transpulmonar no final da expiração Mantém a via aérea aberta durante a expiração ↑ CRF Prevenção e resolução dos processos atelectásicos Prevenção do colapso precoce das vias aéreas Redução do aprisionamento de ar Melhora da ventilação colateral Higiene brônquica * * EPAP Máscara ou peça bucal Válvula unidirecional Resistor expiratório * * EPAP RESISTOR ALINEAR PRESSÓRICO Paciente respira através de orifícios Diâmetros cada vez menores. Mudanças no Padrão Respiratório Alteram a taxa de fluxo expiratório e a resistência Nível de PEEP variável Tamanho do orifício Taxa de fluxo expiratório * * EPAP RESISTOR LINAER PRESSÓRICO NÃO DEPENDENTE DA GRAVIDADE Pressão Independente do fluxo Resistência constante Gerar pressão limite para abrir a válvula e permitir o fluxo aéreo Através de um sistema de molas PEEP constante * * EPAP RESISTOR LINEAR PRESSÓRICO DEPENDENTE DE GRAVIDADE Sistema EPAP selo d’agua Coluna d’agua graduada de acordo com o nível da PEEP * * Útil em pacientes com atelectasias não responsivas a outras técnicas; em pacientes pouco colaborativos; Em pacientes secretivos associar à terapia de higiene brônquica; Duração de 20min ; 1 a 4 sessões diárias Contraindicações: Asma e DPOC aguda (não toleram) Pneumotórax hipertensivo; PIC > 15mmHg; Instabilidade hemodinâmica; Cirurgias faciais e orais; Soluços; Náusea. * * ACAPELLA OSCILAÇÃO DE ALTA FREQUÊNCIA DO FLUXO AÉREO + TERAPIA DA PEEP Prevenção e reversão de atelectasias Facilita o clearence das secreções Válvula unidirecional Resistência expiratória de ajuste rotatório manual Pressão expiratória - fluxo dependente Ar expirado é direcionado para um orifício que abre e fecha periodicamente gerando oscilações no fluxo de ar; Verde fluxos expiratórios acima de 15l/min Azul fluxos expiratórios abaixo ou iguais a 15l/min * * PROTOCOLO ACAPELLA Resistência - paciente manter 3 seg I:E 1:3, 1:4 Inspirar lenta e profundamente Volumes pulmonares < CPT Sem contração ativa da musculatura abdominal * * * * VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA (VNI) Técnica de ventilação artificial que não requer via aérea artificial Terapia de Expansão Pulmonar ↑ Capacidade vital Restabelece CRF Reverte atelectasias Reduz trabalho respiratório Reduz shunt e melhora trocas gasosas ↑ Pressão transpulmonar = ↑ Palv – (-Ppl) * * * * CASO CLÍNICO Você é chamado para avaliar um homem obeso com 47 anos de idade internado para ser submetido a uma cirurgia abdominal superior. Ele tem uma história de tabagismo, fumando 60 maços de cigarro por anos, e está programado para ser operado amanhã de manhã. O exame revela crepitações grosseiras inspiratórias e expiratórias e sibilos expiratórios. Ele está alerta e orientado e seus sinais vitais são normais. A sua história clinica passada é positiva para diabetes e litíase renal. Qual o plano de tratamento que você recomenda? * * REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RODRIGUES MACHADO, Maria da Glória. Bases da Fisioterapia Respiratória. 1. Ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2008. Cap. 2, 7 e 8. SCALAN, Craig L. Fundamentos da Terapia Respiratória de EGAN.1. Ed. São Paulo: Manole. Cap. 35. * * DÚVIDAS? Larissa Bouwman Sayão Fisioterapeuta – CREFITO1: 159771-F Pós-graduada em Fisioterapia Cardiopulmonar Mestranda em Fisioterapia – UFPE Email: lbsayao@hotmail.com
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