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Profa. Angélica Tenório. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA DISCIPLINA: FISIOTERAPIA APLICADA À REUMATOLOGIA Osteoporose Doença esquelética caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração microarquitetural do tecido ósseo, com aumento da fragilidade óssea e da suscetibilidade a fraturas (OMS). Fonte:http://www.clinicaq.com.br Tecido ósseo: Função estrutural e metabólica. Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Remodelação óssea: Processo através do qual o esqueleto é continuamente reparado e reformado durante a vida adulta. Responde a estímulos mecânicos e hormonais. Osso cortical Osso trabecular Ciclo de Remodelação Óssea Estímulo mecânico Estímulos hormonais Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Osteoclastos Reabsorção óssea Ciclo de Remodelação Óssea Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Osteoblastos Ciclo de Remodelação Óssea Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Reversão Formação da matriz osteóide Ciclo de Remodelação Óssea Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Trabécula óssea Mineralização da matriz osteóide Ciclo de Remodelação Óssea Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Matriz osteóide Mineralização da matriz osteóide Ciclo de Remodelação Óssea Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Final da Remodelação Óssea Ciclo de Remodelação Óssea Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Pico de massa óssea Se um indivíduo não atinge o pico ótimo de massa óssea durante a infância e a adolescência, poderá desenvolver osteoporose, mesmo sem a ocorrência acelerada de perda óssea. Resistência óssea: • Pico de massa óssea; • Quantidade de perda óssea Qualidade do osso Densidade mineral óssea (DMO) •Arquitetura; •Remodelamento ósseo; •Acúmulo de lesão (microfraturas); •Mineralização Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose A OSTEOPOROSE resulta do Desequilíbrio no “balanço ósseo” : Maior taxa de reabsorção do que de formação óssea. Metabolismo ósseo e fisiopatologia da Osteoporose Aumento da fragilidade óssea Epidemoiologia Ocorre com maior frequência em mulheres brancas na pós-menopausa; A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura por osteoporose. (Consenso Brasileiro de Osteoporose, 2002) Nos Estados Unidos: 1,5 milhões de fraturas por ano em decorrência da osteoporose a um custo de 17 bilhões de dólares. (National Osteoporosis Foundation, 2004). Classificação Osteoporose Primária: Tipo I: Pós-menopausa Tipo II: Senil Osteoporose Secundária: Associada a distúrbios endócrinos, falha na absorção de nutrientes, neoplasias malignas, insuficiência renal, entre outros. Osteoporose Idiopática: Origem desconhecida. Principais fatores de risco Sexo feminino; Baixo pico de massa óssea; Fratura prévia; Idade avançada; Menopausa precoce não tratada; Tratamentos crônicos com corticóides e anticonvulsivantes; Sedentarismo; Imobilização prolongada; Alcoolismo e Tabagismo; Baixo peso (IMC < 19); Dieta pobre em cálcio. Quadro clínico Inicialmente assintomática; Deformidade vertebral, causando hipercifose; Perda de estatura; Dor devido a microfraturas; Fraturas. Mais comuns: Coluna vertebral, Colo do fêmur e Punho. Diagnóstico Importância do diagnóstico precoce História clínica Exame físico Exames complementares: *Densitometria óssea (é o padrão-ouro) Ultra-sonometria óssea Radiografia: Não é o exame de eleição ( densidade radiológica: perda de massa óssea >30%) Diagnóstico Densitometria óssea de dupla emissão com fonte de raios X (DXA) Densitometria óssea Interpretação (OMS): Diagnóstico T score Categorização Risco de fratura > - 1 Normal - -1 a -2,5 Osteopenia ↑4 vezes < - 2,5 Osteoporose ↑8 vezes Normal Osteoporótica Diagnóstico Radiografia convencional: Diminuição da densidade radiológica Prevenção e Tratamento Abordagem interdisciplinar. Maior efetividade da atuação preventiva. Fatores de prevenção: Nutrição; Atividade física; Hábitos de vida. Tratamento farmacológico: Abordagem Fisioterapêutica Prevenção: Primária Secundária Terciária Objetivos: Combater os fatores de risco para a osteoporose; Favorecer o diagnóstico precoce; Evitar a progressão da perda de massa óssea; Prevenir a ocorrência de quedas e fraturas; Promover a reabilitação precoce de consequências da doença. Prevenção através de Educação em Saúde Principais recomendações: Consumo de alimentos ricos em cálcio; Exposição ao sol (produção de vitamina D); Prática de atividades físicas em todas as idades; Evitar ingesta excessiva de café; Combate ao etilismo e ao tabagismo; Prevenção de quedas; Entre outras. Fonte: acervo pessoal Abordagem Fisioterapêutica Tratamento: Geralmente o paciente procura a Fisioterapia devido a problemas secundários à Osteoporose. Objetivos: Evitar a progressão da perda de massa óssea; Combater as alterações posturais; Melhorar a força muscular; Melhorar o equilíbrio e a propriocepção; Prevenir a ocorrência de quedas e fraturas. Abordagem Fisioterapêutica Avaliação Fisioterapêutica Identificação Anamnese: QP; HDA; Medicamentos em uso; Antecedentes pessoais (história de quedas e/ou fraturas?) Antecedentes familiares; Estilo de vida. Exame físico: Medidas antropométricas: Altura e peso Postura: Presença de hipercifose? Outras deformidades? Condição muscular: Tônus; Trofismo; Força; Flexibilidade Equilíbrio Marcha Avaliação Fisioterapêutica Aspectos que podem ser avaliados através de questionários ou testes específicos: Mobilidade funcional: Sit-to-Stand Test; Six-metre-walk test. Risco de quedas: Escala de Downton. Equilíbrio: Escala de Equilíbrio de Berg. Funcionalidade: Escalas de independência nas AVD’s e AIVD’s Qualidade de vida: OPAQ - Osteoporosis Assessment Questionnaire. Avaliação Fisioterapêutica Cinesioterapia Exercícios isométricos; Exercícios isotônicos (+com suporte de carga); Exercícios Resistidos; Alongamentos; Treinamento proprioceptivo; Exercícios de coordenação e equilíbrio; Vibração de corpo inteiro (Plataforma vibratória) Recursos fisioterapêuticos Exercícios em cadeia cinética fechada Fortalecimento muscular + Treino de Coordenação Alongamento Fortalecimento muscular Estimulação proprioceptiva Plataforma vibratória A remodelação óssea é influenciada pelas cargas mecânicas impostas aos ossos: Contração muscular e suporte de carga (estresse mecânico) Deformação da matriz ósea Estímulo à atividade osteoblástica (Formação óssea) Evidências da efetividadedo exercício físico na prevenção e no tratamento da Osteoporose Revisão Sistemática (Donatella et al., 2010): Em mulheres após a menopausa: Exercícios aeróbicos, resistidos e com suporte de peso: DMO na coluna vertebral Caminhada: DMO no quadril Precauções durante o exercício: Fornecer boa estabilidade durante exercícios resistidos; Evitar atividades de impacto excessivo (proteção articular e óssea); Evitar exercícios com sobrecarga em flexão e rotação do tronco. Recursos fisioterapêuticos Estratégias para prevenção de quedas e de fraturas: Programa cinesioterapêutico; Encaminhamento para outras especialidades (Ex. oftalmologista, neurologista); Orientações quanto ao uso de medicamentos; etc. Recursos fisioterapêuticos ATUAÇÃO SOBRE FATORES INTRÍNSECOS Estratégias para prevenção de quedas e de fraturas: Organização e adaptação do ambiente doméstico; Cuidados ao deambular em ambiente externo; Orientação de calçados adequados; Indicação de órteses auxiliares da marcha; Uso de cunhas para proteção óssea. ATUAÇÃO SOBRE FATORES EXTRÍNSECOS E COMPORTAMENTAIS Recursos fisioterapêuticos Tratamento de problemas secundários à Osteoporose: Exemplo: Dorsalgias e Lombalgias devido a microfraturas vertebrais. Principais recursos: Eletroterapia e Termoterapia para analgesia e redução de espasmos musculares. Recursos manuais para promover relaxamento muscular. Cinesioterapia : Exercícios isométricos, Isotônicos passivos, Auto-passivos e ativos; progressão para exercícios de fortalecimento com aumento de carga gradual. Hidroterapia. Contra-indicações: Manipulação Exercícios de alto impacto Recursos fisioterapêuticos Referências Donatella, B. et al. Exercise for preventing and treating osteoporosis in postmenopausal women. Cochrane Database of systematic Review, 1, 2010. Kisner, C.; Colby, K. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 5ª. Ed., São Paulo: Manole, 2009. Pinto Neto, A. M. et al. Consenso Brasileiro de Osteoporose 2002. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 42, 6, 2002. Rebelatto, J. R.; Morelli, J. G. S. Fisioterapia Geriátrica. A prática da assistência ao idoso. 2ª Ed., São Paulo: Manole, 2009. Serakides, N. M. O. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 12, 3, 2006.
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