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REFRIGERAÇÃO COMERCIAL E CLIMATIZAÇÃO INDUSTRIAL

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REFRIGERAÇÃO COMERCIAL E
CLIMATIZAÇÃO INDUSTRIAL
JOSÉ DE CASTRO
• Desde 2009 é professor do colegiado de engenharia mecânica da UNIVASF (Universidade
Federal Do Vale Do São Francisco) • Doutorando em engenharia agrícola (Área: máquinas
agrícolas/refrigeração) – UNICAMP • Mestre em engenharia mecânica (Área: Sistemas Térmicos) 
– UFPE (2008) • Engenheiro de produção mecânica – UNIBAHIA (2003) • Técnico em
refrigeração e ar condicionado – CEFET-PE (1994) • Experiência de 15 anos (indústrias, SENAI, 
manutenção industrial, projetos).
REFRIGERAÇÃO COMERCIAL E
CLIMATIZAÇÃO INDUSTRIAL
Copyright © 2011 by Prof José de Castro Silva
Copyright © 2011 by Leopardo
Mediante Contrato firmado com o autor
Editor: Maxim Behar
Produção Gráfica: MCT Books
Revisão de Texto: Alex Giostri
Capa: Sergio Ng
Todos os direitos adquiridos
e reservada a propriedade literária desta publicação pela
LEOPARDO EDITORA LTDA
Av Divino Salvador, 736 - Moema
04078-012 São Paulo - SP - BRASIL
Fone: 011-5093-7822
Fax: 011-5044-6366
www.leopardoeditora.com.br
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Climatização industrial : Engenharia
mecânica 621.56
2. Refrigeração comercial : Engenharia
mecânica 621.56
Castro, José de
Refrigeração comercial, climatização industrial / 
José de Castro. — 1. ed. — São Paulo : Leopardo
Editora, 2010. — (Coleção hemus mecânica)
ISBN 978-85-62953-32-3
1. Ar condicionado 2. Refrigeração I. Título.
II. Série.
10-07508 CDD-621.56
Sumário
PREFÁCIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Capítulo 1
CIRCUITO FRIGORÍGENO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Capítulo 2
CIRCUITO FRIGORÍGENO TERMODINÂMICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Capítulo 3
TIPOS DOS COMPONENTES BÁSICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Capítulo 4
COMPONENTES AUXILIARES DE PROTEÇÃO E CONTROLE. . . . . . . . . . 59
Capítulo 5
REFRIGERAÇÃO COMERCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Capítulo 6
CONDICIONADORES DE AR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Capítulo 7
SISTEMA DE ÁGUA GELADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Capítulo 8
CAPACIDADE TÉRMICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Capítulo 9
UMIDADE E QUEIMA DE MOTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
Capítulo 10
LIMPEZA DE CIRCUITOS FRIGORÍGENOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Capítulo 11
TESTE DE VAZAMENTO DO FLUIDO REFRIGERANTE . . . . . . . . . . . . . 177
Capítulo 12
EVACUAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181
Capítulo 13
CARGA DE FLUIDO REFRIGERANTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Capítulo 14
BALANCEAMENTO DO CIRCUITO FRIGORÍGENO . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Capítulo 15
CÁLCULO DE DESBALANCEAMENTO DE VOLTAGEM . . . . . . . . . . . . . 207
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
ÍNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229
8
PREFÁCIO
O livro continua apresentando uma breve coletânea de manuais e
catálogos de alguns fabricantes de componentes e equipamentos e
opiniões sobre alguns assuntos técnicos. Recomenda-se a leitura deste
livro aos estudantes dos cursos de Mecânico de Refrigeração e Técnico
em Refrigeração e Ar-Condicionado, Técnico em Mecânica ou
Eletromecânica, Técnico em Automação, Arquitetura e Engenharias
(Mecânica, Agrícola, de Produção e Civil), que tenham disciplinas
relacionadas às áreas abordadas e aos estudantes afins, visto que
contém um resumo simplificado do funcionamento e detalhes técnicos
básicos dos equipamentos de refrigeração comercial e climatização
industrial.
José de Castro
Doutorando em Engenharia Agrícola (Área: Máquinas
Agrícolas/Refrigeração) na UNICAMP (Universidade Estadual de
Campinas).
Mestre em Engenharia Mecânica (Área: Sistemas Térmicos) pela
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) (2008).
Engenheiro de Produção Mecânica pela UNIBAHIA (Unidade
Baiana de Ensino, Pesquisa e Extensão) (2003). 
Técnico em Refrigeração e Ar Condicionado pela ETFPE (Escola
Técnica Federal de Pernambuco) (1994). 
9
Tem experiência nas áreas de Docência e Consultoria Técnica
(SENAI-BA), Manutenção Industrial, Engenharia Térmica, Refrigeração 
(Comercial e Industrial) e Climatização (Ar Condicionado). 
Atualmente é Professor do Colegiado de Engenharia Mecânica da
UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco) na área de
Máquinas e Sistemas Térmicos.
10
CAPÍTULO 1
Circuito Frigorígeno
Circuito frigorígeno = circuito de refrigeração = sistema de
refrigeração.
Vamos interpretar o funcionamento mostrado na figura 1.1 com as
funções dos quatro componentes básicos que formam o circuito
frigorígeno. 
O compressor (1) promove a circulação do fluido, ou gás refri ge -
rante, por todo o sistema (circuito) e, com o auxílio do dispositivo de
expansão (3), eleva a pressão no condensador (2) e reduz a pressão no
evaporador (4). As setas da figura 1.2 indicam o sentido de circulação do
fluido, ou gás refrigerante.
O condensador (2), ou serpentina condensadora, tem a função de
eliminar (rejeitar) o calor absorvido pelo evaporador (4) somado ao calor
promovido pela compressão do compressor (1); com essa eliminação de
calor, o fluido refrigerante que penetra (entra) no condensador, no
estado físico “vapor”, se transforma em “líquido”.
O evaporador (4) absorve calor do ambiente interno, e com essa
absorção de calor, o fluido refrigerante que sai do dispositivo de ex -
pansão (3) e entra neste no estado físico “líquido” evapora, ou seja,
transforma-se em “vapor”.
O dispositivo de expansão (3), que pode ser o tubo capilar, o pistão
ou a válvula de expansão termostática (VET), restringe ou dificulta a
passagem do fluido refrigerante “líquido” que vem do condensador para 
o evaporador e, com essa restrição, provoca uma elevação de pressão no
condensador e uma redução brusca de pressão no evaporador.
11
12 CAPÍTULO 1
Figura 1.1 – Sistema básico de refrigeração.
Figura 1.2 – Sistema básico de refrigeração.
A condensação se dá com a rejeição de calor do fluido refrigerante
no estado físico “vapor” e a evaporação, com a absorção de calor pelo
fluido no estado físico “líquido”. Então, o condensador rejeita calor e o
evaporador absorve calor. A figura 1.3 mostra as transformações de
estados físicos que ocorrem nos circuitos de refrigeração ou circuitos
frigorígenos.
O capítulo 2 demonstra o funcionamento do circuito frigorígeno
com detalhes mais aprofundados e o capítulo 3, os principais tipos dos
componentes básicos que formam o circuito frigorígeno.
É importante uma revisão dos princípios termodinâmicos para uma 
melhor compreensão dos temas tratados. O livro Refrigeração e clima -
tização residencial apresenta os princípios básicos de refrigeração. Todo
profissional que atua na área de refrigeração e climatização deve ter
aptidão para a termodinâmica, uma das subdivisões da física.
Circuito Frigorígeno 13
Figura 1.3 – Mudanças de estados físicos do fluido refrigerante.
CAPÍTULO 2
Circuito Frigorígeno
Termodinâmico
 2.1 Circuito Teórico Simples
Um circuito térmico real qualquer deveria ter como referência o
circuito de Carnot, por ser este o de maior rendimento térmico possível.
Entretanto, dadas as peculiaridades do circuito frigorígeno, ou circuito
de refrigeração por compressão de vapor, define-se umoutro cir cuito
chamado de circuito teórico, no qual os processos são mais similares aos
do circuito real, e, portanto, torna-se mais fácil comparar o circuito real
com esse circuito teórico. Esse circuito teórico ideal é aquele que terá
melhor desempenho operando nas mesmas condições do circuito real.
O circuito teórico simples de refrigeração por compressão de vapor
é mostrado na figura 2.1, construído sobre um diagrama de Mollier no
plano PH (Pressão-Entalpia). A figura 2.2 é o esquema básico com os
componentes principais de um sistema frigorígeno ou de refrigeração
suficientes, teoricamente, para realizar o circuito teórico mostrado na
figura 2.1. Os equipamentos esquematizados na figura 2.2 representam,
genericamente, o circuito frigorígeno de qualquer equipamento de refri -
ge ração ou ar-condicionado (climatização) capaz de realizar o processo
específico indicado.
15
Os processos termodinâmicos que constituem o circuito teórico em
seus respectivos equipamentos são:
• Processo [1] Ú [2], que ocorre no compressor; o fluido refrigerante
entra no compressor à pressão do evaporador, Po. O fluido refrige ran -
te é, então, comprimido até atingir a pressão de condensação e, nesse
estado, está superaquecido com temperatura maior que a tem pe ratura 
de condensação.
• Processo [2] Ú [3], que ocorre no condensador, é um processo de
rejeição de calor do fluido refrigerante para o meio de resfriamento
(água ou ar) à pressão constante. Nesse processo, o fluido refrige rante
é resfriado até a temperatura de condensação e, a seguir, condensado
até se tornar líquido saturado.
• Processo [3] Ú [4], que ocorre no dispositivo de expansão, que pode
ser uma válvula de expansão termostática (VET) ou tubo capilar, é
uma expansão irreversível à entalpia constante, processo isoentál pico, 
desde a pressão de condensação e líquido saturado, até a pres são de
vaporização.
16 CAPÍTULO 2
Figura 2.1 – Diagrama pressão-entalpia (PH).
• Processo [4] Ú [1], que ocorre no evaporador, é um processo de trans -
fe rência de calor à pressão constante, conseqüentemente à tempera tu -
ra constante, desde vapor úmido no estado 4 até atingir o estado de
vapor saturado seco. 
Circuito Frigorígeno Termodinâmico 17
Figura 2.2 – Circuito frigorígeno.
Figura 2.3 – Diagrama pressão-entalpia (PH).
2.2 Circuito Real Simples
As principais diferenças entre o circuito real e o circuito teórico
simples são a perda de carga e a queda de pressão tanto nas linhas de
des carga, líquido e de sucção como no condensador e no evaporador.
Essas perdas de carga ∆Pd e ∆Ps estão demonstradas na figura 2.3.
Outras diferenças são o sub-resfriamento do fluido refrigerante na
saída do condensador (nem todos os sistemas são projetados com sub-
res friamento) e o superaquecimento na sucção, que tem a finalidade de
evitar a entrada de líquido no compressor.
2.3 Entalpia e Pressão
2.3.1 Entalpia (H)
Ao se discutir sobre calor, há dois fatores a serem considerados. O
primeiro é que a temperatura é uma indicação de intensidade de calor e
o segundo é que kJ (quilojoule), kcal e BTU são quantidades de calor
(energia térmica).
A entalpia é uma propriedade das substâncias que indica sua quan -
ti dade de energia térmica ou “calor total”. Quando o fluido refri gerante
absorve energia (calor), sua entalpia aumenta; quando o fluido refrige -
rante perde (libera) energia (calor), sua entalpia diminui.
2.3.2 Pressão (P)
 Toda força exercida sobre uma área tem a pressão como resul tado. 
Sempre que uma força for distribuída igualmente sobre uma área dada,
a pressão será a mesma em qualquer ponto da superfície de con tato e
poderá ser calculada dividindo-se a força total exercida pela área total
sobre a qual a força é aplicada. Essa relação é expressa pela equação a
seguir:
p F
A
=
18 CAPÍTULO 2
p = pressão em unidades de F por unidades de A;
F = força total em qualquer unidade de força;
A = área total em qualquer unidade de área.
2.4 Diagramas Pressão × Entalpia
Nas figuras 2.4, 2.5, 2.6 e 2.7 serão demonstrados alguns diagramas
PH dos fluidos refrigerantes:
• R – 134a
• R – 404a
• R – 407C
• R – 22 
O capítulo 3 apresentará os principais fluidos (gases) refrigerantes e 
suas famílias.
Circuito Frigorígeno Termodinâmico 19
20 CAPÍTULO 2
Figura 2.4 – Diagrama pressão-entalpia (PH) do R-134a.
Circuito Frigorígeno Termodinâmico 21
Figura 2.5 – Diagrama pressão-entalpia (PH) do R-404a.
22 CAPÍTULO 2
Figura 2.6– Diagrama pressão-entalpia (PH) do R-407C.
Circuito Frigorígeno Termodinâmico 23
Figura 2.7– Diagrama pressão-entalpia (PH) do R-22.
24 CAPÍTULO 2
Figura 2.8– Diagrama pressão-entalpia (PH) do R600a.
Circuito Frigorígeno Termodinâmico 25
Figura 2.9– Diagrama pressão-entalpia (PH) do R-22.
26 CAPÍTULO 2
Figura 2.10– Diagrama pressão-entalpia (PH).
CAPÍTULO 3
Tipos dos Componentes
Básicos
O compressor, o condensador, o dispositivo de expan são e o
evaporador formam o circuito frigorígeno ou circuito/sistema de re fri -
geração, conceito tradicional visto nos capítulos ante riores. Esses quatro 
componentes principais, estando em perfeitas con dições e bem conec -
tados ou instalados, constituirão o “circuito frigorígeno”. Contudo, este
não funcionará se um “gás” não estiver contido no interior dos com -
ponentes e tubos que formam o circuito frigorígeno, e não basta apenas
ter o “gás”, visto que este deve ser o correto e estar em quantidade
adequada para evitar danos, principalmente ao “coração” do circuito,
que é o compressor (capítulo 14). Dada a importância de se ter um “gás”
circulando adequadamente no circuito, e se um componente básico é
aquele que não deve faltar justamente por ser básico, trataremos o flui do 
refrigerante como um componente básico do circuito frigorígeno, tota -
lizando, então, cinco componentes básicos.
3.1 Fluidos ou Gases Refrigerantes
Todos os fluidos são afetados pela temperatura e pressão que
atuam simultaneamente. A água é um dos fluidos mais comuns para
ilustrar este ponto. Ao nível do mar e em condições normais de pressão
atmosférica em todos os valores de temperatura entre 0°C e +100°C, a
água se encontra no estado físico líquido. Se a temperatura for redu zi da
27
abaixo de 0°C, a água congelará, mudando seu estado físico de líquido
para sólido. Se a água for aquecida acima de +100°C, ferverá, passando
do estado físico líquido para o estado gasoso. Se a pressão for diminuída, 
o ponto de ebulição (evaporação) diminui. Se a pressão da água for au -
men tada, o ponto de ebulição (evaporação) aumenta.
Uma substância pode absorver grandes quantidades de calor com
um aumento de seu calor sensível se a diferença de temperatura é gran -
de ou se o peso da substância é elevado. Contudo, em uma mudança de
estado físico, uma fração do peso necessário para absorver certa quanti -
dade de calor sensível absorverá uma quantidade de calor latente equi -
valente.
Os sistemas de refrigeração e climatização (ar-condicionado) neces -
sitam transmitir grandes quantidades de calor que possam repetir-se
continuamente. Praticamente qualquer líquido pode ser usado para
absor ver calor por evaporação. A água é ideal em muitos aspectos, mas
como visto anteriormente, ferve a temperaturas muito altas, para ser
usada em operações normais de resfriamento, e congela-se a tempe -
raturas altas, para usos em sistemas de baixas temperaturas. Um fluido
refrigerante deve satisfazer oito importantes requisitos básicos:
• Não agredir a camada de ozônio, pois essa camada atmosférica nos
protege dos raios solares, funcionando como uma espécie de filtro
solar.
• Deve absorver o calor rapidamente à temperatura requerida pela
carga térmica.
• O sistema deve utilizar o mesmo fluido refrigerante constantemente,
por razões de economia e para resfriamento contínuo.• Não deve agredir a saúde humana.
• Não deve ser inflamável nem explosivo.
• Ser miscível com o óleo do compressor, ou seja, deve se misturar com
o óleo.
• Ter temperaturas críticas altas.
• Não alterar suas condições químicas durante toda a sua vida útil.
Nas primeiras instalações de refrigeração se empregavam, em
geral, o amoníaco, o dióxido de enxofre, o propano, o etano e o cloreto
metílico. Entretanto, apenas a amônia, ou R-717, é ainda utilizada. Sua
aplicação é específica em grandes sistemas frigoríficos e in dus triais
28 CAPÍTULO 3
distantes do perímetro urbano, pois apenas equipes treinadas devem
manuseá-la, visto que o contato com essa substância pode ser mortal
caso não se usem equipamentos de proteção adequados.
3.1.1 Famílias de Fluidos Refrigerantes
CFC
Família de compostos químicos que possuem os ele mentos cloro,
flúor e carbono em sua composição. Atualmente não se fabrica nenhum
gás CFC; o cloro, que faz parte de sua composição, destrói a camada de
ozônio. Um equipamento de refrigeração ou climatização (ar-condi -
cionado), cujo sistema funciona com um fluido refrigerante que possui
cloro na sua composição, está tecnicamente ultrapassado. Esse equi pa -
mento deve ser atualizado e o profissional de refrigeração tem de en -
contrar uma alternativa para esse problema. 
Como alternativa à falta de CFC, existem os chamados “gases
alternativos” que pertencem à família dos HCFCs.
A seguir, os principais fluidos refrigerantes da família dos CFCs:
• R-12, ou refrigerante 12 (utilizado em refrigeradores, freezers, câ ma ras 
frigoríficas e condicionadores de ar de carros, todos antigos).
• R-11, ou refrigerante 11 (utilizado em grandes sistemas com com pres -
sores centrífugos e como fluido para limpeza de circuitos frigo -
rígenos).
HCFC
Família de compostos químicos que possui os elementos hidro -
gênio, cloro, flúor e carbono em sua composição. Atualmente se fa bri -
cam os HCFCs como gases alternativos que podem substituir os CFCs.
Os principais fluidos refrigerantes da família dos HCFCs são:
• R-22, ou refrigerante 22 (utilizado em condicionadores de ar de jane la, 
splits e centrais).
• R-401A, ou refrigerante 401A (substitui o R-12).
• R-409A, ou refrigerante 409A (substitui o R-12).
• R-401B, ou refrigerante 401B (substitui o R-12 e o R-500).
Tipos dos Componentes Básicos 29
• R-402A, ou refrigerante 402A (substitui o R-502).
• R-408A, ou refrigerante 408A (substitui o R-502).
• R-402B, ou refrigerante 402B (substitui o R-502).
No processo de substituição de um CFC por um HCFC, o fabricante 
de fluidos refrigerantes deverá consultar o fabricante do equipamento.
Esse procedimento requer uma análise apurada de todos os dados de
funcionamento do equipamento (temperaturas, pressões, tipo do óleo
etc). A DuPont, que detém as marcas Suva e Freon e é um dos grandes
fabricantes de fluidos refrigerantes, chama essa atualização de CFC para 
HCFC de retrofit.
HFC
Família de compostos químicos que possui os elementos hidro -
gênio, flúor e carbono em sua composição. Atualmente os novos equi -
pamentos são fabricados com HFCs.
A seguir, os principais fluidos refrigerantes da família dos HFCs:
• R-134a, ou refrigerante 134a (utilizado em refrigeradores, freezers,
câmaras frigoríficas, condicionadores de ar de carros e equipa men tos
do tipo Chiller).
• R-404a, ou refrigerante 404a (utilizado em câmaras frigoríficas).
• R-507, ou refrigerante 507 (utilizado em equipamentos de refrigeração 
comercial).
• R-407C, ou refrigerante 407C (utilizado em equipamentos de clima -
tiza ção (ar-condicionado).
• R-410A, ou refrigerante 410A (utilizado em equipamentos de climati -
za ção (ar-condicionado).
Sobre a questão de destruir a camada de ozônio, os cientistas
criaram um índice que mede em pontos percentuais o poder de des -
truição de cada fluido refrigerante. Esse índice é chamado de ODP
(Ozone Depleting Potential) ou poder de destruição da camada de ozônio. 
Exemplo: o R-12 tem um ODP de 100%, o R-22 tem um ODP de 5,5% e o
R-134a tem um ODP de 0%.
30 CAPÍTULO 3
3.1.2 Diagrama PH dos Fluidos Refrigerantes
Como visto no capítulo 2, o diagrama PH (Pressão-En tal pia) é
muito útil no estudo dos circuitos frigorígenos, pois indica graficamente
colunas de valores de diversas tabelas; assim é fácil visualizar as va -
riações que ocorrem quando o fluido refrigerante passa de uma parte do
circuito para outra. 
Cada fluido refrigerante possui o seu diagrama PH específico e nele 
estão traçadas várias das propriedades físicas do fluido. Para se estudar
o comportamento de um equipamento, deve-se analisar o diagra ma PH
do seu fluido refrigerante (capítulo 7).
3.2 Motocompressores e Compressores
O compressor succiona o fluido refrigerante do evaporador e com -
prime-o no condensador, circula-o por todo o circuito frigorígeno e, com
auxílio do dispositivo de expansão, promove a elevação de pressão no
condensador e a redução de pressão no evaporador. 
Quando perguntamos quais os tipos de compressores que realizam
essa tarefa, muitos res pon dem incorretamente: alternativos, herméticos, 
parafusos, semi- her mé ticos etc. Nessa resposta, há uma mistura do tipo
de compressão com o tipo de acoplamento. 
Tipos dos Componentes Básicos 31
Figura 3.1 – Sistema básico de refrigeração.
Então os compressores se dividem em duas categorias, que são a
“categoria de compressão” e a “categoria de acoplamento”, e a pergunta 
quanto aos tipos de compressores tem de se relacionar ao tipo de ca -
tegoria.
3.2.1 Categoria de Compressão
Alternativo
Os compressores dessa categoria possuem o “pistão” que executa
movimentos alternados — sobe e desce ou vai-e-vem. Observe que na
figura 3.2 o fluido refrigerante penetra (entra), pela linha de sucção, em
um espaço criado pelo curso de descida do pistão e o fluido é forçado
para a linha de descarga pelo pistão no seu curso de subida.
Quando o pistão desce, faz a “placa de válvula de sucção” abrir e a
“placa de válvula de descarga” fechar; a pressão no cilindro, nesse
momento, é menor que na linha de sucção, então o fluido entra no
cilindro. 
Quando o pistão sobe, faz a “placa de válvula de descarga” abrir e a 
“placa de válvula de sucção” fechar; a pressão no interior do cilindro,
nesse momento, é maior que na linha de descarga, então o fluido sai do
interior do cilindro.
O virabrequim gira e, com o auxílio da biela, move o pistão com
movimentos alternados, daí o nome compressor alternativo.
32 CAPÍTULO 3
Figura 3.2 – Detalhe da subida e descida do pistão.
Rotativo
Este tipo de compressor é muito utilizado em condicionadores de ar 
do tipo janela e em bombas de vácuo. 
Em bombas de vácuo, o compressor é o rotativo palheta e a sucção
e a compressão ocorrem em virtude do movimento de lâminas em
relação a uma câmara de bomba (figura 3.6).
Já os rotativos para condicionadores de ar do tipo janela (figuras 3.4 
e 3.5) realizam a sucção e a descarga do fluido refrigerante por meio do
movimento do “rolete” no interior do cilindro. O rolete se movimenta
através de um eixo excêntrico e, com o auxílio da “lâmina divisória”, cria 
regiões de baixa e de alta pressão. Muitos técnicos recla mam das altas
temperaturas da carcaça dos compressores rotativos, pois os comparam
com os alternativos que possuem temperaturas de carcaça me nor. Veja
na figura 3.5 que o interior do cárter do compressor é descarga, ou seja,
altas pressão e temperatura, e a sucção está canalizada interna mente; é
o inverso dos motocompressores herméticos, em que o seu cárter é a
sucção e a descarga é que está canalizada internamente. Mais adiante
será abordado o acoplamento hermético.
Tipos dos Componentes Básicos 33
Figura 3.3 – Detalhe dos principais componentes internos de um compressor
alternativo.
34 CAPÍTULO 3
Figura 3.4 – Motocompressores herméticosrotativo e rotativo em corte.
Figura 3.5 – Detalhe dos componentes internos de um compressor rotativo.
Scroll
Este motocompressor possui dois caracóis: um é fixo e o outro é
móvel (figura 3.9). O móvel executa um movimento orbital dentro do fixo 
e, com isso, cria bolsas de gás. Essas bolsas vão diminuindo de volume e
a pressão do fluido refrigerante aumenta, sendo este descar regado para
o condensador. Simultaneamente, dois bolsões de gás são formados a
baixa pressão, efetuando a sucção do evaporador (fi gura 3.10).
Tipos dos Componentes Básicos 35
Figura 3.6 – Detalhe das palhetas de um compressor “rotativo palheta”.
Figura 3.7 – Detalhe do interior de uma “bomba de vácuo”.
36 CAPÍTULO 3
Figura 3.8 – Detalhe do interior de um motocompressor hermético Scroll.
Figura 3.9 – Caracóis do motocompressor Scroll.
Caracol fixo Caracol móvel
Figura 3.10 – Caracol móvel orbitando dentro do caracol fixo.
Parafusos
Os compressores recebem essa definição porque seus principais
componentes, que são os “rotores ou fusos”, parecem grandes roscas de
parafusos (figuras 3.12 e 3.13).
O rotor, ou fuso, com quatro convexos curvados é chamado rotor
macho e com seis côncavos, rotor fêmea. Geral mente os motores elé -
tricos movimentam o compressor através do rotor macho e sua rotação
fica em torno de 3.600 rpm. O rotor fêmea gira em torno de 2.400 rpm.
Os rotores possuem um desgaste insignificante em virtude da boa
lubrificação nos convexos e côncavos e nas bordas principais dos ro -
tores, que não ficam em contato mecanicamente.
Tipos dos Componentes Básicos 37
Figura 3.11 – Motocompressor Scroll em corte com duplos caracóis.
Figura 3.12
No processo de sucção, o convexo do rotor macho e o côncavo do
rotor fêmea engrenam-se helicoidalmente, e as bordas dos rotores são
seladas pela carcaça. O ponto de sucção atingirá gradualmente o espaço
longi tudinal do côncavo do rotor com o giro, até o encontro da extremi -
dade do convexo com a do côncavo dos rotores, que forma a bolsa de
relação volumétrica, ou seja, a pressão do fluido refrigerante é baixa e
este é succionado (sugado) do evaporador. A figura 3.14 ilustra o
processo de sucção.
No processo de compressão, continuando o giro, convexo com côn -
cavo se engrenam helicoidalmente e inicia-se o deslocamento e a redu -
ção do volume da bolsa, gradualmente a direcionando para a descarga.
38 CAPÍTULO 3
Figura 3.13
Figura 3.14 – Fase de sucção.
No processo de descarga, como a descrição anterior, forma-se a
bolsa de relação volumétrica e o espaço vai se reduzindo até o encontro
com o ponto de descarga; se o volume diminui, a pressão do fluido refri -
gerante aumentará e, então, o compressor empurrará o fluido com pri -
mido para o condensador.
Os compressores parafusos efetuam seu controle de capacidade por 
uma “válvula redutora deslizante” de mais carga e menos carga, a qual
se move paralela ao rotor e modifica a área de compressão do rotor. Isto
prolonga ou encurta a região de compressão do rotor e soma o ato do
retorno de gás para o lado da sucção enquanto o fluido comprimido é
desviado. 
Tipos dos Componentes Básicos 39
Figura 3.15 – Fase de compressão.
Figura 3.16 – Fase de descarga do fluido refrigerante vapor para o condensador.
Centrífugo
Este tipo de compressor é uma máquina relativamente de alta velo -
ci dade, na qual um jato contínuo de fluido refrigerante é succionado e
comprimido por uma força centrífuga. O compressor centrífugo pode ser 
de simples ou múltiplos estágios. Nas figuras 3.18 e 3.19 constam os
rotores internos do compressor.
Os Chillers de médio e grande portes são os equipamentos que
mais utilizam esses compressores, pois o rendimento é muito superior
ao dos alternativos.
40 CAPÍTULO 3
Figura 3.17
Figura 3.18 – Rotores de um compressor centrífugo.
Tipos dos Componentes Básicos 41
Figura 3.19 – Compressor centrífugo.
Figura 3.20 – Circuito de um Chiller com compressor centrífugo.
A seguir, os principais tipos de compressores quanto à categoria de
compressão:
• Alternativo.
• Rotativo.
• Scroll.
• Parafuso.
• Centrífugo.
3.2.2 Categoria de Acoplamento
Nessa categoria, analisa-se como o motor elétrico está instalado
com o compressor propriamente dito, que é a parte mecânica que exe -
cuta a sucção e a compressão.
O motor elétrico pode estar junto do compressor em uma mesma
carcaça, e por essa carcaça não possibilitar consertos (manutenção), cha -
ma remos esse componente de “motocompressor hermético” (figuras 3.4, 
3.8 e 3.21).
O motor elétrico pode estar junto ao compressor em uma mesma
carcaça, e se essa carcaça possibilitar consertos (manutenção), chama -
remos esse componente de “motocompressor semi-hermético” (fi gu -
ra 3.22).
Se o motor elétrico não estiver junto do compressor em uma
mesma carcaça, e se essa carcaça que contém apenas a parte de
compressão, ou seja, o compressor, possibilitar consertos (manutenção),
chamaremos esse componente de “compressor aberto” (figura 3.23).
42 CAPÍTULO 3
Figura 3.21 – Motocompressores herméticos alternativos.
A bomba de vácuo da figura 3.7 é um “compressor aberto pa lhe ta”,
que, como veremos adiante, é utilizada como equipamen to/ferramenta
indispensável nos reparos de circuitos frigorígenos. Essa bomba não é
um compressor utilizado para circular o fluido refrigerante como os
demais compressores.
A seguir, os principais tipos de compressores quanto à categoria de
acoplamento:
• Herméticos.
• Semi-herméticos.
• Abertos.
Tipos dos Componentes Básicos 43
Figura 3.22 – Motocompressor semi-hermético alternativo.
Figura 3.23 – Compressores abertos alternativos.
3.3 Condensadores
Como visto no capítulo 1, o condensador tem a função de eli minar
(rejeitar) o calor do fluido refrigerante. Com essa eliminação de calor, o
fluido refrigerante que penetra (entra) no condensador, no estado físico
“vapor”, se transforma em “líquido”.
O condensador elimina o calor para outro “fluido” que pode ser o ar 
ou a água, e sabe-se que o calor se transfere do fluido com tempe ratura
maior para o com temperatura menor. 
Se for o ar que estiver absorvendo (recebendo) calor do fluido refri -
gerante, o condensador será a ar. Se for a água que estiver absorvendo
(recebendo) calor do fluido refrigerante, o condensador será a água.
Se forem ambos, o ar e a água, que estiverem absorvendo (rece -
bendo) calor do fluido refrigerante, o condensador será chamado eva -
porativo.
3.3.1 Condensadores a Água 
A seguir, os principais tipos de condensadores a água:
• Carcaça e Tubo (Shell & Tube).
• Tubo e Tubo.
• Placas.
44 CAPÍTULO 3
Figura 3.24 – Condensador a água Shell & Tube.
O capítulo 7 mostra o funcionamento detalhado desse tipo de con -
densador a água. O calor que o fluido refrigerante retirou no evaporador 
mais o calor injetado pelo compressor é transferido para a água, pois a
água está com temperatura menor que a do fluido refrigerante “vapor”
no condensador. A água por ter absorvido (recebido) calor do fluido
refri gerante “vapor” precisa perder (liberar) calor para, novamente,
penetrar nos tubos do condensador com temperatura menor.
A figura 3.25 mostra o condensador Tubo e Tubo e a figura 3.27, o
condensador a Placas. Em ambos, o princípio é fazer com que a água
retire calor do fluido refrigerante.
Independentemente do tipo do condensador a água, este deve estar 
ligado a uma torre de resfriamento, que fará o resfriamento da água que
aqueceu no condensador por ter retirado calor do fluido refrigerante. 
Para a água circular pelo(s) condensador(es) e pela(s) torre(s), have -
rá bombas de água, como bombas de água de condensação (BAC). A
interligação entre condensador, torre de resfriamento e BAC é
apresentada em detalhes no capítulo 7.
Tipos dos Componentes Básicos 45
Figura 3.25 – Condensadora água Tubo e Tubo.
Figura 3.26 – Condensador a água Tubo e Tubo.
3.3.2 Condensador a Ar
Os condensadores a ar podem ser com convecção natural ou con -
vec ção forçada. Na linha residencial, a maioria dos refrigeradores utiliza 
condensadores com circulação natural de ar (convecção na tural). 
Já na linha de refrigeração e climatização comercial, câmaras frigo -
ríficas, centrais de ar-condicionado e centrais de água gelada, os con -
densadores recebem a circulação forçada do ar por meio de um mo to -
ventilador (convecção forçada). Esses condensadores utilizam “ale tas”
que fazem com que o ar retire calor com mais facilidade do fluido refri -
gerante que passa no interior da tubulação, sendo, por isso, denomi -
nados “con densadores aletados com convecção forçada de ar”.
46 CAPÍTULO 3
Figura 3.27 – Condensador a água do tipo Placas.
Figura 3.28 – Aletas do condensador a ar.
3.3.3 Condensador Evaporativo
Este tipo de condensador consiste em uma torre de resfriamento de 
água pelo sistema de ar forçado, combinada com um condensador for -
mado por uma serpentina de tubo liso. Na figura 3.31 vemos que a
super fície do condensador é umidificada por meio de orifícios pul ve -
rizadores de água, ao mesmo tempo em que sobre estes se dirige a
corrente de ar promovida pelo motoventilador. A finalidade é ativar a
evaporação da água iniciada no processo de condensação do flui do
refrigerante que atua como fonte de calor. Os sistemas de refrigeração
industriais são os grandes utilizadores desse tipo de condensador.
Tipos dos Componentes Básicos 47
Figura 3.29 – Detalhe das aletas e motoventilador do condensador a ar.
Figura 3.30 – Condensador a ar.
3.4 Dispositivos de Expansão
São basicamente redutores de pressão e controladores do fluxo do
fluido refrigerante liquefeito no condensador para o evaporador. Nos
equipamentos de refrigeração e climatização comercial, o dispositivo de
expansão mais utilizado é a válvula de expansão termostática (VET).
Como visto no capítulo 1, o dispositivo de expansão, que pode ser o
tubo capilar, o pistão ou a válvula de expansão termostática, restringe ou 
dificulta a passagem do fluido refrigerante “líquido” que vem do
condensador para o evaporador e, com essa restri ção, provoca elevação
da pressão no condensador e redução brusca de pressão no evaporador.
O capítulo 6 mostra os tipos de equi pamentos que mais utilizam o
dispositivo pistão.
Dos dispositivos citados anteriormente, a VET é o único que faz a
regu lagem ou dosagem do fluido líquido para o evaporador. Essa
regulagem é feita em virtude da temperatura do fluido refrigerante
“vapor” que sai do evaporador. A temperatura do vapor que sai do
evaporador é percebida pelo “bulbo sensor” da VET.
48 CAPÍTULO 3
Figura 3.31 – Condensador evaporativo.
Na figura 3.32 vemos a VET recebendo o fluido refrigerante
liquefeito no condensador e o enviando a baixas pressão e temperatura
para o evaporador; na saída do evaporador encontra-se o bulbo sensor
da válvula identificando a temperatura do fluido refrigerante “vapor”
que está saindo do evaporador e indo para o compressor.
Na figura 3.33 há um diagrama esquemático de uma VET. Como se
vê, a válvula consiste em um corpo A, haste da válvula B, mola C,
diafragma D e bulbo sensor remoto E.
O bulbo sensor remoto e o espaço acima do diafragma estão ligados 
por um tubo capilar. O bulbo contém um fluido volátil. O fluido utilizado
é normalmente o mesmo que se utiliza como refrigerante no sistema.
Como se sabe, quando se aplica calor ao bulbo sensor remoto, a pressão
do fluido (gás) que está dentro do tubo aumenta. Essa pressão
transmite-se através do tubo capilar para o espaço sobre o diafragma. A
pressão aplicada faz empurrar o diafragma para baixo, contra a pressão
da mola. Isto faz mover a haste para fora da sede da válvula, abrindo-a.
Tipos dos Componentes Básicos 49
Figura 3.32
Quando se retira calor do bulbo sensor remoto (resfriando), a pres -
são do fluido (gás) que está dentro do tubo diminui. Essa baixa pressão
transmite-se através do tubo capilar para o espaço sobre o diafragma. A
baixa pressão aplicada faz o diafragma ir para cima e a pressão da mola
vence a pressão que está sobre o diafragma. Isto faz mover a haste para
dentro da sede da válvula, fechando-a. Assim, a quantidade de calor
(temperatura) do bulbo determina a posição da haste, a qual, por sua
vez, controla a quantidade de fluido refrigerante que vai para o
evaporador. A maioria das VETs possui um ajuste que varia a tensão da
mola. Ao se modificar a tensão da mola, varia-se o grau de calor
necessário no bulbo sensor remoto para dar posição à haste da válvula.
Esse ajuste é conhecido como “superaquecimento” (capítulo 14).
Verificando novamente a figura 3.32, vemos o bulbo sensor na linha 
de sucção; se o local onde o bulbo será instalado na sucção estiver na
vertical, a preocupação será apenas com a isolação térmica deste, mas se 
a linha de sucção estiver na horizontal, como na figura 3.32, deve-se
tomar o cuidado de não colocar o bulbo sensor na parte inferior do tubo,
ou seja, embaixo do tubo de sucção, pois pode haver vestígios de óleo e
isso ocasionará uma pequena isolação térmica entre o fluido refrigerante 
vapor que passa na linha de sucção e o gás que está no bulbo sensor. 
50 CAPÍTULO 3
Figura 3.33 – VET com equalização interna.
Verificando a figura 3.34, vemos as melhores posições para instalar
um bulbo numa linha de sucção na horizontal. Ao visualizar o tubo de
sucção como um relógio (analógico), as posições seriam em 10 ou 14
horas. Como comentamos antes, se o tubo de sucção estiver na hori -
zontal, poderá haver óleo na parte inferior deste, então não será acon -
selhável colocar o bulbo sensor na posição 18 horas.
A fim de compensar uma excessiva queda de pressão por meio de
um evaporador, a VET deve ser do tipo equalizador externo, com o tubo
equalizador externo ligado logo após a saída do evaporador, ou seja,
ligado na linha de sucção, próximo ao bulbo sensor. 
A queda de pressão real da saída do evaporador é imposta sob o
dia fragma (figuras 3.35 e 3.36) da VET. As pressões de operação no
diafragma estão agora livres de qual quer efeito da queda de pressão no
evaporador, e a VET responderá ao superaquecimento do fluido refri -
gerante vapor que sai do evaporador. A VET deve ser aplicada o mais
próximo possível do eva porador e em situação tal que seja acessível para 
ajustes e manutenção.
Tipos dos Componentes Básicos 51
Figura 3.34 – Bulbo sensor na posição 14 horas.
A figura 3.37 mostra as forças que atuam numa válvula de ex -
pansão termostática com equalização externa. Todos os sistemas de
refri geração e climatização de médio e grande portes utilizam VET com
equalização externa.
52 CAPÍTULO 3
Figura 3.36 – VET com equalização externa.
Figura 3.35 – VET com equalização externa.
• Força (1) — Pressão do gás do bulbo sensor (sobre o diafragma).
• Força (2) — Pressão do evaporador captada pelo tubo equalizador
externo.
• Força (3) – Pressão da mola (sob o diafragma).
• Válvula abrindo — “Força (1)” maior que a soma das “Forças (2)+(3)”
• Válvula fechando — soma das “Forças (2)+(3)” maior que a da “Força
(1)”
Sendo do tipo equalização interna ou equalização externa, sabe -se
que a válvula de expansão termostática recebe o fluido refrigerante
“líquido” do condensador a alta pressão, e logo após a VET, o fluido
refrigerante já está imediatamente a baixas pressão e tem peratura.
O fluido refrigerante flui através da VET para a baixa pressão do
evaporador. O fluido refrigerante “líquido” resfria para a temperatura
de evaporação correspondente a essa pressão mais baixa. Para realizar
esse resfriamento, o fluido refrigerante “líquido” deve ceder calor, sendo 
este cedido para o meio mais próximo, que são as moléculas adjacentes
do próprio fluido refrigerante. Aoceder esse calor a uma pressão mais
bai xa, ocorre (ainda na VET) a evaporação de parte do fluido refri -
gerante “líquido” até o ponto em que a mistura de vapor e líquido tenha
atingi do a temperatura de saturação (evaporação) correspondente a essa 
pres são mais baixa.
O fluido refrigerante “vapor” resultante dessa evaporação é chama -
do “flash gás” e sua quantidade é referida como “percentual de flash
gás”. Esse percentual aos níveis de temperaturas de climatização do ar
Tipos dos Componentes Básicos 53
Figura 3.37 – Forças que atuam na VET com equalização externa.
está na faixa de 20% a 30%. A figura 3.38 mostra esse fenômeno no dia -
grama PH, em que quanto menor o flash gás, haverá mais fluido
refrigerante “líquido” no evaporador para retirar calor e o rendimento
do equi pa mento aumentará.
O flash gás é um componente indispensável, visto que o fluido
refrigerante necessita utilizá-lo para que sua temperatura permaneça
reduzida no evaporador; o fluido refrigerante, vindo a altas pressão e
temperatura do condensador (quente), tem de “perder” parte de sua
quantidade no estado líquido para ficar a baixa temperatura (frio) ao
penetrar (entrar) no evaporador.
Este é um processo inerente ao circuito frigorígeno, e uma vez que
o flash gás é diminuído da capacidade útil do equipamento, é desejável
que o fluido refrigerante líquido tenha um baixo calor específico, o que
diminuirá o flash gás ao mínimo.
O capítulo 1 descreve o circuito frigorígeno no diagrama PH, sendo
o ponto 4 a entrada do evaporador e o ponto 1 a saída. O compressor
corresponde ao ponto 1 ao 2, o condensador, ao ponto 2 ao 3, e a VET, ao 
ponto 3 ao 4.
54 CAPÍTULO 3
Figura 3.38 – Diagrama PH evidenciando o flash gás.
Além das válvulas de expansão termostáticas “termomecânicas”
mostradas anteriormente, os equipamentos de refrigeração ou clima -
tização podem utilizar também as válvulas de expansão eletrônicas.
Estas são comandadas por um microprocessador com o objetivo espe -
cífico de manter o superaquecimento com uma maior precisão. Essas
VETs não possuem o bulbo sensor externo com gás internamente, mas
há um sensor (termistor) na linha de sucção do compressor e esse sensor 
envia sinal ao microprocessador, que, por sua vez, aciona o “motor” da
válvula eletrônica fazendo-a aumentar ou diminuir a passagem de fluido 
refrige rante líquido para o evaporador.
A figura 3.39 mostra:
1. motor de passo;
2. parafuso rosca sem fim;
3. bucha deslizante;
4. conjunto orifício calibrado.
Tipos dos Componentes Básicos 55
Figura 3.39 – VET eletrônica.
3.5 Evaporadores
Como visto no capítulo 1, o evaporador absorve calor do am biente
interno. Com essa absorção de calor, o fluido refrigerante que sai da
válvula de expansão e entra nela no estado físico “líquido” evapora, ou
seja, transforma-se em “vapor”.
O evaporador absorve o calor de outro “fluido” que pode ser o ar ou 
a água, e o calor se transfere do fluido com temperatura maior para o
com temperatura menor. 
Se for o ar que estiver liberando (rejeitando) calor para o fluido
refrigerante se evaporar, o evaporador será do tipo expansão direta,
(capítulos 6 e 7).
O evaporador a ar (figura 3.40) é construído com aletas, semelhan -
temente aos condensadores a ar.
Se for a água que estiver liberando (rejeitando) calor para o fluido
refrigerante se evaporar, o evaporador será do tipo Shell & Tube (Car -
caça e Tubo) (figuras 3.41 e 3.42 e o capítulo 7).
56 CAPÍTULO 3
Figura 3.40
Tipos dos Componentes Básicos 57
Figura 3.41 – Evaporador Carcaça e Tubo.
Figura 3.42 – Evaporador Carcaça e Tubo.
CAPÍTULO 4
Componentes Auxiliares
de Proteção e Controle
4.1 Filtro Secador ou Desidratante
Os filtros são os componentes auxiliares mais importantes em qual -
quer sistema de refrigeração ou climatização. Eles estão localizados
estra tegicamente antes do dispositivo de expansão, pois o dispositivo é o
ponto de menor diâmetro do sistema e onde pode haver obstrução (entu -
pimento). A finalidade dos filtros desidratantes é a de reter as im pu rezas 
contidas no interior do circuito frigorígeno e absorver a umida de de
acordo com o tipo de filtro desidratante. Cada filtro possui uma capa -
cidade higroscópica diferente, a qual se refere à absor ção de umidade
(consulte o fabricante). Nesses filtros deverá ser obedecida a posição
quanto à colocação. A figura 4.1 mostra um filtro em corte e a figura 4.2,
um recarregável.
Figura 4.1
59
4.2 Visor de Líquido
São componentes que num sistema de refrigeração, principalmente 
em máquinas de médio e grande portes, desempenham um importante
tra balho: a visualização da passagem do líquido na linha de líquido a alta 
pressão, além de permitir, em alguns casos, a constatação de umidade
no sistema.
O visor de líquido serve para indicar falta de líquido na válvula de
expansão termostática. Bolhas de vapor no visor indicam, por exemplo,
falta de carga, sub-resfriamento baixo ou obstrução parcial do filtro
secador.
4.2.1 Visor com Indicador de Umidade
O visor está equipado com um indicador de cor que passa de verde
para amarelo quando o teor de umidade do refrigerante excede o valor
crítico. A indicação de cor é reversível, isto é, a cor passa novamente de
amarelo para verde quando a instalação está seca, por exemplo, reno -
vando o secador de linha. Ao montar o secador da linha de líquido numa
posição vertical, é preciso certificar-se de que a entrada ficará em cima e 
a saída, embaixo. Desta maneira, haverá sempre líquido refrigerante no
filtro, de modo que a capacidade de secagem é utilizada da melhor
manei ra possível.
60 CAPÍTULO 4
Figura 4.2 – Substituição do cartucho.
4.3 Válvula de Retenção
São dispositivos que permitem a passagem do fluido refrigerante
somente no sentido da seta de indicação. É uma válvula unidirecional.
4.4 Válvula Solenóide da Linha de Líquido
A válvula solenóide é uma válvula eletromagnética servo coman -
dada. Se a bobina recebe corrente, abre-se o orifício piloto. Esse orifício
tem uma seção de passagem superior à do conjunto de todos os orifícios
de equalização de pressão. A pressão sobre o diafragma é reduzida por
escape, através do orifício piloto para a saída da válvula, e o diagrama é
levantado pelo aumento da pressão de entrada no lado inferior. Quando
a bobina não recebe corrente, o orifício piloto está fechado e o diafragma 
é empurrado de encontro à sede da válvula, porque a pressão sobe o
diafragma e aumenta os orifícios de equalização de pressão.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 61
Figura 4.3
Figura 4.4 – Válvula de retenção com rosca.
Esse tipo de válvula é geralmente instalado na linha de líquido para 
retenção de fluido refrigerante, quando estiver desenergizada. A
figura 4.6 mostra a solenóide fechada e a figura 4.7, esta abrindo.
62 CAPÍTULO 4
Figura 4.5 – Válvula solenóide.
Figura 4.6 – Solenóide fechada.
Figura 4.7 – Solenóide abrindo.
4.5 Válvula de Serviço
Estas válvulas são utilizadas para executar servi ços de medições de
pressão, evacuação e carga de fluido refrigerante. A válvula de serviço
pode ser aberta e fechada com o uso de uma chave catraca (figura 4.9). O 
conjunto Manifold está detalhado no capítulo 12.
De acordo com a figura 4.8, quando se gira a “haste” da válvula
toda para cima, fecha-se a leitura da pressão para o manô metro do con -
junto Manifold (fechado para serviço). Quando se gira a “haste” da
válvula toda para baixo, fecha-se a passagem do fluido refrigerante (fe -
chado para o sistema). 
A posição apresentada na figura 4.8 mostra a abertura da válvula de 
serviço e a instalação de um conjunto Manifold para verificar a pressão
de sucção do motocompressor, ou seja, aberto para serviço e sistema. O
conjunto Manifold está detalhado no capítulo 12.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 63
Figura4.8 – Válvula de serviço na sucção.
Figura 4.9 – Chave catraca para abrir e fechar a válvula de serviço.
4.6 Válvula do Tipo Schrader
Esta válvula utiliza o princípio das válvulas de ar usadas nas
câmaras de pneus de carros, motos ou bicicletas e é semelhante a estas.
Deve possuir uma tampa para assegurar um funcionamento à prova de
va zamento.
Com as “válvulas Schrader”, pode-se verificar as pressões do siste -
ma e recarregá-lo sem alterar o funcionamento do motocom pressor.
Para abrir a válvula, é necessário utilizar o lado da mangueira do con -
junto Manifold que possua um pino central para empurrar o pino da
válvula.
4.7 Válvula ou Registro Manual
Esta válvula é utilizada de modo que se possa isolar partes do
circuito frigorígeno para reparos ou manutenção. É fechada ao ser
girada no sentido horário e aberta, no anti-horário.
64 CAPÍTULO 4
Figura 4.10 – Válvula Schrader.
4.8 Válvula de Segurança do Tipo Plugue Fusível
Nos circuitos frigorígenos, durante paralisações, incêndios ou altas
temperaturas causadas por falhas nos controles elétricos, poderão ocor -
rer danos ao sistema ou mesmo uma explosão, em virtude do aumento
de pressão. Para a máxima segurança da instalação, deve-se montar no
tanque de líquido ou no condensador a válvula de alívio do tipo plugue
fusível PSA ou PSB.
Quando a temperatura ultrapassar a prefixada, o núcleo do plugue
fundirá (derreterá), deixando fluir o fluido refrigerante e evitando,
assim, danos à instalação — PSA (70ºC a 77ºC) ou PSB (93ºC a 98ºC).
4.9 Válvula de Segurança do Tipo Alívio
É utilizada em qualquer vaso de pressão, mas o limite prefixado de
pressão não deve ser excedido, pois poderiam ocorrer sérios danos ao
sistema, como, por exemplo, uma explosão.
Nos circuitos frigorígenos, a válvula de segurança deverá ser
instala da no tanque de líquido ou no condensador a água.
Nessa válvula constituída basicamente de um corpo, onde estão alo -
ja dos um pistão com assento de neoprene, mola e parafuso de regu -
lagem, atuam, de um lado, a pressão do recipiente onde a válvula está
instalada e, do outro, as pressões atmosféricas e de uma mola, cuja
tensão é calibra da por meio do parafuso de regulagem, para o valor
desejado.
Quando a pressão ultrapassar o limite prefixado no condensador ou 
tanque de líquido, a válvula abrirá, deixando fluir o fluido refrige rante
até a normalização, quando, então, voltará a fechar.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 65
Figura 4.11 – Plugue fusível em corte.
É esta a sua grande vantagem sobre os plugues fusíveis. Quando os
plugues se abrem, deixam fluir todo o fluido refrigerante, devendo, por
isso, ser substituídos.
Veja na figura 4.12 que uma válvula possui rosca e, por segurança,
deve-se canalizar essa saída para fora da casa de máquinas do equi -
pamento.
4.10 Acumulador de Sucção
O acumulador de sucção exerce as mesmas funções que o acumu -
lador de líquido ou o separador de líquido, ou seja, evitar que o fluido
refrigerante líquido que não evaporou no evaporador seja succionado
pelo motocompressor. Veja na figura 4.13 que a linha de sucção é
separada no interior do acumulador. 
66 CAPÍTULO 4
Figura 4.12 – Válvulas de alívio.
Figura 4.13 – Separador de líquido.
Os equipamentos que mais utilizam esse tipo de componente auxi -
liar (acessório) são os de refrigeração (freezers, câma ras e balcões fri -
goríficos) em virtude de as temperaturas de evaporação serem muito
baixas.
4.11 Intercambiador de Calor
Basicamente exerce a mesma função que o acumulador de sucção:
evitar que o fluido refrigerante líquido que não evaporou no evaporador
seja succionado pelo motocompressor. Isso ocorre porque a linha de
líquido transfere energia (calor) para a linha de sucção; se na sucção
estiver passando fluido refrigerante líquido, isso irá evaporá-lo. Os
equipamentos para climatização (ar-condicionado) não utilizam esse
acessório. Assim como os acumuladores de sucção, os que mais utilizam
esse tipo de componente auxiliar (acessório) são os equipamentos de
refrigeração (freezers, câmaras e balcões frigoríficos) em virtude de as
temperaturas de evaporação serem muito baixas.
4.12 Separador de Óleo
Como mostrado na figura 4.15, esse separador promove o retorno
de óleo para o cárter do motocompressor. Isso evita que o óleo vá para
todo o circuito. No interior do separador, há uma bóia que só abre o
retorno quando o nível de óleo sobe; deve-se abastecer o separador com
óleo antes de instalá-lo. A quantidade de óleo depende da capacidade do
sistema, devendo-se consultar o fabricante do equipamento. Equipa -
men tos de climatização (ar-condicionado) não utilizam esse tipo de com -
po nente (acessório), apenas sistemas de resfriamento ou congelamento,
ou seja, sistemas de refrigeração que possuem problemas críticos de
retor no de óleo.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 67
Figura 4.14 – Intercambiador de calor.
4.13 Tanque de Líquido
Como está ilustrado na figura 4.16, o tanque de líquido localiza-se
imedia tamente na saída do condensador, por ser um componente
auxiliar (aces sório) importante. Caso se deseje realizar uma manutenção 
em todo o circuito frigo rígeno, o tanque de líquido tem capacidade de
armazenar todo o fluido refrigerante do circuito; além disso, se houver
uma defi ciência momentânea de condensação, o tanque de líquido
manterá a linha de líquido totalmente preenchida de “líquido”.
68 CAPÍTULO 4
Figura 4.15 – Separador de óleo.
4.14 Tubo Flexível
Estes tubos podem ser utilizados nas linhas de sucção e descarga
com o objetivo de evitar a transmissão de vibração do motocompressor
para todo o equipamento.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 69
Figura 4.16 – Tanque de líquido.
Figura 4.17 – Tubo flexível.
4.15 Pressostatos Eletromecânicos
São dispositivos de proteção. O pressostato de baixa é utilizado
também como controle. Se a pressão de sucção do compressor cair e
atingir o limite mínimo permitido, o pressostato de baixa desliga o mo tor 
elétrico do compressor. Se a pressão de descarga do compressor subir e
atingir o limite máximo permitido, o pressostato de alta desliga o motor
elétrico do compressor. A figura 4.18 mostra um pres sostato de alta e
baixa (PAB) conjugado e regulável, mas os pressostatos po dem vir
separados, sendo reguláveis ou não reguláveis.
Os pressostatos não reguláveis são chamados de pré-calibrados ou
miniaturizados. Os ajustes de desarme e rearme são efetuados pelo
fabricante do equipamento, não possibilitando ajustes durante a manu -
tenção. No caso de defeito desse tipo de pressostato, pode-se adaptar os
reguláveis como o mostrado na figura 4.18. A regulagem do PAB será
exemplificada na figura 4.19.
De acordo com a figura 4.19, há:
• Ponteiro 1 — Escala do rearme do pressostato de baixa. A regula gem
é feita no parafuso de ajuste do rearme mostrado na figura 4.18.
• Ponteiro 2 — Escala do diferencial do pressostato de baixa. A regula -
gem é feita no parafuso de ajuste do diferencial mostrado na figu -
ra 4.18.
70 CAPÍTULO 4
Figura 4.18 – Pressostato de alta e baixa regulável.
• Ponteiro 3 — Escala do desarme do pressostato de alta. A regulagem é 
feita no parafuso de ajuste do desarme mostrado na figura 4.18.
O valor do desarme por alta pressão é regulado diretamente na
escala do pressostato de alta; o ponteiro 3 mostra esse valor. O rearme é
manual por meio do botão 4. Alguns pressostatos de alta possuem o rear -
me automático, mas isso não é muito aconselhável, visto que se houve
desarme por alta pressão, deve-se forçar o mecânico, técnico ou enge -
nheiro a verificar o problema.
O pressostato de baixa possui duas escalas, a de rearme (ponteiro 1) 
e a do diferencial (ponteiro 2). O pressostato de baixa não possui uma
escala em que se regula diretamente o desarme como no pressostato de
alta. O valor dodesarme por baixa é a diferença entre o “valor regulado
no rearme” e o “valor regulado no diferencial”.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 71
Figura 4.19 – Pressostato de alta e baixa regulável.
Exemplo de regulagem de um PAB:
• Pressão de sucção do compressor de uma central de condicio na men to
de ar = 65 PSIg.
• Pressão de descarga do compressor de uma central de condiciona -
men to de ar = 250 PSIg.
Valor do desarme regulado na escala do pressostato de alta
(ponteiro 3) = 300 PSIg.
Se a pressão de descarga do compressor atingir o valor de 300 PSIg, 
os contatos elétricos do pressostato irão se abrir, desligando, assim, o
motor elétrico do compressor.
Para regular um valor de 40 PSIg de desarme por baixa, pode-se
regular (ponteiro 1) o rearme para 70 PSIg e um diferencial (ponteiro 2)
para 30 PSIg (70 - 30 = 40).
Se a pressão de sucção do compressor atingir o valor de 40 PSIg, os
contatos elétricos do pressostato irão se abrir, desligando o motor elétri -
co do compressor. Se a pressão subir até 70 PSIg, os contatos elétricos
do pressostato irão se fechar, ligando o motor elétrico do compressor.
Além de monitorar as pressões de “sucção” e “descarga” do moto -
com pressor de um equipamento, pode-se monitorar também a situação
da lubrificação do óleo quando o compressor utiliza uma bomba de óleo.
Os motocompressores herméticos (capítulo 3), independentemente
do ta ma nho e da capacidade, e os compressores abertos de pequeno e
médio portes possuem uma lubrificação do tipo “por salpico”, sem o uso
de uma bomba de óleo.
Já os compressores abertos de grande porte e os motocom pres sores 
semi-herméticos realizam lubrificação forçada com o uso de uma bomba 
de óleo.
O fabricante do compressor deve ser consultado para saber o valor
mínimo da pressão do óleo; a pressão do óleo deve ser superior ao
valor mínimo para evitar travamento ou desgastes por defi ciên cia de
lubri ficação.
A “pressão do óleo” é a diferença entre a “pressão de descarga
(HP)” e a “pressão de sucção (LP)” da bomba de óleo. Exemplo, se a
pressão de sucção da bomba de óleo for 60 PSIg e a pressão de descar ga
desta for 110 PSIg, a pressão do óleo será igual a 50 PSIg.
Com o uso de um pressostato de óleo, este desligará o motor
elétrico do compressor caso a pressão do óleo atinja o valor mínimo
recomendado pelo fabricante do compressor.
72 CAPÍTULO 4
O pressostato de óleo contém um mecanismo temporizador,
acionado pelo aquecimento (um resistor). Quando a pressão do óleo é
igual ou menor que o valor regulado no pressostato (valor recomendado
pelo fabri cante), o mecanismo temporizador é acionado. Se a pressão
normal de óleo não se normalizar dentro do período de atraso (ex.:
120 segundos), o temporizador fará com que os contatos que desligam o
comando do motor elétrico do compressor se abram.
O mecanismo temporizador dá à bomba de óleo tempo tanto para
desen volver a pressão normal de operação do óleo quando da partida
como para normalizar a pressão do óleo se esta tiver sido interrompida
temporariamente durante a operação normal do compressor. Na fi -
gura 4.21, vê-se que a diferença de pressão é medida por foles opostos. 
A pressão de descarga da bomba de óleo é “sentida” por um fole,
enquanto a pressão de sucção é “sentida” pelo outro. Como já men -
cionado, a diferença é a pressão do óleo. 
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 73
Figura 4.20 – Esquema de uma bomba de óleo com o pressostato de óleo.
74 CAPÍTULO 4
Figura 4.21 – Pressostato de óleo.
Figura 4.22 – Exemplo da ligação interna de um pressostato de óleo.
Quando há deficiência de lubrificação, o pressostato de óleo não
des li ga o motor do compressor imediatamente. O pressostato liga o
tempo rizador (resistor) que se aquece e, durante cerca de 120 segundos,
por exemplo, se a pressão de óleo não se normalizar, aí, sim, um
bimetálico que se aqueceu com o resistor irá empurrar os contatos que
estavam mantendo o motor do compressor ligado, ou seja, os contatos se 
abrem porque o temporizador (resistor) permaneceu os 120 segundos
energizado.
Como a bomba de óleo succiona (puxa) o óleo do cárter do com -
pres sor e como o cárter dos compressores abertos e semi-herméticos é
sucção, as pressões de sucção do compressor e da bomba de óleo são
iguais.
É incorreto afirmar tecnicamente que a pressão de descarga da
bom ba de óleo é a pressão do óleo. A pressão do óleo é um diferencial
(∆P).
• LP — Low pressure (baixa pressão).
• HP — High pressure (alta pressão).
4.16 Termostatos
Os termostatos eletrônicos ou termomecânicos têm a fun ção de
manter uma temperatura ambiente média preestabelecida, seja para
refrigeração ou climatização (ar condicionado).
Quando a temperatura no “bulbo sensor” atinge o valor mínimo, o
termostato abre seus contatos elétricos desligando, assim, o contato do
comando do motor elétrico do compressor, ou em alguns equipamentos
de refrigeração (câmaras frigoríficas), em que o termostato não desliga
diretamente o motor do compressor, desligando, sim, a válvula solenóide 
da linha de líquido, ocorrerão recolhimento do fluido refri gerante e
redução da pressão de sucção. Com essa redução, o motor do
compressor será desligado pelo pressostato de baixa. Havendo qualquer
obstrução na linha de líquido, que é a linha que liga a saída do conden -
sador ao dispositivo de expansão, ocorrerá desarme por baixa.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 75
Um termostato termomecânico basicamente funciona em virtude
da ação da pressão do gás que pressiona o diafragma (fole). A pressão do 
gás do bulbo sensor se eleva quando a temperatura do ar ambiente no
bulbo sensor aumenta e, então, o contato móvel 1 (figura 4.24) encosta
no contato fixo 2 e o contato móvel é movimentado pelo diafragma. A
pressão do gás do bulbo sensor decresce quando a temperatura do ar
ambiente no bulbo sensor também diminui e, então, o contato móvel 1
(figura 4.24) se afasta do contato fixo 2 (abrindo os contatos).
Os termostatos são termomecânicos e o custo desses dispositivos é
menor que o dos dispositivos eletrônicos, como o termostato da figura
4.25 e os “sensores eletrônicos” mostrados no final do capítulo 7. 
A vantagem de um controle digital consiste na maior precisão no
liga/desliga; o circuito eletrônico contido no interior de um termostato
digital (figura 4.25) recebe a informação da temperatura ambiente por
meio de um sensor.
76 CAPÍTULO 4
Figura 4.23 – Termostato termomecânico.
Componentes Auxiliares de Proteção e Controle 77
Figura 4.25 – Termostato digital eletrônico.
Figura 4.24 – Termostato termomecânico em corte.
CAPÍTULO 5
Refrigeração Comercial
Este capítulo traz uma abordagem básica dos equipamentos da
linha de refrigeração comercial, sendo extremamente importante a con -
sulta dos catálogos técnicos dos fabricantes de evaporadores e unidades
con den sadoras. Esses catálogos mostram detalhes de instalação, dimen -
sio namento de linhas de sucção e líquido, esquemas elétricos, seleção de 
VET, montagem dos tubos etc.
5.1 Câmaras Frigoríficas
As câmaras são ambientes usados geralmente para armazenar
grandes quantidades de alimentos ou produtos químicos, podendo ser
denominadas grandes freezers. São muito utilizadas em supermercados,
hotéis, restaurantes, açougues, indústrias etc. Conforme as necessida -
des, são fabricadas em alvenaria ou em painéis pré-moldados. Podem
ser fixas ou desmontáveis (figura 5.2).
De acordo com o produto, a estocagem e as temperaturas de
conservação (armazenagem), a câmara pode possuir antecâmara ou
cortina de ar; as temperaturas de conservação definirão se é uma
câmara de resfriados ou uma câmara de congelados. O item 5.1.5 deste
capítulo demonstra o funcionamento de um sistema atendendo a esses
dois tipos de câmara.
79
As necessidades da antecâmara devem-se a dois fatores impor-
tantes:
• Evitar a entrada de calor externo conduzido pelo ar exterior.
• Obter uma temperatura média entre as temperaturas da câmara e do
ar externo.
80 CAPÍTULO 5
Figura 5.1 – Câmara frigorífica ou câmara fria.
Figura 5.2 – Câmara frigorífica pré-moldada.
5.1.1 Aproveitamento Total da Câmara Frigorífica
A porta não pode ficar aberta
Com a entrada e a saída de funcionários, a porta da câmara
permanece aberta durante muito tempo. E há, também, aqueles que se
esquecem de fe chá-la.
Deve-se respeitar a dimensão para armazenamento
Alguns usuários colocam mais carga do que a capacidade per -
mitida. O resul tado pode ser desde produto estragado até danificação do
equipamento. Além de dimensionar a câmara de acordo com a neces -
sidade, é preciso respeitar o limite de armazenamento.
Deve haver espaçamento entre os produtos
Às vezes, para ganhar espaço, o usuário lota a câmara, esque cendo
que os produtos não podem ficar encostados.
Refrigeração Comercial 81
Figura 5.3 – Circuito frigorígeno de uma câmara frigorífica.
Deve-se utilizar prateleiras
A organização do espaço interno da câmara pode significar econo -
mia, além de agilidade no serviço.
Deve-se sempre verificar se os trincos estão funcionando bem
Não basta encostar a porta; cheque se real men te está trancada.
A gacheta (borracha da porta) tem que ter flexibilidade para preservar a
vedação
A câmara deve ser lavada e estar sempre seca
O usuário brasileiro não tem o hábito de lavar a câmara e, quando o 
faz, não a seca corretamente.
Não se deve misturar produtos
Carnes devem estar separadas de frutas. Os produtos têm neces -
sidades térmicas diferentes.
Deve-se respeitar o objetivo inicial da câmara
Uma instalação projetada para carne não pode ser utilizada para
verduras.
5.1.2 Evaporadores 
Como visto no capítulo 1, o evaporador retira calor do ar interno e
transfere-o para o fluido refrigerante. O fluido refrigerante recebe
(retira) calor do ar que está no interior da câmara frigorífica e, com isso,
os pro dutos ou alimentos serão resfriados ou congelados por estarem
cedendo calor ao ar interno.
82 CAPÍTULO 5
Figura 5.4 – Evaporador de teto.
5.1.3 Unidades Condensadoras
Unidade condensadora é um termo técnico para definir uma uni da -
de que contém juntos o compressor e o condensador do circuito frigo -
rígeno. 
As unidades condensadoras das figuras 5.7 e 5.8 possuem moto -
compressor hermético e são as mais adequadas para montagem em
câmaras ou balcões frigoríficos. Existem unidades que possuem com -
pressor aberto e, nesse caso, o motor elétrico move o compressor com o
auxílio de uma correia. O número de defeitos nesse tipo de unidades,
como folga na correia e vazamento no compressor, é muito superior ao
dos motocompressores herméticos.
Refrigeração Comercial 83
Figura 5.5 – Evaporador de parede.
Figura 5.6 – Evaporador de teto.
84 CAPÍTULO 5
Figura 5.8 – Principais componentes de uma unidade condensadora.
Figura 5.9 – Instalação incorreta.
Figura 5.7 – Unidade condensadora.
A instalação das unidades condensadoras deve ser feita em:
• piso nivelado;
• ambiente limpo;
• local onde não exista nada que possa comprometer a circulação do ar
pelo condensador e com espaço suficiente para manutenção (con -
sertos).
Depois de definidos os equipamentos a serem utilizados, consulte
os fabricantes destes quanto à demanda de carga térmica. Em relação
aos compressores unitários, não em paralelos, existem disponíveis no
mercado unidades condensadoras com compressores herméticos de
½ HP a 10 HP, com semi-hermético de ¾ HP a 12 HP.
Há três faixas de temperaturas de evaporação na refrigeração co -
mercial:
• Baixa temperatura para congelados (-40°C a -20°C).
• Média temperatura para resfriados (-15°C a -10°C).
• Alta temperatura para resfriados (-5°C a +2°C).
As aplicações das unidades condensadoras estão divididas de acor -
do com o tipo do motocompressor:
• Motocompressor hermético — Aplicado aos regimes de baixas, médias 
e altas temperaturas.
• Motocompressor semi-hermético — Aplicado aos regimes de conge la -
dos, médias e altas temperaturas.
• Motocompressor hermético Scroll — Aplicados aos regimes de
congela dos, médias e altas temperaturas.
Como visto anteriormente, a escolha do local de instalação das uni -
da des condensadoras (figuras 5.10, 5.11 e 5.12) deve ser criteriosa, pois o
local é um dos grandes responsáveis pelo funcionamento inadequado de
uma instalação. 
O mecânico ou técnico em refrigeração é o responsável direto pela
realização dessa análise.
Sabe-se que toda energia retirada na forma de calor dos alimentos
dentro das câmaras, dos balcões frigoríficos, dos freezers etc., adicionada 
ao calor in jeta do pelo compressor, será rejeitada no condensador. Para
que essa rejeição (eliminação) de calor ocorra bem é indispensável o
espaço para a ventilação, entrada e saída de ar com qualidade e quan -
tidade suficien tes para que o condensador consiga executar essa troca
de calor.
Refrigeração Comercial 85
86 CAPÍTULO 5
Figura 5.10 – Instalação correta com o auxílio de um motoventilador.
Figura 5.11 – Instalação correta com o auxílio de um motoventilador.
Figura 5.12 – Instalação correta.
5.1.4 Tubulações
É fundamental que o técnico em refrigeração esteja ciente de que
todo motocompressor envia óleo e fluido refrigerante para o circuito.
Essa quantidade de óleo variará em função das condições de trabalho do 
motocompressor, porém o retorno desse óleo para o motocompressor é
de inteira responsabilidade do projeto da instalação. Diâmetros de
tubulações muito grandes provocam velocidades baixas e acúmulo
de óleo nas linhas. Diâmetros de tubulações muito pequenos geram altas 
velocidades, provocando ruídos, possíveis desgastes prema turos em
sedes de válvulas, vibrações excessivas e perda de potência no com -
pressor.
O mecânico ou técnico deve praticar as soldas dos tubos com um
fluxo de nitrogênio ou outro gás inerte não inflamável, a fim de expulsar
o oxigênio do interior da tubulação, evitando a formação de óxido cupro -
so, que é um sério contaminante do sistema. Para a limpeza dos tubos,
pode ser utilizado o mesmo fluido refrigerante do equipamento (capí -
tulo 10).
Para assegurar uma boa distribuição do fluido refrigerante líquido
nos evaporadores e evitar o retorno do líquido ao motocompressor é
necessário, além do selecionamento correto da VET, utilizar o recurso
do prolongamento da tubulação com o sifão invertido, que impedirá a
ida do líquido para o motocompressor.
Refrigeração Comercial 87
Figura 5.13
Quando o evaporador ou evaporadores estiver(em) localizado(s)
acima do motocompressor, um sifão invertido deverá ser usado a fim de
evitar a migração de fluido refrigerante líquido ao motocompressor nos
momentos de parada. A utilização de um acumulador de sucção é viável
nessas situações.
Nas tubulações de descargas verticais para cima (figura 5.15), tam -
bém deve ser previsto o sifão invertido, para evitar o escorrimento de
óleo ou líquido condensado sobre o cabeçote do motocompressor, pois
este não dará partida inundado de óleo e fluido. Outro recurso é o uso da 
válvula de retenção na descarga, cujo funcionamento foi descrito no
capítulo 4.
Todos os detalhes do item 5.1.4 sobre instalações de tubulações não
se resumem apenas aos equipamentos de refrigeração, podendo-se usar
essas recomendações também em equipamentos de climatização
(ar-con dicionado) que serão vistos no capítulo 6. 
88 CAPÍTULO 5
Figura 5.14
O diâmetro das conexões das unidades condensadoras e dos
evaporadores não poderá servir de parâmetro para o selecionamento
dos diâmetros do restante do circuito frigorígeno. Para o seleciona -
mento correto das tubulações, deve-se seguir as tabelas de fabricantes
conhe cidos, como Danfos e McQuay. Algumas dessastabelas estão
anexas no final do livro.
Em instalações onde o motocompressor está posicionado acima do
evaporador (figura 5.17) é necessária a instalação do sifão a cada 3
metros, com o objetivo de auxiliar o arraste do óleo de volta ao
motocompressor. Veja na figura 5.16 que o sifão promove o arraste do
óleo mediante a redução do diâmetro do tubo provocada pela presença
do óleo; com isso, a velocidade do fluido refrigerante no sifão aumentará, 
provocando o arraste do óleo.
Refrigeração Comercial 89
Figura 5.15
Figura 5.16
Nas instalações que funcionam com temperatura de evaporação
abai xo de -15EC, faz-se necessária a instalação de um separador de óleo
na descarga do motocompressor, isto porque a miscibilidade do fluido
refrigerante com o óleo diminui consideravelmente com a queda da tem -
peratura.
90 CAPÍTULO 5
Figura 5.17
Figura 5.18
5.1.5 Exemplo do Funcionamento de uma Câmara Frigorífica
A figura 5.19 representa um sistema de refrigeração composto de
câmara de congelados e câmara de resfriados com componentes da
marca Danfos. 
Há o evaporador da câmara de resfriados B, um motocompressor C, 
um condensador D e um tanque de líquido E. O fluido refrigerante che -
ga às válvulas de expansão termostáticas TE, passando pelo filtro seca -
dor DX e o visor de líquido com indicador de umidade SGI. Antes de
cada válvula de expansão termostática TE, encontram-se as válvulas
sole nóide EVR, controladas pelos termostatos KP 61. Os termostatos
controlam a abertura e o fechamento das válvulas solenóides, de acordo
com a tempe ratura no sensor F do termostato, montado em cada câmara 
frigorífica.
Uma válvula de retenção NVR está montada na linha de sucção do
evaporador da câmara de congelados A. Essa válvula evita o retorno de
fluido refrigerante para o evaporador da câmara de congelados durante
os períodos de parada do motocompressor.
Um regulador de pressão KVP está montado na linha de sucção do
evaporador da câmara de resfriados. O regulador KVP mantém uma
pressão de evaporação constante, correspondente à temperatura reque -
ri da na câmara de resfriados. O capítulo 13 apresentará essa relação
quando se mencionar a carga de fluido numa câmara frigorífica.
O regulador de pressão e sucção KVL, montado antes do moto -
compressor, protege o seu motor contra sobrecargas que podem ocorrer
durante as partidas.
O pressostato de óleo MP promove a parada do motocompressor se
a pressão do óleo atingir um valor abaixo do especificado neste. O
capítulo 4 demonstrou detalhadamente o funcionamento de um pres -
sostato de óleo. O PAB KP 15 protege o moto compressor quando as
pressões de sucção e descarga estiverem fora dos valores recomendados
pelo fabricante do motocompressor. O capítulo 4 apresentou o funciona -
mento e a regulagem de um PAB.
É importante que, sob quaisquer condições, haja pressão suficiente
na linha de líquido (linha que liga o condensador às VETs) para ali -
mentar as válvulas de expansão. Para manter tal pressão, essa instalação 
ilus trada na figura 5.19 possui um regulador de pressão de conden sação
KVR e uma válvula de pressão diferencial NRD.
Além dos acessórios mostrados no capítulo 4, serão citados outros
como as válvulas KVP, KVL, NRD e KVR.
Refrigeração Comercial 91
De acordo com a figura 5.19, se o diferencial dos evaporadores ∆T
for igual a 6°C, o fluido refrigerante terá uma temperatura de evapo ra -
ção na câmara de resfriados igual a -1°C, em virtude de a temperatura
inter na ser +5°C. E a temperatura de evaporação na câmara de congela -
dos será -26°C, em virtude de a temperatura interna ser -20°C.
A figura 5.20 ilustra outro circuito frigorígeno de uma câmara fria,
onde:
VR — Válvula de retenção VAT — Válvula tanque
S-10 — Válvula de segurança EVS — Válvula solenóide
FD/ST — Filtro secador VU — Visor de líquido com
indicador de umidade
RD/TRF — Registro IC — Intercambiador de calor
TADX — Válvula de expansão TF — Termostato 
Termostática com equalização 
externa
LS — Acumulador de sucção SO — Separador de óleo
PO – Pressostato de óleo VSE – Válvula de serviço
D – Distribuidor de líquido PAB — Pressostato de alta e baixa 
92 CAPÍTULO 5
Figura 5.19
Refrigeração Comercial 93
Figura 5.20 – Circuito frigorígeno de uma câmara fria.
5.1.6 Unidades Plug-In
As unidades do tipo plug-in reúnem o evaporador, o compres sor, o
dispositivo de expansão e o condensador juntos dentro do gabine te da
unidade, ou seja, é um circuito frigorígeno completo pré-montado e
ajustado, necessitando apenas de uma abertura em uma das paredes
laterais da câmara frigorífica e da instalação de alimentação elétrica; os
controles de temperatura, de degelo (descongelamento) e pressões
também já estão contidos no plug-in.
94 CAPÍTULO 5
Figura 5.21 – Plug-in.
Figura 5.22 – Vista laretal do plug-in instalado.
5.1.7 Controles Digitais
As câmaras e balcões frigoríficos podem ter uma maior precisão no
controle da temperatura, da umidade e do descongelamento (degelo) dos 
evaporadores de congelados. A figura 5.24, por exemplo, mostra dois
modelos de controladores de temperatura e umidade.
Refrigeração Comercial 95
Figura 5.23 – Plug-in instalado.
Figura 5.24 – Controladores digitais.
5.2 Balcões e Expositores Frigoríficos
Os balcões e expositores frigoríficos podem ser independentes e
usar uma unidade condensadora como a apresentada na figura 5.26 ou
pertence r a um sistema de balcões chamado “ilhas”. Os balcões e exposi -
to res independentes são mais encontrados em pequenos estabe leci -
mentos comerciais, já as “ilhas” são um conceito de sistema de re fri ge -
ração utilizado em um grande supermercado. 
Nos grandes supermercados, há uma central de refrigeração (fi -
gura 5.27) que coleta o fluido refrigerante vapor do evaporador de todos
os balcões e expositores e envia o fluido refrigerante líquido dos con -
densadores da central para todos os dispositivos de expansão dos bal -
cões e expositores. Nesse tipo de sistema quem retira calor dos ali -
mentos é o próprio fluido refrigerante. 
Existem outros sistemas de refrigeração para supermercados, em
que o evaporador do circuito frigorígeno da central de refrigeração
resfria um “fluido” e este é bombeado para as serpentinas dos balcões e
expositores. Nesse caso quem retira calor dos alimentos nos balcões
e expositores é o “fluido” (etilenoglicol), que cede calor ao fluido refri -
gerante que está no evaporador da central de refrigeração.
96 CAPÍTULO 5
Figura 5.25 – Balcão frigorífico.
 
Refrigeração Comercial 97
Figura 5.27 – Grupo de motocompressores de uma central de refrigeração.
Figura 5.26 – Unidade condensadora.
5.3 Racks com Compressores em Paralelo
Em grandes sistemas de refrigeração comercial, o termo "Rack" é
muito comum e faz referência a um grupo de compressores de um
sistema de Congelados ou de Resfriados.
As figuras a seguir mostram modelos de Racks utilizados em
grandes instalações de Hipermercados e Supermercados.
98 CAPÍTULO 5
Figura 5.28 – Expositor frigorífico.
Figura 5.29 – Balcão frigorífico.
5.4 Fabricador de Gelo Comercial
Existem vários tipos, tamanhos e modelos de fabricadores de gelo,
que são basicamente alimentados com água. O controle dessa água de
entra da é feito por uma válvula solenóide e essa água é bombeada para a 
parte externa do evaporador, com o objetivo de gerar os cubos de gelo
(figu ra 5.31). O fabricador mostrado na figura 5.30 é popularmente
chamado de “DropsGelo”, sendo muito utilizado em restaurantes, bares, 
supermer cados etc.
Refrigeração Comercial 99
Figura 5.30 – Racks com Compressores em Paralelo.
Figura 5.31 – Racks com Compressores em Paralelo.
Figura 5.32 – Racks com Compressores em Paralelo.
100 CAPÍTULO 5
Figura 5.33 – Fabricador de gelo comercial.
Figura 5.34 – Detalhes do evaporador e dos cubos de gelo.

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