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1. Conhecimentos Gerais Nordeste Prof. Joanilson

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Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
1
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE 
 
Prof. Italo Trigueiro 
 
 
 
E-mail: prof.italotrigueiro@gmail.com 
 
Prof. Joanilson Jr. 
 
 
 
E-mail: prof.joanilson@gmail.com 
 
APRESENTAÇÃO 
 
“Eu viajo para conhecer a minha Geografia!” 
Walter Benjamin. 
 
A matéria de Geografia – associada a 
Conhecimentos Gerais – têm feito parte do programa 
de estudo de diversos concursos, incluindo o 
concurso do Banco do Nordeste, retratando o caráter 
inovador da disciplina a partir da abordagem crítica. 
O material traz uma visão una e múltipla sobre 
a Geografia, abordando especificidades físicas e 
humanas. Natureza e sociedade se misturam e 
moldam o planeta em seus vários recantos. Os temas 
abordados adentram na explicação da natureza e do 
dia-a-dia dos habitantes do planeta, abordando os 
mais variados temas. 
Várias temáticas vêm acompanhadas de 
textos complementares para que um maior 
arcabouço teórico possa ser oferecido ao candidato. 
Acreditamos que a partir dessa leitura possamos 
ampliar o conhecimento de nossa realidade. 
 
Sucesso! 
 
Prof. Italo Trigueiro. 
 
Prof. Joanilson Jr. 
 
“Não é, somente, agindo sobre o corpo dos 
flagelados, roendo-lhes as vísceras e abrindo chagas e 
buracos na sua pele, que a fome aniquila a vida do 
sertanejo, mas, também, atuando sobre o seu espírito, 
sobre a sua estrutura mental, sobre sua conduta social. 
(...) Nenhuma calamidade é capaz de desagregar tão 
profundamente e num sentido tão nocivo a 
personalidade humana como a fome quando alcançada 
os limites da verdadeira inanição.” Josué de Castro. In: Geografia da 
Fome. 
INTRODUÇÃO 
 
O Nordeste é uma das cinco macrorregiões do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 
apresentando uma superfície de 1.554.257,004 km², 
ocupando cerca de 18,2% do território nacional, o que 
lhe assegura a posição de terceira região em extensão 
territorial do país, atrás do Norte e do Centro-Oeste e 
bem maior que o Sul e o Sudeste. 
As últimas estimativas do IBGE apontam para um 
crescimento demográfico no qual a população da região 
atingiu, em 2009, o número de 53.591.197 habitantes. 
 
ESTADOS ÁREA (km²) POPULAÇÃO 
MARANHÃO 331.983,293 6.367.138 
PIAUÍ 251.529,186 3.145.325 
CEARÁ 148.825,602 8.547.809 
R. G. DO NORTE 52.796,791 3.137.541 
PARAÍBA 56.439,838 3.769.977 
PERNAMBUCO 98.311,616 8.810.256 
ALAGOAS 27.767,661 3.156.108 
SERGIPE 21.910,348 2.019.679 
BAHIA 564.692,669 14.637.364 
Fonte: IBGE, 2009. 
 
É composta por nove estados – Maranhão, Piauí, 
Ceará, Rio Grande do Norte (incluindo o Atol das 
Rocas), Paraíba, Pernambuco (incluindo o arquipélago 
de Fernando de Noronha e o arquipélago de São Pedro 
e São Paulo), Alagoas, Sergipe e Bahia –, sendo assim a 
região que apresenta o maior número de estados. 
Porém este Nordeste, enquanto região e posto da 
forma como se encontra, não é uma área cristalizada, 
ela apresentou inúmeras alterações ao longo dos anos 
até atingir a atual configuração. 
 
 
 
Está situado entre os paralelos de 01° 02' 30" e 
18° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34° 
47' 30" e 48° 45' 24" a oeste do meridiano de Greenwich. 
Limita-se a norte e a leste com o Oceano Atlântico; ao 
sul com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a 
oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás. 
Contudo, a consciência de uma “unidade 
territorial” construiu-se apenas no século XX. Ela foi, em 
grande parte, fruto das mitologias existentes em torno de 
sua região que foram criadas pelas elites aliadas a figura 
da mídia. 
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
2 
 
O PRECONCEITO CONTRA O NORDESTINO 
 
“O Nordeste, como recorte espacial, como uma 
identidade regional à parte, nem sempre existiu, como 
faz crer quase toda a produção artística, literária e 
acadêmica contemporâneas, que normalmente se 
referem ao Nordeste como este tendo existido desde o 
período colonial; os portugueses já teriam desembarcado 
no Nordeste e teria sido esta a área onde primeiro se 
efetivou a implantação da colonização portuguesa, com 
o sucesso da produção açucareira. Esta designação 
Nordeste para nomear uma região específica do país, 
tendo pretensamente uma história particular, só vai 
surgir, no entanto, muito recentemente, na década de 10 
do século XX. Antes, a divisão regional do Brasil se fazia 
apenas entre o Norte, que abrangia todo o atual 
Nordeste e toda a atual Amazônia e o Sul que abarcava 
toda a parte do Brasil que ficava abaixo do estado da 
Bahia. Por isso, ainda hoje, os nordestinos são 
comumente chamados de nortistas em São Paulo ou em 
outros estados do Sul e do Sudeste e os moradores 
destas regiões dizem que vão passar férias no Norte, 
para se referirem ao Nordeste. Isto indica, também, que 
a criação da idéia de Nordeste e, conseqüentemente, da 
idéia de ser nordestino, surgiram nesta própria área, 
foram produzidas pelas elites políticas e pelos letrados 
deste próprio espaço, não foi uma criação feita de fora, 
por membros das elites de outras regiões. O sentimento, 
as práticas e os discursos regionalistas que irão dar 
origem à região que conhecemos, hoje, como Nordeste, 
emergiram entre as elites ligadas às atividades agrícolas 
e agrárias tradicionais, como à produção do açúcar, do 
algodão ou ligadas à pecuária, mesmo que muitos 
destes vivessem nas cidades, exercessem profissões 
liberais ou fossem comerciantes, de parte do então 
chamado Norte do país, no final do século XIX. Este 
regionalismo, como vimos, é fruto da própria forma como 
se constituiu o Estado Nacional brasileiro, 
caracterizando, por um lado, pela centralização das 
decisões, e por outro, por sua presença episódica e sua 
incapacidade de dar soluções para os problemas que 
afetam os interesses das elites de certas áreas do país, 
notadamente daquelas que representavam áreas que 
eram ou se tornaram periféricas do ponto de vista 
econômico ou que ficavam distantes do centro das 
decisões políticas.” JÚNIOR, Durval Muniz de Albuquerque. Preconceito 
contra a origem geográfica e de lugar: as fronteiras da discórdia. São Paulo: Ed. 
Cortez, 2007, p. 90. 
OCUPAÇÃO 
 
As primeiras mudas de cana chegaram ao Brasil 
com Martim Afonso de Sousa, em 1531. Em pouco 
tempo a lavoura canavieira foi introduzida na Zona da 
Mata nordestina. Na segunda metade do século XVI, a 
região nordeste da colônia havia se firmado como o 
centro da empresa agrícola. O açúcar produzido nos 
engenhos era transportado por rios ou em carros de boi 
até os portos exportadores – Recife e Salvador. A 
maioria dos navios era de origem portuguesa, porém, os 
comerciantes eram holandeses que refinavam e 
negociavam o produto. A empresa agrícola implantada 
pelos colonizadores no século XVI fincou-se no litoral. 
O século XVII marcou a expansão pastoril e a 
exportação de fumo nas receitas coloniais. O tabaco 
produzido principalmente no Recôncavo Baiano e em 
Alagoas era exportado para o mercado europeu, além de 
servir como moeda de troca com os aparelhos negreiros 
da costa africana. Com o sucesso comercial do açúcar 
na Europa, houve um aumento da área de cultivo e as 
terras de pasto diminuíram substancialmente. O gado foi 
expulso das terras nobres da zona litorânea e ganhou os 
sertões. 
O século XVIII marca a decadência da região 
nordeste do país e a era do ouro nas Minas Gerais, no 
sudeste brasileiro. Na segunda metade do século XIX, o 
comércio do café se tornou o núcleo das relações no 
Brasil, confirmando a hegemonia econômica da região 
centro-sul do país. 
 
ECONOMIA COLONIAL NORDESTINA – SÉC.XVI 
 
 
FAE. Atlas histórico escolar. São Paulo: 1993, p.15. 
 
O Nordeste concentra um conjunto de mitologiaspolíticas e sociais de bases geográficas. O Nordeste é, 
antes de tudo, uma “invenção”, uma região “socialmente 
produzida”. No século XVI, ele praticamente se resumia 
à cana-de-açúcar, onde se expandiam as plantations e 
se multiplicavam os engenhos de cana. O cultivo da 
cana-de-açúcar foi a primeira atividade econômica que 
deu origem a várias cidades e iniciou a ocupação 
territorial do Nordeste. Os engenhos de açúcar 
localizavam-se na faixa litorânea, onde as condições 
naturais eram mais favoráveis ao cultivo do produto. O 
litoral úmido do Nordeste, que se estende do Rio Grande 
do Norte ao sul da Bahia, foi uma das primeiras áreas 
brasileiras a serem colonizadas pelos portugueses. 
 
 
Engenho de açúcar, litogravura de Johann Moritz Rugendas (1802-1858). 
 
Por ter sido a primeira área de ocupação esta 
área foi – por praticamente dois séculos – a área mais 
desenvolvida do país, e o estado de Pernambuco o mais 
rico. Porém, o declínio da cana-de-açúcar na metade do 
século XIX, devido a concorrência exercida pelas 
Antilhas e o desenvolvimento da região Sudeste do país 
tornaram-na a mais desenvolvida do país, aliada é claro 
a estagnação do território nordestino. 
O Nordeste hoje concentra mais de 50 milhões de 
habitantes distribuídos nos nove estados da região. E 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
3
 
onde três cidades destacam-se como metrópoles 
nacionais: Salvador, Fortaleza e Recife. 
 
O NORDESTE E SEU PAPEL NO MUNDO ATUAL 
 
O CRESCIMENTO ECONÔMICO DO NORDESTE 
 
O crescimento econômico da região Nordeste foi 
discutido no encontro promovido pela Federação 
Nacional das Agências de Propaganda (FENAPRO), 
realizado em junho de 2008. Na ocasião, foi apresentado 
o estudo “Um país chamado Nordeste”, que aborda o 
desenvolvimento regional e o potencial de expansão da 
propaganda na região. 
“(...) não é apenas de sol, praias e Carnaval que 
vive o Nordeste. A região vem se transformando, 
redesenhando seu perfil. O programa bolsa-família 
injetou mais dinheiro na região, há muitas indústrias 
vindo pra cá, e isto exige que se pense o Nordeste de 
outra forma”, afirmou o sócio-diretor da agência que 
elaborou o documento. Os dados do estudo reforçam 
essa avaliação. A renda per capita do Nordeste cresceu 
50% nos últimos 25 anos. O PIB da região, de R$ 214 
598 milhões já equivale a 14% do PIB brasileiro e tem 
crescido, em média, acima deste. O perfil da população, 
com 53 milhões de consumidores potenciais – o 
equivalente a um terço da população brasileira –, aponta 
um crescimento das classes A, B e C, que eram 55% da 
população em 1996 e passaram a 59% em 2006. 
O Nordeste passou de produtor de bens 
tradicionais a produtor de itens de base tecnológica, 
como aços especiais, automóveis, equipamentos para 
irrigação e softwares, entre outros. Na região, são 
fabricados, por exemplo, produtos como eletrônicos, 
equipamentos para irrigação, barcos chips e calçados. 
No agronegócio, a participação da região é expressiva. 
O Nordeste é o terceiro maior produtor de frutas do 
mundo, o maior pólo exportador de uva de mesa do 
Brasil, o maior produtor de matéria-prima para biodiesel 
e o segundo de cana-de-açúcar. Além disso, destaca-se 
que a extração de petróleo e gás natural na região 
responde por cerca de 35% da produção nacional. Em 
Pernambuco, o pólo gesseiro instalado em Araripina 
atende 95% do consumo do país. Adicione-se a isso o 
crescimento do turismo na região, que conta com 3.338 
km de praias, e o fato de que Olinda, São Luís e o 
Pelourinho são Patrimônio Cultural da Humanidade. 
Adaptado de “Crescimento econômico da região Nordeste é um dos destaques do 
encontro da Fenapro”, 16/06/2008. In: O mundo em transição. José William Vesentini. 
 
O Nordeste ocupa – no plano nacional – a 
condição de periferia, é dependente dos produtos 
industrializados do Centro-Sul, além de ser o maior 
“gerador” de mão-de-obra barata do Brasil, mão-de-obra 
esta que abastece a região Centro-Sul. O baixo nível de 
desenvolvimento social e econômico, caracterizado entre 
outros motivos, pela reduzida oferta de empregos e 
péssimos salários, tem colaborado para a expulsão do 
nordestino, que nas últimas décadas vêm se reduzindo. 
A “região-problema” é a que apresenta os piores 
indicadores sociais do país. 
A atual situação socioeconômica do Nordeste é 
caracterizada em boa parte, pela estrutura fundiária 
desigual e pela influência dos líderes políticos, 
geralmente grandes empresários ou grandes 
proprietários de terra. 
 
QUADRO NATURAL 
 
RELEVO 
 
 
Jurandyr L. S. Ross (org.). Geografia do Brasil. Edusp/FDE, 1996. 
 
Na topografia1 nordestina encontram-se duas 
formas predominantes de relevo: planaltos e depressões, 
porém, todo o litoral nordestino é composto por planícies 
e tabuleiros. 
Praticamente por toda a extensão do Maranhão, 
Piauí e extremo oeste da Bahia estendem-se os 
planaltos e chapadas da Bacia do Parnaíba. 
 
PLANALTO NORDESTINO 
 
O Planalto Nordestino faz parte do Planalto 
Atlântico, estendendo-se do Ceará até a Bahia. É 
formado por rochas cristalinas do período pré-cambriano 
com elevações sedimentares como as do Araripe e da 
Ibiapaba, no Ceará. Pode ser dividido em: 
 
•Serras Cristalinas: localizam-se na parte leste da 
região Nordeste; é formada pelas áreas elevadas da 
Borborema, Diamantina, Pereiro, Baturité, interferindo no 
clima da região como um todo. 
•Chapadas Sedimentares: localizam-se na porção 
oeste; são fruto de intensa erosão e formada pelas 
chapadas do Araripe, Apodi e Ibiapaba. É aí onde se 
formam os chamados “morros testemunhos”. 
 
PLANÍCIE LITORÂNEA 
 
Acompanha o litoral: mais larga no Maranhão, 
estreita-se em direção ao sul até a Bahia. É formada, 
predominantemente, por terrenos recentes, os 
tabuleiros2, onde aparecem: 
 
•Mangues: vegetação lodosa que se desenvolve ao 
longo do litoral. 
•Dunas: acumulações de areia encontradas 
especialmente no litoral do Maranhão, com a 
denominação de lençóis maranhenses. 
•Recifes: acumulações de sedimentos de rochas 
(arenito) ou matéria orgânica (coral) junto ao litoral de 
Pernambuco e do Rio Grande do Norte. 
•Falésias: acumulações fixas de areia junto ao litoral, 
muito comuns no Ceará (Formação Barreiras). 
 
 
1 TOPOGRAFIA: Configuração de uma porção do terreno com todos os 
acidentes geográficos. 
 
2 TABULEIRO: Superfície com altitude entre 20 e 50 metros, com topo 
plano, situada ao longo da faixa litorânea. 
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
4 
 
SUB-UNIDADES 
 
•Planícies e Tabuleiros Litorâneos – correspondem a 
inúmeras porções do litoral brasileiro e quase sempre 
ocupam áreas muito pequenas. Geralmente localizam-se 
na foz de rios que deságuam no mar, especialmente 
daqueles de menor porte. Apresentam-se muito largas 
no litoral norte e quase desaparecem no litoral sudeste. 
E em trechos do litoral nordestino, essas pequenas 
planícies apresentam-se intercaladas com áreas de 
maior elevação – as barreiras – também de origem 
sedimentar. 
•Planalto da Borborema3 – corresponde a uma área de 
terrenos formados de rochas pré-cambrianos e 
sedimentares antigas, aparecendo na porção oriental no 
nordeste brasileiro, a leste do estado de Pernambuco, 
como um grande núcleo cristalino e isolado, atingindo 
altitudes em torno de 1.000 m. 
•Depressão Sertaneja e do São Francisco – ocupam 
uma extensa faixa de terras que se alonga desde as 
proximidades do litoral do Ceará e Rio Grande do Norte, 
até o interior de Minas Gerais, acompanhando quase 
todo o curso do rio São Francisco. Apresentam 
variedade de formas e de estruturas geológicas, porém 
destaca-se a presença do relevo tabular, as chapadas,como as do Araripe (PE-CE) e do Apodi (RN). 
•Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba – 
constituem-se também de terrenos de uma bacia 
sedimentar, estendendo-se das áreas centrais do país 
(GO-TO), até as proximidades do litoral, onde se 
alargam, na faixa entre Pará e Piauí, sendo cortados de 
norte a sul, pelas águas do rio Parnaíba. Aí encontramos 
a predominância das formas tabulares, conhecidas como 
chapadas. 
•Depressão do Tocantins – acompanha todo o trajeto 
do rio Tocantins, quase sempre em terrenos de formação 
cristalinas pré-cambrianas. Suas altitudes declinam de 
norte para sul, variando entre 200 e 500 m. 
 
RELEVO E HIPSOMETRIA 
 
 
Jurandyr L.S. Ross (org.). Geografia do Brasil. Edusp/FDE, 1996. 
 
 
3 BORBOREMA: O Planalto da Borborema (com quase 1.000 metros de 
altitude) exerce enorme influência no clima da região. Devido a sua 
localização, o Planalto atua como barreira natural da dinâmica de ventos. 
Isso faz com que esses ventos depositem toda sua umidade no litoral 
oriental, enquanto o Sertão é a área mais seca do país. 
•Chapada Maranhense – Sedimentar (MA). 
•Cuesta – Ibiapaba – Sedimentar (CE-PI). 
•Chapada do Araripe – Sedimentar (CE-PE). 
•Chapada do Apodi – Sedimentar (CE-RN). 
•Serra de Baturité (inselberg) – Cristalino (CE). 
•Planalto da Borborema – (Agreste) Cristalino – essa 
elevação se estende do norte de Alagoas até o sul do 
Rio Grande do Norte. 
•Serra do Espinhaço – Cristalino (BA-MG). 
•Chapada do Espigão Mestre – Sedimentar (BA-GO). 
•Chapada Diamantina (maior morro testemunho do 
Nordeste) – Cristalino (BA). 
 
O maior pico do Nordeste, o Pico das Almas, com 
1.850m localiza-se na Chapada Diamantina, no estado 
da Bahia. 
 
 
Vista aérea da Chapada Diamantina (BA). 
 
APROPRIAÇÕES DA NATUREZA NA CHAPADA 
DIAMANTINA 
 
“(...) A região denominada Chapada Diamantina 
se destaca, na agenda das questões ambientais e no 
cenário do ecoturismo, como uma porção do território 
baiano dotado de atributos excepcionais que justificaram 
tanto a implantação de várias unidades de conservação, 
em especial o Parque Nacional da Chapada Diamantina, 
quanto a sua ampla divulgação em roteiros de viagem 
disponíveis no mercado (...) No contexto da 
regionalização do território baiano, a Chapada 
Diamantina se insere na ‘grande área’ do sertão semi-
árido que abrange 257 dos 417 municípios, 65% do 
território e quase 50% da população do estado da Bahia. 
É onde se verificam os mais altos índices de pobreza, 
baixos níveis de produtividade agrícola e alta 
concentração fundiária (...).” LÉDA, Renato. Apropriações da natureza 
da Chapada Diamantina: turismo, estratégias de reestruturação regional e suas 
representações discursivas. In: Litoral e Sertão: natureza e sociedade no nordeste 
brasileiro. Fortaleza, 2006. 
 
TREMORES DE TERRA NO NORDESTE BRASILEIRO 
 
No final do século passado e início deste século 
inúmeros registros de eventos sísmicos que ocorriam no 
Brasil e, em particular, no Nordeste brasileiro, marcaram 
a história geologia do país, e da região. 
 
ESTADO E DATA ESCALA RICHTER 
João Câmara (RN) – 30/11/1986 5,1graus 
Pacajus (CE) – 20/11/1980 5,2 graus 
João Câmara (RN) – 10/03/1989 5,0 graus 
Tapiraíba (CE) – 19/04/1991 4,9 graus 
Fonte: www.estadao.com.br (2007) 
 
NOTÍCIAS 
 
“Um tremor de terra de 2,5 graus na escala 
Richter foi registrado nos municípios de Sobral e Coreaú, 
no Ceará, às 0h28min, pelo Laboratório Sismológico da 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
5
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O 
tremor foi sentido por moradores, que perceberam a 
terra e as telhas da casa tremerem, mas segundo o 
coordenador da Defesa Civil de Sobral, Jorge Trindade, 
não houve danos materiais e ninguém ficou ferido. (...) 
De acordo com o técnico em sismologia da UFRN 
Eduardo Alexandre de Menezes, o epicentro do tremor 
foi na cidade de Coreaú, mas o fenômeno atingiu uma 
área de 30 quilômetros, sendo sentido também em 
Sobral, cidade vizinha. O tremor é considerado de 
pequeno efeito pela UFRN.” O Globo on Line, em 04/01/2010. 
 
“O Nordeste é a região com um dos maiores 
níveis de atividade sísmica do Brasil, segundo o Instituto 
de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) 
da Universidade de São Paulo (USP). Rio Grande do 
Norte, Ceará e Pernambuco têm maior incidência de 
abalos, de acordo com laboratório de sismologia da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 
(...) Até dois anos atrás, 60% dos tremores registrados 
com um espaço de tempo menor entre um e outro 
ficaram concentrados nesses três estados. É uma 
característica local por causa das falhas que existem na 
região, disse Eduardo Alexandre Menezes, da UFRN.” G1 
– Portal de Notícias, em 13/01/2010. 
 
CLIMA DO NORDESTE 
 
 
Fonte: Atlas Nacional, IBGE, 2000. 
 
O clima é sem dúvida o aspecto natural mais 
marcante do Nordeste, com enorme influência nos 
fatores como vegetação, relevo, hidrografia, etc. 
O Nordeste do Brasil apresenta temperaturas 
elevadas cuja média anual varia de 20° a 28°C. Nas 
áreas situadas acima de 200m e no litoral oriental as 
temperaturas variam de 24° a 26°C. As médias anuais 
inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas 
da chapada Diamantina e da Borborema. O índice de 
precipitação anual varia de 300 a 2.000 mm. Três dentre 
os vários tipos de climas que existem no Brasil estão 
presentes no Nordeste, são eles: 
 
•Equatorial Úmido – Presente em uma pequena parte 
do Maranhão, na divisa com o Pará; com elevada 
pluviosidade e elevadas temperaturas. 
•Tropical Úmido – Presente do litoral da Bahia ao do 
Rio Grande do Norte; sofre ação da MPA (Massa Polar 
Atlântica) e MTA (Massa Tropical Atlântica) no inverno. 
•Tropical Semi-árido – Presente em todo o sertão. 
Apresenta chuvas irregulares e mal distribuídas, com 
chuvas de verão. 
 
“O domínio das caatingas brasileiras é um dos 
três espaços semi-áridos da América do Sul. Fato que o 
caracteriza como um dos domínios de natureza de 
excepcionalidade marcante no contexto climático e 
hidrológico de um continente dotado de grandes e 
contínuas extensões de terras úmidas (...) O contraste é 
sobretudo mais expressivo quando se sabe que nosso 
país apresenta 92% do seu espaço total dominado por 
climas úmidos e subúmidos intertropicais e subtropicais, 
da Amazônia ao Rio Grande do Sul. As razões da 
existência de um grande espaço semi-árido, insulado 
num quadrante de um continente predominantemente 
úmido, são relativamente complexas. De certo, há uma 
certa importância no fato de a massa de ar EC 
(equatorial continental) regar as depressões 
interplanálticas nordestinas. Por outro lado, células de 
alta pressão atmosférica penetram fundo no espaço dos 
sertões durante o inverno austral, a partir das condições 
meteorológicas do Atlântico centro-ocidental.” AB´SABER, 
Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. SP: 
Ateliê, 2005, p. 82. 
 
VEGETAÇÃO DO NORDESTE 
 
A vegetação nordestina é bastante rica e 
diversificada, vai desde a mata atlântica no litoral oriental 
à mata dos cocais no Meio-Norte, ecossistemas como os 
manguezais, a caatinga, o cerrado, as restingas, dentre 
outros, possuem fauna e flora exuberantes, diversas 
espécies endêmicas, uma boa parte da vida no planeta e 
animais ameaçados de extinção. 
 
 
Fonte: Atlas Nacional, IBGE, 2000. 
 
1-Hiléia Amazônica. 
2-Cerrado. 
3-Cocais. 
4-Caatinga. 
5-Mata Atlântica. 
6-Vegetação Litorânea. 
7-Campos. 
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
6 
 
•HILÉIA AMAZÔNICA 
 
Floresta latifoliada equatorial, hiléia (designação 
atribuída pelo geógrafo alemão AlexanderVon 
Humboldt), floresta pluvial, floresta ombrófila e, por fim, 
floresta amazônica. 
O elemento de maior destaque dessa floresta é, 
sem dúvidas, a sua biodiversidade que chega a intrigar 
pesquisadores de todo o mundo quanto à 
impossibilidade de catalogar um número tão significativo 
de espécies. 
No Brasil, ocupa a quase totalidade da região 
norte, a porção setentrional de Mato Grosso e a porção 
ocidental do Maranhão. Características de clima quente 
e superúmido, essa floresta é extremamente 
heterogênea e densa, quase impossibilitando a 
circulação de pessoas no seu interior. 
 
•CERRADO 
 
Essa formação ocupava originalmente cerca de 
25% do território brasileiro, sendo a segunda maior 
cobertura vegetal do país. 
É caracterizado pelo domínio de pequenas 
árvores e arbustos bastante retorcidos com casca grossa 
(cortiça), que retém mais água, geralmente caducifólias e 
com raízes profundas. Muito parecido com a savana 
africana. A origem dos cerrados ainda é uma incógnita. 
Para alguns ele resulta do clima, já que a alternância 
entre as estações úmida e seca é muito forte. Para 
outros sua origem está ligada ao solo extremamente 
ácido e naturalmente pobre. Ocorre no Brasil nas áreas 
de menor umidade, como é o caso do Planalto Central 
(Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, 
além de trechos do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, 
Bahia, Maranhão e Piauí. 
 
•MATA DOS COCAIS 
 
Esta formação vegetal está encravada entre a 
floresta amazônica, o cerrado e a caatinga. É, portanto, 
uma mata de transição entre as formações bastante 
distintas, constituída por palmeiras ou palmáceas, com 
grande predominância do babaçu e ocorrência 
esporádica de carnaúbas. Tanto o extrativismo do 
babaçu como o da carnaúba não implicam em 
devastação, pois aproveitam-se apenas os cocos e as 
folhas, que são continuamente reproduzidas pelas 
palmeiras. No entanto, a expansão pecuarista 
particularmente nos estados de Tocantins e do 
Maranhão, tem produzido grande destruição da 
vegetação com a criação de áreas de pasto. Isso tem 
levado ao agravamento das condições de vida de 
milhões de pessoas, que dependem do extrativismo. 
O óleo de babaçu é utilizado na fabricação de 
sabões e sabonetes, além de seu uso como lubrificantes 
nas indústrias de aparelhos de alta precisão – como, por 
exemplo, na indústria de balanças. Depois de retirado o 
óleo da semente, esta constitui um excelente alimento 
para o gado. 
 
•CAATINGA 
 
Típica do sertão nordestino é uma vegetação 
xerófila, adaptada ao clima semi-árido, na qual 
predomina um estrato caducifoliado e espinhosos; 
ocorrem também cactáceas. Na época das secas, muitas 
plantas da caatinga perdem suas folhas para diminuir a 
transpiração e evitar, assim, a perda de água 
armazenada, produzindo uma paisagem seca e 
desolada. Algumas palmeiras e o juazeiro, que possuem 
raízes bem profundas para absorver água do subsolo, 
não perdem as folhas. Outras plantas possuem um 
mecanismo fisiológico, o xeromorfismo, produção de 
uma cera que reveste os tecidos e faz com que percam 
menos água na transpiração. Um exemplo é a 
carnaubeira, que já foi denominada “árvore da 
providência”, pois dela tudo se aproveita. Melhem Adas, 2000, p. 
136. 
 
•FLORESTA TROPICAL (MATA ATLÂNTICA) 
 
Essa floresta é também uma formação 
exuberante que se assemelha bastante à floresta 
equatorial. É heterogênea, intrincada, densa e aparece 
em diferentes pontos do país, de temperaturas elevadas 
e alto teor de umidade. Floresta latifoliada, ela é assim 
definida porque apresenta folhas grandes e largas e está 
situada ao longo do litoral oriental intertropical brasileiro, 
que vai do Rio Grande do Norte até o norte de São 
Paulo, onde entra para o interior. Nas áreas de maior 
presença de umidade é denominada floresta latifoliada 
úmida de encosta. Essa formação foi altamente 
devastada ao longo da história do Brasil. 
 
•CAMPOS 
 
Formações rasteiras ou herbáceas, constituídas 
por gramíneas que atingem até 60cm de altura. Sua 
origem pode estar associada a solos rasos ou 
temperaturas baixas em regiões de altitudes elevadas, 
áreas sujeitas a inundação periódica ou ainda solos 
arenosos. 
 
•VEGETAÇÃO LITORÂNEA 
 
Nas praias e dunas, é muito importante a 
ocorrência de vegetação rasteira, responsável pela 
fixação da areia, impedindo que seja transportada pelo 
vento. A restinga é uma formação vegetal que se 
desenvolve na areia com predomínio de arbustos e 
ocorrência de algumas árvores como o chapéu-de-sol, o 
coqueiro e a goiabeira. Os mangues são nichos 
ecológicos (porção restrita de um habitat onde vigoram 
condições especiais de ambiente). Não se trata de 
conceito de lugar, mas da posição particular que a 
espécie ocupa na comunidade devido às suas 
adaptações estruturais, seus ajustamentos fisiológicos e 
aos padrões de comportamento responsáveis pela 
reprodução de milhares de espécies de peixes, moluscos 
e crustáceos. Delza Menin. In: Ecologia de A a Z, 2000. 
 
POLUIÇÃO LITORÂNEA 
 
A poluição do litoral nordestino é um dos graves 
problemas ambientais da região. Inúmeras indústrias 
químicas costumam jogar seus detritos no mar, alguns 
deles extremamente nocivos a fauna marinha. 
Dos nove estados nordestinos, oito têm capitais 
litorâneas, o que implica em ocupação humana na orla 
marítima que degrada os recursos através do 
lançamento de lixo e esgotos no oceano, destruição da 
vegetação litorânea (mangues, coqueirais, matas de 
restinga). 
 
OCUPAÇÃO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL 
 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
7
 
 
Fonte: Atlas geográfico escolar . Rio de Janeiro: IBGE, 2007. 
 
 
 
HIDROGRAFIA 
 
BACIA ÁREA DRENADA (km2) PARTICIPAÇÃO NA REGIÃO (%) 
São Francisco 394.914,5 25,30 
Nordeste 857.388,1 54,92 
Leste 277.697,8 17,79 
Tocantins-Araguaia 31.177,4 1,99 
Fonte: Anuário Estatístico do Brasil, IBGE, 1996. 
 
O Nordeste possui importantes bacias 
hidrográficas, aparecendo algumas classificações 
diferenciadas de acordo com alguns órgãos 
governamentais. O mapa e a tabela mostram a divisão 
mais difundida, a do IBGE: 
 
 
Fonte: Baseado no Atlas Nacional do Brasil, IBGE, 2000. 
 
•Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: situada entre 
o Nordeste e o Norte, fica localizada, quase que em sua 
totalidade, no estado do Maranhão. Algumas de suas 
sub-bacias constituem ricos ecossistemas, como 
manguezais, babaçuais, várzeas, etc. 
 
•Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma 
área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, 
Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. 
Os rios principais são o rio Jaguaribe, rio Piranhas-Açú, 
rio Capibaribe, rio Acaraú, rio Curimataú, rio Mundaú, rio 
Paraíba e rio Una. 
 
•Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 
364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste 
(Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e 
Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como 
atividade de subsistência. 
 
•Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, 
ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do 
território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, 
parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos 
poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, 
com uma área de manguezal de, aproximadamente, 
2.700 km². 
 
•Bacia do São Francisco: 
 
O rio São Francisco, eixo principal da bacia, é o 
maior rio totalmente brasileiro, com 2.700 km de 
extensão. Sua bacia ocupa 640.000 km² unindo as terras 
do Sudeste e do Nordeste do país, daí a denominação 
de rio da unidade nacional. O “velho Chico” como é 
conhecido não é nordestino, ainda que ele percorra 
grandes extensões nessa região de secas. Ele nasce na 
Serra da Canastra em Minas Gerais e deságua no 
Atlântico, na divisa entre Alagoas e Sergipe,depois de 
percorrer longo trecho do sertão nordestino. Possui 
declives acentuados em trechos próximos à nascente ou 
à foz, o que confere a posição de segunda bacia em 
produção hidroelétrica do Brasil. Abastece tanto a região 
Sudeste, com a usina de Três Marias (MG), como a 
Nordeste, com suas usinas de Sobradinho (PE/BA), 
Paulo Afonso (AL/BA), Xingo (AL/SE), usina Luiz 
Gonzaga também conhecida por Itaparica, (PE/BA) e 
Moxotó (AL/BA). O São Francisco também apresenta 
longo trecho navegável em seu curso médio. 
A bacia é uma das áreas de planejamento 
regional no Brasil. A Constituição de 1946 reservou 
cerca de 1% do orçamento federal para o 
desenvolvimento desta área. Em 1948, por força de lei, 
foi criada a CVSF (Comissão do Vale do São Francisco), 
que mais tarde se transformaria na atual CODEVASF 
(Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São 
Francisco e do Parnaíba). 
 
 
 
CODEVASF 
 
A CODEVASF é uma empresa pública, vinculada 
ao Ministério da Integração Nacional, que promove o 
desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios 
São Francisco e Parnaíba com a utilização sustentável 
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dos recursos naturais e estruturação de atividades 
produtivas para a inclusão econômica e social. 
A empresa mobiliza investimentos públicos para a 
construção de obras de infraestrutura, particularmente 
para a implantação de projetos de irrigação e de 
aproveitamento racional dos recursos hídricos. É 
reconhecida principalmente pela implantação de pólos 
de irrigação, a exemplo do pólo Petrolina-Juazeiro. 
Investe também na aplicação de novas 
tecnologias, diversificação de culturas, recuperação de 
áreas ecologicamente degradadas, capacitação e 
treinamento de produtores rurais, além da realização de 
pesquisas e estudos socioeconômicos e ambientais, 
entre outras ações. Um trabalho que gera emprego e 
renda para a população residente em sua área de 
atuação. 
A CODEVASF participa do PAC (Programa de 
Aceleração do Crescimento), do governo federal, 
implantando obras em diversos municípios, no âmbito do 
Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do 
rio São Francisco. 
Por meio das PPPs (Parcerias Público-Privadas), 
a companhia tem buscado parceiros para viabilizar 
importantes projetos de irrigação em andamento. 
Uma ação de destaque na área de 
responsabilidade social é o Projeto Amanhã, no qual a 
CODEVASF promove a capacitação profissional de 
jovens rurais em atividades agrícolas e não-agrícolas 
relacionadas com as necessidades do mercado regional. 
 
ROTA DA TRANSPOSIÇÃO 
 
Em agosto de 2009 a obra de integração das 
bacias hidrográficas nordestinas a partir do desvio de 
água do rio São Francisco completará dois anos. Estão 
previstos dois eixos principais. O “eixo norte” que levará 
água de Cabrobró (PE) para os sertões pernambucano, 
cearense e potiguar. Já o “eixo leste” colherá água em 
Petrolândia (PE) para as áreas mais próximas do litoral 
nos estados da Paraíba e de Pernambuco. O governo 
pretende terminar o trecho norte ainda em 2010 e a obra 
terminará em 2017. 
 
 
 
AS ÁGUAS DO RIO NÃO SÃO A PANACÉIA PARA OS 
PROBLEMAS DO SEMI-ÁRIDO 
 
“Nas discussões que ora se travam sobre a 
questão da transposição das águas do rio São Francisco 
para o setor norte do Nordeste seco, existem alguns 
argumentos tão fantasiosos e mentirosos que merecem 
ser corrigidos em primeiro lugar. Referimo-nos ao fato de 
que a transposição das águas resolveria os grandes 
problemas sociais existentes na região semi-árida do 
Brasil. Trata-se de um argumento completamente infeliz. 
O Nordeste seco, delimitado pelo espaço até onde se 
estendem as caatingas e os rios intermitentes, 
sazonários e exorréicos (que chegam ao mar), abrange 
um espaço fisiográfico socioambiental da ordem de 750 
mil km2, enquanto a área que pretensamente receberá 
grandes benefícios abrange dois projetos lineares que 
somam apenas alguns milhares de quilômetros nas 
bacias dos rios Jaguaribe (CE) e Piranhas/Açu (RN). 
Um problema essencial na discussão das 
questões envolvidas no projeto de transposição de 
águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio 
Grande do Norte diz respeito ao equilíbrio que deveria 
ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias para 
as importantíssimas hidroelétricas já implantadas no 
médio/baixo vale do rio – Paulo Afonso, Itaparica, Xingo. 
Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas 
são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e 
transmitida para todo o Nordeste, constitui um tipo 
planejamento da mais alta relevância para o espaço total 
da região. De forma que o novo projeto não pode, em 
hipótese alguma, prejudicar o mais antigo, que 
reconhecidamente é de uma importância areolar. Mas 
parece que ninguém no Brasil se preocupa em saber 
nada de planejamentos pontuais, lineares e areolares. 
A quem vai servir a transposição das águas? Os 
“vazanteiros”, que fazem horticultura no leito dos rios que 
perdem fluxo durante o ano, serão os primeiros 
prejudicados. A eles se deve conceder a prioridade em 
relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser 
identificados e implantados. De imediato, porém, serão 
os pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que 
terão água disponível para o gado nos meses em que os 
rios da região não correm. Sobre a viabilidade ambiental 
pouca coisa se pode adiantar a não ser a falta de 
conhecimentos sobre a dinâmica climática e 
periodicidade do rio que vai perder água e dos rios 
intermitentes-sazonários que vão receber filetes das 
águas transpostas. Um projeto inteligente e viável sobre 
a transposição de águas, captação e utilização de águas 
das estações chuvosas e multiplicação de poços ou 
cisternas têm de envolver obrigatoriamente 
conhecimento sobre a dinâmica climática regional do 
Nordeste. No caso de projetos de transposição de 
águas, há de se ter consciência de que o período se 
maior necessidade será aquele em que os rios 
sertanejos intermitentes perdem a correnteza por cinco a 
sete meses. Trata-se, porém do mesmo período em que 
o São Francisco se torna menos volumoso. Entretanto, é 
nessa época do ano em que haverá maior necessidade 
de reservas de água para hidroelétricas regionais. Trata-
se de um impasse paradoxal, do qual, até agora, não se 
falou. Por outro lado, se essa água tiver que ser elevada 
ao chegar à região final do seu uso, para desde um 
ponto mais alto descer e promover alguma irrigação por 
gravidade, o processo todo aumentará ainda mais a 
demanda regional por energia. E, ainda noutra direção, 
como se evitará uma grande evaporação dessa água 
que atravessará o domínio da caatinga, onde o índice de 
evaporação é o maior de todos? Eis outro ponto obscuro, 
não tratado pelos arautos da transposição. 
A afoiteza com que se está pressionando o 
governo para se conceder grandes verbas para o início 
das obras de transposição das águas do São Francisco 
terá conseqüências imediatas para os especuladores de 
todos os naipes. 
O risco final é que, atravessando acidentes 
geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa 
sul da Chapada do Araripe com grande gasto de energia, 
a transposição acabe por significar apenas um canal 
tímido de água, de duvidosa validade econômica e 
interesse social, de grande custo, e que acabaria por 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
9
 
movimentar o mercado especulativo da terra e da 
política. No fim, tudo apareceria como o movimento de 
transformar todo o espaço em mercadoria.” Aziz Nacib 
Ab’Saber, professor emérito da FFLCH/USP e professor honorário do Instituto de 
Estudos Avançados/USP. 
 
ASPECTOS POSITIVOS 
 
Aumento da água disponível e diminuição da 
perda devido aos reservatórios, aumentoda renda e do 
comércio das regiões beneficiadas, redução de 
problemas trazidos pela seca, irrigação de áreas 
abandonadas e criação de novas fronteiras agrícolas, 
redução de doenças e óbitos gerados pelo consumo de 
água contaminada ou pela falta de água, obras de 
revitalização do rio, entre outros. 
 
ASPECTOS NEGATIVOS 
 
O grande empresário (carcinicultura, flores, frutas) 
e outras atividades agrícolas seriam os grandes 
beneficiados, não haverá a socialização da água, 
canalizações indevidas, incorporação de terra pelos 
latifundiários, impacto na produção de energia 
(diminuição da vazão do rio), água de má qualidade 
(80% da população não possuem saneamento básico e 
despejam todo seu esgoto nas águas do rio), dúvidas na 
relação custo/benefício, impactos ambientais dos mais 
diversos, entre outros. 
 
DESERTIFICAÇÃO NO NORDESTE 
 
 
Fonte: EMBRAPA. 
 
A desertificação é definida como a “degradação 
da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas 
secas resultantes de fatores diversos tais como as 
variações climáticas e as atividades humanas”. Esta 
definição foi criada na Convenção de Combate à 
Desertificação em 1994 e delimita a problemática da 
desertificação a 33% da superfície terrestre. 
No Brasil as áreas susceptíveis localizam-se nas 
partes áridas, semi-áridas e sub-úmidas, secas do 
Nordeste brasileiro. Esta área do Nordeste compreende 
900 mil km², onde vivem aproximadamente 10 milhões 
de habitantes. Além do Nordeste, parte da região Sul do 
Brasil também sofre com a desertificação. 
 
REGIONALIZAÇÕES DO BRASIL 
 
Há outra divisão regional do território brasileiro 
que não acompanha os limites estaduais, havendo 
estados que possuem parte do território em uma região e 
parte em outra. Trata-se da divisão elaborada em 1967 
pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. É uma 
classificação que considera a formação histórico-
econômica do Brasil e a recente modernização 
econômica, que se manifestou nos espaços urbano e 
rural, estabelecendo novas formas de relacionamento 
entre os lugares do território brasileiro e criando uma 
nova dinâmica no relacionamento entre a sociedade e a 
natureza. 
Assim, o oeste do Maranhão integra a Amazônia 
e o restante o Nordeste, com atuação, respectivamente, 
da SUDAM e da SUDENE. O norte de Minas Gerais 
(Vale do Jequitinhonha) integra o Nordeste, com atuação 
da SUDENE e do BNB e o restante o Centro-Sul. O norte 
do mato Grosso é amazônico e o restante dos territórios 
integra a região Centro-Sul. 
 
 
 
1-Amazônia. 
2-Centro-Sul. 
3-Nordeste. 
 
SUB-REGIÕES NORDESTINAS 
 
 
C. Garcia. O que é o Nordeste brasileiro? Brasiliense, 1984. 
 
Observando a região nordestina de Leste para o 
Oeste, temos Zona da Mata (extremamente úmida), 
Agreste (sub-úmido), Sertão (semi-árido) e o Meio Norte 
(bastante úmido). 
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
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•ZONA DA MATA 
 
Corresponde à orla oriental atlântica, que se 
estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. Foi o 
primeiro espaço agrícola a ser ocupado na região, com a 
cultura da cana-de-açúcar, que lá encontrou condições 
naturais favoráveis à sua expansão (como o fértil solo 
argiloso de massapê e o clima tropical, muito úmido). 
Predominam as grandes propriedades e a monocultura 
voltada para o mercado externo, particularmente nas 
áreas produtoras de cana-de-açúcar – ainda hoje o 
principal produto da região –, de maior expressão em 
Pernambuco. É importante ressaltar também a produção 
de cacau no sul da Bahia e o Recôncavo Baiano, 3º 
maior área de extração de petróleo do país. 
 
•AGRESTE 
 
Constitui uma faixa paralela à costa, entre a Zona 
da Mata e o Sertão (a leste do topo da chapada de 
Borborema), menos úmida que a primeira. Dominam as 
pequenas propriedades policultoras, dedicadas, 
sobretudo à produção de gêneros alimentícios: milho, 
mandioca, feijão, batata, frutas, café, fava etc. Planta-se 
também algodão e sisal ou agave (fibra têxtil). O Agreste 
apresenta importantes centros urbanos como Caruaru 
(PE), Campina Grande (PB) e Feira de Santana (BA). 
 
•SERTÃO 
 
O sertão, uma extensa área de clima semi-árido, 
chega até o litoral, nos estados do Rio Grande do Norte 
e do Ceará. As atividades agrícolas sofrem grande 
limitação, pois os solos são rasos e pedregosos e as 
chuvas, escassas e mal distribuídas. A vegetação típica 
é a caatinga. O rio São Francisco é a única fonte de 
água perene. É a área das mais baixas densidades 
demográficas e de economia baseada na agricultura e 
pecuária. 
 
O SERTÃO AGORA É ASSIM 
 
“Num bom pedaço do sertão nordestino, o cenário 
está mudando. Numa área formada pelas zonas do 
cerrado nordestino – do Maranhão, do Piauí, e da Bahia 
–, culturas de soja, milho e algodão cada vez mais se 
misturam à paisagem. Apelidada de ‘MAPITOBA’ 
(nomenclatura que indica as iniciais dos três estados 
nordestinos mais Tocantins) por alguns e ‘BAMATOPI’ 
por outros, a região já responde por 10% da soja 
produzida no país e desponta como uma das maiores 
potências no agronegócio. Com 2 milhões de habitantes, 
esse pedaço do Brasil ainda apresenta um PIB modesto: 
6 bilhões de dólares, equivalente ao de Belém. Mas a 
geração de riquezas está se acelerando. Os produtores 
de grãos estabelecidos há mais tempo são migrantes do 
Centro-Sul do Brasil, em sua maioria gaúchos e 
paranaenses. A eles se somou recentemente uma leva 
de investidores estrangeiros e empresas do agronegócio. 
Foram eles que fizeram 70% das aquisições de terras na 
região em 2008. A estimativa conservadora é que a 
economia do ‘MAPITOBA’ esteja crescendo à taxa de 
10% ao ano. 
A expansão é desordenada, algo muito visível em 
Balsas, cidade com 80 mil habitantes no sul do 
Maranhão. (...), fundada em 1918 como entreposto de 
negócios do sertão. (...) Em 2000 a região começou de 
fato a deslanchar. Hoje, quem percorre a rodovia BR-
230, no sul do Maranhão, vê bolsões de produção 
agrícola entremeando extensões com vegetação de 
cerrado. 
Balsas é caótica e paradoxal. Ao mesmo tempo 
em que boa parte das ruas não é asfaltada e a telefonia 
celular ainda é precária, um hipermercado e um 
restaurante japonês são ícones da chegada da 
modernidade. Enquanto bairros velhos estampam a 
pobreza, casas elegantes e jardins bem cuidados 
surgem em outros cantos (...). 
A movimentação de empresas abastecidas com 
dinheiro estrangeiro é grande na região. A Agrinvest, 
controlada pelo fundo americano Ridgefield Capital, 
comprou ano passado 20 mil hectares e arrendou mais 
43 mil para produzir grãos ao sul de Balsas.” Fabiane Stefano. 
O sertão agora é assim. Exame, 09/07/2009. 
 
 
 
CIDADES PÓLOS DE ATRAÇÃO 
 
 
Fonte: http://portalexame.abril.com.br 
 
O POLÍGONO DAS SECAS 
 
 
Fonte: INPE 
 
O Polígono das Secas compreende a área do 
Nordeste brasileiro reconhecida pela legislação como 
sujeita à repetidas crises de prolongamento das 
estiagens e, conseqüentemente, objeto de especiais 
providências do setor público. Constitui-se o Polígono 
das Secas de diferentes zonas geográficas, com 
distintos índices de aridez. Em algumas delas o balanço 
hídrico é acentuadamente negativo, onde somente se 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
11
 
desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre solos 
delgados. Em outras, verifica-se balanço hídrico 
ligeiramente negativo, desenvolvendo-se a caatinga 
hipoxerófila. Existem também áreas no Polígono, de 
balanço hídrico positivo e presença de solos bem 
desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela 
poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas que 
se traduzem na maioria das vezes em grandes 
calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária 
nordestina e graves problemas sociais.Compreende os 
estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas 
Gerais (essa área excede a divisão político-
administrativa do Nordeste – a região mineira mais 
famosa que é incluída no Polígono das Secas é a 
denominada Vale do Jequitinhonha). 
 
ESTADOS POLÍGONO SEMI-ÁRIDO 
MARANHÃO -------------- ------------------ 
PIAUÍ 234.084 125.692 
CEARÁ 143.080 119.081 
R.GRANDE DO NORTE 51.210 48.344 
PARAÍBA 56.972 48.502 
PERNAMBUCO 90.067 85.574 
ALAGOAS 14.704 13.900 
SERGIPE 13.163 10.928 
BAHIA 120.701 392.955 
NORTE DE MINAS GERAIS 57.530 ------------------ 
Fonte: IBGE 
 
O Polígono das Secas foi criado pela Lei nº 175, 
de 7 de janeiro de 1936 e posteriormente teve 
complementado o seu traçado pelo decreto-lei nº 9.857, 
de 13 de setembro de 1946. Pela Constituição de 1946, 
Art. 198, Parágrafos 1º e 2º, foi regulamentada e 
disciplinada a execução de um plano de defesa contra os 
efeitos da denominada seca do Nordeste. A Lei nº 1.004, 
de 24 de dezembro de 1949 regulamentou as alterações 
constantes na Lei Maior, entretanto não foi alterada a 
área do Polígono. 
Desde o Império, o governo brasileiro adota uma 
postura de combate aos efeitos da seca, valendo-se da 
construção de açudes para represar os rios locais e, 
assim, conseguir reservatórios de água para tornar 
perenes os rios temporários. Em 1909, foi criada a 
Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS) que mais 
tarde transformou-se em DNOCS (Departamento 
Nacional de Obras Contra a Seca). 
A primeira iniciativa desenvolvida pelo IOCS foi 
realizar estudos climáticos, geológicos, hidrológicos, 
geomorfológicos e botânicos sobre a região e, em 
seguida desenvolver uma política de construção de 
reservatórios, para acumular água nos anos chuvosos. 
 
DNOCS 100 ANOS 
 
“Dentre os órgãos regionais, o Departamento 
Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS, se 
constitui na mais antiga instituição federal com atuação 
no Nordeste. Criado sob o nome de Inspetoria de Obras 
Contra as Secas – IOCS através do Decreto 7.619 de 21 
de outubro de 1909 editado pelo então Presidente Nilo 
Peçanha, foi o primeiro órgão a estudar a problemática 
do semi-árido. O DNOCS recebeu ainda em 1919 
(Decreto 13.687), o nome de Inspetoria Federal de 
Obras Contra as Secas – IFOCS antes de assumir sua 
denominação atual, que lhe foi conferida em 1945 
(Decreto-Lei 8.846, de 28/12/1945), vindo a ser 
transformado em autarquia federal, através da Lei n° 
4229, de 01/06/1963. 
Sendo, de 1909 até por volta de 1959, 
praticamente, a única agência governamental federal 
executora de obras de engenharia na região, fez de tudo. 
Construiu açudes, estradas, pontes, portos, ferrovias, 
hospitais e campos de pouso, implantou redes de 
energia elétrica e telegráficas, usinas hidroelétricas e foi, 
até a criação da SUDENE, o responsável único pelo 
socorro às populações flageladas pelas cíclicas secas 
que assolam a região. 
Chegou a se constituir na maior "empreiteira" da 
América Latina na época em que o Governo Federal 
construía, no Nordeste, suas obras por administração 
direta tendo marcado com a sua presença, praticamente, 
todo o solo nordestino. Além de grandes açudes, como 
Orós, Banabuiú, Araras, podemos registrar a construção 
da rodovia Fortaleza-Brasília e o início da construção da 
barragem de Boa Esperança.” Fonte: www.dnocs.gov.br/ 
 
•MEIO NORTE 
 
Formada pelos estados do Piauí e Maranhão, é 
uma área de transição entre o Sertão e a Amazônia. Os 
índices de pluviosidade são elevados na porção oeste e 
diminuem em direção ao leste e sul. Encerra a Zona dos 
Cocais, área de vegetação peculiar, caracterizada por 
extensos babaçuais. 
 
ECONOMIA 
 
O Nordeste vem apresentando um crescimento 
econômico acelerado nos últimos anos. A “guerra fiscal” 
implementada pelos estados têm atraído inúmeras novas 
indústrias paras a região, como por exemplo a Ford, na 
Bahia, e a Grendene e a Schincariol, no Ceará. Na 
região destaca-se ainda a produção petrolífera nos 
estados da Bahia, área do Recôncavo Baiano, e no Rio 
Grande do Norte, em cidades como Mossoró. 
 
TURISMO 
 
O turismo aparece como uma das principais 
atividades econômicas da região, o grande número de 
cidades litorâneas com belíssimas praias contribui para o 
desenvolvimento da atividade turística. Os investimentos 
governamentais evidenciam esse potencial turístico, 
como podemos observar na tabela abaixo: 
 
ESTADOS 
VALOR EM MILHÕES 
(prodetur + iniciativa 
privada) 
PRINCIPAIS AÇÕES 
BA R$ 500 Costa do Sauipe 
CE R$ 160 Costa do Sol 
SE R$ 298 
Pólo S.Cristovão - Pólo 
Litoral Sul – Pólo Litoral 
Norte. 
MA R$ 74 São Luís 
AL R$ 71 Costa Dourada 
PE R$ 68,1 Pólo Guadalupe 
PB R$ 349 Pólo Cabo Branco 
PI R$ 54 Costa do Delta 
RN R$ 47 Costa das Dunas 
TOTAL R$ 900 ----------------------- 
Fonte: BNDES, 2005. 
 
Os investimentos aplicados por programas como 
o PRODETUR-NE (Programa de Desenvolvimento do 
Turismo) objetivam melhorar a infraestrutura turística 
(saneamento, transporte, urbanização e outros) além de 
implantar projetos de proteção ambiental e de alguns 
patrimônios histórico-culturais. O PRODETUR-NE 
investiu entre 1995 e 2003 cerca de 900 milhões de reais 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
12 
 
nos nove estados. Esses recursos são oriundos do BID e 
têm como órgão executor o BNB. 
 
O PRODETUR/NE apresenta duas fases, a 
primeira fase foi realizada entre 1995 e 2003. 
 
 
 
Fonte: Relatório Final de Projeto do PRODETUR/NE 1. 
 
Os estados com maior potencial turístico e 
infraestrutura instalada, como Bahia e Ceará, receberam 
um volume maior de recursos para investir na atividade. 
O Programa prevê ainda a recuperação do Patrimônio 
Histórico nas cidades de Aracajú, João Pessoa, Maceió, 
Recife, Salvador e São Luis, além, da recuperação de 
sítios históricos como o de Alcântara (MA), Oeiras (PI), 
São Cristovão (SE) e Porto Seguro/Trancoso (BA). 
 
TURISMO SEXUAL 
 
De acordo com a OIT (Organização Internacional 
do Trabalho), as desigualdades sociais da região 
combinadas com o desenvolvimento do turismo 
provocam também efeitos negativos: a exploração de 
crianças e adolescente e o turismo sexual 
(“prostiturismo”) – com destaque para Fortaleza e Recife 
–, além do tráfico de mulheres, principalmente em 
Pernambuco e no Maranhão. 
 
DEMOGRAFIA 
 
A população é a segunda maior do país, com 
mais de 50 milhões de habitantes e cerca de 29% do 
total do país. A maior parte desta população, cerca de 
70%, localiza-se na zona litorânea, que representa 
apenas 20% do território da região, evidenciando a 
desigual distribuição populacional da área. 
As maiores cidades nordestinas, em termos 
populacionais, são: Salvador, Fortaleza, Recife, São 
Luís, Maceió, Teresina, Natal, João Pessoa, Jaboatão 
dos Guararapes, Feira de Santana, Aracaju, Olinda, 
Campina Grande, Caucaia, Paulista, Vitória da 
Conquista, Caruaru e Petrolina. Todos esses municípios 
possuem mais de 250 mil habitantes, segundo as listas 
de municípios de estados do Nordeste por população. 
As maiores densidades situam-se próximo ao 
litoral, na Zona da Mata, Recôncavo Baiano, sul da 
Bahia e Regiões Metropolitanas, além das áreas úmidas, 
denominadas regionalmente de brejos. Em áreas como 
centro-sul do Piauí, oeste de Pernambuco e parte da 
Bahia (sertão central) as densidades são as menores da 
região. 
A expectativa de vida na região é de 70,1 anos, 
isso faz com que a região tenha uma média bem abaixo 
da brasileira que é de 76,3 anos. Outro índice que 
evidencia os contrastes dentro do território brasileiro é a 
mortalidade infantil. Enquanto no Sul a mortalidade é de 
15,6 para cada mil nascidos, a do Nordeste chega 
próximo dos 35 deacordo com os dados do IBGE 
(2008). 
 
 
 
POPULAÇÃO NORDESTINA – 2009* 
 
ESTADOS POPULAÇÃO 
MARANHÃO 6.367.138 
PIAUÍ 3.145.325 
CEARÁ 8.547.809 
R.GRANDE DO NORTE 3.137.541 
PARAÍBA 3.769.977 
PERNAMBUCO 8.810.256 
ALAGOAS 3.156.108 
SERGIPE 2.019.679 
BAHIA 14.637.364 
IBGE, 2009. Estimativa 
 
MIGRAÇÃO 
 
“No Brasil, o preconceito por origem geográfica 
marca, especialmente, os nordestinos. Este preconceito 
se expressa, por exemplo, através dos estereótipos do 
‘baiano’ e do ‘paraíba’, denominações que são usadas 
genericamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, 
respectivamente, para se referirem aos migrantes vindos 
da região Nordeste.” JÚNIOR, Durval Muniz de Albuquerque. Preconceito 
contra a origem geográfica e de lugar. As fronteiras da discórdia. São Paulo: Cortez, 
2007, p. 89. 
 
No primeiro censo demográfico, o Nordeste era a 
região mais populosa do país, com cerca de 4,6 milhões 
de habitantes, quase metade da população brasileira. No 
censo de 1890, o Sudeste superou a região Nordeste. 
No século XIX a migração rumo a região Norte do 
país, devido ao ciclo da borracha, foi a de maior 
intensidade. Já no século XX o principal fator atrator foi a 
construção de Brasília, intensificando os fluxos para as 
regiões Sudeste e Centro-Oeste. 
 
URBANIZAÇÃO 
 
REGIÕES % DE URBANIZAÇÃO 
Norte 78 
Nordeste 72,4 
Centro-Oeste 87,7 
Sudeste 92,1 
Sul 83,8 
Fonte: IBGE 
 
A concentração da população urbana passou de 
60,6% no início dos anos 90 para 72,4% em 2008, o que 
coloca a região na última posição em relação as outras 
regiões do país. 
PÓLOS DE TURISMO 
1. São Luis (MA). 
2. Costa do Delta (PI). 
3. Ceará Costa do Sol (CE). 
4. Costa das Dunas (RN). 
5. Costa das Piscinas (PB). 
6. Costa dos Arrecifes (PE). 
7. Costa Dourada (AL). 
8. Costa dos Coqueiros (SE). 
9. Salvador e Entorno (BA). 
10. Litoral Sul (BA). 
11. Costa do Descobrimento 
(BA). 
12. Chapada Diamantina (BA). 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
13
 
No que se refere à hierarquia das cidades 
nordestinas, as três metrópoles nacionais localizam-se 
no litoral: Salvador, Fortaleza e Recife. As demais 
capitais são consideradas centros regionais, assim 
como: Petrolina, em Pernambuco, Ilhéus, Itabuna, Feira 
de Santana e Juazeiro, na Bahia. 
Existem ainda centros urbanos de primeira 
grandeza, como Campina Grande, Crato e Juazeiro do 
Norte, Vitória da Conquista, Caruaru, Mossoró e 
Imperatriz, respectivamente nos estados da Paraíba, 
Ceará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e 
Maranhão. 
 
 
Fonte: ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de. Amazônia e Nordeste: 
oportunidades de investimentos. Rio de Janeiro: INAE, 2008, p. 26. 
 
Entre as regiões metropolitanas da região 
Nordeste podemos destacar a de Fortaleza, a que mais 
cresce na região, a de Recife, que se consolida como 
centro de pesquisas eletroeletrônicas, e a de Salvador, 
como sendo ainda a principal Região Metropolitana do 
Nordeste. 
 
REGIÕES METROPOLITANAS4 DO NORDESTE 
 
As regiões metropolitanas foram criadas pelo 
IBGE nos anos 1970 e depois incluídas na Constituição 
de 1988, que as tirou da esfera federal e deu autonomia 
aos estados para estabelecerem alterações e criações 
de suas áreas metropolitanas. Entre as capitais 
nordestinas, somente Teresina não apresenta região 
metropolitana, além das capitais, existem ainda 4 regiões 
metropolitanas no interior do Nordeste, nos estados do 
Maranhão, Paraíba, Ceará e Alagoas. 
 
•Salvador (13 municípios) – Salvador (sede); Camaçari; 
Candeias; Dias d’Ávila; Itaparica; Lauro de Freitas; 
Madre de Deus; Mata de São João; Pojuca; São 
Francisco do Conde; São Sebastião do Passé; Simões 
Filho; Vera Cruz. 
 
 
4 REGIÃO METROPOLITANA: Conjunto de municípios 
contíguos/vizinhos ou espacialmente interligados e integrados 
socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços 
públicos e infra-estrutura comuns. 
 
Fonte: IBGE, Contagem da População – 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 
 
Segundo o IBGE (2009), a Grande Salvador 
apresenta uma área territorial de 4.375,123 km², uma 
população total de 3.866.004 habitantes e uma 
densidade demográfica de aproximadamente 900 
hab./km². 
O destaque econômico desta região 
metropolitana e o centro industrial de Aratu e o pólo 
petroquímico de Camaçari, alem de importantes vias tais 
como o aeroporto internacional de Salvador e os portos 
de Aratu e Salvador. 
 
•Recife (14 municípios) – Recife (sede); Abreu e Lima; 
Araçoiaba; Cabo de Santo Agostinho; Camaragibe; 
Igarassu; Ipojuca; Itamaracá; Itapissuma; Jaboatão dos 
Guararapes; Moreno; Olinda; Paulista; São Lourenço da 
Mata. 
 
 
Fonte: IBGE, Contagem da População – 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
14 
 
Criada em 1973, foi uma das primeiras regiões 
metropolitanas a ser formada no Brasil. De acordo com o 
IBGE (2009), a região metropolitana de Recife conta com 
uma área de 2.768,54 km², uma população total de 
3.768.902 habitantes e uma densidade demográficas de 
1.361,37 hab./km². É a segunda maior aglomeração 
urbana do nordeste e a sexta do país. 
O ponto alto da economia no momento é o inicio 
da construção de pólo petroquímico. Sua área de 
influencia abrange todo o Pernambuco, além dos 
estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. 
Além do interior dos estados do Piauí e Bahia. 
 
•Fortaleza (15 municípios) – Fortaleza (sede); Aquiraz; 
Caucaia; Chorozinho; Eusébio; Guaiúba; Horizonte; 
Itaitinga; Maracanaú; Maranguape; Pacajus; Pacatuba, 
São Gonçalo do Amarante; Pindoretama; Cascavel. 
 
 
 
Segundo o IBGE (2009), a Grande Fortaleza 
apresenta uma área territorial de 5.785,822 km², uma 
população total de 3.655.259 habitantes e uma 
densidade demográfica de aproximadamente 631 
hab./km². A RMF é hoje a segunda maior região 
metropolitana do Nordeste e a sexta do Brasil, tendo 
como área de influência todo o estado do Ceará, o oeste 
do Rio Grande do Norte, o centro-norte do Piauí, o leste 
do Maranhão e a região da divisa Ceará/Pernambuco. 
Na região metropolitana de Fortaleza, destaca-se 
a a indústria têxtil, de bebidas, flores e mais 
recentemente os pólos agropecuários. Fortaleza 
apresenta ainda importante porto e aeroporto 
internacional, patente vocação turística, além de outras 
atividades. 
O Porto do Pecém, construído no município de 
São Gonçalo do Amarante, abrigará um complexo 
industrial baseado na “Siderúrgica do Ceará”. Os 
investimentos permitirão a expansão da economia da 
região metropolitana de modo mais equilibrado. O 
turismo e a expansão imobiliária são os principais 
mercados dos municípios com litoral (São Gonçalo, 
Caucaia e Aquiraz). Existem projetos de resorts e 
complexos turísticos nestes litorais, os quais, a se 
concretizarem, poderão melhorar o equilíbrio destas 
cidades com relação a Fortaleza. 
 
•Cariri (9 municípios) – Juazeiro do Norte; Crato; 
Barbalha; Caririaçú; Farias Brito; Nova Olinda; Jardim; 
Santana do Cariri; Missão Velha. 
 
 
Fonte: www.cidades.ce.gov.br 
 
Região criada no ano de 2009, que tem como 
destaque a área de conurbação entre Juazeiro, Crato e 
Barbalha, o CRAJUBAR, que dividem a sede da região 
metropolitana. 
 
•Maceió (11 municípios) – Maceió (sede); Barra de 
Santo Antônio; Barra de São Miguel; Coqueiro Seco; 
Marechal Deodoro; Messias; Paripueira; Pilar; Rio Largo; 
Santa Luzia do Norte; Satuba. 
 
 
Fonte: IBGE, Contagem da População – 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 
 
De acordo com o IBGE (2009) a região 
metropolitana de Maceió apresenta uma área de 
1.134,122 km², uma população total de 1.160.393 
habitantes e uma densidade demográficas de574,8 
hab./km². 
 
•Agreste (20 municípios) – Arapiraca (sede); Campo 
Grande; Coité do Nóia; Craíbas; Feira Grande; Girau do 
Ponciano; Igaci; Junqueiro; Lagoa da Canoa; Limoeiro 
de Anadia; Olho D’água Grande; São Sebastião; 
Taquarana; Traipu; Palmeira dos Índios; Estrela de 
Alagoas; Belém; Tanque d’Arca; São Brás; Jaramataia. 
 
Essa região metropolitana foi criada no ano de 
2009. Apresenta uma área de aproximadamente 5.000 
km² e uma população que ultrapassa os 600 mil 
habitantes. 
 
•Natal (09 municípios) – Natal (sede), Ceará-Mirim; 
Extremoz; Macaíba; Monte Alegre; Nísia Floresta; 
Parnamirim; São Gonçalo do Amarante e São José do 
Mipibu. 
 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
15
 
Formada por nove municípios, a Região 
Metropolitana de Natal apresenta-se como uma das 
regiões de maior dinamismo econômico e social do Rio 
Grande do Norte. Do ponto de vista da urbanização, 
apresenta uma acentuada diferença, pois a população 
rural de alguns municípios é superior à população 
urbana. 
A região metropolitana corresponde a 5,16% do 
território estadual abrangendo uma superfície de 
2.719,574 km². Sua população atingiu 1.312.123 
habitantes (isto já representa mais de 40% da população 
do Rio Grande do Norte) com densidade demográfica de 
482,47 hab./km². (IBGE, 2009) 
 
•São Luís (04 municípios) - São Luis (sede), Paço do 
Lumiar; Raposa; São José de Ribamar. 
 
 
Fonte: IBGE, Contagem da População – 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 
 
A região metropolitana de São Luís possui uma 
economia diversificada. Destacam-se a grande usina de 
alumínio (Alumar), segunda maior do país, a usina de 
ferro da Vale (ex-Vale do Rio Doce), o complexo 
portuário da ilha formado pelos terminais de Itaqui, Ponta 
da Madeira e Alumar, sendo um porto muito profundo e 
capaz de receber navios de grande calado. 
Nos demais municípios destacam-se atividades 
primárias como agricultura, pesca, extrativismo vegetal e 
exploração mineral. A infraestrutura da ilha conta com 
um aeroporto de médio porte (Marechal Cunha 
Machado), o porto do Itaqui, já mencionado, o terminal 
rodoviário de São Luís, estação ferroviária, e dois 
terminais para barcos de passageiros, um em São Luís o 
outro em São José de Ribamar. 
Fica sediado na região metropolitana de São Luís 
o centro de operações do CLA (Centro de Lançamento 
de Foguetes de Alcântara). De acordo com o IBGE 
(2008) a região metropolitana de São Luís apresenta 
uma área de 1.410,015 km², uma população total de 
1.211.270 habitantes e uma densidade demográficas de 
859 hab./km². 
 
•Sudoeste Maranhense (8 municípios) – Imperatriz 
(sede); João Lisboa; Buritirana; Senador La Rocque; 
Davinópolis; Governador Edison Lobão; Montes Altos; 
Ribamar Fiquene. Foi criada no ano de 2005. A 
população total estimada para 2009 é de 334.899 
habitantes de acordo com o IBGE. 
 
•João Pessoa (9 municípios) – João Pessoa (sede); 
Bayeux; Cabedelo; Conde; Cruz do Espírito Santo; 
Lucena; Mamanguape; Rio Tinto; Santa Rita; Alhandra; 
Pitimbu; Caapora. Criada no ano de 2003, a Região 
Metropolitana de João Pessoa apresenta uma área de 
2.741,923 km² e reúne cerca de um terço da população 
paraibana. Tem como destaque o porto de Cabedelo, 
que é a principal via de exportação e importação do 
estado. 
 
•Campina Grande (23 municípios) – Campina Grande 
(sede); Lagoa Seca; Barra de Santana; Caturité; Gado 
Bravo; Pocinhos; Matinhas; Serra Redonda; Aroeiras; 
Queimadas; Boqueirão; Esperança; Puxinanã; Ingá; 
Riachão do Bacamarte; Fagundes; Boa Vista; Montadas; 
Massarandura; Alagoa Nova; Areial; São Sebastião de 
Lagoa de Roça; Itatuba. Foi criada no ano de 2009 e 
possui cerca de 690 mil habitantes distribuídos em uma 
área de 4.974,123 km². A RMCG é a maior região 
metropolitana do interior nordestino. 
 
•Aracaju (4 municípios) – Aracaju (sede); São Cristovão; 
Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro. Foi 
criada em 1995 e possui uma população em torno de 
795 mil habitantes de acordo com a estimativa do IBGE 
(2009). 
 
RECURSOS NATURAIS DO NORDESTE 
 
A natureza fornece-nos todos os recursos 
naturais de sobrevivência, isto é, todos os meios 
materiais de existência. O homem, através do seu 
trabalho, transforma os recursos naturais em riquezas, 
ou seja, em produtos necessários ao ser humano. 
Podemos classificar os recursos naturais em 
renováveis e não-renováveis. 
 
•Renováveis: aqueles que, uma vez utilizados pelo 
homem, regeneram-se espontaneamente ou através de 
práticas conservacionistas: Ex.: água, ar, sol, solo, etc. 
•Não-Renováveis: aqueles que, uma vez esgotados, 
não mais se regeneram. Ex.: carvão mineral, ferro, 
petróleo. 
 
RECURSOS MINERAIS 
 
Entre as produções minerais do Nordeste, a de 
cloreto de sódio (sal) destaca-se como a mais 
importante. As maiores produções são oriundas do Rio 
Grande do Norte, cerca de 60% da produção nacional. 
Além do sal marinho destacaremos ainda: Caulim 
(CE/PB/PE), Cobre (BA), Chumbo (BA), Ferro (BA/CE), 
Fosforita (RN/PE), Gipsita (RN/PB/PE/BA), Manganês 
(PE), Tungstênio (RN) e Urânio (CE). 
 
AGRONEGÓCIO 
 
As últimas décadas foram fundamentais para o 
desenvolvimento da agricultura nordestina. Atualmente 
diversos projetos de fruticultura irrigada para a 
exportação instalam-se em inúmeros pontos do 
Nordeste. Petrolina e Juazeiro, são as áreas tradicionais 
de cultivo de cereais e regiões como o Vale do Rio Açu, 
no Rio Grande do Norte, formam o novo nordeste 
empreendedor. 
O estado da Bahia é o principal produtor agrícola 
da região, ele responde por 96,2% da produção de café, 
61,6% da produção de soja, 41,3% da produção de feijão 
e 41, 3% da produção de milho do Nordeste. O estado 
do Maranhão é o responsável pela maior produção de 
arroz do Nordeste brasileiro. O estado da Paraíba é o 
maior produtor de abacaxi e a Bahia o maior produtor de 
mamão da região. 
 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
16 
 
MOVIMENTO DA PRODUÇÃO DO AGRONEGÓCIO 
PELAS ESTRADAS FEDERAIS E PORTOS 
 
 
Fonte: Litoral e Sertão: natureza e sociedade no nordeste brasileiro. 
 
RECURSOS VEGETAIS 
 
•Carnaúba: utilizado na produção de cera, aplicação 
industrial: lubrificantes, vernizes, sabonetes, velas, óleo, 
madeira, medicamentos, folhas, coberturas, etc. 
(encontrado nos estados do CE, RN, PI, MA). 
•Babaçu: óleo comestível, celulose, ração animal, álcool, 
combustível, perfumes, bebidas, etc. (MA – 75% da 
produção). 
•Castanha de Caju: óleo comestível, doces, alimentos, 
etc. (CE-RN). 
•Caroá: cordas, barbantes, tecidos. (PE); 
•Lucuri: esteiras, doces, refrescos (fibras e frutos). (BA). 
•Oiticica: oliaginosa. (CE). 
•Piaçava: escovas, vassouras. (BA). 
 
A produção de flores vem apresentando 
desenvolvimento acentuado e em generosa expansão, 
principalmente a partir dos anos 1990. Os quatro 
principais produtores são Bahia, Pernambuco, Ceará e 
Alagoas. Com o direcionamento de investimentos 
observa-se o crescimento de atividades importantes para 
o desenvolvimento da região. 
 
 
Cultivo de flores do Campo da empresa Flora Fogaça, 
em São Benedito (CE), na Serra da Ibiapaba. 
 
PRINCIPAIS AGROPÓLOS DO NORDESTE 
 
PÓLOS CARACTERÍSTICAS 
Sul do Maranhão Culturas mecanizadas de soja, milho, arroz e feijão 
Piauí (Uruçuí-Gurguéia) Culturas mecanizadas de soja, milho, arroz e feijão 
Oeste da Bahia Setor de grãos entre o semi-árido e o cerrado. 
Pólo Jaguaribe-Açú-Mossoró 
No Ceará apresenta culturas 
diversificadas. Oeste do RN (pólo 
fruticultura) destaque para melão e 
manga. 
Pólo Cearense Cariri – Milho, feijão, banana. 
Pólo Petrolina-Juazeiro 
Situado no médio são Francisco é o 
maior complexo agroindustrial do 
Nordeste, destaque para as frutas 
paraexportação in natura ou para 
processamento local destaque: uva, 
banana, coco, goiaba e manga. 
Pólo da Bacia Leiteira de 
Sergipe 
Situado no agreste, esse pólo é um 
verdadeiro exemplo da 
modernização rural. Formado por 
cerca de 2,5 mil criadores de gado 
de leite. Essa bacia leiteira é o 
maior centro produtor de leite e 
laticínios do Nordeste. 
 
TRANSPORTES NORDESTE 
 
A malha viária da região tem aproximadamente 
400.000 km de rodovias que, em geral, estão 
sucateadas, com poucas exceções. 
As principais vias de escoamento e transporte 
rodoviário são a BR-116 (Rodovia Santos Dumont) e a 
BR-101. Apesar de seu sistema ferroviário ser precário, 
suas cidades mais importantes dispõem de adequada 
estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de Recife, 
Salvador e Fortaleza os principais destaques, recebendo 
milhões de turistas anualmente, oriundos principalmente 
da Europa e Estados Unidos. 
 
PRINCIPAIS RODOVIAS DO NORDESTE 
 
 
Fonte: Ministério dos Transportes. 
 
PRINCIPAIS PORTOS 
 
 
Fonte: Ministério dos Transportes. 
 
1. Pólo sul do Maranhão (MA). 
2. Pólo Uruçuí-Gurguéia (PI). 
3. Pólo Cariri Cearense (CE). 
4. Pólo Baixo Jaguaribe (CE). 
5. Pólo Açu-Mossoró (RN). 
6. Pólo Alto Piranhas (PB). 
7. Pólo Petrolina-Juazeiro (PE-
BA). 
8. Pólo da Bacia Leiteira de 
Alagoas (AL). 
9. Pólo Sul de Sergipe (SE). 
10. Pólo Oeste Baiano (BA). 
Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 
 
 
17
 
PRINCIPAIS FERROVIAS DO NORDESTE 
 
 
 
A Companhia Ferroviária do Nordeste ficou 
responsável pela Malha Nordeste da RFFSA em 1997. 
Em 2008, esse grupo – que é administrado pela CSN – 
alterou sua razão social para Transnordestina Logística 
S/A. 
 
ESTRADA DE FERRO CARAJÁS-ITAQUI 
 
“No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a 
Estrada de Ferro Carajás, pertencente e diretamente 
operada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), na 
região Norte do país, ligando o interior ao principal porto 
da região, em São Luís. 
Com seus 892 quilômetros de linha singela, 73% 
de sua extensão em linha reta e 27% em curva, de 
excelentes condições técnicas, a EFC é uma das 
ferrovias com melhores índices de produtividade do 
mundo. 
A Estrada de Ferro Carajás foi concebida para dar 
maior produtividade aos trens de minério e hoje tem um 
dos centros de controle mais modernos do mundo, que 
possui um sistema integrado baseado em uma rede de 
telecomunicações por fibra ótica. A velocidade máxima 
durante o tráfego é de 80km/h com o trem vazio e 
75km/h com o trem carregado e no percurso existem 347 
curvas. A EFC conta hoje com 5.353 vagões e 100 
locomotivas. 
Conecta-se à Companhia Ferroviária do Nordeste 
(CFN), Ferrovia Norte-Sul, Terminal Marítimo de Ponta 
da Madeira (São Luís-MA), Porto de Itaqui (São Luís-
MA), além de beneficiar-se da integração da sua malha 
com a estrutura de logística da Vale, que conta com mais 
duas ferrovias, oito portos, serviços de navegação 
costeira e armazéns, o que possibilita a composição de 
inúmeras soluções intermodais para os clientes. 
Nos seus quase 20 anos de existência, além de 
minério de ferro e manganês, têm passado pelos seus 
trilhos, anualmente, cerca de 5 milhões de toneladas de 
produtos como madeira, cimento, bebidas, veículos, 
fertilizantes, combustíveis, produtos siderúrgicos e 
agrícolas, com destaque para a soja produzida no sul do 
Maranhão, Piauí, Pará e Mato Grosso.” Fonte: 
www.transportes.gov.br 
 
TRANSNORDESTINA 
 
A Nova Transnordestina, que integrará sete 
estados do Nordeste, terá trens transportando 11 vezes 
mais do que as máquinas atuais, o que elevará a 
capacidade de escoamento, consumindo 80% menos 
combustível e reduzindo em quatro vezes o custo 
operacional. A ferrovia deve escoar a produção agrícola 
do Norte e Nordeste, parte carente de logística de 
transporte, para os portos do Pecém (CE) e de Suape 
(PE). 
A cidade de Missão Velha é o marco zero do 
projeto em direção a Salgueiro (PE), num trecho de 
110km, dos 1.860 previstos. A construção dos outros 
três trechos da ferrovia – Eliseu Martins (PI), a Araripina 
(PE), com 400km; Araripina a Salgueiro, com 210km; 
Salgueiro a Suape, com 483km; e Missão Velha a 
Pecém, com 622km também faz parte do projeto original. 
 
PRINCIPAIS AEROPORTOS 
 
 
 
SUDENE 
 
A Superintendência de Desenvolvimento do 
Nordeste (SUDENE) é uma entidade de fomento 
econômico-desenvolvimentista, destinada a promover 
soluções sócio-econômicas à região Nordeste do Brasil. 
Criada originalmente pela lei 3.692 de 1959, o 
órgão foi idealizado no governo do presidente Juscelino 
Kubitscheck, tendo à frente o economista Celso Furtado. 
Em 2001 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso 
decidiu extinguir a SUDENE, atribuindo o ato a estrutura 
da estatal, em substituição ao órgão é criada a ADENE 
(Agência de Desenvolvimento do Nordeste). O 
presidente Luiz Inácio Lula da Silva recria a SUDENE no 
ano de 2007 ligada ao Ministério da Integração Nacional. 
“No dia 17 de fevereiro de 1959, no salão do 
Palácio do Catete, parlamentares, ministros, 
governadores do Nordeste e D. Helder Câmara, 
sentaram-se em torno de uma grande mesa tendo, um 
em cada cabeçeira, o presidente Juscelino Kubitschek e 
Celso Furtado. Era o lançamento da Operação nordeste, 
a nova política que o governo implantaria na “região 
problema” onde a seca, no ano anterior, deixara meio 
milhão de flagelados. Para JK, a Meta 31, como então foi 
chamada a Operação, chegava tarde mas demonstrava 
que ele tinha enfim um plano para o Nordeste, tratado 
até então, se comparado com a acelerada construção de 
Brasília e o boom industrial do Centro-Sul, como o filho 
enjeitado. Para Celso, era o ponto de chegada do 
percurso iniciado em setembro de 1958: a volta ao 
Brasil, o desligamento da CEPAL, a diretoria do BNDE, o 
encontro com JK no palácio Rio Negro, o trabalho, feito 
em tempo recorde, sobre o Nordeste. O ponto de 
chegada logo se transformaria em ponto de partida de 
uma fecunda trajetória,levando-o a concretizar a ideia 
acariciada por muitos anos “de um dia contribuir de 
forma decisiva para mudar o Nordeste”. Na cerimônia do 
Catete, o presidente também assinou mensagem ao 
Congresso encaminhando projeto de lei para a criação 
de nova agência, a Superintendência de 
GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 
 
 
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Desenvolvimento do Nordeste, e um decreto instituindo o 
Conselho de Desenvolvimento do Nordeste, que, com 
sede no Recife, implantaria a nova política enquanto a lei 
não fosse aprovada. FURTADO, Rosa Freire d’Aguiar. A batalha da 
SUDENE. In: Arquivos Celso Furtado. O Nordeste e a saga da SUDENE 1958-1964. 
Rio de Janeiro: Contraponto, 2009. 
 
 
 
O BANCO DO NORDESTE E O DESENVOLVIMENTO 
DA REGIÃO 
 
O Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) é uma 
instituição financeira múltipla criada pela Lei Federal nº 
1649, de 1952, e organizada sob a forma de sociedade 
de economia mista, de capital aberto, tendo mais de 90% 
de seu capital sob o controle do Governo Federal. Com 
sede na cidade de Fortaleza, estado do Ceará, o Banco 
atua em cerca de 2 mil municípios, abrangendo os nove 
estados da Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, 
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, 
Sergipe e Bahia), o norte de Minas Gerais (incluindo os 
Vales do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do 
Espírito Santo. 
Maior instituição da América Latina voltada para o 
desenvolvimento regional, o BNB opera como órgão 
executor de políticas públicas, cabendo-lhe a 
operacionalização de programas como o Programa 
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar 
(PRONAF) e a administração do Fundo Constitucional 
de Financiamento do Nordeste (FNE), principal fonte de 
recursos

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