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políticas e sociais de bases geográficas. O Nordeste é, antes de tudo, uma “invenção”, uma região “socialmente produzida”. No século XVI, ele praticamente se resumia à cana-de-açúcar, onde se expandiam as plantations e se multiplicavam os engenhos de cana. O cultivo da cana-de-açúcar foi a primeira atividade econômica que deu origem a várias cidades e iniciou a ocupação territorial do Nordeste. Os engenhos de açúcar localizavam-se na faixa litorânea, onde as condições naturais eram mais favoráveis ao cultivo do produto. O litoral úmido do Nordeste, que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, foi uma das primeiras áreas brasileiras a serem colonizadas pelos portugueses. Engenho de açúcar, litogravura de Johann Moritz Rugendas (1802-1858). Por ter sido a primeira área de ocupação esta área foi – por praticamente dois séculos – a área mais desenvolvida do país, e o estado de Pernambuco o mais rico. Porém, o declínio da cana-de-açúcar na metade do século XIX, devido a concorrência exercida pelas Antilhas e o desenvolvimento da região Sudeste do país tornaram-na a mais desenvolvida do país, aliada é claro a estagnação do território nordestino. O Nordeste hoje concentra mais de 50 milhões de habitantes distribuídos nos nove estados da região. E Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB 3 onde três cidades destacam-se como metrópoles nacionais: Salvador, Fortaleza e Recife. O NORDESTE E SEU PAPEL NO MUNDO ATUAL O CRESCIMENTO ECONÔMICO DO NORDESTE O crescimento econômico da região Nordeste foi discutido no encontro promovido pela Federação Nacional das Agências de Propaganda (FENAPRO), realizado em junho de 2008. Na ocasião, foi apresentado o estudo “Um país chamado Nordeste”, que aborda o desenvolvimento regional e o potencial de expansão da propaganda na região. “(...) não é apenas de sol, praias e Carnaval que vive o Nordeste. A região vem se transformando, redesenhando seu perfil. O programa bolsa-família injetou mais dinheiro na região, há muitas indústrias vindo pra cá, e isto exige que se pense o Nordeste de outra forma”, afirmou o sócio-diretor da agência que elaborou o documento. Os dados do estudo reforçam essa avaliação. A renda per capita do Nordeste cresceu 50% nos últimos 25 anos. O PIB da região, de R$ 214 598 milhões já equivale a 14% do PIB brasileiro e tem crescido, em média, acima deste. O perfil da população, com 53 milhões de consumidores potenciais – o equivalente a um terço da população brasileira –, aponta um crescimento das classes A, B e C, que eram 55% da população em 1996 e passaram a 59% em 2006. O Nordeste passou de produtor de bens tradicionais a produtor de itens de base tecnológica, como aços especiais, automóveis, equipamentos para irrigação e softwares, entre outros. Na região, são fabricados, por exemplo, produtos como eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos chips e calçados. No agronegócio, a participação da região é expressiva. O Nordeste é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, o maior pólo exportador de uva de mesa do Brasil, o maior produtor de matéria-prima para biodiesel e o segundo de cana-de-açúcar. Além disso, destaca-se que a extração de petróleo e gás natural na região responde por cerca de 35% da produção nacional. Em Pernambuco, o pólo gesseiro instalado em Araripina atende 95% do consumo do país. Adicione-se a isso o crescimento do turismo na região, que conta com 3.338 km de praias, e o fato de que Olinda, São Luís e o Pelourinho são Patrimônio Cultural da Humanidade. Adaptado de “Crescimento econômico da região Nordeste é um dos destaques do encontro da Fenapro”, 16/06/2008. In: O mundo em transição. José William Vesentini. O Nordeste ocupa – no plano nacional – a condição de periferia, é dependente dos produtos industrializados do Centro-Sul, além de ser o maior “gerador” de mão-de-obra barata do Brasil, mão-de-obra esta que abastece a região Centro-Sul. O baixo nível de desenvolvimento social e econômico, caracterizado entre outros motivos, pela reduzida oferta de empregos e péssimos salários, tem colaborado para a expulsão do nordestino, que nas últimas décadas vêm se reduzindo. A “região-problema” é a que apresenta os piores indicadores sociais do país. A atual situação socioeconômica do Nordeste é caracterizada em boa parte, pela estrutura fundiária desigual e pela influência dos líderes políticos, geralmente grandes empresários ou grandes proprietários de terra. QUADRO NATURAL RELEVO Jurandyr L. S. Ross (org.). Geografia do Brasil. Edusp/FDE, 1996. Na topografia1 nordestina encontram-se duas formas predominantes de relevo: planaltos e depressões, porém, todo o litoral nordestino é composto por planícies e tabuleiros. Praticamente por toda a extensão do Maranhão, Piauí e extremo oeste da Bahia estendem-se os planaltos e chapadas da Bacia do Parnaíba. PLANALTO NORDESTINO O Planalto Nordestino faz parte do Planalto Atlântico, estendendo-se do Ceará até a Bahia. É formado por rochas cristalinas do período pré-cambriano com elevações sedimentares como as do Araripe e da Ibiapaba, no Ceará. Pode ser dividido em: •Serras Cristalinas: localizam-se na parte leste da região Nordeste; é formada pelas áreas elevadas da Borborema, Diamantina, Pereiro, Baturité, interferindo no clima da região como um todo. •Chapadas Sedimentares: localizam-se na porção oeste; são fruto de intensa erosão e formada pelas chapadas do Araripe, Apodi e Ibiapaba. É aí onde se formam os chamados “morros testemunhos”. PLANÍCIE LITORÂNEA Acompanha o litoral: mais larga no Maranhão, estreita-se em direção ao sul até a Bahia. É formada, predominantemente, por terrenos recentes, os tabuleiros2, onde aparecem: •Mangues: vegetação lodosa que se desenvolve ao longo do litoral. •Dunas: acumulações de areia encontradas especialmente no litoral do Maranhão, com a denominação de lençóis maranhenses. •Recifes: acumulações de sedimentos de rochas (arenito) ou matéria orgânica (coral) junto ao litoral de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. •Falésias: acumulações fixas de areia junto ao litoral, muito comuns no Ceará (Formação Barreiras). 1 TOPOGRAFIA: Configuração de uma porção do terreno com todos os acidentes geográficos. 2 TABULEIRO: Superfície com altitude entre 20 e 50 metros, com topo plano, situada ao longo da faixa litorânea. GEOGRAFIA DO NORDESTE – BNB Profs.: Italo Trigueiro / Joanilson Jr. 4 SUB-UNIDADES •Planícies e Tabuleiros Litorâneos – correspondem a inúmeras porções do litoral brasileiro e quase sempre ocupam áreas muito pequenas. Geralmente localizam-se na foz de rios que deságuam no mar, especialmente daqueles de menor porte. Apresentam-se muito largas no litoral norte e quase desaparecem no litoral sudeste. E em trechos do litoral nordestino, essas pequenas planícies apresentam-se intercaladas com áreas de maior elevação – as barreiras – também de origem sedimentar. •Planalto da Borborema3 – corresponde a uma área de terrenos formados de rochas pré-cambrianos e sedimentares antigas, aparecendo na porção oriental no nordeste brasileiro, a leste do estado de Pernambuco, como um grande núcleo cristalino e isolado, atingindo altitudes em torno de 1.000 m. •Depressão Sertaneja e do São Francisco – ocupam uma extensa faixa de terras que se alonga desde as proximidades do litoral do Ceará e Rio Grande do Norte, até o interior de Minas Gerais, acompanhando quase todo o curso do rio São Francisco. Apresentam variedade de formas e de estruturas geológicas, porém destaca-se a presença do relevo tabular, as chapadas,