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AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Aula 6: Terapia nutricional enteral AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Imunonutrição AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Categorização das fórmulas para nutrição enteral de acordo com a complexidade dos nutrientes Resolução nº 21- 13 de maio de 2015- ANVISA Polimérica Oligomérica Somente com proteínas na forma intacta Quantidade de proteínas hidrolisadas na forma de peptídeos (cadeias de 2 a 50 aminoácidos) superior a 50% do teor de proteína no produto, não podem conter proteínas na forma intacta AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Categorização das fórmulas para nutrição enteral de acordo com a densidade calórica Resolução nº 21- 13 de maio de 2015- ANVISA Categorização Densidade Calórica (kcal/mL) Fórmula Baixa <0,9 Hipocalórica Padrão ≥0,9 -≤ 1,2 Normocalórica Alta >1,2 Hipercalórica Densidade calórica- Kcal da formulação/ volume AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Categorização das fórmulas para nutrição enteral de acordo com a quantidade de proteínas Resolução nº 21- 13 de maio de 2015- ANVISA Classificação Quantidade de Proteína Hipoproteica <10% Normoproteica ≥10%- <20% Hiperproteica ≥20% AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Categorização das fórmulas para nutrição enteral de acordo com a quantidade de água livre WAITZBERG, 2009 Densidade Calórica (kcal/mL) Conteúdo de Água (mL/L de Solução) Conteúdo de Água (%) 0,9 - 1,2 800 - 860 80 - 86 1,3 - 1,5 760 - 780 76 - 78 > 1,5 690 - 710 69 - 71 AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Categorização das fórmulas para nutrição enteral de acordo com a osmolaridade WAITZBERG, 2009 Osmolaridade - concentração osmótica calculada de um líquido expressa em miliosmoles por litro (mOsm/L) da solução Classificação Osmolaridade (mOsm) Hipotônica 280 - 300 Isotônica* 300 - 350 Levemente Hipertônica 350 - 550 Hipertônica 550 - 750 Muito Hipertônica > 750 *Melhor tolerância digestiva. Quanto mais componentes hidrolisados > a osmolaridade AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Prescrição nutricional Evolução da Terapia Nutricional Enteral • 1º dia- 1/3 do volume • 2º dia- 2/3 do volume • 3º ao 5º dia - aporte pleno Evolução de acordo com a tolerância gastrointestinal e cálculo das necessidades nutricionais WAITZBERG, 2009 AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Resíduo gástrico O resíduo gástrico não deve ser utilizado como parte de uma rotina de cuidados de pacientes na terapia intensiva recebendo nutrição enteral Razão: • Não correlação com incidência de pneumonia; • Regurgitação; • Aspiração. ASPEN/ SCCM, 2016 AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Métodos de administração “BOLUS” ou Gavage • 100-300 mL de dieta no estômago com uso de seringa a cada 3-4h GRAVITACIONAL • Contínua: até 24h com uso de equipo de macrogotas • Intermitente: 200-300 mL a cada 3-4h BOMBA INFUSORA • Contínua: 24h (mL/h) com uso de equipo para bomba de infusão • Cíclica ou Intermitente: 16-18h (mL/h) com uso de equipo para bomba de infusão com período de descanso* *A pausa noturna permite o processo fisiológico de acidificação gástrica, auxiliando no controle da população bacteriana no trato gastrointestinal. Além de permitir maior conforto ao paciente, que pode manter decúbito baixo durante a noite. WAITZBERG, 2009; EMTN HU/USP, 2014 Posicionamento da sonda Condição clínica Tolerância do paciente AVALIAR AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Métodos de administração “BOLUS” ou Gavage GRAVITACIONAL BOMBA INFUSORA Fonte: Virali Fonte: Nestlé Fonte: Nestlé AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Administração da nutrição enteral Competência do Enfermeiro • Observar a integridade da embalagem e presença de elementos estranhos ao produto; • Checar o rótulo da dieta com a prescrição; • Proceder à lavagem das mãos; • Confirmar o posicionamento da sonda; • Lavar a sonda com 20mL de água filtrada; • Checar o (mL/h= volume total/ nº de horas); • Programar a bomba de infusão, conectar o equipo à sonda e iniciar a administração da dieta; • Após aberta, a dieta sistema fechado tem validade de 24h, assim como o equipo. Adaptado da Resolução nº 63- 6 de julho de 2000- ANVISA Sistema fechado: irrigar a sonda com 30 a 40 mL de água a cada 4h Recalcular o mL/h caso haja medicação que necessite de jejum AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Principais complicações da nutrição enteral Gastrointestinal Mecânica Infecciosa Metabólica Distensão abdominal Obstrução da sonda Pneumonia aspirativa Hiperglicemia Náuseas e vômitos Perfuração do trato gastrointestinal Sinusite Sobrecarga hídrica Diarreia Perda ou migração da sonda Otite média Síndrome de realimentação Hemorragia gastrointestinal Desequilíbrio hidro eletrolítico AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Complicação gastrointestinal Diarreia é a principal causa de interrupção da dieta em paciente crítico ASPEN/ SCCM, 2016 Os consensos de terapia nutricional recomendam fortemente a utilização de protocolos de investigação e manejo da diarreia: • Padronizar o conceito; • Checar a prescrição; • Se em uso de antibiótico, solicitar a pesquisa de Clostridium difficile; • Checar a história clínica e a condição abdominal por pseudo-diarreia (fecaloma). Definição: 2 a 3 episódios de fezes líquidas ou > 250 g de fezes líquidas AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Complicação gastrointestinal Causas não relacionadas à TNE WAITZBERG, 2009 • Medicações (sorbitol; bloqueador H2; antiácidos com magnésio; betabloqueador/digoxina; suplementos com potássio e fósforo; laxantes; teofilina; antibióticos); • Hipoalbuminemia (provoca edema de mucosa intestinal e diminui absorção) usar formulações isotônicas e concentrar gradualmente a dieta; • Atrofia de mucosa; • Supercrescimento bacteriano; • Insuficiência pancreática; • Fecaloma (pseudo-diarreia). • Antibioticoterapia prolongada infecção por clostridium difficile colite + diarreia TNE-terapia nutricional enteral AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Complicação gastrointestinal Causas relacionadas à TNE WAITZBERG, 2009 • Contaminação bacteriana rever as boas práticas de preparo e administração; • Alta osmolaridade administrar dieta isotônica; • Dieta sem fibras incluir fibra solúvel. TNE-terapia nutricional enteral AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Desmame da terapia nutricional enteral • Capacidade de atender às necessidades nutricionais por via oral; • Avaliar risco nutricional. PETERSON et al., 2010 A ingestão diária média de energia e proteínas não excedeu 50% das necessidades diárias em todos os 7 dias para toda a populaçãoAULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Avaliação dinâmica da deglutição EMTN HU/USP, 2014 SNE- sonda nasoenteral, GTT- gastrostomia, VO-via oral AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Desmame da terapia nutricional enteral < 25% de aceitação oral • Manter 100% da TNE ≥25% e < 50% de aceitação oral • Manter 75% da TNE ≥50% e < 75% de aceitação oral • Manter 50% da TNE ≥75% de aceitação oral • Suspender a TNE • Avaliar a ingestão hídrica WAITZBERG, 2009 TNE- Terapia Nutricional Enteral Fonte: Nestlé AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Monitorização Controle Clínico Frequência Avaliação nutricional 10 em 10 dias Balanço calórico e proteico Diário Exame físico e balanço hidroeletrolítico Diário Volume e aspecto das fezes Diário Observação das complicações Sempre que necessário AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Monitorização Controle Laboratorial Frequência Hemograma, glicose, ureia, creatinina, sódio, potássio, fósforo, magnésio Semanal Proteínas totais e frações; lipidograma Quinzenal Ureia urinária/24h Quinzenal AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Assistência domiciliar AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Atribuições do nutricionista na assistência domiciliar • Formular a prescrição dietética com base nas necessidades nutricionais e via de acesso; • Selecionar e/ou elaborar a formulação enteral de acordo com a condição clínica e financeira do paciente; • Orientar e treinar os familiares e os cuidadores; • Avaliar a tolerância da formulação prescrita e a eficácia da terapia nutricional; • Avaliar as possíveis interações fármaconutrientes com base na prescrição médica; • Realizar evolução dietoterápica de maneira clara no prontuário. Waitzberg DL , 2009 AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Indicador de qualidade em terapia nutricional Indicador de Qualidade - método de avaliação da assistência nutricional Indicador de frequência da medida ou estimativa do gasto energético e necessidades proteicas em pacientes em TN EMTN HU/USP, 2014 TN- terapia nutricional, EMTN- equipe multiprofissional de terapia nutricional AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • A formulação enteral só deve ser liberada para administração, após confirmação do posicionamento da sonda (raio-x de abdome) pelo médico e/ou enfermeira; • A solicitação de exames laboratoriais para avaliação da terapia nutricional enteral deve acontecer em consenso com o médico (EMTN/rotina) e deve ser avaliada a necessidade de inclusão de outros parâmetros de acordo com a condição clínica do paciente; • Implementar protocolos adequados à sua instituição. Considerações finais AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 1. Sobre medidas para aumento da tolerância/efetividade na oferta da terapia nutricional, assinale a alternativa VERDADEIRA: a) Use estratégias de infusão baseadas no mL/h. b) Meça rotineiramente o volume residual gástrico e considere volumes de corte de até 500mL. c) Acrescente de modo escalonado e progressivo as medidas de otimização da tolerância à nutrição enteral. d) Não interrompa a alimentação enteral em caso de diarreia. e) Dentição, baixa relação do número enfermeiro/paciente, alimentação em bolus e frequência de transporte intra-hospitalar não estão associados à maior incidência de bronco aspiração. Exercício* baseado nos Guidelines ASPEN/SCCM (2016) Resposta Certa: D FALCÃO, 2016 AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 2. Sobre o tipo de fórmula no paciente grave, assinale a alternativa VERDADEIRA: a) O paciente grave deve sempre iniciar com fórmula peptídica. b) A fórmula enteral imunomoduladora está indicada para pacientes graves cirúrgicos e sépticos graves. c) A fórmula polimérica deve ser a primeira escolha no paciente séptico grave. d) O uso de probióticos não mostrou benefício na redução da ocorrência de pneumonia associada à ventilação mecânica, colite pseudomembranosa e diarreia associada a antibiótico. e) A suplementação de polivitamínicos não altera o desfecho em pacientes graves em uso de terapia nutricional. Exercício* baseado nos Guidelines ASPEN/SCCM (2016) Resposta Certa: C FALCÃO, 2016 AULA 6: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. 3. ed. São Paulo: Editora Manole, 2009. cap.: 19, págs.: 435-437. CARUSO, Lúcia; SOUSA, Altamir Benedito de (org.) Manual da equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. São Paulo: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo; São Carlos, Editora Cubo, 2014. Disponível em: http://www.hu.usp.br Acesso em: 17 de abril de 2017. Guidelines. ASPEN/SCCM 2016. PETERSON S. J.; TSAI A. A.; SCALA C. M., SOWA D. C.; SHEEAN, P. M.; BRAUNSCHWEIG C. L. Adequacy of oral intake in critically ill patients 1 week after extubation. J Am Diet Assoc. 2010 Mar;110 (3):427-33. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2009. Resoluções: Resolução nº 63- 06 de julho de 2000- ANVISA e Resolução nº 21- 13 de maio de 2015- ANVISA Bibliografia complementar AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. Assuntos da PRÓXIMA AULA Nutrição parenteral total; Indicações e contraindicações; Monitorização; Complicações.
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