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ABC Concessionárias Fernando olhava para o relógio que ficava na parede, bem em frente à sua mesa. As horas pareciam não passar. Apesar do ar condicionado e da ampla sala envidraçada, Fernando parecia desconfortável. Era sexta-feira e a loja matriz estava lotada. Os boxes de serviços estavam apinhados de veículos, a recepção estava lotada e os vendedores estavam ocupados atendendo os clientes que responderam muito bem à campanha de televisão. O cenário era animador, mas a responsabilidade aumentava. O atendimento aos clientes estava muito lento. Precisavam rever os processos internos desta loja. O problema era o mesmo nas outras oito casas espalhadas pelas regiões Sul e Sudeste do País. Além disso, precisavam criar uma estratégia para manter a fidelidade dos clientes. As campanhas e promoções custavam caro e atraíam pessoas interessadas apenas em preço. A ABC precisava segmentar sua clientela. Fernando lembrava como isso era mais fácil há 20 anos. Não existiam lojas multimarcas e os clientes eram tratados pelo nome e considerados uma extensão da família. Agora, com tantas lojas e concorrentes, as coisas estavam muito diferentes. O presidente do grupo acabara de nomear um novo diretor de marketing que chegou cheio de ideias e de entusiasmo. Segundo o novo executivo, era preciso investir em Tecnologia de Informação (TI), integrar ainda mais a rede através de um bom software de gestão e adotar com urgência um módulo de CRM. O novo diretor tinha enfatizado que além de um bom software era preciso conseguir um parceiro confiável. Em outras palavras, não recomendava economizar na compra, uma vez que a base de dados da empresa era um dos seus maiores patrimônios. Também deveriam levar em consideração a assistência técnica prestada pela empresa fornecedora. Tudo bem, o diretor até poderia estar certo, mas a verba destinada a TI não era muito grande. O orçamento do ano já estava fechado há mais de três meses. Se fossem optar por um software mais completo e pelo parceiro mais confiável teriam que desembolsar cerca de 20% a mais do que o valor previsto. Seria preciso realocar verbas e isso não era tão simples assim. Além do mais, teriam que justificar a escolha pelo preço mais elevado. O grupo tinha acionistas e, apesar de o gerente de marketing não conhecer os trâmites internos, quem respondia pelas compras e pelo resultado financeiro era Fernando. O consultor da WWW Tecnologia, Arnaldo, iria chegar a qualquer minuto e Fernando precisava traçar uma estratégia para conseguir um bom negócio. Já estavam em negociação há quase um mês. Arnaldo era persistente e atencioso. O técnico já havia explicado quais as vantagens do software da WWW em relação à concorrência. Os dois estiveram visitando outros clientes da WWW para que Fernando pudesse averiguar o programa funcionando na prática. As informações que conseguira no mercado apontavam para a WWW como sendo a mais confiável. O problema é que era a mais cara. O pacote custava 20% a mais do que o dos concorrentes. Na última reunião havia deixado claro para Arnaldo que a ABC não estava disposta a pagar mais. Fernando sabia que tinha sido duro com o consultor, lembrava de suas últimas palavras: “Você diz que o seu produto é superior, que vai ajudar a vender mais. O problema é que o CRM da WWW é mais caro. E eu não posso autorizar uma compra com esse preço. A nossa verba para TI é pequena. Além disso, só estamos pensando em comprar esse software por causa do novo Diretor de Marketing que exigiu que comprássemos o tal produto, mas o grupo que atua nas regiões Sul e Sudeste, há mais de 30 anos, nunca precisou disso”. Bem, por sorte Arnaldo não desistiu do negócio, pois na última reunião que teve com o diretor de marketing e alguns outros | Central de Cases 6 diretores, ficou visivelmente claro que o produto da WWW era superior e que a empresa era bem conceituada no mercado. Fernando sabia que teria de negociar. Precisava concentrar-se na negociação para que Arnaldo não percebesse todo o seu interesse. Além disso, precisava descobrir o que poderia fazer a WWW baixar o preço, afinal de contas a ABC era uma grande empresa. O presidente da empresa também comandava a Associação Nacional das Concessionárias de Veículos. Com base no material sobre planejamento e na situação apresentada preencha o quadro abaixo simulando a negociação. Fase Aspectos a considerar Ação Fase Planejamento Etapa Preparo Informações que possui Fernando - Segundo as informações que obteve, a WWW era a mais confiável no mercado. - Havia problemas na sua e em outras 8 lojas, relacionadas ao atendimentos aos clientes e outros processos internos. - Campanhas e promoções custavam caro. - Necessidade de segmentar sua clientela. - Orçamento do ano já estava fechado a mais de 3 meses - Arnaldo é persistente e atencioso. - Presidente de sua empresa também comandava a Associação Nacional das Concessionárias de Veículos. Informações que o Arnaldo possui. - Sabia da necessidade da ABC concessionária em adquirir um software para integração. Necessidade da ABC - Um bom software de gestão para integrar a rede. - Um módulo de CRM. - Era necessário um parceiro confiável. Necessidade WWW.Tecnologia O texto não apontou necessidades. Pontos convergentes - Ambas as empresas são grandes e bem conceituadas no mercado. Pontos de possível divergência - Preço do software. Margem de concessão - Concessão de 10% no preço de venda por parte da WWW Tecnologia. - Uma entrada maior OU prazo de pagamento menor OU indicação da WWW para outras concessionárias (influência do presidente). O que Fernando/ABC Concessionárias pode oferecer de Proposta Fernando poderia propor uma diminuição no preço de aquisição do software e em compensação a WWW Tecnologia seria indicada para outras concessionárias, devido à influência de seu presidente que também comandava a Associação Nacional das Concessionárias de Veículos. OU Fernando poderia propor uma diminuição no preço de aquisição do software e em compensação a ABC ofereceria uma entrada maior no pagamento ou diminuição no prazo de pagamento das parcelas. Fase Execução Abertura - Iniciar uma conversa informal para reduzir tensões anteriores, criando um clima de empatia e intimidade. - Acordar com a contraparte sobre a pauta e o tempo disponível para negociação Exploração - Perguntar e ouvir atentamente a contraparte - Compreender os fatores envolvidos na negociação Apresentação - Apresentar seu posicionamento - Estimular o interlocutor a expor sua posição - Evitar impasses - Buscar alternativas de ganho mútuo (criatividade) Ação Final - Repassar o que foi combinado - Identificar se não houveram discordâncias - Registrar o que ficou acertado - Formalizar o compromisso - Combinar futuras negociações (se necessário) Fase Controle Etapa Controle e Avaliação - Verificar se o que foi acordado está sendo cumprido - Avaliar as ações da contraparte conforme o compromisso acertado
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