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Introdução à Economia Andreza Lucas Sistemas de Contas Nacionais: Noções Básicas 1. Introdução Contabilidade social: Paulani(2011): “congrega instrumentos de mensuração capazes de aferir o movimento da economia de uma país num determinado período.” Rossetti (1995): “é uma técnica de registro e de mensuração de um conjunto interligado de grandezas e de variáveis definidas pela Ciência Econômica.” Nakano (1972): “é o conjunto de estatísticas de ordem econômica, preparadas e sistematizadas com o objetivo de possibilitar uma visão quantitativa, a mais precisa possível, da economia de um país.” 1. Introdução A peça básica da contabilidade social é o Sistema de Contas Nacionais (SCN): ONU: “is the internationally agreed standard set of recommendations on how to compile measures of economic activity in accordance with strict accounting conventions based on economic principles.” Paulani (2011): “se preocupa cm a definição e os métodos de quantificação dos prncipais agegados econômicos, como Produto Nacional, Consumo Global, Investimentos, Exportações, etc.” Variáveis agregadas. 1. Introdução Os SCN assentam-se sobre alguns princípios básicos que são sempre respeitados: Princípios das partidas dobradas: a um lançamento de crédito deve sempre corresponder outro de débito e vice-versa; Equilíbrio interno: para cada conta, devem ser idênticos o valor do lado do crédito e do lado do débito; Equilíbrio externo: necessidade de equilíbrio entre todas as contas do sistema. 2. Produto, renda e despesa agregada O que nos permite somar geladeiras, litros de leite, cortes de cabelo e aulas de inglês? DINHEIRO; Venda = Compra; IDENTIDADE; Ninguém pode comprar uma camisa por R$ 10,00 sem que haja alguém que venda uma camisa por R$ 10,00; TROCA; Do mesmo modo, não pode haver produção sem um dispêndio e sem geração de renda. 2. Produto, renda e despesa agregada Exemplo: Economia hipotética H; Não existe governo; Não há transações com o exterior; Existem apenas 4 setores, com 1 empresa cada: Setor 1: E1 → Sementes; Setor 2: E2 → Trigo; Setor 3: E3 → Farinha de trigo; Setor 4: E4 → Pão. Ao final do ano contaram-se entre esses setores, as transações mostradas a seguir. 2. Produto, renda e despesa agregada Transações ocorridas na economia H no ano X – Situação 1: E1 produziu $ 500 em sementes e vendeu a E2; E2 produziu $ 1.500 em trigo e vendeu a E3; E3 produziu $ 2.100 em farinha e vendeu a E4; E4 produziu $ 2.520 em pão e vendeu aos consumidores finais; Qual foi o produto dessa economia no ano X? O que se produziu neste período? Sementes no valor de $ 500 Trigo no valor de $ 1.500 Farinha de trigo no valor de $2.100 Pães no valor de $ 2.520 Valor total da produção $ 6.620 2. Produto, renda e despesa agregada De acordo com o cálculo, o produto de H no ano X, teria sido uma coleção de bens no valor de $ 6.620; Porém, ao final do ano X a economia não possui todos estes bens; Ela possui apenas pães no valor de $ 2.520 → Produto efetivo da economia; Todos os demais bens foram utilizados como insumos em diferentes estágios da cadeia produtiva; Valor bruto da produção: valor de tudo o que foi produzido, inclusive daquilo que foi utilizado como insumo na produção de outros bens, ou seja, inclusive o consumo intermediário. 2. Produto, renda e despesa agregada Consumo intermediário: bens que são transformados ou agregados na produção de outros bens e que se consomem no processo produtivo; Bens finais: os que são vendidos para consumo ou utilização final; Transações ocorridas na economia H no ano X – Situação 2: E1 produziu $ 500 em sementes e vendeu a E2; E2 produziu $ 1.500 em trigo e vendeu a E3 $1.000; E3 produziu $ 1.400 em farinha e vendeu a E4; E4 produziu $ 1.680 em pão e vendeu aos consumidores finais; Qual o valor do produto da H no ano X? 2. Produto, renda e despesa agregada Devemos considerar que além dos $ 1.680 de pães, a economia também produziu $ 500 que ainda não foi consumido; O produto final será $ 1.680 + $ 500 = $ 2.180; Todo bem final deve entrar no cálculo do valor do produto, mas nem todo bem que entra no cálculo é final por natureza; Esta forma de enxergar o produto de uma economia chama-se ótica da despesa ou ótica do dispêndio; Ótica da despesa: avalia o produto de uma economia considerando a soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos no período que não foram utilizados como insumos na produção de outros bens. 2. Produto, renda e despesa agregada Ótica do produto ou Valor adicionado: a avaliação do produto total da economia consiste na consideração do valor efetivamente adicionado pelo processo de produção em cada unidade produtiva; Economia H na situação 1: Setor 1: partiu do zero e adicionou $ 500; Setor 2: adicionou $ 1.000; Setor 3: adicionou $ 600; Setor 4: adicionou $ 420. Produto total: $ 500 + $ 1.000 + $ 600 + $ 420 = $ 2.520. Produto ≡ Dispêndio. 2. Produto, renda e despesa agregada A terceira ótica é a ótica da renda: produto ≡ renda; A produção do que quer que seja demanda, além da matéria-prima e de outros insumos, o consumo daquilo que chamamos fatores de produção. Tomemos como exemplo, a economia H na situação 1: Para que E3 tenha transformado $ 1.500 na forma de trigo em $ 2.100 na forma de farinha ela precisou de máquinas e mão de obra, sem estes fatores, a farinha não teria sido produzida; O mesmo raciocínio pode ser estendido aos demais fatores da economia. 2. Produto, renda e despesa agregada Para a produção de $ 2.520 em valor, que tomaram concretamente a forma de pães, foram consumidas horas de trabalho e máquinas de vários tipos; Para efeitos de simplificação, não consideraremos a terra; Consideremos que só existem dois fatores de produção: trabalho e capital; É entre capital e trabalho que deve ser dividido o produto gerado pela economia atribuindo-se uma remuneração determinada monetariamente = salário + lucro; Logo: produto ≡ renda. 2. Produto, renda e despesa agregada A identidade produto ≡ dispêndio ≡ renda significa que se quisermos avaliar o produto de uma economia num dado período podemos somar o valor de todos os bens finais produzidos (ótica do dispêndio) ou somar os valores adicionados por cada unidade produtiva (ótica do produto) Ou somar as remunerações pagas a todos os fatores de produção (ótica da renda). 3. O fluxo circular da renda Desconsiderando a existência do dinheiro, o que se observa como resultado final de um período de atividades econômicas? Um conjunto de bens e serviços. Para que eles foram produzidos? Para serem consumidos pela mesma sociedade que o produziu. Os membros da sociedade exercem dois papéis: produtores e consumidores; Para serem produtores é preciso serem proprietários de fatores de produção; Excetuando-se crianças, idosos e pessoas fisicamente incapazes, todos são produtores. 3. O fluxo circular da renda Como produtores os membros da sociedade se organizam em conjuntos aos quais se dá o nome de unidades produtivas, ou empresas; Enquanto consumidores eles são membros de famílias; Temos fluxos materiais que levam das famílias as empresas horas de trabalho e capital material, e das empresas as famílias bens e serviços finais produzidos; Porém, na economia em que vivemos, as mercadorias são trocadas com o uso do dinheiro; Temos também um fluxo monetário. 3. O fluxo circular da renda Temos a seguinte sequência de eventos: As famílias sedem Às empresas os fatores de produção de que são proprietárias e, em troca, recebem das empresas uma renda, ou seja, uma remuneração sob a forma de dinheiro; As empresas combinam esses fatores num processo denominado processo de produção e obtêm, como resultado, um conjunto de bens e serviços; Com a renda recebida em troca da utilização, na produção, dos fatores de que são proprietárias, as famílias compram das empresas os bens e serviços por estas produzidos; As famílias consomem os bens e os serviços. 3. O fluxo circular da renda 3. O fluxo circular da renda A ótica da renda considera os membros da sociedade enquanto proprietários dos fatores de produção; A ótica do produto considera os indivíduos como produtores; A ótica do dispêndio considera os indivíduos como consumidores; Fluxo circular da renda: fluxo que se estabelece entre as unidades produtoras e apropriadoras de renda, no mercado de bens e serviços e no mercado dos fatores de produção; Está associada ao lado monetário das transações; O que de fato circula é o dinheiro. 3. O fluxo circular da renda Os fatores de produção fazem uma única viagem, das famílias, às empresas; Os bens e serviços fazem uma única viagem, das empresas, às famílias; Esse fluxo é contínuo e ininterrupto, ainda que possa sofrer alteração de intensidade; O aumento do fluxo em relação a um período anterior, indica um crescimento econômico: maior produção, maior emprego, maior renda, maior consumo; Uma diminuição no fluxo indica o oposto. 3. O fluxo circular da renda Produto da Economia Brasileira (PIB) segundo as três óticas (2007) Ótica do produto R$ milhões Ótica do dispêndio R$ milhões Ótica darenda R$ milhões Valorbruto da produção 4.628.740 Consumo final 2.133.194 Remuneração de empregados 1.099.903 Impostos sobre produtos 374.744 Formação bruta de capitalfixo 487.761 Excedenteoperacional bruto 1.155.630 (-) Subsídios a produtos 1.258 Exportação de bens e serviços 355.672 Impostos sobre a produção 411.692 (-) Consumo intermediário 2.340.882 (-) Importaçãode bens e serviços 315.283 (-) Subsídios a produção 5.818 PIB 2.661.344 PIB 2.661.344 PIB 2.661.344
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