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eleitos. Não são inerentemente más, são apenas humanas, como nós. Como tenho visto muitos homens sofrerem nas mãos dessas deliciosas criaturas, resolvi compartilhar o conhecimento que adquiri em duras experiências. Quando eu era jovem, não entendia porque certos filósofos e escritores diziam que necessitávamos nos desapegar das mulheres. Os considerava injustos e discordava. Hoje os entendo perfeitamente e concordo com boa parte do que disseram Nietzsche, Schopenhauer, Kant, Eliphas Lévi e outros sábios. As advertências da Igreja na Idade Média, do Alcorão, da Bíblia e de outros livros sagrados a respeito desses seres simultaneamente maravilhosos e malvados não são gratuitas. O jogo da paixão é uma batalha de sentimentos em que a mulher tenta vencer usando as carências afetivas e sexuais do homem. A intenção é conquistar o nosso coração para dispor, deste modo, da subserviência que se origina do estado de apaixonamento. Os princípios que aponto se aplicam de forma geral às relações de gênero estáveis: à conquista, ao namoro e ao casamento, entre outras "modalidades" (e, portanto, destinam-se somente a adultos). As informações foram obtidas junto às obras de autores respeitáveis e pelo contato, observação e experiência pessoal. Nada posso afirmar a respeito do que não pertencer ao contexto experienciado por mim pois obviamente não conheço todas as mulheres da Terra. De maneira alguma nego que o superior e o inferior coexistam e que haja um aspecto maravilhoso, sublime e divino nas mulheres. Entretanto, suspeito que não sejam muitas, nesses tempos decadentes, aquelas que buscam se fusionar com sua parte positiva e 8 superior. Esta porção parece ter sido banida para o inconsciente1. Muitas parecem identificar-se com seu lado sinistro, com a face tenebrosa claramente apontada nas mitologias e foi isso o que me chamou a atenção. Podemos dizer que a culpa por nosso sofrimento é somente nossa e a culpa por elas serem assim é somente delas. Poderiam existir outros caminhos se fôssemos diferentes.. . Infelizmente a humanidade prefere o mal. Nossa parcela de responsabilidade por sofrermos nas mãos delas consiste na debilidade de nos entregarmos ao desenfreio de nossas paixões animalescas e ao sentimentalismo. Portanto, não temos e nem devemos ter nada contra as mulheres mas sim contra nós mesmos: contra nossa ingenuidade e ignorância em não enxergarmos a realidade e em nos iludirmos. Basicamente, me empenhei em descrever as estratégias femininas para ludibriar o homem no campo amoroso, acorrentando-o, os erros que normalmente cometemos e as formas de nos defendermos emocionalmente (nos casos em que a defesa for legítima e justificada). Espero não ter chocado o leitor por ter, como Maquiavel, tratado apenas das coisas reais e não das coisas ideais. A realidade do que normalmente entendemos por amor não é tão bela e costuma diferir do que gostaríamos que fosse. As intenções ao elaborar este trabalho foram: 1) fornecer um modelo que tornasse compreensível o aparentemente contraditório comportamento feminino; 2) fornecer um conjunto de conhecimentos que permitissem aos homens se protegerem da agressão emocional e, portanto, que tivessem o efeito de minimizar os conflitos de gênero2; 3) desarticular trapaças, artimanhas e espertezas no amor3. Não foi a minha intenção simplesmente “falar mal” deste ou daquele gênero. Não maldigo as mulheres: julgo e reprovo suas atitudes negativas no campo amoroso por saber que, na guerra do amor, a piedade não parece existir , infelizmente. Quanto ao seu 1 No campo es t r i tamente amoroso, obv iamente . 2 A d iminuição de conf l i t os in t ra -pessoa is repe rcur te na d iminuição dos conf l i t os in te r -pessoa is de gênero , o que , por sua vez , cont r ibu i rá pa ra enf raquece r o compor tamento vio len to ent re casa is . 9 lado positivo, não será tratado neste livro, apesar de existir e ser muito importante, simplesmente porque desviaria o foco de nosso interesse. Não as criei , apenas as descrevo como me parecem, sem máscaras ou evasivas. O complexo e confuso mundo feminino precisa ser abordado de forma crua, direta, realista e objetiva para ser compreendido. Entretanto, que o leitor se lembre que este é apenas um ponto de vista pessoal a mais e nada além disso. Não se trata de uma verdade acabada, inquestionável ou da qual não se possa duvidar; são idéias expostas à discussão para aprimoramento contínuo e não dogmas. As diversas discussões sucitadas pelas edições anteriores permitiram grande avanço e apontaram caminhos para aprofundamento. As críticas são sempre bem vindas. Não há neste livro argumentos em favor do sentimentalismo negativo. Argumentamos contra a paixão. Espero não ser confundido com um simples machista extremista e dogmático4. Também não recomendo o ressentimento, a promiscuidade ou a poligamia. O homem de verdade não necessita trair, não necessita de várias pois é capaz de conquistar uma mulher que o complete, de arrancar-lhe tudo o que necessita para ser fiel. Os promíscuos me parecem fracos, incapazes de suportar os tormentos de uma só esposa sem recorrer a outras amantes como muletas. Se você necessita de várias amantes, isto pode estar indicando que é incapaz de arrancar a satisfação de uma só. O macho superior transforma sua companheira em esposa, amante e namorada ao mesmo tempo, não lhe dando outra saída a não ser tornar-se uma super- mulher, sincera, completa e perfeita ou decidir-se pelo fim da relação. 3 O que s igni f i ca que somente as mulhe res que se enca ixam no pe r f i l aqui descr i to te r iam a lguma razão pa ra se sen t i rem a lud idas . 4 Os machis tas esc la recidos são to t a lmente d i fe ren tes dos machis tas dogmát icos . Foram es tes ú l t imos responsáveis por vár ias d i s to rções de meus tex tos . Ao se depa ra rem com minha l inguagem d ive r t ida e i rôn ica , cu ja ún ica in tenção e ra a l iv ia r a descr ição de uma real idade dolo rosa , min imizando o impacto de sua t rag ic idade , ac red i t aram e les te r encont rado um escr i to r que respa ldasse suas v isões absurdas e t raumát icas . Um machis t a misógino e uma femini s ta androfóbica-misândr ica são, no fundo, idênt icos e caem nos mesmos e r ros : p ra t icam a in to le rânc ia in te lec tual e de gêne ro , a lém de adota rem uma pos tura un i la te ra l , f i xa e acr í t i ca . Nunca esc revi para essas pessoas . 10 Este não é um manual de sedução, mas sim uma reflexão filosófica sobre a convivência e o poder do homem (adulto) sobre si mesmo. É um ensaio bem humorado, mas que às vezes dá asas ao desabafo, sobre o comportamento feminino e sobre o auto-poder masculino. Se em alguns momentos forneço informações estratégicas sobre a conquista, o faço simplesmente para ajudar aqueles que sofrem dificuldades para obter ou manter uma companheira adequada, já que elas muitas vezes possuem um sistema de valores invertido que as leva a preferir os piores homens, fato que as prejudica. Em última instância, sofremos por nossa própria culpa e não por culpa delas. O que nos enfraquece, destrói, subjuga e aniquila são os nossos próprios desejos e sentimentos. A mulher simplesmente os aproveita utilizando-os como ferramentas para nos atingir. Logo, a solução é combatermos a nós mesmos, “dissolvendo-nos” psiquicamente por meio da morte dos egos, ao invés de tentarmos forçá-las a se enquadrarem