249 pág.

Pré-visualização | Página 5 de 50
ca ract er ís t ica que t enho obse rvado mui to em nossos tempos e uma das razões p r incipa is pel as quais os casamentos não duram ma is . A out ra razão pr inc ipa l é a i nsa t i s fação do homem, que valor iza as mulhe res pe la beleza e pe lo desempenho sexua l . 11 Ref i ro-me às cont rad ições au tên t icas , que es tão fo ra do poder de cont ro le consc ien te , e não às cont rad ições aparen tes , a lgumas das quais são s imuladas in tenc iona lmente , a lgumas vezes de fo rma consc iente e ou t ras de forma inconsc ien te . 19 80. Detestam adaptações12. 12 Da í a impor tância de não forçá - l as . Re je i ta r mudanças é uma carac te r ís t ica do ego . 20 2. As etapas do trabalho de encantamento de mulheres refratárias e arredias Para os homens bons que ainda não encontraram uma parceira adequada e não sabem o que fazer, darei agora algumas dicas. O faço unicamente para ajudar os bons, já que elas demonstram preferir os maus1. Entretanto, que fique claro que este não é um livro sobre sedução. Estas dicas são apenas para que os desfavorecidos possam fazer frente aos preferidos e os ultrapassem na acirrada competição pelas fêmeas. O trabalho de encantar possui três grandes etapas. Na primeira, não temos contato algum com aquela que desejamos possuir. Na segunda, conseguimos o contato mas as intenções não estão reveladas. Na terceira, as intenções estão reveladas. A sedução de desconhecidas pertence à primeira etapa. A amizade pertence à segunda. Todas as relações que acontecem após declararmos o que queremos pertencem à terceira. Vamos estudar a primeira. A linha mestra que guia todo o trabalho de encantamento é o estreitamento da intimidade mesclado à indiferença e ao desinteresse. Fixe seu olhar em uma mulher qualquer que seja exageradamente “bonita”, metida, esnobe e pouco inteligente. Você a verá desviando-o. O que estará ocorrendo nestes instantes é uma rejeição, uma recusa oriunda de pensamentos em seu petulante cérebro de perua2. O que ela estará pensando? É fácil adivinhar: que você é apenas um idiota a mais como qualquer outro, que não possui nada interessante pois, se assim não fosse, estaria com alguma potranca ao lado e desprezaria todas as demais. Logo, é perda de tempo ficar paquerando deste modo pois as damas que 1 Fo i El iphas Lév i (1855/2001) quem pr ime i ramente me chamou a a tenção para es te fa to . 2 Devolvo, ass im, as p rovocações de Karen Sa lmanshon (1994) que nos compara , em seu l iv ro in te i ro , a cães que devem se r domes t icados (e la o faz de forma expl íc i ta e l i te ra l ) . Apesa r de tudo , es tou me re fe r indo somente às mulheres fú te is , aquelas que cos tumam despreza r os 21 corresponderão serão apenas as muito “feias” e chatas3 que se sentem rejeitadas e não as melhores4. Somente as desesperadas aceitam homens assediadores. As mais desejáveis mantêm a guarda continuamente fechada e não adianta tentarmos penetrar. O que se deve fazer é levá-las a abrirem a guarda por vontade própria. Para permitir a abertura, você deve transmitir rejeição ou indiferença5. Deve encontrar um modo silencioso de dizer-lhe, como se não quisesse fazê-lo, que ele é desinteressante e que você não a nota. Para tanto, basta ignorar sua presença, evitando olhar para seu corpo e rosto. Mas isso não é tudo. Uma vez que tenha procedido assim, você a terá incomodado, como poderá notar pelos seus gestos e movimentos (mexer os cabelos, movimentar-se mais, mexer na roupa, falar alto para ser notada etc.). Começará a ser observado, com a visão periférica ou focal. Surpreenda-a, cumprimentando-a de forma ousada, destemida, antes que haja tempo para pensar e olhando nos olhos de forma extremamente séria porém ainda assim com certa indiferença. Se conseguir flagrá-la te olhando, não haverá outra saída além de corresponder ao seu cumprimento. O contato terá sido estabelecido. Em seguida, se quiser principiar uma conversa, fale em tom de comando, com voz grave, e sempre atento a “contragolpes” emocionais, brincadeirinhas de mau gosto, cinismo etc. Se perceber abertura, faça as investidas mas com o cuidado de não ir além ou aquém do permitido. Se a barreira ainda continuar em pé, isto é, se a mulher ainda assim manter-se fechada, não dando nenhum sinal de abertura para uma investida, discorde homens s ince ros , e não às demais . L imi to a inda es t a observação exc lus ivamente ao campo amoroso e não a es tendo pa ra ou t ros campos . 3 Segundo as convenções socia i s . Como a be leza não ex is te de um ponto de vi s ta obje t ivo , entenda-se por “ fe ias” aquelas que não se cons ideram a t raen tes ao ponto de desprezar e desdenhar do amor s incero dos “des in te ressantes” ou “apagados” . 4 Segundo as mesmas convenções soc ia i s . A soc iedade moderna supervalor iza a be leza feminina e culpa somente os homens por i sso . Mas em verdade , as mulheres que se o lham no espe lho e se cons ideram “boni tas” mui t as vezes são as pr ime i ras a despreza rem e se sent i rem super iores às mulheres e homens comuns . 5 Não se t ra ta de s imular mas de adqui r i r um es tado in te rno de neut ra l idade ve rdade i ra que se reve la rá em suas a t i t udes . 22 de suas opiniões, provoque uma discussão mas não termine. Então ofereça um número de telefone ou e-mail para continuá-la, dando prazo de espera. Em casos extremos, é necessário impressioná-la muito, “horrorizando-a”6 de forma calculada. Não vá “horrorizá-la” de qualquer modo: impressione-a da forma correta, para que o resultado não seja um desastre. Uma boa forma de marcar-lhe a imaginação para que fique pensando em você por um bom tempo é assumir-se como machista (esclarecido, consciente, pacífico e protetor, é claro) pois seus rivais sempre fingirão7 que são feministas para agradar. O que interessa aqui é sobressair-se como um cara diferente, seguro, que não teme mostrar suas convicções8 e que não precisa de ninguém. A respeito deste pormenor, Eliphas Lévi nos diz o seguinte: "Aquele que quer fazer-se amar (a tr ibuímos ao homem somente todas es tas manobras i legí t imas, supondo que uma mulher náo tenha necess idade delas) deve, num pr imeiro momento, insinuar-se e produzir uma impressão qualquer na imaginação da pessoa que é obje to de sua cobiça. Que lhe cause admiração, assombro, terror [sic] e mesmo horror 9 se não dispõe de outro recurso. Mas é preciso , por qualquer preço, que aos olhos dessa pessoa se des taque dos homens comuns e que ocupe, de bom grado ou por força, um lugar em suas lembranças, em seus temores ou ainda em seus sonhos. Os Lovelace não são certamente o ideal confessado das Clar ices , mas elas pensam constantemente neles para censurá- los, para maldizê- los, para se compadecer de suas ví t imas, para desejar sua conversão e seu arrependimento. Logo desejarão regenerá- los 6 O pr ime i ro autor que mencionou es ta es t ra tég ia da “hor ror ização” , pe lo que me lembro, fo i E l iphas Lévi . Vár i as vezes pense i em subs t i tu i r es te te rmo, pe las confusões que pode susc i ta r , mas a inda não