Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caroline Zanella ATM 2022/a 1 PNEUMONIAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE. • Adultos imunocompetentes x adultos imunodeprimidos. • A pneumonia adquirida na comunidade abrange, basicamente, pacientes imunocompetentes e adultos. • As pneumonias são doenças infecciosas agudas, que possuem causas inflamatórias e acometem os espaços aéreos > alvéolos. • São adquiridas fora do ambiente hospitalar ou até 48h depois da admissão. • São causadas por vírus, fungos e bactérias. • O diagnóstico é realizado com sinais e sintomas o Sintomas de doença aguda do sistema respiratório inferior. o Tosse expectoração, falta de ar, dor torácica, febre. ▪ Cuidado, esses sintomas são importantes para começar a direcionar o pensamento. > esse pcte pode ser asmático, enfisematoso,.... o Manifestações sistêmicas > muito comum em pcte idoso. ▪ Confusão mental. ▪ Cefaleia ▪ Sudorese, calafrios. ▪ Mialgia. ▪ Temperatura superior a 37,8 graus, ▪ Ocorre a presença de uma opacidade pulmonar nova detectada por radiografia de tórax. Incidencia e mortalidade • Primeira causa de internação por doença. • Maior predominância no sexo masculino e maior ocorrência nos meses de março a julho. • A taxa de internação por conta da pneumonia vem caindo, devido à melhora da qualidade dos antibióticos e acesso mais fácil aos serviços de saúde. • A taxa de mortalidade hospitalar está aumentando o A maior incidência de pneumonia são em pctes acima de 80 anos e abaixo de 5 anos de idade, podendo ser esta uma hipótese para o aumento da mortalidade, o A internação também ocorre apenas para casos mais graves, portanto, obviamente a taxa de mortalidade aumenta. • Dentre as doenças pulmonares, a segunda causa que mais mata é a pneumonia. • O coeficiente de mortalidade por pneumonia difere conforme faixa etária. o Níveis acima de 500/100 000 hab na faixa etária superior a 80 anos. o 10 / 100 000 hab na faixa etária entre os 5 e os 49 anos. o 17/ 100 000 hab na faixa etária abaixo dos 5 anos, com grande tendência à queda. Diagnóstico • Raio-x de tórax > PA e perfil. o O rx é importante para o diagnóstico, para avaliar a gravidade da pneumonia, identifica o comprometimento lobar. o Pode demonstras condições associadas, como derrame pleural ou obstrução brônquica. o Pode sugerir etiologias alternativas, como abscessos e tuberculose. o É necessário para monitorar a resposta do pcte ao tto. • Tomografia de tórax. o Útil quando há dúvidas em relação às lesões evidenciadas no Rx. o Identificar infiltrados pulmonares com precisão. o Quadro clínico exuberante, de pcte com mta tosse, febre, catarro e radiografia normal. o Detecção de complicações, para identificar derrames pleuras loculados, abscessos ainda não abertos na via aérea. o Diferenciar um infiltrado pneumonico de massas pulmonares. ▪ A Tc consegue diferenciar massas que ocorrem devido a pneumonia ou a neoplasias. 04/09 Pneumologia – prova 01 Oncologia Caroline Zanella ATM 2022/a 2 ➢ Derrame pleural > se passar de 5cm já há indicação de realizar toraco-centese, p excluir diagnóstico de empiema ou de derrame parapneumonico complicado. o Essa conduta está fortemente indicada no caso de derrames que ocupem mais de 20% do hemitórax. • Ultrassonografia > não é útil para a pneumonia, mas é útil para o derrame pleural. • A progressão radiológicas após admissão pode ocorrer em qualquer etiologia e não deve ser indicativo de mudança no regime terapêutico, contanto que esteja havendo mellhhora no quadro clínico. • A resolução radiológicas geralmente ocorre de maneira relativamente lenta, depois da recuperação clínica. o Legionella > lesões aparecem e desaparecem em locais diferentes do pulmão, constantemente, o A resolução completa ocorre em duas semanas após a apresentação inicial, em 1/3 dos casos. o Em 6 semanas, ocorre a resolução de cerca de 2/3 dos casos. o Pessoas com outras comorbidades, como DPOC, imunossupressão, alcoolismo, diabetes e etc, a resolução naturalmente ocorre de forma mais lenta. Pneumonia causada por micoplasma • Tosse excessiva, com infiltrado pulmonar difuso. • Esses casos resolvem-se mais rapidamente. Pneumonia causada por Legionella. • Possui resolução lenta. • Lesões residuais são encontradas em 25% dos casos (pneumocócica também). • A radiografia de tórax deve ser realizada após 6 semanas do início dos sintomas em fumantes com mais de 50 anos. • Uso de O2 > em nível ambulatorial é muito reduzido > em nível hospitalar, deve- se ser avaliado o nivel de saturação com oxímetro > SatO2 menor de 90%. o Presença de hipoxemia indica uso de oxigênio suplementar e admissão hospitalar. • Para pneumonia, avaliação de ureia não há muita efetividade, serve apenas para avaliar gravidade. > acima de 65mg/dL. • Hemograma possui baixa especificidade e sensibilidade, e é útil como critério de gravidade e avaliação de prognóstico (resposta terapêutica) • Leucopenia ( < 4000 leucócitos) = mau prognóstico. • Dosagem de glicemia > não tem valor diagnóstico, mas pode influências na decisão de hospitalização. • Proteína C reativa > marcador de atividade inflamatória > PCR muito alta = diagnóstico de doença mais severa. > evolução mais grave e prognóstico desfavorável. o A manutenção em níveis elevados após ¾ dias de tratamento sugere pior prognóstico, principalmente se houver redução inferior a 50% do valor inicial. • A investigação da etiologia torna-se desnecessária em pacientes ambulatoriais, principalmente por que a eficácia do tratamento empírico é muito elevada e há uma baixa mortalidade associada a esses casos. Antibioticoterapia. • Nos casos de PAC grave com falência de tto empírico, é necessário realizar a identificação do agente etiológico e o tratamento direcionado associa-se à menor mortalidade. • Não se deve retardar a instituição de tto se não houver melhora. Exame de Escarro • Pouca utilidade para pneumonia. • Serve para diagnóstico diferencial de tuberculose (fungos e bacilos álcool resistentes). o Pesquisa de bacilos álcool-resistentes. o Pesquisa de fungos em casos suspeitos. Hemocultura • Pouca utilidade para pneumonia leve. • Serve para pctes que apresentaram uma piora e necessitaram de internação. • Identificação de agente etiológico. • Aspirado traqueal > pctes em UTI. • Minilavado broncoalveolar. • Broncoscopia com cateter protegido. • Punção pulmonar trabs-toracica. (Mais agressiva). o Esses procedimentos não devem ser rotineiramente indicados para pctes com pneumonia da comunidade, mas são úteis para pctes com complicações que necessitaram de internação. Caroline Zanella ATM 2022/a 3 o Punção está contra-indicada em pctes sob ventilação mecânica invasiva. o Entubação traqueal e início de ventilação mecânica requerem coleta de material das vias aéreas inferiores por aspirado traqueal ou por outras técnicas broncoscopicas. • Testes sorológicos não devem ser rotineiramente solicitados. • A PCR pode ser realizada apenas para um agente ou na modalidade multiplex > apresenta boa sensibilidade e especificidade, embora não estejam disponíveis na maioria dos laboratóriosclínicos. Tratamento • As condições psicossociais e econômicas do paciente devem ser consideradas, principalmente quando há decisão do local do tratamento. o Pacientes tratados em suas residências devem ter assegurada a possibilidade de reavaliação do tratamento. • Deve-se considerar os micro-organismos de maior prevalência, • Escolha de ATB que cubra da melhor forma boa parte dos germes. o O tratamento dirigido ao patógeno é a melhor escolha, contudo, na maioria das vezes não é possível no momento da decisão terapêutica. • Cobertura sistemática para patógenos atípicos. o Micoplasma, clamídia e legionella. o Legionella é um dos agentes mais agressivos. > evolução pode ser muito rápida e mortalidade de pcte que vai para UTI chega a ser de 50%. • Em casos de fracasso terapêutico, mortalidade aumenta para 40% > atb não funciona, pcte piora e precisa internar e trocar atb. • A terapia combinada não é superior à monoterapia em pctes de baixo risco. o A terapia combinada é indicada para casos de PAC grave, principalmente quando há presença de bacteremia, insuficiência respiratória e choque. o A terapia com dois ATBs reduz a mortalidade na pneumocócica. o Monoterapia com azitromicina para pacientes internados portadores de PAC não grave. • PAC leve a moderada > ATB por período igual ou inferior a 7 dias. • A maioria dos pctes responde bem ao tto. o Quando há fracasso terapêutico, a taxa de mortalidade gira em torno de 40%. • Vacina anti-influenza > todos os indivíduos com idade superior a 50 anos e aqueles com maior risco de complicações associadas à gripe. o Profissionais da saúde e pessoas em contato domiciliar com pctes de alto risco tb devem realizar a vacina. o O vírus presente na vacina é morto. o Deve ser evitada em pctes com hipersensibilidade à proteína do ovo. • A vacina antipneumocócica é recomendada para todos os indivíduos com idade ≥ 65 anos o Também deve ser aplicada naqueles entre 2 e 64 anos de idade, na presença de comorbidades de alto risco, que os tornem vulneráveis às infecções pneumocócicas invasivas e às suas complicações o A vacina antipneumocócica deve ser aplicada nos indivíduos imunocomprometidos e nos idosos residentes em asilos Pneumonia adquirida na comunidade – manifestação grave. • Deve haver tratamento adjuvante para ajudar na sintomatologia do pcte. • Ressuscitação volêmica > pctes com sepse grave ou choque séptico ou em pctes com evidência de hipoperfusão ainda sem hipotensão. o Realização de cateterização arterial e venosa central. o Infusão de cristaloides ou coloides, sendo fundamental que seja precoce. o Deve-se sempre monitoras os parâmetros de perfusão a fim de alcançar os níveis de estabilidade nas primeiras 6 horas. o PAC grave + hipotensão arterial = pode-se utilizar infusão venosa de hidrocortisona. • Ventilação não invasiva > hipoxemia e insuficiência respiratória. Caroline Zanella ATM 2022/a 4 TUBERCULOSE • Doença infecciosa causada pelo Bacilo de Koch. • Pode acometer outros órgãos e sistemas, mas afeta prioritariamente os pulmões. • É transmissível e é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. o A cada ano, são notificados cerca de 70 mil casos novos. o Cerca de 10 mi de pessoas adoecem por tuberculose anualmente, ao redor do mundo, ocasiando cerca de 1 mi de óbitos. o A AIDS e a resistência a ATBs vêm piorando o cenário mundial da doença; o O principal reservatória da TB é o ser humano. Transmissão • Aérea, que ocorre a partir da inalação de aerossóis. • Falar, espirrar e tossir podem lançar no ar partículas em forma de aerossóis contaminadas pelo Bacilo. • Em média, um indivíduo com baciloscopia positiva pode infectar entre 10 e 15 pessoas. • Bacilos que se depositam em locais dificilmente se dispersam em aerossóis, por isso não desempenham papel fundamental na transmissão da doença. • Assim que contrai o bacilo, a pessoa pode não desenvolver a doença prontamente, embora o risco de adoecimento seja maior nos dois primeiros anos. Se a doença não ocorre logo, a pessoa pode adoecer em qualquer momento de sua vida. • A transmissão é plena quando o indivíduo doente estiver eliminando bacilos. • Após o início do TTO, a transmissão diminui gradativamente e tende a cessar após 15 dias. o Medidas de controle de infecção devem ser implantadas até que a baciloscopia seja negativa. o Crianças com tuberculose pulmonar geralmente possuem baciloscopia negativa. Apresentação • Pulmonar > mais frequente e mais relevante, com eliminação de bacilíferos. • Extra-pulmonar, mais frequente em coinfectados. o Pleural, mais comum em pctes com HIV - . o Empiema tuberculoso. o Ganglionar periférica, mais comum em pctes com HIV +. o Meningoencefálica. o Tuberculoma cerebral. o Pericárdica. o Óssea, mais comum na coluna. Sintomas • Tosse persistente, expectoração, hemoptise. • Febre vespertina, sudorese noturna. • Emagrecimento, anorexia. Diagnóstico bacteriológico. • Bacterioscopia direta > detecta cerca de 60 a 80% dos casos pulmonares. o Deve ser solicitada a todos os sintomáticos respiratórios. • Teste rápido molecular > automatizado, simples, rápido e de fácil execução. o Detecta mmycobacterium tuberculosis, com 99% de especificidade e sensibilidade de 90% a 65%. o Teste demora duas horas. • Cultura > alta especificidade e sensibilidade. o Resultado demora cerca de 30 a 60 dias. o Deve ser solicitada quando há falência de tto, dificuldade de recolher amostra, suspeita de tuberculose extrapulmonar, imunodeprimidos e baciloscopia positivo no fim do 2º mês de tto. Caroline Zanella ATM 2022/a 5 Tuberculose na criança. • São consideradas crianças, apenas aquelas com idade inferior a 10 anos. • Geralmente não há expectoração e não contém bacilos; • Ppd reator >5 ocorre em pctes não vacinados, vacinados há mais de 2 anos e imunodeprimidos. • Ppd reator > 10 ocorre em pctes vacinados há menos de 2 anos. • O acontecimento de TB extrapulmonar ocorre em 20% dos casos e se dissemina para gânglios periféricos, ossos ou meningoencéfalo. • O diagnóstico é marcado por um escore de pontos. o Sintomas. o Rx de tórax. o Contato. o Ppd. o Desnutrição grave. o Quando o escore alcançar 40 pontos, há permissão para iniciar o tto do pcte. o Se o escore alcançar apenas 30 pontos, pode ser considerado como indicativo de TB e orienta o início do tto. o Se o escore não atingir os 30 pontos, deve ser feito um diagnóstico diferencial com outras doenças pulmonares. Tratamento • A tuberculose tem cura e ocorre pela administração do RHZE. • O tratamento dura no mínimo 6 meses e é gratuito e disponibilizado pelo SUS. • O tratamento precisa ser observado, principalmente na primeira dose de cada mês. o Necessidade de um grande estabelecimento de vínculo entre o profissional da saúde e o paciente, para que haja adesão do paciente ao tto. o Logo nas primeiras semanas o pcte se sente melhor e por isso deve ser orientado a continuar o tto até o final, apesar da melhora do sintomas. o É importante lembrar que o tto irregular pode complicar a doença, desenvolvendo cepas resistentes aos medicamentos. Prevenção • Aprincipal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG. > ofertada gratuitamente pelo SUS. • Identificar infecção latente de TB > pcte que convive com alguém que tem tuberculose. o Pessoas que possuem o bacilo recebem o tto pata prevenir o adoecimento. • O adoecimento por TB normalmente está ligado à pobreza e à má distribuição de renda. o Alguns grupos populacionais possuem maior vulnerabilidade. Caroline Zanella ATM 2022/a 6 DERRAME PLEURAL • Acúmulo anormal de líquido na cavidade pleural, que é o espaço virtual entre as pleuras visceral e parietal, as quais deslizam uma sobre a outra, separadas por uma fina película de líquido. • Os sintomas estão diretamente relacionadas com o envolvimento da pleura. o Dor torácica, causada por dor pleurítica > indica o acometimento da pleura parietal, visto que a visceral não é inervada, e geralmente ocorre nos exsudatos. ▪ Não necessariamente indica a presença de líquido. ▪ Tende a ser mais intensa nas fases iniciais da pleurite. ▪ Melhora com o aumento do derrame pleural. ▪ É geralmente descrita como dor em pontada, lancinante. ▪ Piora com a inspiração profunda e com a tosse. ▪ Melhora com repouso do lado afetado, com a pausa da respiração. o Tosse > sintoma respiratório inespecífico, que pode estar associada a doenças de tratos respiratórios. ▪ Quando derrame pleural em grandes volumes, pode haver ocorrência de tosse seca. o Dispneia > em derrames mais volumosos > melhora com paciente em decúbito lateral. Sinais • Inspeção > nos derrames de maior volume > abaulamento do hemitórax acometido e de seus espaços intercostais > perdem concavidades habituais. o Desvio do ictus cardíaco e da traqueia. o Redução da expansibilidade torácica. • Palpação > redução ou ausência do frêmito tóraco vocal (som não se propaga muito bem em líquido). • Percussão > normalmente maciça ou submaciça sobre a região com líquido. • Ausculta > redução ou abolição do murmúrio vesicular sobre a região com líquido. o Pode auscultar atrito pleural em pleurites com pouco líquido pleural. Rx de tórax • Normal = pequenos volumes não são identificados no rx de tórax em PA. • Pode ocorrer elevação do contorno do diafragma e retificação da sua porção medial. • O derrame pleural normalmente acomete primeiro as bases pulmonares e faz com que os pulmões percam seu ângulo agudo do seio costo-frênico. o Podendo ser identificado mais facilmente no rx em perfil. • Ocorre uma opacificação progressiva das porções inferiores dos campos pleuropulmonares. Formas atípicas • Infra-pulmonar > grandes volumes sob os pulmões sem se estender para o seio costofrênico ou para porções laterais. • Derrame loculado > líquido mantém-se encapsulado em qualquer ponto dos campos pleuropulmonares > hemotórax e empiema. • Loculação entre as cissuras > tumor fantasma> encapsulamento do líquido pleural na cissura horizontal ou oblíqua. Ultrassom • Alta sensibilidade na detecção de derrames pleurais, mesmo os pequenos e servem mto para quantificar o volume. • São bons para identificar as septações, os espessamentos pleurais e a presença de grumos de fibrina no líquido pleural. • Dinstingue mto bem lesões sólidas de lesões líquidas. • Útil na localização do derrame pleural no momento da toracocentese. Tomografia • Permite diferenciar derrame pleural e lesões sólidas da pleura e lesões do parênquima pulmonar. Caroline Zanella ATM 2022/a 7 • Investigação da etiologia do derrame. ➢ Existe causa óbvia? Ex : insuficiência cardíaca congestiva, neoplasias disseminadas ➢ Toracocentese - transudato ou exsudato o Nos transudatos não há envolvimento primário da pleura > não há necessidade de estudos do líquido pleural ou biópsia. > diagnóstico deve ser conduzifo na direção de doenças que cursam com o aumento da pressão hidrostática. ▪ Transudatos geralmente são causados poe insuficiência cardíaca congestiva > geralmente é bilateral, com volume maior à direita. • Quando unilateral, é mais frequente à direita, na proporção de 2:1. ▪ Também podem ser causados por embolia pulmonar, atelectasias, hipoalbuminemia, diálise peritoneal, cirrose hepática, síndrome nefrótica e glomerulonefrite. o Nos exsudatos o derrame pleural, normalmente é consequência de processos infecciosos, inflamatórios ou neoplásicos. ▪ As principais causas de exsudatos são neoplasias, doenças infecciosas, tromboembolia pulmonar, doenças gastro-intestinais, colagenoses, drogas, hemotórax.... ➢ Diagnóstico imediato - empiema, quilotórax e hemotórax A aparência do líquido pleural diz muito sobre a comorbidade. • Pus - empiema. • Líquido leitoso – quilotórax (acúmulo de linfa no espaço pleural). • Hemático – hemotórax ou líquido hemorrágico. o Dosagem de hematócrito > superior a 50% = sugere hemotórax. o As principais etiologias são traumáticas e de dissecção de aneurisma de aorta. • Proteínas, desidrogenase láctica, glicose, amilase e pH são as principais dosagens bioquímicas do derrame. o Ph = valores abaixo de 7,20, junto com valores baixos de glicose e elevados de DHL > evolução ráoida e complicada > provável necessidade de drenagem do derrame. o Amilase > quando aumentada nos derrames pleurais ocorre poe pancreatite, ruptura de esôfago e em casos neoplásicos. Citologia Oncótica • Investigação rotineira de exsudato. • Sensibilidade diagnóstica variável, pois depende mto da experiência do patologista. Dosagens imunológicas. • Realizadas nos exsudatos sem diagnóstico após uma investigação inicial. • Também é realizado quando há suspeita de colagenose. Biópsia pleural • Identifica granulomas com necrose caseosa, que virtualmente se torna um diagnóstico de tuberculose. • Toracoscopia é o mais invasivo, mas é o que propicia melhor rendimento. Derrame Pleural Parapneumônico não complicado; • Geralmente é de pequeno volume, podendo conter invasão bacteriana, que são fagocitadas, tornando o derrame parapneumônico estéril. • O exsudato possui numero celular aumentado, com predomínio de células polimorfonucleares. • Níveis de glicose acima de 60 e o pH é maior que 7,30. Caroline Zanella ATM 2022/a 8 • O tratamento é o mesmo que o da pneumonia e não há necessidade de drenagem torácica. Derrame pleural Parapneumônico Complicado. • Invasão do espaço pleural por um número crescente de bactérias, que passam a se multiplicar e tornam ineficaz as defesas do organismo. • Essa fase se chama fibrinopurulenta, o derrame pleural aumenta de volume e o líquido se torna mais turvo e é facilmente coagulável, podendo iniciar a formação de septações. • Ocorre um aumento progressivo do número celular, com predomínio de células polimorfonucleadas, com níveis progressivamente maiores de proteínas, de DHL e há uma DIMINUIÇÃO no valor do Ph. • O derrame deve ser drenado precocemente e deve-se realizar a identificação do agente etiológico pelo gram ou pela cultura. Empiema Pleural • Presença de pus na cavidade pleural. • Normalmente associado a pneumonia bacteriana subjacente.• Conduta terapêutica baseada na antibioticoterapia, drenagem completa. o Imagens de ultrassonografia e tomografia computadorizada podem auxiliar em casos de não haver melhora. o Se houver grande número de septações > pode haver necessidade de procedimentos mais invasivos. o Em pctes muito debilitados, pode-se realizar a drenagem aberta do espaço pleural até que o pcte melhore e possa ser submetido à decorticação pleural. Derrames pleurais metastáticos • São volumosos e raramente inferiores a 500ml. • Compõem cerca de 70% dos derrames pleurais extensos. • Geralmente são hemorrágicos ou sero-hemorrágicos. • O número celular está aumentado, mas há predomínio de células nifomornonucleares. • O achado de células neoplásicas na citologia fecha o diagnóstico. • O pH e a glicose diminuem com o passar do tempo enquanto a amilase pode estar aumentada, em geral. Caroline Zanella ATM 2022/a 9 • O tipo mais comum é o adenocarcinoma de pulmão. • Deve-se sempre procurar o sítio primário da neoplasia. Tabagismo • Principal causa de morte evitável. • Normalmente o início ocorre no início da adolescência. • O sexo não é um fator preditivo. • É muito influenciada pela publicidade das indústrias fumadeiras. • A imagem social dos fumantes, antigamente, era vista como uma pessoa sociável e ‘legal’ • As pessoas são influenciadas pelo hábito de fumar dos pais e dos colegas, amigos.... • Possui fatores hereditários de predisposição ao fumo, como personalidade ansiosa e vias metabólicas que necessitam na droga. • A dependência desenvolve-se rapidamente e faz referência à substância mais importante do cigarro, que é a nicotina. o Aumenta a energia, como um estímulo. Causa alívio, relaxamento. Pode se tornar um hábito, como uma atividade automática. É associada a diminuição de sentimentos negativos. o A nicotina é um fármaco aditivo. > é o que torna o pcte viciado. o Possui rotas metabólicas semelhantes à heroína e a cocaína. o A descontinuidade sem ajuda médica ocorre apenas em 4 a 7% dos casos. o Normalmente, 50% dos pctes voltam a fumar após ressecções pulmonares por neoplasias, neoplasias de laringe ou infarto agudo de miocárdio. o A nicotina compromete a memória e o desempenho mental. o Quanto maior a dose de nicotina, maior o estado eufórico do pcte. • Tipos de fumantes > irregular e regular. o Irregular > não desenvolve dependência química, mas utiliza o cigarro de uma forma positiva para ele, como forma de se estimular. ▪ Possui picos de efeito, como um reforço positivo, concentra o uso em momentos do dia. ▪ Possui personalidade um pouco mais arrojada, que está em busca de outros prazeres. o Regular > fumante dependente que utiliza o cigarro para manter seus níveis séricos de nicotina adequados. ▪ O reforço realizado por esse paciente é negativo. ▪ Sua personalidade tem tendência a ser depressiva ou ansiosa. • O cigarro mata aproximadamente 3mi de pessoas por ano em consequências das doenças relacionadas. o 70% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento. o 1,1bi de fumantes no mundo. o 1/3 da população acima de 15 anos é fumante. o Causa aproximadamente 25 doenças diferentes. • O cigarro possui 4000 constituintes químicos, onde aproximadamente 2550 são derivados do próprio fumo que é retirado da lavoura. O restante disso, são aditivos, como agrotóxicos, formol,.... • Doenças associadas ao tabagismo > câncer, doenças do sistema cardiovascular, gastrointestinal, respiratório. o Doença cardiovascular > pcte com cardiopatia isquemica, infarto grande ou pequeno que pode evoluir para arritmia ventricular que evolui para morte súbita. > AVC isquêmico, pela maioria das vezes. ▪ Causa muito dano endotelial e afeta muito as artérias. ▪ Doença artéria periférica > pcte começa a ter dores nas pernas e claudicação > oclusão arterial. ▪ Aneurisma de aorta, geralmente secundária a HAS. o Doenças gastrointestinais > úlcera péptica e refluxo. o Doenças pulmonares > câncer de pulmão (95% dos casos) ▪ Bronquite crônica e enfisema > muco espesso, amarelado, com chiado no peito. ▪ Enfisematoso > paciente cianótico. ▪ Asma brônquica > o cigarro piora significativamente a asma. ▪ Pneumonias . o Distúrbios reprodutivos > diminui fertilidade, pode causar aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso, aumenta prematuridade na ruptura de membrana, aumenta morte perinatal. ▪ Pode causar menopausa precoce. Osteoporose, catarata, envelhecimento precoce da pele. o Pode causar doenças na cavidade oral, como neoplasias, gengivites.... • Os principais tipos de câncer causados pelo uso do tabaco são o de pulmão, laringe, cavidade oral e esôfago. • Tabagismo causa drogadicao. Caroline Zanella ATM 2022/a 10 o A nicotina acaba causando a adição do paciente a essa droga e afeta processos neuroquímicos, neurofisiológicos e comportamentais. o Os processos neurofisiológicos afetam a dopamina, sensações de prazer e recompensa é a noradrenalina, que aumenta a euforia e a sensação de ‘ativo’. o A dependência é causada pelo aumento da tolerância do corpo à nicotina. ▪ Quanto mais fumar, mais dependente será. ▪ 80% dos fumantes vão ter dependência química e isso engloba mais ou menos 20% da população geral. • Na dependência química, a nicotina domina a pessoas > a abstinência causa mudança de humor, tornando o pcte irritadiço, brigão, perda de sono, piora de humor, sensação de frustração, raiva e aumento de brigas. o Esses sintomas são causados pela falta de nicotina no corpo. o Pode aumentar o apetite. o Pode causar taquicardia. o Inquietação, dificuldade de concentração. o Aumento de desejo por doces. • Sinais de dependência são caracterizados por fumar logo após acordar, pois durante a noite, os níveis de nicotina diminuem. o Fumar quando está doente. o Admitir que o primeiro cigarro do dia é o mais difícil de largar. o Fumar mais pela manhã do que pela tarde. o Início precoce do tabagismo. o Abuso atual ou prévio de outras substâncias psicoativas. • Tratamento de dependência > a motivação do paciente deve partir de vontade própria. o É necessário fazer o manejo dos sintomas de abstinência, com reposição de nicotina e psicofarmacoterapia. o Pode estar associada a psicoterapia cognitiva. o O sucesso alcançado após 10 semanas de tratamento é diferente para diferentes tipos de drogas. o Placebo – 20%. o Nicotina isolada – 32%. o Bupropiona – 46% > a bupropiona se aloja nos receptores de nicotina antes de a nicotina chegar, e ao não ter receptores disponíveis para a nicotina, ela acaba sendo eliminada pela urina. o Bupropiona + nicotina transdérmica. – 51%. ▪ A transdérmica é o meio mais fácil de adesão. Mas essa nicotina também pode ser utilizada em goma de mascar. o Existem fármacos de segunda linha não nicotínicos para tratamento. ▪ Nortriptilina > não funciona tão bem quanto bupropiona. ▪ Clonidina > droga anti-hipertensiva. ▪ Esses medicamentos possuem eficácia intermediário ou baixa e os resultado não são tão convincentes. ▪ Normalmente são utilizados com associação a bupropiona. o A Vareneclina > Champix > possui uma alta afinidade com receptores nicotinicos, contudo , seu preço é muito elevado. ▪ A maioria das pessoas utiliza bupropiona e apenas em últimoscasos passa para o Champix. o O Methoxsalen diminui a metabolização da nicotina, a mantendo em níveis séricos elevados, diminuindo a compulsão por fumar. ▪ Foi uma droga que não deu certo, devido a uma gama de efeitos colaterais. o O Rimonabanto foi muito utilizado como droga para emagrecer, podendo causar transtornos renais e foi retirado do mercado. ▪ Diminui fator de risco cardiometabólico. o Vacina-antitabaco > anticorpos que se ligam à nicotina, impedindo a chegada da substância ao cérebro. Não ocorre a liberação de dopamina e de substâncias psicoativas. ▪ Diminui o prazer de fumar. ▪ Os resultados foram animadores até 2015, nos testes em ratos, contudo, tentativas em humanos não deram muito certo. • Benefícios de largar o cigarro. o Redução da pressão sanguínea e diminuição da frequência cardíaca apenas 20 minutos depois. o 2 horas depois já não há mais nicotina no sangue. o 8 horas depois, já houve aumento do nível de oxigenação do sangue. o 12 a 24 horas depois, os pulmões já funcionam melhor > realização de espirometria. o 2 dias depois já melhora o olfato, paladar e comida passa a voltar a ter gosto. o Após três semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora. o Um ano depois, o risco de infarto cai pela metade. o 10anos depois, o risco d enfarto é igual ao de uma pessoa que nunca fumou. Caroline Zanella ATM 2022/a 11 ASMA BRÔNQUICA • Doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual muitas células e elementos celulares têm participação. • Hiperresponsividade das vias aéreas, causando episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse. o Estes episódios são uma consequência da obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, que pode ser revertida espontaneamente ou com tratamento. • Epidemiologicamente, é uma das condições crônicas mais comuns, que afeta tanto crianças quanto adultos e se tornou um problema mundial de saúde. • Hoje em dia, se tornou a quarta causa de internações no mundo. • A fisiopatogenia demonstra um infiltrado de células inflamatórias repleto de mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos. o Normalmente há envolvimento de células epiteliais, células musculares lisas, endoteliais, fibroblastos, miofibroblastos e células nervosas. o São identificadas quimiocinas, citocinas, eicosanoides, histaminas e óxido nítrico nos mediadores inflamatórios da asma. • O processo inflamatório possui manifestações clínicas características. o Causa estreitamento brônquico, causado pela contração muscular. o Edema de mucosa. o Hiperresponsividade brônquica exagerada ao estímulo. o Ocorre um remodelamento de vias aéreas, que são alterações estruturais irreversíveis que ocorrem pela inflamação crônica da asma. > ciclo contínuo de agressão e reparo. Diagnóstico • Pode ser sugerido pela presença de um ou mais dos sintomas a seguir: DIspnéia, tosse crônica, sibilância, opressão e desconforto torácico. o A predominância desses sintomas pode ocorrer mais frequentemente à noite ou nas primeiras horas da manhã. o Pode haver uma variabilidade na sintomatologia. o Pode haver desencadeamento dos sintomas por fatores irritativos inespecíficos, como fumaças e odores fortes ou por alérgenos. o Pode ocorrer uma melhora espontânea ou após o uso de medicações específicas. o É importante relacionar a asma de início recente em adultos coms exposições ocupacionais. o Testes de broncoprovocação que resultam em negativo em pacientes que possuem sintomas exclui o diagnóstico de asma como causa desses sintomas. o O PFE avalia grandes vias aéreas e é esforçodependente > pode produzir medidas de má qualidade e seus valores variam entre os diversos aparelhos. • O exame físico geralmente é inespecífico e a presença de sibilos é indicativa de obstrução de fluxo aéreo. o A presença de sibilos pode não ocorrer em todos os pacientes. • A espirometria deve ser realizada antes e após o uso de broncodilatadores. o Usada para estabelecer o diagnóstico. o Documentar a gravidade da obstrução. o Monitorar o curso da doença e as modificações decorrentes do tratamento. o Fornece duas medidas importantes > o VEF1 e o CVF. ▪ Ocorre uma redução entre a relação desses fluxos, onde a intensidade é determinada pela redução do VEF1 em relação ao seu previsto. ▪ Uma epirometria normal não exclui o diagnóstico de asma. • Em certos casos, a reversibilidade do fluxo aéreo pode ser demonstrada apenas com teste terapêutico de coirticóide oral. Caroline Zanella ATM 2022/a 12 Diagnóstico em crianças menores de 5 anos. • Se baseia basicamente pelos aspectos clínicos. • Cerca de 50% das cienaças apresentam pelo menos um episódio de sibilância nos primeiros anos de vida, sendo que a maioria não desenvolverá asma. • O uso desnecessário de medicamentos broncodilatores e profiláticos ocorre em crianças que são precocemente rotuladas como asmáticas. o Por outro lado, a falta de diagnóstico pode retardar o tto. Manifestações clínicas mais sugestivas • Epis[ódios frequentes de sibilância > mais de uma vez por mês. • Tosse ou sibilos que ocorrem à noite ou cedo pela manhã, provocados por riso, choros intensos ou exercício físico. • Tosse sem relação evidente com viroses respiratórias. • Presença de atopia, especialmente rinite alérgica ou dermatite atópica. • É preciso investigar a história familiar de asma. ➢ Para a gravidade e nível de controle de asma é necessário excluir causas importantes de descontrole, comorbidades não tratadas, uso incorreta do dispositivo inalatório e não adesão de tto. ➢ A asma leve necessita de uma baixa intensidade de tto. ➢ A asma moderada necessita de uma intensidade intermediária de tto. ➢ A asma grave necessita de alta intensidade de tratamento; Cuidados da asma • Manter o controle dos sintomas. • Manter qualidade de vida. • Manter função pulmonar normal. • Prevenir exarcebações. • Minimizar os efeitos colaterais das medicações. • Prevenir mortalidade. • Atualmente, quatro parâmetros são reconhecidos e usados o Prevenir instabilidade clínico-funcional: manter a asma controlada por longos períodos de tempo. o Prevenir exacerbações da asma. o Evitar a perda acelerada da função pulmonar ao longo dos anos. o Minimizar os efeitos colaterais dos tratamentos utilizados.
Compartilhar