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Desenvolvimento Psicossexual e Narcisismo

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Narcisismo/evoluções especulares/teorias freudiana e lacaniana
Prof. Ana Carla (Psicodinâmica V)
Desenvolvimento Psicossexual: Fases:
Autoconservação
Autoerotismo
Narcisismo
Fase Oral
Homossexualidade
Fase Anal
Fase Fálica (Angústia de Castração, Complexo de Castração, Complexo de Édipo)
Latência
Reedição Edípica
Fase Genital
Autoconservação: autopreservação. Para Freud: Pulsões de Ego (autopreservação) e Pulsões Sexuais. Depois: Pulsão de Vida e Pulsão de Morte. Ele se mantém compreendendo que exista o Dualismo Pulsional. Jung: Monismo Pulsional (pulsões de ego).
Autoerotismo: não há relações objetais estabelecidas. Como compreender o processo de autoerotização? Pulsão de autoconservação: primeira mamada do bebê. À medida que esta pulsão se solidifica, a pulsão sexual começa a surgir (sobreposta). Este é o autoerotismo. Neste momento, o objeto sexual é indeterminado, e este exercício de viver o autoerotismo dá base para a confecção das fantasias. Isto também consiste no desenvolvimento das relações objetais. Assim, podemos compreender que a libido sexual aparece de forma autoerótica (ex: o bebê sugando o próprio dedo, ou a chupeta).
Narcisismo: 
Princípio do Prazer: manutenção do estado de Nirvana;
Princípio da Realidade: a criança tem que “arregaçar as mangas”e chorar para obter o leite. Esta condição dá entrada a este princípio. O Ego (primitivo) vai pressionando o bebê a se haver com as questões da realidade.
Eu Ideal (ou Ego Ideal): imagem idealizada dos traços constitutivos da forma egóica. É o que fornece a matriz imaginária ao Ego, e o que o mesmo aceita sem conflitos, como parceiro na redistribuição da libido.
Ideal de Eu (ou Ideal de Ego): aparece mais tarde, quando o material componente do Eu Ideal não é mais suficiente. É composto pelas expectativas do “outro”, que começam a entrar, em forma de: prerrogativas da cultura, dizeres dos pais, exigências. 
Narcisismos primário e secundário: distribuição de energia, durante a movimentação que subsidia a formação dos “eus” acima. Economia de energia: o eu faz de tudo para dispender o mínimo energético. Dá para compreender, assim, por que fica mais fácil acreditar no que parece ser (ilusão).
Relação especular e formação do Eu Ideal: bebê (06 a 18 meses) se olhando no espelho (Fase do Espelho): ele se olha e o espelho “devolve” (imagem). Ele tem a noção de alguém “inteiro”, e tem a noção de si (noção psíquica de si mesmo – “nenê”). Entendemos então que ele tem essa noção porque ele vê um “semelhante”: a noção de si se forma através da imagem e localização de um semelhante. Junto com esse acontecimento, a mãe vai fazendo a narcisização (presságios e expectativas dos pais acerca dos filhos): o espelho “devolve” tbém o que a mãe vai depositando no bebê de seu próprio narcisismo ferido, sendo o bebê um “receptáculo” do desejo do outro (no caso, a mãe) e estando, portanto, submetido ao desejo do outro. Neste momento, entra em cena a Agressividade: estou submetido ao desejo do outro, e não consigo romper com ele. A Constituição do Eu, tanto Eu ideal quanto Ideal de eu, passa por este lugar, não sendo possível desvincular a constituição das relações envolvendo narcisismo. A distribuição energética vai passar pelo quantum de energia que a criança disporá para os conflitos a serem enfrentados, e a possibilidade maior ou menor de lidar com sua agressividade. A perspectiva de corresponder às expectativas dos outros vai atravessar diretamente esse estado de coisas. A imagem no espelho, se se tornará mais ou menos parecida com o que o bebê de fato é (inclui-se aqui a correspondência, em termos de desenvolvimento, do Eu Ideal e do Ideal de Eu), vai depender da energia dispendida na conciliação (e portanto na possibilidade da mesma) das situações conflituosas, e assim da possibildade da gestão da própria agressividade. Para compreender essas relações, vale a pena assinalar: 1- as funções do Eu vão sendo restringidas pelas prerrogativas da cultura, prenúncio (e matéria prima) do Superego; 2- a civilização é o fator que acarreta maior quantum de sofrimento ao ser humano; 3- existe a Prematuridade Humana: como o ser humano depende de outro por muito tempo, ele precisa ser amado. E para ser amado, ele precisa fazer concessões. Porque pode ser amado, pode tbém amar; 4- a agressividade da criança é determinada pela quantidade de agressividade que ela espera do pai. E isso não tem nada a ver com severidade; 5- tensão entre Ego e Superego: sentimento de culpa, que aparece em forma de agressão; 6- Ideal de Eu: maneira do indivíduo resgatar o amor do Eu. Forma de manejar a libido narcisista. Ou seja: se a criança não tem amparo afetivo para trazer suas demandas e tê-las abarcadas, pode haver sofrimento intenso, que resultará em demandas patológicas, resultantes da imagem distorcida que a mesma fará de si. A dor de ter que corresponder, sem escapatória, ao que esperam dela pode determinar patologias, podendo ser citado que o Eu ideal migra para a condição de Eu narcísico, onde a imagem refletida no espelho é a expectativa do outro sobre a criança, e não a dela mesma. O que fica, em lugar do reflexo do que a criança é, é apenas a angústia. Quando o bebê precisa do reconhecimento da mãe para se reconhecer, e esse reconhecimento não é dado, há uma falha na narcisização que não deixa que o bebê se reconheça. Há um “efeito trágico” na condição humana porque isso quase sempre acontece, em maior ou menor intensidade. Disso, ninguém escapa.
Ainda quanto à Constituição do Eu: autoerotismo: não existe um Objeto pré-determinado, ou específico. E o prazer é parcial. Mesmo no adulto, este Objeto total, completo, não existe: vamos procurar por ele a vida inteira. A satisfação, portanto, é sempre parcial. Ou seja: mesmo localizando Objetos, não vivemos a completude do encontro. Quando a imagem especular não é a do sujeito em questão, há dificuldade de olhar para si, de encontrar-se, buscando então a referência de si no outro. 
Ilusões narcísicas: completude do narcisista: o esmagamento do desejo, impossível de se realizar frente à crueldade com que foram tratados os movimentos onipotentes da criança (não confirmados e, portanto, não “superados”), traduz e revela a colocação da função do Ideal (Ideal de Eu), que assinala a revanche do desejo sobre o real (realidade). O Ideal se torna o Eu, e o narcisista se entende como alguém que não precisa de ninguém, e de quem todos precisam. A função do Ideal, aqui, é a função da Ilusão. Nesses sujeitos, o amor de seu ideal de eu é indispensável, como o amor que esperavam de sua mãe, e como a comida dada por sua mãe, cujo amor já era a primeira ilusão. “Sou alimentado, portanto sou amado.” E, portanto, já na lógica da ilusão, “ Nenhum ser que não se disponha a me alimentar me ama realmente”. A questão é que o que se quer fazer parecer “completude” na realidade expressa uma enorme dependência, a qual embasa o jogo ora descrito. A tensão entre Superego e Ideal de Eu é constante. A completude narcisista não é signo de saúde, mas miragem da morte. Ninguém é sem objeto. Ninguém é o que é sem objeto. Este “duplo” vem habitar o quadro da alucinação negativa da mãe.
Escolhas narcísicas: escolho alguém: 1- como sou; 2- como fui; 3- como pretendo ser; 4- como parte de mim. Quem merece meu amor? 1- quem é semelhante a mim (abriga aspectos que eu possa amar em mim); 2- quando o outro é mais perfeito (porque abriga aspectos do meu ideal). Ou seja: o outro revela a mim. Assim, impossível ver o outro como Outro. Campo a partir do qual eu trago a escolha narcísica: eu escolho ser amado ao invés de amar. Plano de ação amorosa: falamos de Alteridade (constituir o outro como o Outro). Ainda sobre o Plano de ação amorosa: a importância do amor no nascimento da consciência; a inevitabilidade do sentimento de culpa, a qual consiste no maior problema da civilização.
Patologias do Eu: Melancolia: patologia da relação especular. Há aqui uma identificação narcísica, com a perda do Eu e ataques ao mesmo. Há tbém rebaixamento moral. O melancólicoelege quem ele perdeu, mas não elege o que ele perdeu. O que o melancólico carrega em si é o que a mãe depositou no bebezinho, e é isso que dá o tom da Identidade Psíquica. O outro, portanto, é alguém misturado às questões deste Eu. Neurose: introversão da libido para objetos fantasiosos internos. Psicose: libido voltada para o Eu. Quadros envolvendo melancolia: psicoses (Transtorno bipolar) e borderlines, tais como Transtorno de personalidade narcisista e Transtorno obsessivo-compulsivo.
Para refletir: “Ao inclinar-se sobre uma fonte a fim de saciar a sede, Narciso percebeu pela primeira vez o próprio rosto, tão belo que ele se apaixonou pela imagem que via. A partir daquele momento, não pode mais se afastar do reflexo fascinante que as águas lhe devolviam, deixando-se perecer aí. Poderíamos imaginar que Narciso não ousa desviar o olhar dessa imagem tão arrebatadora e – será necessário supô-lo – tão esperada, sob pena de perder não apenas a ilusão amorosa, mas tbém a confirmação da própria existência? E mais: trata-se verdadeiramente de amor?”
Fonte: Em defesa de uma certa anormalidade (teoria e clínica psicanalítica). Joyce McDougall. Artes Medicas. Capítulo 7: Narciso em busca de uma nascente.
Referências bibliográficas:
GARCIA-ROZA, L.A. Acaso e repetição em psicanálise: uma introdução à teoria das pulsões. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1999.
COSTA, J.F. Narcisismo em tempos sombrios. In: Birman, J. Percursos na história da psicanálise. Rio de Janeiro: Taurus, 1988.
GREEN, A. Narcisismo de vida, narcisismo de morte. Editora Escuta. 1988.
Sugestões de leituras (além dos da bibliografia):
O coração informado. Bruno Betelheim (descreve o Eu estilhaçado). Paz e terra, 1985.
Das Obras Completas de Freud – textos: Mal estar na civilização. O instinto e suas vicissitudes. Concepções psicanalíticas das perturbações psicogênicas da visão. O problema econômico do masoquismo.
Jacques Lacan: Seminário I. 
When it was dark: the history of a great conspiracy. Guy Thorne. Kessinger Legacy Reprints. 2010.

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