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1 1 Determinação do Sexo Prof. Drº Marcos Sousa 2 DETERMINAÇÃO DO SEXO - Determinação gênica: genes dispersos pelos cromossomos do complemento. Ex. plantas, protozoários. - Determinação cromossômica: genes concentrados em cromossomos específicos (cromossomos sexuais). Ex. Aves e Mamíferos. Prof. Drº Marcos Sousa 3 Determinação Gênica A determinação do sexo é determinada pela ação diferencial dos genes. Os genes atuam na produção de hormônios e seguem as proporções mendelianas. Asparagus officinalis (aspargo) genes para masculinidade genes para feminilidade Mm = planta masculina mm = planta feminina Mm flores masculinas e hermafroditas Autopolinização flores hermafroditas MM = planta supermacho Prof. Drº Marcos Sousa 4 Determinação Gênica Asparagus officinalis (aspargo) plantas femininas (mm) possuem turiões* de Ø maior produção menor plantas masculinas (Mm) possuem turiões* de Ø menor produção maior plantas supermacho (MM) grande interesse para melhoristas cruzadas com as femininas (mm) progênie será totalmente masculina (Mm) [*turião é a parte comestível do aspargo] Prof. Drº Marcos Sousa 5 Ausência de cromossomos sexuais diferenciados Sistema M/m Esse sistema caracteriza-se pela ausência de cromossomos sexuais diferenciados, sendo o sexo determinado por um par de genes M/m. No mosquito Culex, a constituição gênica M/m define o sexo masculino, enquanto os indivíduos m/m são do sexo feminino. Prof. Drº Marcos Sousa 6 DETERMINAÇÃO SEXUAL CROMOSSÔMICA XX/XY Ocorre no homem, nos demais mamíferos e nos insetos dípteros. As fêmeas são caracterizados por XX e os machos por XY. XX/X0 Ocorre em algumas espécies de insetos e vermes. As células do macho apresentam um cromossomo a menos que a fêmea, porque falta o Y. Assim, fala-se em fêmea XX e macho X0. Prof. Drº Marcos Sousa 2 7 Mamíferos Nos mamíferos o sexo é determinado geneticamente pelos cromossomos (machos são XY e fêmeas são XX) e Fenotipicamente, pela ação dos hormônios sexuais (como testosterona e progesterona, estrogênio, etc) que são produzidos pelas gônadas nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário, na 7ª ou 8ª semana. Prof. Drº Marcos Sousa 8 XX:XY – heterogametia masculina Proechimys (Roedor) (machos formam dois tipos de gametas na meiose, portadores de um cromossomo X ou de um cromossomo Y. As fêmeas só produzem gametas com cromossomo X. Ex: mamíferos, muitas espécies de insetos, algumas espécies de anfíbios e lagartos Prof. Drº Marcos Sousa 9 XX:X0 – variação do sistema XX:XY Os machos apresentam número diplóide distinto das fêmeas, pois não possuem o cromossomo X. Ex: Gafanhotos. Dichroplus punctulatus (Orthoptera) A) macho. B) fêmea. Prof. Drº Marcos Sousa ZZ/ZW ZZ/ZW No sistema ZW os cromossomos sexuais são invertidos: o macho apresenta dois cromossomos sexuais iguais, ZZ, enquanto a fêmea apresenta dois diferentes, um Z e outro W. Este sistema aparece em lepidópteros (borboletas, mariposas), peixes e aves. ZZ/Z0 Ocorre em galinhas domésticas e répteis. Os machos são homogaméticos, com dois cromossomos sexuais iguais (ZZ) e as fêmeas são heterogaméticas, apresentando apenas um cromossomo sexual Z. Prof. Drº Marcos Sousa 10 11 ZZ:ZW – heterogametia feminina (fêmeas formam dois tipos de gametas, um portador de cromossomo Z e outro portador de cromossomo W). Os machos só produzem gametas com cromossomo Z. Ex: Aves, mariposas e borboletas, algumas espécies de anfíbios e lagartos. Eleutherodactylus shevrei (Anura). A) Macho. B) Fêmea. Prof. Drº Marcos Sousa 12 SISTEMA Tipo ZO Prof. Drº Marcos Sousa macho fêmea 3 13 Como explicar? Prof. Drº Marcos Sousa 14 Ginandromorfo Um animal metade masculino, metade feminino que apresenta uma autêntica divisão sexual em todo corpo. A metade da galinha formada por células femininas normais com cromossomos femininos, enquanto a metade de galo células masculinas normais com cromossomos masculinos. Formado por uma irregularidade na mitose da primeira clivagem. Prof. Drº Marcos Sousa 15Prof. Drº Marcos Sousa 16 Cromossomos sexuais em humanos Os cromossomos sexuais humanos são bem diferenciados, sendo o X um cromossomo submetacêntrico de tamanho mediano, enquanto que o Y é um pequeno acrocêntrico. Prof. Drº Marcos Sousa 17 na espécie humana existem 46 cromossomos distribuídos em 23 pares de homólogos. Prof. Drº Marcos Sousa 18 na espécie humana existem 46 cromossomos distribuídos em 23 pares de homólogos. Prof. Drº Marcos Sousa 4 19 Como surgiram os cromossomos sexuais O X e o Y, comuns a todos os mamíferos, surgiram de um par de cromossomos não ligados à sexualidade (autossomos) cerca de 300 milhões de anos atrás. Mutações sucessivas fizeram com que os dois se diferenciassem e o Y se tornasse o fator determinante da masculinidade, perdendo a maior parte dos genes que não estivessem relacionados a essa função. Essa informação genética não desapareceu e foi mantida no X. Prof. Drº Marcos Sousa 20 O Y define o sexo O cromossomo Y dos homens contém um gene (SRY) que é o responsável pela diferenciação das gônadas em testículos durante a fase embrionária. Prof. Drº Marcos Sousa 21 Mecanismo de determinação sexual Prof. Drº Marcos Sousa A determinação do sexo nos mamíferos 22Prof. Drº Marcos Sousa 23 O pareamento na meiose Bastante diferenciados, os cromossomos X e Y possuem regiões homólogas (regiões pseudoautossômicas), que permitem o pareamento dessas regiões durante a meiose, garantindo a segregação correta. Prof. Drº Marcos Sousa 24Prof. Drº Marcos Sousa 5 25 Efeitos da deleção ou translocação da região do gene SRY Prof. Drº Marcos Sousa 26 Sistemas múltiplos – vários cromossomos envolvidos na determinação do sexo. São geralmente derivados dos mecanismos simples, devido à ocorrência de translocações entre cromossomos sexuais e autossomos. Eurotettix (Orthoptera). A) macho. B) fêmea Prof. Drº Marcos Sousa 27 Determinação Sexual pela Cromatina Sexual Na espécie humana o sexo pode ser definido pela análise cromossômica de células em divisão (cariótipo). Ou em células interfásicas, pela presença da cromatina sexual. Célula normal (44 aa + XY) B = 1 - 1 =Ø ou (-) Célula normal (44 aa + Xx) B = 2 - 1 = 1 ou (+) Prof. Drº Marcos Sousa 28 Determinação Sexual pela Cromatina Sexual Células sanguíneas evidenciando leucócito com cromatina sexual Prof. Drº Marcos Sousa 29 MECANISMOS DE COMPENSAÇÃO DE DOSE - O sexo homogamético (XX e ZZ) apresenta 2 vezes a quantidade de genes ligados ao X ou ao Z do que o sexo heterogamético (XY e ZW). - O sexo heterogamético é considerado hemizigoto para os genes ligados ao X e Z. - Cromossomos Y e W: apresentam poucos genes. Prof. Drº Marcos Sousa 30 Mecanismo de Inativação Observado em mamíferos. Um dos cromossomos X das fêmeas é inativado. Prof. Drº Marcos Sousa 6 31 Hipótese de Lyon 1961: Mary Lyon e Liane Russel Só um cromossomo X é ativo nas células interfásicas. Os demais, são inativos e se condensam, podendo ser visualizados como um corpúsculo denso e esférico: O Corpúsculo de Barr ou Cromatina Sexual. Prof. Drº Marcos Sousa 32 Hipótese de Lyon: 1) Os dois cromossomos X das fêmeas estão ativos no início do desenvolvimento. 2) Cromossomos X materno e paterno são inativados ao acaso. 3) Uma vez que ocorre a inativação, todas as células derivadas terão o mesmo X inativo. Consequências da Hipótese de Lyon: 1) Compensação de dose. 2) Variabilidade da expressão de genes ligados ao X em fêmeas heterozigotas. 3) Mosaicismo celular. Prof. Drº Marcos Sousa 33 Estudos de pacientes com síndromes que envolvem cromossomos sexuais. Prof. Drº Marcos Sousa 34 Inativação do X Um cromossomo X em cada célula feminina está inativado. • - inativação é um processo aleatório – algumas células desligam o X paterno – algumas células desligam o X materno • cromossomo X inativado é visível nas células femininas – Corpúsculo de Barr - Murray Barr (1949) Prof. Drº Marcos Sousa Características do processo A inativação do X é um processo: Randômico: o X de origem paterna e materna têm a mesma probabilidade de serem alvos de inativação Fixado: uma vez que um cromossomo X é inativado, o padrão de inativação é transmitido a todos os descendentes clonais daquela célula Evento muito estável Determina mosaicismo somático 35Prof. Drº Marcos Sousa 36Prof. Drº Marcos Sousa 7 37 Inativação do X em gatas Genótipo é X amarelo/ X preto Manchas amarelas: alelo preto inativo Manchas pretas: alelo amarelo inativo Xamarelo/Xpreto Xamarelo/Xpreto x x Prof. Drº Marcos Sousa 38Prof. Drº Marcos Sousa Centro de Inativação do X (Xic) Organiza o processo de inativação do X. Região de DNA que se encontra na banda 13q do cromossomo X (Xq13). XIST (X inactivation specific transcript) é o gene fundamental no mecanismo de inativação do X Tsix: região regulatória presente em Xic 39Prof. Drº Marcos Sousa Processo de inativação do X XIST é necessário e suficiente para que ocorra a inativação do X. Nas primeiras linhagens celulares, o gene XIST é expresso em níveis baixos em ambos os cromossomos X, até que ocorra a escolha do cromossomo X a ser inativado 40Prof. Drº Marcos Sousa A partir da definição do cromossomo X a ser inativado: X inativo: o gene XIST é expressado. É apenas transcrito, não sendo traduzido em proteína e o RNAm produzido envolve o cromossomo X inativo. A expressão do gene XIST determina o silenciamento dos outros genes deste cromossomo. X ativo: gene XIST encontra-se inativo. 41Prof. Drº Marcos Sousa O gene XIST induz a inativação do X em células embrionárias, mas não é capaz de induzir o processo de inativação em células somáticas O processo de inativação do X inicia na vida embrionária, por ação do gene XIST, mas deve ser mantido através de mecanismos específicos de manutenção do padrão de inativação nas linhagens celulares subseqüentes. 42Prof. Drº Marcos Sousa 8 Manutenção A ausência de hipoacetilação e metilação fazem com que a inativação seja reversível. A metilação é um dos processos mais importantes na manutenção do cromossomo X inativo, ocorrendo após o silenciamento de genes através da ação de XIST. 43Prof. Drº Marcos Sousa Uma vez estabelecida a inativação de um dos X de uma célula, esta pode ser mantida sem a presença de XIST. A metilação também está relacionada à expressão do XIST. No cromossomo X ativo o gene XIST encontra-se hipermetilado, o que determina a ausência de sua expressão neste gene. 44Prof. Drº Marcos Sousa O processo é incompleto Há genes que escapam da inativação: Região pseudoautossômica (homologia com cromossomo Y) Região pericentromérica 30% dos genes do braço curto Alguns genes apresentam inativação variável entre diferentes indivíduos: Outros mecanismos de compensação de dosagem 45Prof. Drº Marcos Sousa Falhas na inativação X Em células embrionárias após o 13º-16º a não inativação de um dos cromossomos X é um evento letal. Em células somáticas é um evento raro, podendo ocorrer em células normais ou neoplásicas. 46Prof. Drº Marcos Sousa Gametogênese No processo de formação dos gametas femininos (oocitogênese), há a reativação do cromossomo X previamente inativo em suas células diplóides somáticas A reativação ocorre simultaneamente à diminuição da expressão do gene XIST 47Prof. Drº Marcos Sousa 48 Determinação do Sexo por Haplodiploidismo Ex: Abelhas: os machos são haplóides (n) e as fêmeas são diplóides (2n). Os machos se desenvolvem a partir de óvulos não fecundados, enquanto que as fêmeas são formadas a partir da fertilização de um óvulo (n) e um espermatozóide (n). número de lotes haplóides determina o sexo. Prof. Drº Marcos Sousa 9 49Prof. Drº Marcos Sousa 50 DETERMINAÇÃO DO SEXO EM DROSOPHILA Apesar de apresentar cromossomos sexuais diferenciados, em Drosophila, a determinação do sexo é determinada pela razão de cromossomos X com relação ao número de lotes haplóides. Em Drosophila, o cromossomo Y é responsável pela fertilidade dos machos. Prof. Drº Marcos Sousa 51 DETERMINAÇÃO DO SEXO EM DROSOPHILA Prof. Drº Marcos Sousa 52 BALANÇO GÊNICO O mecanismo de determinação de sexo pelo balanço gênico é aplicável aos insetos do gênero Drosophila. A determinação do sexo em Drosophila seria função de um índice sexual (Is) que é função do balanço entre cromossomos X e conjuntos autossomais. Prof. Drº Marcos Sousa IS = (Número de cromossomos X) (Número de conjunto autossomais) 53 BALANÇO GÊNICO A determinação do sexo em Drosophila depende do balanço entre os determinantes sexuais presentes nos cromossomos X e os determinantes sexuais presentes nos Autossomos (A). A quantidade de cromossomos X em relação ao conjunto diplóide de autossomos (2A). Razões X:A < 1,0 geram características masculinas. Portanto, não é o cromossomo Y que determina o sexo, como ocorre em mamíferos. Em mamíferos, X0 é fêmea (não tem Y) enquanto nas moscas, X0 é macho (1X:2A=0,5). Prof. Drº Marcos Sousa 54 Fêmeas: 2 cromossomos X para 2 lotes haplóides (razão=1) Machos: 1 cromossomo X para 2 lotes haplóides (razão=0,5) Prof. Drº Marcos Sousa
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