Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Prof. Dr. Marcos Sousa 1 Mutação Prof. Dr. Marcos Sousa 2 Mutação Refere-se a qualquer mudança permanente no genótipo de uma célula ou organismo. As mudanças decorrentes de recombinação que produzem novas combinações de variações genéticas já existentes, não são mutações novas. Prof. Dr. Marcos Sousa 3 Origem das mutações 1901, Hugo de Vries Colônia mutante de Aspergillus (J. Peberdy, 2000). Prof. Dr. Marcos Sousa 4 Mutações são fonte de variabilidade genética !!!! Prof. Dr. Marcos Sousa 5 Classificação das mutações Quanto ao tipo celular Somáticas (mosaicismo, câncer) Germinativas (doenças genéticas clássicas) As mutações nas células da linhagem germinativa podem ser transmitidas à prole, mas as somáticas, não. Prof. Dr. Marcos Sousa 6 2 Prof. Dr. Marcos Sousa 7 Prof. Dr. Marcos Sousa 8 Prof. Dr. Marcos Sousa 9 Prof. Dr. Marcos Sousa 10 Classificação das mutações Quanto a origem Espontâneas (10-9 – 10-10) São aquelas que ocorrem sem uma causa conhecida, podem ser resultantes de um nível baixo de erros metabólicos inerentes ou por agentes desconhecidos presentes no ambiente. Induzidas (agentes = mutágenos) São aquelas resultantes da exposição de organismos a agentes físicos e químicos que causam mudanças no DNA (ou RNA em alguns vírus). Prof. Dr. Marcos Sousa 11 Mutação espontânea Ocorre ao acaso e é rara: 1 célula bacteriana em cada 106 a 1010 células. Prof. Dr. Marcos Sousa 12 Classificação das mutações Operacionalmente é impossível determinar se uma mutação ocorreu espontaneamente ou se foi induzida por um agente mutagênico. Apenas é possível determinar tais diferenças em níveis populacionais. Se uma taxa de mutação é aumentada 100x em uma população tratada por um mutágeno, então uma média de 99 de cada 100 mutações presentes na população será causada pelo mutágeno. 3 Prof. Dr. Marcos Sousa 13 MUTAÇÃO ESPONTÂNEA Erros de replicação (tautômeros) - transições, deleções e adições; Lesões espontâneas (depurinação, desaminação-transição GC-AT, bases oxidativamente danificadas (GO) - transversões G-T) Prof. Dr. Marcos Sousa 14 Mutação Induzida Os agentes que induzem mutações podem ser divididos em dois grupos: Agentes físicos: radiação ionizante (raio X, raios gama, nêutrons, partículas alfa e beta) e radiação não ionizante (luz ultravioleta) Agentes químicos: corantes, pesticidas, herbicidas. Prof. Dr. Marcos Sousa 15 EFEITO DOS MUTAGÊNICOS Alguns agentes mutagênicos causam mal- pareamento específico entre as bases do DNA. Os agentes alquilantes - adicionarem grupos alquil (ex.: grupo etil , grupo metila) nas bases do DNA e alteram a capacidade de pareamento entre elas. Por exemplo, em presença de etilmetanossulfonato - EMS, a Timina é modificada e pode formar pontes de hidrogênio com a Guanina (pareamento “T”-G) Prof. Dr. Marcos Sousa 16 EFEITO DOS MUTAGÊNICOS os agentes desaminantes - capazes de remover o grupo amina das bases do DNA (ex.: íons bissulfito, ácido nitroso). A citosina quando é desaminada se transforma em uracila e se essa base não for removida pelo sistema de reparo, durante a replicação irá parear com a adenina. Os agentes intercalantes (ex.: proflavina, acridina laranja) são causadores de deleções e inserções de nucleotídeos. Os principais mutagênicos com esse tipo de ação estão os raios ultravioleta (UV), a aflatoxina B1, o benzo(a)pireno. Prof. Dr. Marcos Sousa 17 Prof. Dr. Marcos Sousa 18 4 Prof. Dr. Marcos Sousa 19 Mutação: um processo Aleatório e não- Adaptativo A introdução de pesticidas e antibióticos pelos humanos produziu novos ambientes para os organismos; Mutações que produzem resistência ocorreram; Os organismos sensíveis foram mortos; E os mutantes resistentes se multiplicaram A evolução por mutação e seleção natural está bem documentada. O estresse ambiental não dirige ou causa mudanças genéticas, ele simplesmente seleciona raras mutações pré-existentes que resultam em fenótipos mais bem adaptados ao novo ambiente. Prof. Dr. Marcos Sousa 20 Mutação: um processo reversível Mutação direta em um gene tipo selvagem pode produzir um alelo mutante que resulta em um fenótipo anormal. O alelo mutante também pode sofrer uma mutação reversa que restaura o fenótipo selvagem. Mutação direta Selvagem Mutante Mutação reversa Prof. Dr. Marcos Sousa 21 Reversão do fenótipo A reversão pode ocorrer de dois modos diferentes: 1. Mutação reversa => 2ª mutação no mesmo ponto do gene da mutação original, restaura o fenótipo selvagem. 2. Mutação supressora => 2ª mutação em lugar diferente do genoma, que compensa os efeitos da 1ª mutação. Prof. Dr. Marcos Sousa 22 Prof. Dr. Marcos Sousa 23 Classificação das mutações Quanto a adaptabilidade Benéficas Neutras (polimorfismos) Deletérias (doenças genéticas, câncer) Quanto ao efeito fenotípico Mutações sem efeito => isoalelos. Mutações com falta de produto gênico = alelos nulos. Se ocorrem em genes homozigotos para o crescimento do organismo => letais recessivas. Mutações letais recessivas ligadas ao X irão alterar a proporção dos sexos na prole devido ao hemizigotos letais. Prof. Dr. Marcos Sousa 24 Classificação das mutações Quanto ao nível: Gênicas Mutações de ponto Deleções e duplicações Cromossômicas Alterações numéricas Alterações estruturais 5 Prof. Dr. Marcos Sousa 25 Mutações gênicas Prof. Dr. Marcos Sousa 26 MUTAÇÃO GÊNICA Qualquer alteração permanente no DNA, isto é, uma alteração da seqüência de nucleotídeos ou arranjo do DNA no genoma. É o processo no qual os genes mudam de uma forma alélica para outra. Prof. Dr. Marcos Sousa 27 MUTAÇÃO GÊNICA As mutações gênicas podem ser divididas em duas classes principais: Substituição de Nucleotídeos - substituição de um único nucleotídeo (mutação de ponto) numa seqüência de DNA. Deleções e Inserções - causadas pela inserção ou deleção de um ou mais pares de bases. Prof. Dr. Marcos Sousa 28 Prof. Dr. Marcos Sousa 29 Substituição de nucleotídeos Mais frequente Classificação Transições: AG, CT (63%) Transversões: purina pirimidina (37%) Transversões (8)CITOSINATIMINAPIRIMÍDICA Transições (4)GUANINAADENINAPÚRICA Prof. Dr. Marcos Sousa 30 As mutações por substituição de nucleotídeos podem ser divididas em: Mutação silenciosa: quando a substituição do nucleotídeo não acarreta a modificação do aminoácido que será incorporado na cadeia polipeptídica. AGG CGG (ambas codificam Arginina) Mutação sinônima: quando a alteração do nucleotídeo leva a codificação de um aminoácido diferente, mas com função equivalente. AAA AGA (mudança de Lisina para Arginina, mas sem alteração da função da proteína) 6 Prof. Dr. Marcos Sousa 31 As mutações por substituição de nucleotídeos podem ser divididas em: Mutações de Sentido Trocado: Alteram o "sentido" do filamento codificador do gene ao especificar um aminoácido diferente. Prof. Dr. Marcos Sousa 32 Códon especifica um aminoácido diferente e não funcional. Ex.: anemia falciforme (hemoglobina falcêmica Hb S) MUTAÇÃO MISSENSE (sentido trocado) Prof. Dr. Marcos Sousa 33 Anemia falciforme Alteração de 1 dos 146 aa da -globina 6 Glu Val (A T) Hemácias adquirem forma de foice sob baixas condições de oxigênio Anemia, atraso no crescimento, esplenomegalia, infecções repetitivas... Prof. Dr. Marcos Sousa 34 Anemia falciforme Heterozigotos: são normais clinicamente, porém, hemácias sofrem afoiçamento. África: 25% heterozigotos frequência alta devidoa maior resistência dos heterozigotos à malária (mais adaptados do que os dois homozigotos). Prof. Dr. Marcos Sousa 35 Mutações de ponto Anemia falciforme(Griffiths et al, 1999). Prof. Dr. Marcos Sousa 36 Anemia falciforme 7 Prof. Dr. Marcos Sousa 37 As mutações por substituição de nucleotídeos podem ser divididas em: Mutações Sem Sentido: Normalmente a tradução do RNAm cessa quando um códon finalizador (UAA, UAG e UGA) é alcançado. Prof. Dr. Marcos Sousa 38 Deleção e Inserção de Códons Quando o número de bases envolvidas não é múltiplo de três, a mutação altera a leitura do quadro de leitura da tradução a partir do ponto de mutação. Prof. Dr. Marcos Sousa 39 Deleção e Inserção de Códons Quando o número de bases envolvidas é múltiplo de três, a mutação resulta numa proteína com a adição ou falta de aminoácidos. Prof. Dr. Marcos Sousa 40 Inserção de uma base Prof. Dr. Marcos Sousa 41 Prof. Dr. Marcos Sousa 42 Sistemas de reparo de DNA As células possuem um sistema de reparo de mutações, principalmente para aquelas induzidas por UV, que está presente na luz solar. Sistema de fotorreativação: sistema de reparo da formação de dímeros induzidos por UV, onde uma enzima se liga aos dímeros e após ativação por luz quebra as ligações dos dímeros e os dissociam, restaurando a estrutura original da molécula. Reparo por excisão: uma enzima reconhece a região da mutação e corta o filamento e então a DNA polimerase I sintetiza um novo filamento, deslocando o filamento velho que contém a mutação e então é feito um segundo corte para a retirada da porção do filamento com a mutação. O filamento novo que foi sintetizado é ligado pela DNA ligase. 8 Prof. Dr. Marcos Sousa 43 Prof. Dr. Marcos Sousa 44
Compartilhar