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CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Aula 1: Teoria da Constituição: Fala minha gente!!! Tudo certo com vocês? Enfim vamos dar início ao nosso curso... A aula de hoje será de assuntos muiiiito legais: Poder constituinte. Classificação das Constituições. Estrutura, Elementos e Normas Constitucionais. Antes de iniciarmos a aula de hoje, vamos ver alguns pontos da aula passada que devem ser fixados por vocês. Esses vocês não podem esquecer de jeito nenhum! Esqueça até o seu nome, mas não esqueça essas coisas: • Não existem hierarquias dentro de cada patamar da pirâmide de Kelsen. • Direito Constitucional Comparado - Faz comparação entre ordenamentos constitucionais de países diferentes ou em tempos diferentes. • Direito Constitucional Geral (ou comum) - Estudo teórico e geral sobre os conceitos e princípios constitucionais. • Direito Constitucional Positivo (ou especial) - Estuda um ordenamento específico que esteja vigorando em um país. • Elementos Constitutivos do Estado: Povo, Território e Governo soberano, podendo ainda ser elencada a finalidade. • Constitucionalismo Antigo - Manifestado principalmente nas civilizações hebraica e grega; • Constitucionalismo da Idade Média - Marcado pela Magna Carta de 1215; • Constitucionalismo Moderno - Marcado pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos; • Conceito ocidental ou conceito ideal de Constituição: 1. Forma escrita; 2. Deve organizar o Estado politicamente e prever a separação de funções do Poder Político (tripartição dos Poderes); 3. Deve garantir as liberdades individuais, limitando o poder do Estado; 4. Deve prever a participação do povo nas decisões políticas. • Neoconstitucionalismo - justiça social, equidade, e emprego de valores e princípios norteadores de moralidade. "pós-positivismo". Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ ênfase nos aspectos principiológicos e a Constituição como centro do Direito. • Estado Liberal - A partir da Rev. Francesa. Direitos de 1a dimensão (civis e políticos) - Brasil = CF/1824 e 1891. • Estado Social - A partir da Constituição Mexicana e Weimar - Direitos de 2a dimensão (sociais, econômicos e culturais) - Brasil = CF 1934. • Estado Democrático - Direitos de 3a dimensão (coletivos e difusos) - Brasil - CF/1988. • Sentido sociológico ^ Ferdinand Lassale: • Sentido político ^ Carl Schimitt; • Sentido Jurídico ^ Hans Kelsen. • Sentido sociológico: a Essência da Constituição - O que é a Constituição? - Constituição é um fato social - Teriam 2 constituições = a constituição real e a folha de papel. A Constituição real é formada pela soma dos fatores reais de poder, assim, todos os países têm e sempre tiveram uma constituição real e efetiva. • Sentido Político: a constituição é uma decisão política fundamental - Diferenciava a Constituição das "leis constitucionais". • Sentido jurídico: conceito formal de constituição - existe a supremacia constitucional independente do conteúdo. A constituição tem 2 sentidos: (1)Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial, pensada - como deveria ser) que serve base para o (2) sentido Jurídico-Positivo: Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento. • Konrad Hesse - A força normativa da Constituição (Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade); • J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição; • Peter Haberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição - todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar também da interpretação constitucional. Fechado?!!! Vamos começar a aula então: Poder Constituinte: Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Antes de mais nada, GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os termos tem um origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de vocês será facilitada. Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou modificar aquilo que está escrito como "Constituição". 3 Espécies: O tal do "poder de constituir" (poder constituinte) se divide basicamente em 2: originário e derivado. Veja, originário vem de "origem" (simples não?!). Assim, o poder originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a ordenação estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a Constituição. Ele pode também ser chamado de poder constituinte de primeiro grau. O poder derivado é o que "deriva" do inicial, ele é criado pelo poder constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram inicialmente previstas, é o chamado poder constituinte de segundo grau. De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes (sempre um único originário e o resto derivando dele): 1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder político (organizador). Todos os outros são poderes jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já estão na ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico". 2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu texto. (CF, art. 60). 3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política causada pela nova Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder , então, manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. O procedimento de revisão constitucional era um procedimento bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3° ADCT). 4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal chamada de "auto-organização". OBS. A criação pelos Municípios de suas "leis orgânicas municipais" não é considerada como fruto deste poder constituinte decorrente, já que a lei orgânica não possui aspecto Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ formal de constituição e sim de uma lei ordinária, embora materialmente seja equiparada a uma Constituição. No entanto, alguns doutrinadores costumam dizer que se trata de um "poder constituinte de terceiro grau". 5- Derivado Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se promover a mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição. Informal porque não altera a "forma", ou seja, a estrutura do texto, mas somente a sua interpretação. 4 Poder Constituinte Originário X Derivado: O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra "O que é o terceiro Estado?" publicada pouco antes da Revolução Francesa. Assim, segundo o abade, decorreria da soberania que a nação possui para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, temos que o povo é o titular da soberania (poder supremo que é exercido pelo Estado nos limitesde um determinado território, sem que se reconheça nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência disso, também será o titular do poder constituinte originário, que é a expressão desta soberania. Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder político, ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem jurídica. Assim, ele é o poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do poder constituinte originário está se organizando o Estado e assim criando a ordem jurídica. Dentro desta ordem jurídica estará também instituindo-se os demais poderes constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e retiram o seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. Tais poderes não são mais poderes iniciais, mas sim derivados. Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da Constituição. Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO nos limites do texto constitucional. Na CF brasileira, os encontramos nos seguintes dispositivos: Reformador - CF, art. 60; Revisor - CF, ADCT, art. 3°; Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11. Difuso - Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente dela, reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ que os órgãos políticos possuem de direcionar o Estado, interpretando a Constituição. 5 Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário: Titular do Poder X Exercente do Poder: Poder Constituinte Supranacional: O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente). Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e é na vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes esse poder é usurpado pelo governante. Na história, então, vemos que este poder tem sido manifestado das seguintes formas: • Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião de legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional. • Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional. • Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova Constituição (ou Carta Constitucional) de observância obrigatória para o povo, sem que este se manifeste. • Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional através de um referendo. Desta forma, não obstante ser um Constituição outorgada, temos a participação popular para que entre em vigor. É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, achando que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de legitimados, ela tomaria para si a titularidade. O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é apenas o exercente deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a feitura da Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem constitucional não é mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e instituir uma nova. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única para ordenar politicamente e juridicamente diversos Estados, como se tentou, sem sucesso, na União Européia. 6 Características do PCO e suas definições: 1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os outros poderes; 2- Inicial - É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico; 3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" diz que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. Porém, para fins de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota majoritariamente a corrente positivista. Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela corrente positivista, existe historicamente nas Constituições (de países democráticos) um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa humana e da justiça. A diferença é que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma obrigação instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas um bom senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência lógica do regimes que se pretendem instituir. 4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 5- Incondicionado - Não existe nenhum procedimento formal pré-estabelecido para que ele se manifeste. 6 - Permanente - Porque não se esgota no momento de seu exercício. Atenção: Cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a definição de outra. Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois não se sujeira a nenhum procedimento pré- estabelecido de manifestação". É errado pois definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum em concursos. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível materialmente. Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e continuarão a viger, independente de sua forma. É uma face do princípio da conservação das normas e da economia legislativa. Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN (lei n° 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a recepção parcial é perfeitamente válida. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 7 Características dos Poderes Derivados (em especial o reformador) e suas definições 1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem jurídica. 2- Derivado - Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO. 3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito estabelecido pelo art. 60 4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela Constituição. Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário: 1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior. Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, não é aceito no Brasil a chamada "teoriada desconstitucionalização". A teoria da desconstitucionalização defende que as normas constitucionais anteriores, que não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da desconstitucionalização" só deverá ser marcada como correta no concurso caso se fale em "doutrina minoritária". CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do advento da nova constituição, assim, normas anteriores já revogadas, anuladas, ou ainda em vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a publicação da lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser recepcionadas. As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada. CF que permite matéria "A" Lei que trata da matéria "A" Nova CF que proíbe a matéria "A" Revogação - não se pode falar em inconstitucionalidade superveniente. Para ser inconstitucional tem que fazer a averiguação da compatibilidade em face da CF do momento que foi criada. 3- Produção de efeitos com retroatividade mínima. Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior à entrada em vigor. Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade mínima, já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. A doutrina divide os efeitos da retroatividade das normas, geralmente em 3 modos: • Máxima - Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. Ex. As prestações que já venceram e que já foram pagas. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ • Média - Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já vencidas mas que não foram pagas. • Mínima - Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os efeitos futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a teoria adotada no Brasil. Ex. As prestações que ainda irão vencer. Para exemplificar essa produção de efeitos: Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com retroatividade mínima é a "vedação da vinculação ao salário mínimo" - CF, art. 7°, IV. Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de pensões e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, no momento da vigência da norma constitucional, era necessário modificar a maneira de calculá-las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de calcular o benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos mas não foram. Vai valer somente para os próximos proventos. Veja que não podemos confundir isso com "irretroatividade", pois estamos falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido pela nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos vencimentos continuariam sendo pagos com a vinculação anterior estabelecida em número de salários mínimos e não é isso que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em seus "efeitos futuros". Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 9 Importante salientar que: esta é a regra que acontece caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto. Reforma Constitucional: Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais são as condições e limitações ao seu exercício: CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ (CF, art. 60) 1. De pelo menos 1/3 dos Deputados ou Senadores; 2. Do Presidente da República; 3. De mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Obs. Maioria relativa = maioria simples (mais da metade dos votos dos presentes); Limitação circunstancial (CF, art. 60 §1°) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Limitação Procedimental (CF, art. 60 §2°) A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 do votos dos respectivos membros. Promulgação (CF, art. 60 §3°) A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Limitação Material Expressa (Cláusulas Pétreas Expressas) (CF, art. 60 §4°) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 1. a forma federativa de Estado; 2. o voto direto, secreto, universal e periódico; 3. a separação dos Poderes; 4. os direitos e garantias Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ individuais. Obs. Entende-se que não se pode sequer reduzir o alcance destas matérias, mas observe que elas não são imutáveis, pois poderá ser mexido no caso de aumentar o poder de alcance delas. Obs2. Voto obrigatório não é cláusula pétrea, apenas o fato de ser direto, secreto, universal e periódico. Limitação Material Implícita (Cláusulas Pétreas Implícitas) (Reconhecidas pela doutrina e jurisprudência ) 1. o povo como titular do poder constituinte; 2. o poder igualitário do voto. 3. o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma); Princípio da irrepetibilidade (Limitação Formal) (CF, art. 60 §5°) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Obs2. Não confunda sessão legislativa (anual) com legislatura (período de 4 anos). Limitação Temporal A limitação temporal ocorre quando somente depois de decorrido certo lapso temporal a Constituição poderá ser reformada. A CF/88 não estabeleceu nenhuma limitação temporal, mas, tal limitação pode ser encontrada em Constituições de outros países. Demais considerações: Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ • Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 1988 como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um princípio sensível, como visto em "intervenção federal". O entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas reconhecem a forma republicana como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada ao "voto periódico", típico dos governos republicanos. Em concursos, se não houver abertura na questãopara os pensamentos doutrinários, deve-se indicar que a república não é uma cl • Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5° da CF, estando espalhados ao longo dela. • Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60 seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, nem dificultando o processo. Jurisprudência: • É importante ressaltar uma limitação que ocorre para as Constituições Estaduais. No entendimento do STF afronta o princípio fundamental da separação a independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de matéria, sem caráter essencialmente constitucional - assim, por exemplo, a relativa à fixação de vencimentos ou a concessão de vantagens específicas a servidores públicos -, que caracterize fraude à iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias. CF, ADCT, art. 3° ^ A revisão constitucional será realizada após 5 anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral. Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, percebe-se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 12 Revisão Constitucional: CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição. É fruto do Poder Constituinte Derivado Difuso. Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a norma está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, igualzinho, o que se muda é apenas a forma de interpretá-lo. Exemplo: CF, art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...). Veja que o dispositivo acima diz o termo "residente", assim, em uma leitura "seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro que decidisse fixar o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às inviolabilidades ali previstas. Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve ser entendido como "todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim o estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos direitos individuais. Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o dispositivo continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma interpretação expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles direitos. 13 Mutação Constitucional: Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado Decorrente: O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa observar certos princípios (que serão visto em pormenores posteriormente). São eles: • Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a intervenção federal. • Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP • Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro. • Questões da FCC 1. (FCC/AJEM-TRT 7a/2009) O poder constituinte derivado é subdivido em: a) inicial e incondicionado. b) inicial e ilimitado. c) autônomo e incondicionado. d) reformador e decorrente. e) autônomo e ilimitado. Comentários: Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado pede "subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra D, traz espécies de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem características... daí ser muito importante atentar ao enunciado. Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, todas as letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do PCO e não do PCD. Gabarito: Letra D. 2. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte Originário caracteriza-se por ser: a) autônomo e condicionado. b) reformador e decorrente. c) condicionado e decorrente. d) inicial, ilimitado e reformador. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 14 Simetria federativa seria "espelhar" em cada esfera da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) aqueles princípios básicos, que podem ser extendidos. Por exemplo: Aquilo que cabe ao Presidente da Republica em âmbito federal, caberá ao Governador no âmbito estadual, e ao Prefeito no âmbito municipal (observados, obviamente, certas peculiaridades e limites). investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da federação, de forma comum. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. Comentários: E aí, pessoal? tá fácil ou não? Letra A - Errada. Ele é incondicionado. Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD. Letra C - Vou nem comentar. Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do Derivado (PCD). Letra E - Agora sim... Gabarito: Letra E. 3. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a respeito do Poder Constituinte: I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-se em originário e derivado. II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição. III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado. IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte derivado. Está correto o que se afirma SOMENTE em a) I e IV. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV. e) IV. Comentários: I - Correto. Exatamente o que vimos. II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a regras procedimentais de manifestação. III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de certas matérias. IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do chamado Poder Constituinte Derivado Reformador. Gabarito: Letra A. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 4. (FCC/Analista - TRT 16a/2009) Em tema de Poder Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade. b) é incondicionado,porque não tem ele que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização. c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para manifestar sua vontade. d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem jurídica. Comentários: Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos da Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, anterior a ela. Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao "procedimento formal de manifestação", ou seja, a inexistência de forma, ou rito, pré-estabelecido para se manifestar. Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro poder anterior a ele. Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar de qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois não deriva nem se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é incondicionado pelo fato de que o procedimento para se manifestar é livre, não há qualquer rito pré-estabelecido para a sua manifestação. Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte originário é pelo fato de que ele dá início ao novo ordenamento jurídico e faz isso através da Constituição: a base da ordem jurídica. Gabarito: Letra A. 5. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado). Comentários: A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados- membros possuem para se auto-organizarem. Gabarito: Correto. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 6. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de expressão desse Poder. b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a nação é seu exercente. c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral. e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o Executivo, auxiliados pelo Judiciário. Comentários: Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do PCO. Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a assembléia é mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome do povo. Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram essa...! Não foi? Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou melhor da "Carta"! Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa era pra todo mundo rabiscar logo de cara. Gabarito: Letra C. 7. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado). Comentários: Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá início ao ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê- lo serão poderes derivados. Gabarito: Errado. 8. (FCC/Assistente - MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado). Comentários: Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito brasileiro, já que o advento de uma nova Constituição promove a revogação de todas as normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não havendo o que se falar em "rebaixamento de status" de normas anteriores através de desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as normas que não possuem status constitucionais que, se compatíveis materialmente, continuarão válidas pela chamada teoria da recepção. Gabarito: Errado. 9. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte Reformador: a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente da República. b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal. c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão unicameral. d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de referendo. e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa. Comentários: Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda constitucional. Após a sua aprovação ela será promulgada pelas Mesas das Casas Legislativas do Congresso Nacional. Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o "Decorrente" e não o "Reformador". Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" e não da "reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a revisão constitucional era feita em turno único e não em "dupla votação". Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso. Letra E - Correta. As limitações circustanciais estão no §1° do art. 60, quando diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Gabarito: Letra E. • Questões do CESPE: 10. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser aplicada nos Estados em que se adotam constituições não escritas e semirrígidas. Comentários: A teoria do Poder Constituinte realmente foi esboçada pelo Abade Emmanuel Sieyès, porém, ela se dirigia essencialmente às constituições escritas e rígidas, típicas do constitucionalismo francês. Como poderíamos vislumbrar um poder constituinte reformador em uma constituição flexível? Não há como, pois nas constituições flexíveis o poder de modificar a constituição é o simples poder de se elaborar uma lei, um simples poder legislativo e não constituinte, já que não há preocupação com a forma tratada, mas apenas com o conteúdo sobre o qual versam as normas daquele Estado. Gabarito: Errado. 11. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de o poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidadeda pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando da criação de uma nova constituição. Comentários: Para a corrente positivista, o poder constituinte é inicial e ilimitado, não se reconhece limitações ao seu exercício Apesar dessa inexistência de limitações, existe historicamente nas Constituições um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ humana e da justiça notadamente como decorrência lógica do regimes que se pretendem instituir. Gabarito: Correto. 12. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito internacional. Comentários: Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional, também chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder capaz de transcender aos limites de um Estado, impondo-se sobre diversos Estados. É o que, sem sucesso, se tentou realizar na União Europeia com a "constituição comum". Gabarito: Correto. 13. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias constituintes. Comentários: O titular do Poder Constituinte é o "povo". As assembléias são apenas os exercentes do Poder. Gabarito: Errado. 14. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder constituinte derivado, aos quais correspondem, respectivamente, os conceitos de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de primeiro grau. Comentários: É o inverso, o PCO é o de primeiro grau e o PCD o de segundo grau. Gabarito: Errado. 15. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte derivado pode ser subdivido em poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O segundo consiste naquele que possibilita aos estados-membros que estes, em virtude de sua autonomia político-administrativa, se auto-organizem Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ por meio de constituições estaduais que respeitem, sempre, as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal. Comentários: É isso aí. As definições estão perfeitas. Gabarito: Correto. 16. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) Inexiste uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder constituinte originário, mas é possível apontar duas formas básicas de sua expressão, por meio das assembléias nacionais constituintes e dos movimentos revolucionários. Comentários: Embora possamos elencas modos de aparecimento das constituições (basicamente assembleias constituintes e movimentos revolucionários), inexiste uma forma prefixada para que ele se manifesta. Está correta a questão. Gabarito: Correto. 17. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder constituinte originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior. Comentários: Exatamente, o poder é originário pois é o primeiro, inicial, um poder político inaugurador da ordem jurídica. Gabarito: Correto. 18. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser submetida ao poder constituinte derivado. Comentários: Não é isso não. Justamente por ser rígida, foi estabelecido um procedimento especial de reforma de seu texto, que é o poder constituinte derivado reformador encontrado no art. 60. Gabarito: Errado. 19. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-membros da Federação. Comentários: Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Exato. O poder decorrente é aquele que pertence aos Estados da Federação para que se "auto-organizem". Gabarito: Correto. 20. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota- se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade. Comentários: O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não se exaure no tempo. Gabarito: Errado. 21. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) O poder constituinte originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente. Comentários: O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não se exaure no tempo. Gabarito: Correto. 22. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as cláusulas pétreas. Comentários: Isso aí, com o exercício do PCO, tudo que era Constitucional anteriormente fica revogado e nasce uma nova ordem jurídica, não se aproveita nada que tenha status constitucional, apenas as normas infraconstitucionais que forem compatíveis é que serão recepcionadas. Gabarito: Correto. 23. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Comentários: Elas são dotadas de retroatividade mínima já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. Gabarito: Errado. 24. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido. Comentários: Neste caso estaríamos diante de uma revogação e não de uma inconstitucionalidade superveniente. Esta não é aceita no Brasil, já que adota-se a teoria da inconstitucionalidade congênita, ou seja, para a norma ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional. Uma norma nunca se "torna" inconstitucional ao longo do tempo. Gabarito: Errado. 25. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova constituição. Comentários: Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material. Gabarito: Errado. 26. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré- jurídica. Comentários: Exato. É uma oposição à corrente jusnaturalista, que considerava que o poder constituinte originário estaria limitado a um direito natural de existência pré-constitucional. Esta corrente não foi adotada no Brasil que seguiu a doutrina positivista. Gabarito: Correto. 27. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MPPROFESSOR: VÍTOR CRUZ Comentários: A questão possui dois erros. O primeiro é que o Brasil adota a corrente positivista. O segundo erro é que as características de "ilimitado" e natureza "pré-jurídica" são também características delineadas pela corrente positivista, e não pela jusnaturalista, segundo a qual o PCO estaria limitado por um direito de ordem pré- constitucional, o direito natural, de status supranacional. Gabarito: Errado. 28. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais. Comentários: Não, não... O art. 60 da Constituição traz diversas limitações materiais (cláusulas pétreas), além de limitações formais (procedimentos) e circunstanciais (momentos em que a CF não estará sujeita à reforma). Gabarito: Errado. 29. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica. Comentários: Segundo a doutrina, devido ao fato de a lei orgânica não se revestir na forma de uma constituição, ela não pode ser considerada fruto de um poder constituinte derivado decorrente, embora seja o passo principal da auto-organização do Municípios. É importante salientar, porém, que em se tratando da Lei Orgânica do DF, isso não é de todo verdade, pois o STF reconhece o seu status constitucional na parte que versa sobre matérias reservadas aos Estados-membros, sendo, então, admitido inclusive controle de constitucionalidade de leis face à Lei Orgânica do DF. Gabarito: Correto. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 30. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) O poder constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional. Comentários: Em regra, não existe desconstitucionalização. A teoria aceita no Brasil é a da revogação do ordenamento constitucional anterior. Porém, o poder constituinte originário é ilimitado. Caso este poder expressamente preveja o instituto da desconstitucionalização, não haverá qualquer impedimento para tal. Gabarito: Correto. 31. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e também pelo derivado revisor. Comentários: O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto constitucional que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu. Outro erro é o fato de que existem algumas circunstâncias que impedem o uso, inclusive, do poder reformador, é o caso de estarmos em uma intervenção federal, estado de sítio ou estado de defesa. Desta forma, não pode-se falar de forma alguma em "a qualquer tempo". Gabarito: Errado. 32. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação. Comentários: Tais características descritas no enunciados só valem para o poder reformador, já que o revisor tem votação em turno único, devendo ser aprovado por maioria absoluta apenas, além de não poder ser utilizado a qualquer tempo, mas somente após o quinto ano após a promulgação da Constituição, após isso ele exauriu-se, não podendo ser reutilizado. Isto é o que dispõe o art. 3° ADCT. Gabarito: Errado. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 33. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso. Comentários: Isso aí... O Poder Constituinte Difuso é o poder que os agentes políticos possuem para promover a chamada "mutação constitucional", ou seja, atribuir novas interpretações à Constituição para que ela consiga se adequar à realidade da sociedade sem que seja necessário alterar o texto formal da norma. A mutação constitucional, não é irrestrita. Este poder deve respeitar certos limites como os princípios estruturantes do Estado e a impossibilidade de se subverter a literalidade de norma que não dê margem a interpretações diversas. Gabarito: Correto. 34. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação constitucional. Comentários: A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da Constituição, ou seja, altera-se a interpretação das normas para que a Constituição possa acompanhar os anseios da Sociedade, sem que para isto se altere o texto escrito da Lei Maior. Gabarito: Errado. 35. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da Federação, para inserir na competência federal matéria até então da competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento jurídico. Comentários: É importante observar o seguinte: a federação é composta pela União, 26 Estados, 1 Distrito Federal e milhares de municípios. Caso uma constituição A diga que a matéria X é de competência da União e a constituição B, posterior, coloque a matéria X sob competência legislativa estadual ou municipal, teremos a subsistência da lei federal que, única, permanecerá em vigor até que cada estado ou município edite sua própria lei revogando, então, a antiga lei federal. Agora, se ocorrer o inverso, não poderíamos falar na federalização Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ das normas anteriormente estaduais ou municipais, pois, teríamos um caos jurídico. Não podemos imaginar 27 diferentes normas estaduais ou milhares de diferentes normas municipais se federalizando, isso seria impossível. Gabarito: Errado. Classificação das Constituições: Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições. Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo, não são classificações excludentes e sim "cumulativas", já que uma constituição pode ter umas várias classificações diferentes, dependendo tão somente de qual quesito está sendo observado, por exemplo a sua estrutura, extensão, formação e até mesmo a forma como ela se relaciona com a realidade da sociedade. Vamos então analisar cada um desses quesitos: 1- Quanto à origem: Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à origem, a Constituição pode ser: • Promulgada (popular, ou democrática) - É aquela legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembléia constituinte formada por representates eleitos pelovoto popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988) • Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente pelos governantes sem manifestação popular. Muitos autores chamam de "Carta" e não de "Constituição". (ex. Brasil de 1824, 1937, 1967 e a EC 1/69, que pode ser considerada como uma Constituição autônoma) • Cesarista (ou bonapartista) - É uma carta considerada outorgada, porém, é submetida a uma votação popular para que seja ratificada. Não se pode dizer essa participação popular torna a constituição democrática, já que se trata tão somente de uma ratificação para fins de consentimento do povo com a vontade do governante. Pulo do Gato: No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um número ímpar, as demais são pares). Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 2- Quanto à forma: • Escrita (ou instrumental) - É formalizada em um texto escrito. (ex. Brasil de 1988) caracterísitcas do conceito ideal de Constituição do constitucionalismo moderno e, para o Prof. Canotilho, a constituição escrita tem função de racionalizar, estabilizar, dar segurança jurídica, além de ser instrumento de calculabilidade e publicidade. • Não-escrita - Também chamada de Constumeira (Consuetudinária), não se manifesta em estrutura solene. A matéria constitucional está assentada e reconhecida pela sociedade em seus usos, costumes e etc. (ex. Inglaterra) a) Para Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve estar codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em leis esparsas não pode ser considerada uma Constituição escrita. b) Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver sistematizada em um documento único será chamada de codificada, já se estiver em textos esparsos, será chamada de legal. c) O Prof. Pinto Ferreira utiliza a mesma lógica de André Ramos Tavares, mas chama a primeira (texto único) de reduzida, enquanto a segunda (textos esparsos) denomina de variada. d) É importante não confundir a nomenclatura "legal" da classificação do Prof. Tavares com outra proposta por Alexandre de Moraes. Para este autor, constituição legal seria aquela que tem o poder de se impor, tem força normativa tal qual as leis. Assim, se utilizarmos o exemplo da CF/88, ela não seria legal, mas sim codificada sob a ótica do Prof. Tavares (a qual relaciona estes termos ao fato de os termos estarem ou não compilados), porém, seria um constituição legal se analisada sob este aspecto proposto por Alexandre de Moraes (o qual utiliza o termo, não para distinguir a condensação ou não dos textos, mas para demonstrar a sua força normativa). 3- Quanto à extensão: • Sintéticas - São concisas, ou seja, aquelas que restringem-se a tratar das matérias essenciais a uma Constituição - Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br Observações: 28 Observação: Como já foi visto, a forma escrita é uma das CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP basicamente a organização do Estado e direitos fundamentais. (Ex. EUA) • Analíticas - São as extensas, prolixas, que tratam de várias matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência das Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se limitar a garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para assegurar os direitos. (Ex. Brasil 1988) 4- Quanto ao conteúdo: • Material - Quando adotam-se como constitucionais apenas as normas essenciais a uma Constituição. pois possuia em seu art. 178 o seguinte texto: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos". Ou seja, ela limitou o que seria ou não Constitucional usando como critério o conteúdo, matéria tratada e não a forma. • Formal - Independe do conteúdo, basta que o assunto seja tratado em um texto rígido supremo para ser tido como constitucional. (Ex. Brasil de 1988) 5- Quanto à elaboração: • Dogmática - É aquela elaborada por um órgão Constituinte consolidando o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado momento, por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer estas situações que ainda não estão "maduras", solidificadas no pensamento da sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da teoria política e do direito dominante naquele determinado momento da história de um Estado. • Histórica - Diferentemente da dogmática, a histórica não é elaborada em um momento específico, ela surge ao longo do tempo. Desta forma, ela não precisa ser escrita pois possui seus fundamentos já solidificados. 6- Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): • Rígida - Quando se sobrepõe a todas as demais normas. Assim, somente um processo legislativo especial e complexo Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 29 Observação: A Constituição brasileira de 1824 era material, CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ poderá alterar seu texto. É o que ocorre na CF/1988, que prevê um processo muito mais rígido para se elaborar uma Emenda Constitucional do que para elaborar uma simples lei ordinária. • Flexível - Quando está no mesmo patamar das demais lei, não necessitando nenhum processo especial para alterá-la. • Semi-rígidas ou semi-flexível- Possuem uma parte rígida e outra flexível. a Constituição Brasileira de 1824 era semi-rígida pois, como vimos, trazia em seu art. 178 que: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias". • Imutáveis - Não podem ser alteradas. • Super-rígidas - É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88. Isso ocorre pois na Constituição de 1988 temos as chamadas "cláusulas pétreas", normas que não podem ser abolidas por emendas constitucionais. 7- Quanto à finalidade: • Garantia (ou negativa) - É aquela que se limita a trazer elementos limitativos do poder do Estado. • Dirigente - Possui normas programáticas traçando um plano para o governo. • Balanço - Utilizada para ser aplicada em um determinado estágio político de um país. De tempos em tempos é revista para se adequar o texto à realidade social, ou criar uma nova Constituição. 8- Quanto à relação com a realidade (classificação ontológica): Classificação desenvolvida por Karl Loewenstein. Classificam-se as Constituições de acordo com o modo que os agente políticos aplicam a norma. • Constituição normativa - É a Constituição que é efetivamente aplicada, normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos. • Constituição nominal, nominalista ou nominativa - É ignorada na prática. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ • Constituição semântica - É aquela que serve apenas para justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder. • Constituições nominalistas - Seriam aquelas que em seu texto já possuem direcionamentos para resolver os casos concretos. Basta uma aplicação pura e simples das normas através de uma interpretação gramatical-literal. • Constituições semânticas - Seriam aquelas constituições onde, para se resolverem osproblemas concretos, precisaria de uma análise de seu conteúdo sociológico, ideológico e metodológico, o que propicia uma maior aplicabilidade "político- normativa-social" de seu texto. Assim, segundo a classificação de Loewenstein, entendemos que o Brasil teria uma Constituição normativa, pois ela é uma norma a ser seguida e podemos exigir o seu cumprimento (embora muitos doutrinadores adotem como sendo nominalista, pois defendem que, na prática, muitos de seus preceitos são ignorados, principalmente os programáticos). Segundo a classificação trazida pelo Prof. Alexandre de Moraes, ela seria nominalista pois traz em seu texto os meios para solucionar as controvérsias. 9- Quanto à dogmática (ou ideologia): • Ortodoxas (ou simples) - influenciada por ideologia única. • Ecléticas (ou complexas) - influenciada por várias ideologias. 10- Outras Classificações: A doutrina ainda traz a classificação das Constituições denominadas Pactuadas ou Dualistas que se referem a um compromisso firmado entre o rei e o Poder Legislativo, pelo qual a monarquia ficaria sujeitada aos esquemas constitucionais. Assim a Constituição se sujeitaria a dois princípios: monárquico e democrático. Um exemplo foi a Magna Carta inglesa de 1215, onde o rei João Sem Terra, para não ser deposto de seu trono, teve de aceitar uma carta imposta pelos barões, se submetendo a um rol de exigências destes. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 31 Observação: Essa classificação de Loewenstein possui nomenclatura semelhante a uma outra classificação trazida pelo Prof. Alexandre de Moraes. Segundo o Prof.: CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Classificação da Constituição Brasileira de 1988: Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições: Critério Classificação Conceito No Brasil (CF/88) Origem Outorgada Imposta pelo governante. Promulgada Origem Promulgada Legitimada pelo povo através de uma Assembléia Constituinte. Promulgada Origem Cesarista Imposta pelo governante, mas posteriormente levada à aprovação popular (não deixa de ser outorgada). Promulgada Forma Escrita Documento Escrito (se único = codificada/se vários = legal). Escrita e Codificada. Forma Não-Escrita Consuetudinária (costumeira). O que importa é o conteúdo e não como ele é tratado. Escrita e Codificada. Extensão Sintética Dispõe apenas sobre matérias essenciais (organização do Estado e limitação do poder). Analítica Extensão Analítica E extensa tratando de vários assuntos, ainda que não sejam essenciais. Analítica Conteúdo Formal Independe do conteúdo tratado. Se estiver no corpo da Constituição será um assunto Formal Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 32 Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, dogmática, dirigente, eclética, normativa (ou nominalista - sem consenso, neste caso - na classificação de Loewenstein), nominalista (na classificação de resolução dos problemas de Alexandre de Moraes), codificada (para André Ramos Tavares) ou reduzida (para Pinto Ferreira), legal (pelo fato de valer como lei, para Alexandre de Moraes). CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ constitucional, já que o importante é tão somente a forma. Material O importante é apenas o conteúdo. Não precisa estar formalizado em uma constituição para ser um assunto constitucional. Elaboraç ão Dogmática Necessariamente escrita. Reflete a realidade presente na sociedade em um determinado momento. Dogmática Elaboraç ão Histórica Consolidada ao longo do tempo. Dogmática Alterabili dade ou estabilid ade. Flexível Pode ser alterada por leis de status ordinário. Prescinde de procedimento especial para ser alterada. Rígida (ou super-rígida já que possui cláusulas pétreas). Em 1824 era semi-rígida. Alterabili dade ou estabilid ade. Rígida Somente pode ser alterada por um procedimento especial. Rígida (ou super-rígida já que possui cláusulas pétreas). Em 1824 era semi-rígida. Alterabili dade ou estabilid ade. Semi-rígida ou semi- flexível Possui uma parte rígida e outra flexível. Rígida (ou super-rígida já que possui cláusulas pétreas). Em 1824 era semi-rígida. Alterabili dade ou estabilid ade. Imutável Não podem ser alteradas Rígida (ou super-rígida já que possui cláusulas pétreas). Em 1824 era semi-rígida. Ontológic a ou conexão com a realidade Nominalista É ignorada. Normativa ou nominalista (sem consenso) Ontológic a ou conexão com a realidade Normativa Efetivamente aplicada. Normativa ou nominalista (sem consenso) Ontológic a ou conexão com a realidade Semântica Criada apenas para justificar o poder de um governante. Normativa ou nominalista (sem consenso) Finalidad e Dirigente Possui normas programáticas traçando um plano para o governo. Dirigente Finalidad e Garantia Constituição negativa, sintética. Não traça planos, apenas limita o poder e organiza o Estado. Dirigente Finalidad e Balanço Utilizada para ser aplicada Dirigente Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 33 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ em um determinado estágio político de um país. Ideologia Ortodoxa Única ideologia Eclética Ideologia Eclética Várias ideologias Eclética • Questões da FCC: 1. (FCC/AJEM-TRT-7a/2009) A Constituição que prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando- o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como: a) pactuada. b) analítica. c) dirigente. d) dualista. e) sintética. Comentários: Questão bem direta, acho que não há dúvidas que tal constituição seria uma Constituição "sintética", não é mesmo? Ela trata apenas daquilo que é essencial: organização do Estado e direitos fundamentais. A letra A e a letra D são excludentes... Pactuada seria o mesmo que dualista, são as constituições fruto de um acordo entre o rei e o legislativo. Analítica é o contrário da sintética, não fala só das coisas que o enunciado propôs, mas sim sobre um monte coisa que nem precisava estar ali. A letra C traz uma constituição que se caracteriza por também ser analítica, pois além de limitar o poder e organizar o Estado, traz as norma programáticas, ou seja, normas que irão traçar um plano para o governo se orientar. Ex. " Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas". Gabarito: Letra E. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 34 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 2. (FCC/AJEM-TRT-4a/2009) A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e sua extensão, como: a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética. b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética. c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica. d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética. e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica. Comentários: Questão muito interessante. Sabemos que a CF de 1988 é uma constituição rígida, pois somente com um processo bem complexo é que pode ser modificada (precisa seguir todo o rito que o art.60 estabeleceu). O Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88 como super-rígida, pois possui as cláusulas pétreas, ou seja, matérias que não podem ser abolidas. A FCC costuma seguir a doutrina do Alexandre de Moraes no tema "classificação das constituições", tanto que, conforme vimos, considera a CF/88 como sendo uma Constituição legal. Assim, a CF/88, embora seja uma Constituição rígida, também poderá ser considerada super-rígida, aliás, recomendo seguir esta classificação quando mencionada pela questão. ok? Desta forma: Letra A - Errado, pois ela não é histórica ou costumeira, nem flexível e nem sintética. Letra B - Errada, pois ela não é material, nem outorgada, nem sintética. Letra C - Perfeito. Letra D - Errada, pois ela não é material, nem semi-rígida e nem sintética. Letra E - Errada, pois ela não é histórica ou costumeira, nem outorgada, e nem flexível. Gabarito: Letra C. 3. (FCC/Analista-TRE-MG/2005) Tendo em vista a classificação das constituições, pode-se dizer que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente é considerada escrita e legal, assim como a)super-rígida, popular, histórica, sintética e semântica. Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 35 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ b) rígida, promulgada, dogmática, analítica e formal. c) semi-rígida, democrática, dogmática, sintética e pactuada. d) flexível, outorgada, dogmática, analítica e nominalista. e) flexível, promulgada, histórica, analítica e formal. Comentários: Sem maiores delongas (vamos ser pragmáticos...rs) o gabarito desta questão é a letra B, já que a CF/88, como vimos, é uma constituição: Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, dogmática, dirigente, normativa (para Loewenstein), nominalista (pela classificação de Alexandre de Moraes), legal (Alexandre de Moraes). Gabarito: Letra B. 4. (FCC/Auditor TCE-AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto I. à forma, em escritas e não escritas; II. ao conteúdo, em materiais e formais; III. à origem, em promulgadas e outorgadas; IV. à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas; V. à finalidade, em dirigentes e garantias. É correto o que se afirma em a) I, II, III, IV e V. b) I e II, somente. c) I, III, V, somente. d) II, III e IV, somente. e) III, IV e V, somente. Comentários: Tá tudo certinho... Os 5 itens estão corretos. Gabarito: letra A. 5. (FCC/Analista - TRT 16a/2009 - Adaptada) Semiflexível é a constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário (CERTO/ERRADO). Comentários: Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 36 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ Para alterar as normas de uma constituição rígida, precisamos de um procedimento especial. Para alterar as normas de uma constituição flexível, precisa-se de o mesmo rito de elaboração de uma simples lei ordinária. Nas constituições semi-rígidas ou semiflexíveis, há uma parte rígida e uma parte flexível. Gabarito: Correto. 6. (FCC/Analista-MPE-SE/2009 - Adaptada) A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que a Constituição brasileira do Império era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida (CERTO/ERRADO). Comentários: Quando a CF de 1824 dispôs: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias". Ela estava dizendo que uma parte da constituição seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria flexível (parte não-constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível. Atualmente, a CF/88 é do tipo rígida, já que todas as suas normas, para serem alteradas, precisam de um procedimento especial. Gabarito: Correto. 7. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009 - Adaptada) O conceito de normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição (CERTO/ERRADO). Comentários: Como vimso, pelo art. 178 da CF de 1824 inferia-se que em seu corpo possuia uma parte que era materialmente constitucional, distitnta das demais. Essa parte seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria flexível (parte não materialmente Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 37 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível. Gabarito: Correto. 8. (FCC/Procurador do TCE-MG/2007) No que se refere à classificação das constituições, é certo que as: a) sintéticas se formam do produto sempre escrito e flexível, sistematizado por um órgão governamental, a partir de idéias da teoria política e do direito dominante. b) dogmáticas são frutos da lenta e contínua síntese das tradições e usos de um determinado povo, podendo apresentar-se de forma escrita ou não-escrita. c) formais consistem no conjunto de regras materialmente constitucionais, editadas com legitimidade, estejam ou não codificadas em um único documento. d) promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época, sem a participação popular, tendo natureza imutável. e) analíticas ou dirigentes, examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. Comentários: Letra A - Errado. Não há qualquer correlação entre os termos. A Constituição sintética é aquela que trata apenas de assuntos estritamente relacionados com o conteúdo essencial a uma constituição. O texto refere-se ao que podemos classificar como uma Constituição dogmática. Letra B - Errado. Esse é o conceito de Constituição histórica. Letra C - Errado. Esse é o conceito de Constituição material. As constituições formais devem estar sempre inseridas em um documento escrito e independem do conteúdo tratado para que sejam consideradas constitucionais. Letra D - Errado. Esse é o conceito de outorgada, ou imposta. Outro erro é a natureza imutável, que tem relação com a incapacidade de se alterar o texto constitucional, não tendo relação com o conceito de promulgada/outorgada. Letra E - Correto. As constituições dirigentes são aquelas que direcionam a atuação do Estado, instituindo programas para serem seguidos pelo governo (normas programáticas), não se limitando a tratar unicamente de assuntos essenciais a uma constituição. As Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 38 CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP PROFESSOR: VÍTOR CRUZ constituições dirigentes, então, são analíticas, pois vão além dos assuntos considerados "essenciais". Gabarito:
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