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1.2-Constituição-Poder Constituinte

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CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Aula 1: Teoria da Constituição: 
Fala minha gente!!! Tudo certo com vocês? 
Enfim vamos dar início ao nosso curso... 
A aula de hoje será de assuntos muiiiito legais: Poder constituinte. 
Classificação das Constituições. Estrutura, Elementos e Normas 
Constitucionais. 
Antes de iniciarmos a aula de hoje, vamos ver alguns pontos da aula 
passada que devem ser fixados por vocês. Esses vocês não podem 
esquecer de jeito nenhum! Esqueça até o seu nome, mas não 
esqueça essas coisas: 
• Não existem hierarquias dentro de cada patamar da pirâmide de 
Kelsen. 
• Direito Constitucional Comparado - Faz comparação entre 
ordenamentos constitucionais de países diferentes ou em tempos 
diferentes. 
• Direito Constitucional Geral (ou comum) - Estudo teórico e 
geral sobre os conceitos e princípios constitucionais. 
• Direito Constitucional Positivo (ou especial) - Estuda um 
ordenamento específico que esteja vigorando em um país. 
• Elementos Constitutivos do Estado: Povo, Território e Governo 
soberano, podendo ainda ser elencada a finalidade. 
• Constitucionalismo Antigo - Manifestado principalmente nas 
civilizações hebraica e grega; 
• Constitucionalismo da Idade Média - Marcado pela Magna Carta 
de 1215; 
• Constitucionalismo Moderno - Marcado pela Revolução Francesa 
e pela Independência dos Estados Unidos; 
• Conceito ocidental ou conceito ideal de Constituição: 
1. Forma escrita; 
2. Deve organizar o Estado politicamente e prever a separação de 
funções do Poder Político (tripartição dos Poderes); 
3. Deve garantir as liberdades individuais, limitando o poder do 
Estado; 
4. Deve prever a participação do povo nas decisões políticas. 
• Neoconstitucionalismo - justiça social, equidade, e emprego de 
valores e princípios norteadores de moralidade. "pós-positivismo". 
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1 
CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
ênfase nos aspectos principiológicos e a Constituição como centro 
do Direito. 
• Estado Liberal - A partir da Rev. Francesa. Direitos de 1a 
dimensão (civis e políticos) - Brasil = CF/1824 e 1891. 
• Estado Social - A partir da Constituição Mexicana e Weimar -
Direitos de 2a dimensão (sociais, econômicos e culturais) - Brasil = 
CF 1934. 
• Estado Democrático - Direitos de 3a dimensão (coletivos e 
difusos) - Brasil - CF/1988. 
• Sentido sociológico ^ Ferdinand Lassale: 
• Sentido político ^ Carl Schimitt; 
• Sentido Jurídico ^ Hans Kelsen. 
• Sentido sociológico: a Essência da Constituição - O que é a 
Constituição? - Constituição é um fato social - Teriam 2 constituições 
= a constituição real e a folha de papel. A Constituição real é formada 
pela soma dos fatores reais de poder, assim, todos os países têm e 
sempre tiveram uma constituição real e efetiva. 
• Sentido Político: a constituição é uma decisão política 
fundamental - Diferenciava a Constituição das "leis constitucionais". 
• Sentido jurídico: conceito formal de constituição - existe a 
supremacia constitucional independente do conteúdo. A constituição 
tem 2 sentidos: (1)Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial, 
pensada - como deveria ser) que serve base para o (2) sentido 
Jurídico-Positivo: Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor 
sobre o resto do ordenamento. 
• Konrad Hesse - A força normativa da Constituição (Lassale 
havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de 
modificar a sociedade); 
• J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição; 
• Peter Haberle - A sociedade aberta dos interpretes da 
Constituição - todos os agentes que participam da realidade da 
Constituição deveriam participar também da interpretação 
constitucional. 
Fechado?!!! 
Vamos começar a aula então: 
Poder Constituinte: 
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2 
CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Antes de mais nada, GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em 
direito, quase todos os termos tem um origem lógica, quanto mais 
vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de vocês será 
facilitada. 
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou 
modificar aquilo que está escrito como "Constituição". 
3 
Espécies: 
O tal do "poder de constituir" (poder constituinte) se divide 
basicamente em 2: originário e derivado. 
Veja, originário vem de "origem" (simples não?!). Assim, o poder 
originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a 
toda a ordenação estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, 
fazendo surgir a Constituição. Ele pode também ser chamado de 
poder constituinte de primeiro grau. 
O poder derivado é o que "deriva" do inicial, ele é criado pelo poder 
constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que 
foram anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não 
foram inicialmente previstas, é o chamado poder constituinte de 
segundo grau. 
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes 
constituintes (sempre um único originário e o resto derivando dele): 
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, 
um poder político (organizador). Todos os outros são poderes 
jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já estão 
na ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico". 
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas 
constitucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a 
alteração formal de seu texto. (CF, art. 60). 
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para 
se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e 
depois se extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível 
instabilidade política causada pela nova Constituição (instabilidade 
esta que não ocorreu). O poder , então, manifestou-se em 1994, 
quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso 
acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. 
O procedimento de revisão constitucional era um procedimento 
bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3° ADCT). 
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem 
para elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da 
autonomia estatal chamada de "auto-organização". 
OBS. A criação pelos Municípios de suas "leis orgânicas 
municipais" não é considerada como fruto deste poder 
constituinte decorrente, já que a lei orgânica não possui aspecto 
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formal de constituição e sim de uma lei ordinária, embora 
materialmente seja equiparada a uma Constituição. No entanto, 
alguns doutrinadores costumam dizer que se trata de um "poder 
constituinte de terceiro grau". 
5- Derivado Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o 
poder de se promover a mutação constitucional. Mutação 
constitucional é a alteração do significado das normas 
constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz 
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo 
Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração 
informal da Constituição. Informal porque não altera a "forma", 
ou seja, a estrutura do texto, mas somente a sua interpretação. 
4 
Poder Constituinte Originário X Derivado: 
O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido 
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra "O que é o 
terceiro Estado?" publicada pouco antes da Revolução Francesa. 
Assim, segundo o abade, decorreria da soberania que a nação possui 
para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, temos 
que o povo é o titular da soberania (poder supremo que é exercido 
pelo Estado nos limitesde um determinado território, sem que se 
reconheça nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência 
disso, também será o titular do poder constituinte originário, que é a 
expressão desta soberania. 
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder 
político, ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à 
ordem jurídica. Assim, ele é o poder que organiza o Estado. Quando 
se faz uso do poder constituinte originário está se organizando o 
Estado e assim criando a ordem jurídica. Dentro desta ordem jurídica 
estará também instituindo-se os demais poderes constituintes 
(revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão 
chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e 
retiram o seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. 
Tais poderes não são mais poderes iniciais, mas sim derivados. 
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da 
Constituição. Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO 
nos limites do texto constitucional. Na CF brasileira, os encontramos 
nos seguintes dispositivos: 
Reformador - CF, art. 60; 
Revisor - CF, ADCT, art. 3°; 
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11. 
Difuso - Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente 
dela, reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder 
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que os órgãos políticos possuem de direcionar o Estado, 
interpretando a Constituição. 
5 
Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário: 
Titular do Poder X Exercente do Poder: 
Poder Constituinte Supranacional: 
O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode 
ser considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar 
origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando sua 
manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem política e 
jurídica em um Estado já existente). 
Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu 
titular, e é na vontade desse povo que se deve instituir a nova 
ordem, muitas vezes esse poder é usurpado pelo governante. Na 
história, então, vemos que este poder tem sido manifestado das 
seguintes formas: 
• Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião 
de legitimados pelo povo para que se elabore um texto 
constitucional. 
• Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até 
então vigente, para que se institua uma nova ordem 
constitucional. 
• Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova 
Constituição (ou Carta Constitucional) de observância 
obrigatória para o povo, sem que este se manifeste. 
• Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a 
Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional 
através de um referendo. Desta forma, não obstante ser um 
Constituição outorgada, temos a participação popular para que 
entre em vigor. 
É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, 
achando que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de 
legitimados, ela tomaria para si a titularidade. 
O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, 
poder para organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é 
apenas o exercente deste poder do povo, que é permanente, não se 
esgotando com a feitura da Constituição. Já que se o povo perceber 
que aquela ordem constitucional não é mais válida para seus anseios, 
poderá dissolvê-la e instituir uma nova. 
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Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do 
poder constituinte supranacional, aquele que transcenderia às 
fronteiras de um Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria 
uma Constituição única para ordenar politicamente e juridicamente 
diversos Estados, como se tentou, sem sucesso, na União Européia. 
6 
Características do PCO e suas definições: 
1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui 
todos os outros poderes; 
2- Inicial - É ele que dá início a todo o novo ordenamento 
jurídico; 
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma 
limitação material ao seu exercício (é o que diz a corrente 
positivista adotada pelo Brasil). Uma parte da doutrina que resgata 
o pensamento "jusnaturalista" diz que o PCO deve ser limitado 
pelos direitos humanos supranacionais. Porém, para fins de 
concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione 
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota 
majoritariamente a corrente positivista. 
Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela 
corrente positivista, existe historicamente nas Constituições 
(de países democráticos) um respeito dos princípios básicos 
como o da dignidade da pessoa humana e da justiça. A diferença é 
que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma obrigação 
instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas um 
bom senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência 
lógica do regimes que se pretendem instituir. 
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 
5- Incondicionado - Não existe nenhum procedimento formal 
pré-estabelecido para que ele se manifeste. 
6 - Permanente - Porque não se esgota no momento de seu 
exercício. 
Atenção: Cada característica possui a sua exclusiva 
definição. Não se pode definir a uma certa característica 
usando a definição de outra. 
Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é 
ilimitado, pois não se sujeira a nenhum procedimento pré-
estabelecido de manifestação". É errado pois definiu "ilimitado" 
com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum em 
concursos. 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível 
materialmente. 
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando 
mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com status 
inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis 
que forem compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição 
serão recebidas por esta e continuarão a viger, independente de sua 
forma. É uma face do princípio da conservação das normas e da 
economia legislativa. 
Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu 
conteúdo material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN 
(lei n° 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da 
CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei 
complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria 
tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos 
neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo 
contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando 
apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a 
recepção parcial é perfeitamente válida. 
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7 
Características dos Poderes Derivados (em especial o 
reformador) e suas definições 
1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem 
jurídica. 
2- Derivado - Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO. 
3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito 
estabelecido pelo art. 60 
4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela 
Constituição. 
Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário: 
1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior. 
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova 
constituição revoga completamente todas as normas da constituição 
anterior. Desta forma, não é aceito no Brasil a chamada "teoriada 
desconstitucionalização". A teoria da desconstitucionalização defende 
que as normas constitucionais anteriores, que não fossem 
conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, continuando 
assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis 
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da 
desconstitucionalização" só deverá ser marcada como correta no 
concurso caso se fale em "doutrina minoritária". 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em 
recepção é o fato que só podem ser recepcionadas normas que 
estejam em vigor no momento do advento da nova constituição, 
assim, normas anteriores já revogadas, anuladas, ou ainda em 
vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a publicação da 
lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser recepcionadas. 
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas 
revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois 
para que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve 
nascer com algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil 
a tese da "inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para 
ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não 
nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá 
durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no 
máximo, revogada. 
CF que permite 
matéria "A" 
Lei que trata da 
matéria "A" 
Nova CF que proíbe a 
matéria "A" 
Revogação - não se pode falar 
em inconstitucionalidade 
superveniente. Para ser 
inconstitucional tem que fazer a 
averiguação da compatibilidade em 
face da CF do momento que foi 
criada. 
3- Produção de efeitos com retroatividade mínima. 
Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, 
será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior 
à entrada em vigor. 
Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são 
dotadas de retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma 
retroatividade mínima, já que só retroagem para alcançar os efeitos 
futuros dos casos passados. A doutrina divide os efeitos da 
retroatividade das normas, geralmente em 3 modos: 
• Máxima - Quando atinge inclusive os fatos passados já 
consolidados. Ex. As prestações que já venceram e que já 
foram pagas. 
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8 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
• Média - Quando atinge os fatos passados, mas apenas se 
estes estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já 
vencidas mas que não foram pagas. 
• Mínima - Quando não atinge os fatos passados, mas apenas 
os efeitos futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. 
Essa é a teoria adotada no Brasil. Ex. As prestações que ainda 
irão vencer. 
Para exemplificar essa produção de efeitos: 
Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de 
efeitos com retroatividade mínima é a "vedação da vinculação ao 
salário mínimo" - CF, art. 7°, IV. 
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de 
pensões e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. 
Assim, no momento da vigência da norma constitucional, era 
necessário modificar a maneira de calculá-las, pois a norma é de 
aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de calcular o 
benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já 
foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos 
mas não foram. Vai valer somente para os próximos proventos. 
Veja que não podemos confundir isso com "irretroatividade", pois 
estamos falando de um benefício que tem o seu início no passado e 
será atingido pela nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os 
novos vencimentos continuariam sendo pagos com a vinculação 
anterior estabelecida em número de salários mínimos e não é isso 
que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em seus 
"efeitos futuros". 
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9 
Importante salientar que: esta é a regra que acontece 
caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o 
PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir 
completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto. 
Reforma Constitucional: 
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está 
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver 
quais são as condições e limitações ao seu exercício: 
CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
(CF, art. 60) 1. De pelo menos 1/3 dos 
Deputados ou Senadores; 
2. Do Presidente da 
República; 
3. De mais da metade das 
Assembléias Legislativas das 
unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
Obs. Maioria relativa = maioria 
simples (mais da metade dos 
votos dos presentes); 
Limitação circunstancial 
(CF, art. 60 §1°) 
A Constituição não poderá ser 
emendada na vigência de 
intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado 
de sítio. 
Limitação Procedimental 
(CF, art. 60 §2°) 
A proposta será discutida e 
votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se 
aprovada se obtiver, em ambos, 
3/5 do votos dos respectivos 
membros. 
Promulgação 
(CF, art. 60 §3°) 
A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem. 
Limitação Material Expressa 
(Cláusulas Pétreas Expressas) 
(CF, art. 60 §4°) 
Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a 
abolir: 
1. a forma federativa de 
Estado; 
2. o voto direto, secreto, 
universal e periódico; 
3. a separação dos 
Poderes; 
4. os direitos e garantias 
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10 
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individuais. 
Obs. Entende-se que não se 
pode sequer reduzir o alcance 
destas matérias, mas observe 
que elas não são imutáveis, pois 
poderá ser mexido no caso de 
aumentar o poder de alcance 
delas. 
Obs2. Voto obrigatório não é 
cláusula pétrea, apenas o fato de 
ser direto, secreto, universal e 
periódico. 
Limitação Material Implícita 
(Cláusulas Pétreas Implícitas) 
(Reconhecidas pela doutrina e 
jurisprudência ) 
1. o povo como titular do 
poder constituinte; 
2. o poder igualitário do 
voto. 
3. o próprio art. 60 (que 
estabelece os procedimentos 
de reforma); 
Princípio da irrepetibilidade 
(Limitação Formal) 
(CF, art. 60 §5°) 
A matéria constante de proposta 
de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
Obs2. Não confunda sessão 
legislativa (anual) com legislatura 
(período de 4 anos). 
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre 
quando somente depois de 
decorrido certo lapso temporal a 
Constituição poderá ser 
reformada. 
A CF/88 não estabeleceu 
nenhuma limitação temporal, 
mas, tal limitação pode ser 
encontrada em Constituições de 
outros países. 
Demais considerações: 
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CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
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• Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição 
de 1988 como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas 
um princípio sensível, como visto em "intervenção federal". O 
entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas 
reconhecem a forma republicana como cláusula pétrea implícita, 
devido à proteção dada ao "voto periódico", típico dos governos 
republicanos. Em concursos, se não houver abertura na questãopara os pensamentos doutrinários, deve-se indicar que a 
república não é uma cl 
• Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos 
e garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5° da 
CF, estando espalhados ao longo dela. 
• Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é 
o que chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é 
vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, 
desprotegendo as matérias gravadas como pétreas, e depois 
edite outra emenda extinguindo as cláusulas. Alguns entendem 
que essa vedação de modificação do art. 60 seria absoluta, não 
podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, nem 
dificultando o processo. 
Jurisprudência: 
• É importante ressaltar uma limitação que ocorre para as 
Constituições Estaduais. No entendimento do STF afronta o 
princípio fundamental da separação a independência dos 
Poderes o trato em constituições estaduais de matéria, sem 
caráter essencialmente constitucional - assim, por exemplo, a 
relativa à fixação de vencimentos ou a concessão de 
vantagens específicas a servidores públicos -, que caracterize 
fraude à iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis 
ordinárias. 
CF, ADCT, art. 3° ^ A revisão constitucional será realizada 
após 5 anos, contados da data de promulgação da CF, pelo 
voto da maioria absoluta dos membros do Congresso 
Nacional em sessão unicameral. 
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, 
mas, percebe-se que foi um procedimento mais simples 
(bastava maioria absoluta em sessão unicameral, enquanto 
as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas Casas), porém, após o 
uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não podendo mais ser 
utilizado e nem se pode por EC criar outro similar. 
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12 
Revisão Constitucional: 
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É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do 
significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto 
formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas 
principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação 
provoca a alteração informal da Constituição. É fruto do Poder 
Constituinte Derivado Difuso. 
Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a 
norma está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, 
igualzinho, o que se muda é apenas a forma de interpretá-lo. 
Exemplo: 
CF, art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade(...). 
Veja que o dispositivo acima diz o termo "residente", assim, em uma 
leitura "seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro 
que decidisse fixar o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às 
inviolabilidades ali previstas. Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve 
ser entendido como "todo estrangeiro que estiver em território 
brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim o 
estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos direitos 
individuais. 
Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o 
dispositivo continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma 
interpretação expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles 
direitos. 
13 
Mutação Constitucional: 
Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte 
Derivado Decorrente: 
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo 
da auto-organização estadual. Este poder como sabemos não é 
ilimitado, precisa observar certos princípios (que serão visto em 
pormenores posteriormente). São eles: 
• Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, 
VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão 
ensejar a intervenção federal. 
• Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são 
aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria 
federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as 
diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das 
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• Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão 
expressamente ou implicitamente no texto da Constituição 
Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro. 
• Questões da FCC 
1. (FCC/AJEM-TRT 7a/2009) O poder constituinte derivado é 
subdivido em: 
a) inicial e incondicionado. 
b) inicial e ilimitado. 
c) autônomo e incondicionado. 
d) reformador e decorrente. 
e) autônomo e ilimitado. 
Comentários: 
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado 
pede "subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra 
D, traz espécies de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem 
características... daí ser muito importante atentar ao enunciado. 
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, 
todas as letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do 
PCO e não do PCD. 
Gabarito: Letra D. 
2. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte Originário 
caracteriza-se por ser: 
a) autônomo e condicionado. 
b) reformador e decorrente. 
c) condicionado e decorrente. 
d) inicial, ilimitado e reformador. 
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14 
Simetria federativa seria "espelhar" em cada esfera da 
federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) 
aqueles princípios básicos, que podem ser extendidos. Por 
exemplo: Aquilo que cabe ao Presidente da Republica em âmbito 
federal, caberá ao Governador no âmbito estadual, e ao Prefeito no 
âmbito municipal (observados, obviamente, certas peculiaridades e 
limites). 
investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de 
"princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da 
federação, de forma comum. 
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e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
Comentários: 
E aí, pessoal? tá fácil ou não? 
Letra A - Errada. Ele é incondicionado. 
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD. 
Letra C - Vou nem comentar. 
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do 
Derivado (PCD). 
Letra E - Agora sim... 
Gabarito: Letra E. 
3. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a 
seguir a respeito do Poder Constituinte: 
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte 
classifica-se em originário e derivado. 
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às 
regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição. 
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado. 
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder 
Constituinte derivado. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
a) I e IV. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) IV. 
Comentários: 
I - Correto. Exatamente o que vimos. 
II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a 
regras procedimentais de manifestação. 
III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de 
certas matérias. 
IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do 
chamado Poder Constituinte Derivado Reformador. 
Gabarito: Letra A. 
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4. (FCC/Analista - TRT 16a/2009) Em tema de Poder 
Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que 
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto 
constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade. 
b) é incondicionado,porque não tem ele que seguir qualquer 
procedimento determinado para realizar sua obra de 
constitucionalização. 
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma 
prefixada para manifestar sua vontade. 
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. 
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da 
ordem jurídica. 
Comentários: 
Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e 
incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos 
da Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, 
anterior a ela. 
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao 
"procedimento formal de manifestação", ou seja, a inexistência de 
forma, ou rito, pré-estabelecido para se manifestar. 
Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro 
poder anterior a ele. 
Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar 
de qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois 
não deriva nem se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é 
incondicionado pelo fato de que o procedimento para se manifestar é 
livre, não há qualquer rito pré-estabelecido para a sua manifestação. 
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte 
originário é pelo fato de que ele dá início ao novo ordenamento 
jurídico e faz isso através da Constituição: a base da ordem jurídica. 
Gabarito: Letra A. 
5. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder 
constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado). 
Comentários: 
A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-
membros possuem para se auto-organizarem. 
Gabarito: Correto. 
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6. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que 
diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que 
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas 
básicas de expressão desse Poder. 
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o 
povo ou a nação é seu exercente. 
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em 
nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. 
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de 
outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral. 
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e 
o Executivo, auxiliados pelo Judiciário. 
Comentários: 
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do 
PCO. 
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a 
assembléia é mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome 
do povo. 
Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram 
essa...! Não foi? 
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou 
melhor da "Carta"! 
Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa 
era pra todo mundo rabiscar logo de cara. 
Gabarito: Letra C. 
7. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte 
denominado originário pode se manifestar por meio de emendas 
pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente 
(Certo/Errado). 
Comentários: 
Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá 
início ao ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-
lo serão poderes derivados. 
Gabarito: Errado. 
8. (FCC/Assistente - MPE-RS/2008 - Adaptada) 
Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie 
normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual 
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Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido 
diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto 
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei 
ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como 
desconstitucionalização (Certo/Errado). 
Comentários: 
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito 
brasileiro, já que o advento de uma nova Constituição promove a 
revogação de todas as normas de natureza constitucional da 
Constituição anterior, não havendo o que se falar em "rebaixamento 
de status" de normas anteriores através de desconstitucionalização. 
O que se aproveita são unicamente as normas que não possuem 
status constitucionais que, se compatíveis materialmente, 
continuarão válidas pela chamada teoria da recepção. 
Gabarito: Errado. 
9. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder 
Constituinte Reformador: 
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas 
Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do 
Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos 
respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente 
da República. 
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as 
Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas 
unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal. 
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, 
como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo 
disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação 
popular por meio de referendo. 
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a 
Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal, 
estado de sítio e estado de defesa. 
Comentários: 
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda 
constitucional. Após a sua aprovação ela será promulgada pelas 
Mesas das Casas Legislativas do Congresso Nacional. 
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o 
"Decorrente" e não o "Reformador". 
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Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" 
e não da "reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a 
revisão constitucional era feita em turno único e não em "dupla 
votação". 
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso. 
Letra E - Correta. As limitações circustanciais estão no §1° do art. 60, 
quando diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência 
de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
Gabarito: Letra E. 
• Questões do CESPE: 
10. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder 
constituinte foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por 
constitucionalistas franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o 
de que ela só pode ser aplicada nos Estados em que se adotam 
constituições não escritas e semirrígidas. 
Comentários: 
A teoria do Poder Constituinte realmente foi esboçada pelo Abade 
Emmanuel Sieyès, porém, ela se dirigia essencialmente às 
constituições escritas e rígidas, típicas do constitucionalismo francês. 
Como poderíamos vislumbrar um poder constituinte reformador em 
uma constituição flexível? Não há como, pois nas constituições 
flexíveis o poder de modificar a constituição é o simples poder de se 
elaborar uma lei, um simples poder legislativo e não constituinte, já 
que não há preocupação com a forma tratada, mas apenas com o 
conteúdo sobre o qual versam as normas daquele Estado. 
Gabarito: Errado. 
11. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, 
apesar de o poder constituinte ser originário, a história revela 
experiências no sentido da indispensabilidade de observância de 
certos princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidadeda 
pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando 
da criação de uma nova constituição. 
Comentários: 
Para a corrente positivista, o poder constituinte é inicial e ilimitado, 
não se reconhece limitações ao seu exercício Apesar dessa 
inexistência de limitações, existe historicamente nas Constituições 
um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa 
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humana e da justiça notadamente como decorrência lógica do 
regimes que se pretendem instituir. 
Gabarito: Correto. 
12. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte 
supranacional tem capacidade para submeter as diversas 
constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do 
ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito 
internacional. 
Comentários: 
Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional, 
também chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder 
capaz de transcender aos limites de um Estado, impondo-se sobre 
diversos Estados. É o que, sem sucesso, se tentou realizar na União 
Europeia com a "constituição comum". 
Gabarito: Correto. 
13. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) 
O poder constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias 
constituintes. 
Comentários: 
O titular do Poder Constituinte é o "povo". As assembléias são apenas 
os exercentes do Poder. 
Gabarito: Errado. 
14. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) 
O poder constituinte pode ser classificado em poder constituinte 
originário e poder constituinte derivado, aos quais correspondem, 
respectivamente, os conceitos de poder constituinte de segundo grau 
e de poder constituinte de primeiro grau. 
Comentários: 
É o inverso, o PCO é o de primeiro grau e o PCD o de segundo grau. 
Gabarito: Errado. 
15. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) 
O poder constituinte derivado pode ser subdivido em poder 
constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O segundo 
consiste naquele que possibilita aos estados-membros que estes, em 
virtude de sua autonomia político-administrativa, se auto-organizem 
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por meio de constituições estaduais que respeitem, sempre, as regras 
limitativas estabelecidas pela Constituição Federal. 
Comentários: 
É isso aí. As definições estão perfeitas. 
Gabarito: Correto. 
16. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) 
Inexiste uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder 
constituinte originário, mas é possível apontar duas formas básicas 
de sua expressão, por meio das assembléias nacionais constituintes e 
dos movimentos revolucionários. 
Comentários: 
Embora possamos elencas modos de aparecimento das constituições 
(basicamente assembleias constituintes e movimentos 
revolucionários), inexiste uma forma prefixada para que ele se 
manifesta. Está correta a questão. 
Gabarito: Correto. 
17. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder 
constituinte originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura 
uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior. 
Comentários: 
Exatamente, o poder é originário pois é o primeiro, inicial, um poder 
político inaugurador da ordem jurídica. 
Gabarito: Correto. 
18. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser 
submetida ao poder constituinte derivado. 
Comentários: 
Não é isso não. Justamente por ser rígida, foi estabelecido um 
procedimento especial de reforma de seu texto, que é o poder 
constituinte derivado reformador encontrado no art. 60. 
Gabarito: Errado. 
19. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é 
aquele cuja competência consiste em elaborar ou modificar as 
constituições dos estados-membros da Federação. 
Comentários: 
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21 
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Exato. O poder decorrente é aquele que pertence aos Estados da 
Federação para que se "auto-organizem". 
Gabarito: Correto. 
20. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-
se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser 
inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela 
temporariedade. 
Comentários: 
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já 
que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e 
essa titularidade não se exaure no tempo. 
Gabarito: Errado. 
21. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) O poder 
constituinte originário não se esgota quando se edita uma 
constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente. 
Comentários: 
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já 
que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e 
essa titularidade não se exaure no tempo. 
Gabarito: Correto. 
22. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder 
constituinte originário é um poder inicial e incondicionado, que pode 
desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento constitucional 
preexistente, inclusive as cláusulas pétreas. 
Comentários: 
Isso aí, com o exercício do PCO, tudo que era Constitucional 
anteriormente fica revogado e nasce uma nova ordem jurídica, não 
se aproveita nada que tenha status constitucional, apenas as normas 
infraconstitucionais que forem compatíveis é que serão 
recepcionadas. 
Gabarito: Correto. 
23. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com 
entendimento do STF, as normas constitucionais provenientes da 
manifestação do poder constituinte originário têm, via de regra, 
retroatividade máxima. 
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Comentários: 
Elas são dotadas de retroatividade mínima já que só retroagem para 
alcançar os efeitos futuros dos casos passados. 
Gabarito: Errado. 
24. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria 
da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido 
antes da nova constituição e perante o novo dispositivo paradigma, 
nela inserido. 
Comentários: 
Neste caso estaríamos diante de uma revogação e não de uma 
inconstitucionalidade superveniente. Esta não é aceita no Brasil, já 
que adota-se a teoria da inconstitucionalidade congênita, ou seja, 
para a norma ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional. 
Uma norma nunca se "torna" inconstitucional ao longo do tempo. 
Gabarito: Errado. 
25. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da 
recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da 
lei em face da nova constituição. 
Comentários: 
Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material. 
Gabarito: Errado. 
26. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo 
que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-
jurídica. 
Comentários: 
Exato. É uma oposição à corrente jusnaturalista, que considerava que 
o poder constituinte originário estaria limitado a um direito natural de 
existência pré-constitucional. Esta corrente não foi adotada no Brasil 
que seguiu a doutrina positivista. 
Gabarito: Correto. 
27. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, 
segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta 
natureza pré-jurídica. 
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23 
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Comentários: 
A questão possui dois erros. O primeiro é que o Brasil adota a 
corrente positivista. O segundo erro é que as características de 
"ilimitado" e natureza "pré-jurídica" são também características 
delineadas pela corrente positivista, e não pela jusnaturalista, 
segundo a qual o PCO estaria limitado por um direito de ordem pré-
constitucional, o direito natural, de status supranacional. 
Gabarito: Errado. 
28. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder 
constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a 
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF 
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, 
secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e 
garantias individuais. 
Comentários: 
Não, não... O art. 60 da Constituição traz diversas limitações 
materiais (cláusulas pétreas), além de limitações formais 
(procedimentos) e circunstanciais (momentos em que a CF não 
estará sujeita à reforma). 
Gabarito: Errado. 
29. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) Pelo 
critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado 
decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para 
a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao 
DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica. 
Comentários: 
Segundo a doutrina, devido ao fato de a lei orgânica não se revestir 
na forma de uma constituição, ela não pode ser considerada fruto de 
um poder constituinte derivado decorrente, embora seja o passo 
principal da auto-organização do Municípios. É importante salientar, 
porém, que em se tratando da Lei Orgânica do DF, isso não é de todo 
verdade, pois o STF reconhece o seu status constitucional na parte 
que versa sobre matérias reservadas aos Estados-membros, sendo, 
então, admitido inclusive controle de constitucionalidade de leis face 
à Lei Orgânica do DF. 
Gabarito: Correto. 
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24 
CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
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30. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) O poder 
constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da 
desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição 
anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, 
permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional. 
Comentários: 
Em regra, não existe desconstitucionalização. A teoria aceita no Brasil 
é a da revogação do ordenamento constitucional anterior. Porém, o 
poder constituinte originário é ilimitado. Caso este poder 
expressamente preveja o instituto da desconstitucionalização, não 
haverá qualquer impedimento para tal. 
Gabarito: Correto. 
31. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, 
a qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte 
derivado reformador e também pelo derivado revisor. 
Comentários: 
O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão 
constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto 
constitucional que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu. 
Outro erro é o fato de que existem algumas circunstâncias que 
impedem o uso, inclusive, do poder reformador, é o caso de estarmos 
em uma intervenção federal, estado de sítio ou estado de defesa. 
Desta forma, não pode-se falar de forma alguma em "a qualquer 
tempo". 
Gabarito: Errado. 
32. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto 
originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte 
reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer 
tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos de votação. 
Comentários: 
Tais características descritas no enunciados só valem para o poder 
reformador, já que o revisor tem votação em turno único, devendo 
ser aprovado por maioria absoluta apenas, além de não poder ser 
utilizado a qualquer tempo, mas somente após o quinto ano após a 
promulgação da Constituição, após isso ele exauriu-se, não podendo 
ser reutilizado. Isto é o que dispõe o art. 3° ADCT. 
Gabarito: Errado. 
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25 
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33. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1a/2009) 
Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de 
mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação 
do denominado poder constituinte difuso. 
Comentários: 
Isso aí... O Poder Constituinte Difuso é o poder que os agentes 
políticos possuem para promover a chamada "mutação 
constitucional", ou seja, atribuir novas interpretações à Constituição 
para que ela consiga se adequar à realidade da sociedade sem que 
seja necessário alterar o texto formal da norma. A mutação 
constitucional, não é irrestrita. Este poder deve respeitar certos 
limites como os princípios estruturantes do Estado e a impossibilidade 
de se subverter a literalidade de norma que não dê margem a 
interpretações diversas. 
Gabarito: Correto. 
34. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma 
da Constituição por meio da alteração formal do seu texto é 
denominado mutação constitucional. 
Comentários: 
A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da 
Constituição, ou seja, altera-se a interpretação das normas para que 
a Constituição possa acompanhar os anseios da Sociedade, sem que 
para isto se altere o texto escrito da Lei Maior. 
Gabarito: Errado. 
35. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova 
Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da 
Federação, para inserir na competência federal matéria até então da 
competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da 
federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em 
vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da 
continuidade do ordenamento jurídico. 
Comentários: 
É importante observar o seguinte: a federação é composta pela 
União, 26 Estados, 1 Distrito Federal e milhares de municípios. Caso 
uma constituição A diga que a matéria X é de competência da União e 
a constituição B, posterior, coloque a matéria X sob competência 
legislativa estadual ou municipal, teremos a subsistência da lei 
federal que, única, permanecerá em vigor até que cada estado ou 
município edite sua própria lei revogando, então, a antiga lei federal. 
Agora, se ocorrer o inverso, não poderíamos falar na federalização 
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26 
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das normas anteriormente estaduais ou municipais, pois, teríamos 
um caos jurídico. Não podemos imaginar 27 diferentes normas 
estaduais ou milhares de diferentes normas municipais se 
federalizando, isso seria impossível. 
Gabarito: Errado. 
Classificação das Constituições: 
Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições. 
Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo, 
não são classificações excludentes e sim "cumulativas", já que 
uma constituição pode ter umas várias classificações diferentes, 
dependendo tão somente de qual quesito está sendo observado, por 
exemplo a sua estrutura, extensão, formação e até mesmo a forma 
como ela se relaciona com a realidade da sociedade. 
Vamos então analisar cada um desses quesitos: 
1- Quanto à origem: 
Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à 
origem, a Constituição pode ser: 
• Promulgada (popular, ou democrática) - É aquela 
legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembléia 
constituinte formada por representates eleitos pelovoto 
popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988) 
• Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente 
pelos governantes sem manifestação popular. Muitos autores 
chamam de "Carta" e não de "Constituição". (ex. Brasil de 
1824, 1937, 1967 e a EC 1/69, que pode ser considerada como 
uma Constituição autônoma) 
• Cesarista (ou bonapartista) - É uma carta considerada 
outorgada, porém, é submetida a uma votação popular para 
que seja ratificada. Não se pode dizer essa participação popular 
torna a constituição democrática, já que se trata tão somente 
de uma ratificação para fins de consentimento do povo com a 
vontade do governante. 
Pulo do Gato: 
No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. 
Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 
(dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por 
outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: 
A primeira é um número ímpar, as demais são pares). 
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27 
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2- Quanto à forma: 
• Escrita (ou instrumental) - É formalizada em um texto 
escrito. (ex. Brasil de 1988) 
caracterísitcas do conceito ideal de Constituição do constitucionalismo 
moderno e, para o Prof. Canotilho, a constituição escrita tem função 
de racionalizar, estabilizar, dar segurança jurídica, além de ser 
instrumento de calculabilidade e publicidade. 
• Não-escrita - Também chamada de Constumeira 
(Consuetudinária), não se manifesta em estrutura solene. A 
matéria constitucional está assentada e reconhecida pela 
sociedade em seus usos, costumes e etc. (ex. Inglaterra) 
a) Para Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve 
estar codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em 
leis esparsas não pode ser considerada uma Constituição escrita. 
b) Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver 
sistematizada em um documento único será chamada de codificada, 
já se estiver em textos esparsos, será chamada de legal. 
c) O Prof. Pinto Ferreira utiliza a mesma lógica de André Ramos 
Tavares, mas chama a primeira (texto único) de reduzida, enquanto a 
segunda (textos esparsos) denomina de variada. 
d) É importante não confundir a nomenclatura "legal" da classificação 
do Prof. Tavares com outra proposta por Alexandre de Moraes. Para 
este autor, constituição legal seria aquela que tem o poder de se 
impor, tem força normativa tal qual as leis. Assim, se utilizarmos o 
exemplo da CF/88, ela não seria legal, mas sim codificada sob a ótica 
do Prof. Tavares (a qual relaciona estes termos ao fato de os termos 
estarem ou não compilados), porém, seria um constituição legal se 
analisada sob este aspecto proposto por Alexandre de Moraes (o qual 
utiliza o termo, não para distinguir a condensação ou não dos textos, 
mas para demonstrar a sua força normativa). 
3- Quanto à extensão: 
• Sintéticas - São concisas, ou seja, aquelas que restringem-se 
a tratar das matérias essenciais a uma Constituição -
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Observações: 
28 
Observação: Como já foi visto, a forma escrita é uma das 
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basicamente a organização do Estado e direitos fundamentais. 
(Ex. EUA) 
• Analíticas - São as extensas, prolixas, que tratam de várias 
matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência 
das Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do 
Estado não pode se limitar a garantir as liberdades do povo, 
mas deve agir ativamente para assegurar os direitos. (Ex. 
Brasil 1988) 
4- Quanto ao conteúdo: 
• Material - Quando adotam-se como constitucionais apenas as 
normas essenciais a uma Constituição. 
pois possuia em seu art. 178 o seguinte texto: "É só Constitucional o 
que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes 
políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos". Ou seja, 
ela limitou o que seria ou não Constitucional usando como critério o 
conteúdo, matéria tratada e não a forma. 
• Formal - Independe do conteúdo, basta que o assunto seja 
tratado em um texto rígido supremo para ser tido como 
constitucional. (Ex. Brasil de 1988) 
5- Quanto à elaboração: 
• Dogmática - É aquela elaborada por um órgão Constituinte 
consolidando o pensamento que uma sociedade possui naquele 
determinado momento, por isso é necessariamente escrita, pois 
precisa esclarecer estas situações que ainda não estão 
"maduras", solidificadas no pensamento da sociedade. Diz-se 
que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da teoria 
política e do direito dominante naquele determinado momento 
da história de um Estado. 
• Histórica - Diferentemente da dogmática, a histórica não é 
elaborada em um momento específico, ela surge ao longo do 
tempo. Desta forma, ela não precisa ser escrita pois possui 
seus fundamentos já solidificados. 
6- Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): 
• Rígida - Quando se sobrepõe a todas as demais normas. 
Assim, somente um processo legislativo especial e complexo 
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29 
Observação: A Constituição brasileira de 1824 era material, 
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poderá alterar seu texto. É o que ocorre na CF/1988, que prevê 
um processo muito mais rígido para se elaborar uma Emenda 
Constitucional do que para elaborar uma simples lei ordinária. 
• Flexível - Quando está no mesmo patamar das demais lei, não 
necessitando nenhum processo especial para alterá-la. 
• Semi-rígidas ou semi-flexível- Possuem uma parte rígida e 
outra flexível. a Constituição Brasileira de 1824 era semi-rígida 
pois, como vimos, trazia em seu art. 178 que: "É só 
Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições 
respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e 
individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode 
ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas 
ordinárias". 
• Imutáveis - Não podem ser alteradas. 
• Super-rígidas - É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica 
a CF/88. Isso ocorre pois na Constituição de 1988 temos as 
chamadas "cláusulas pétreas", normas que não podem ser 
abolidas por emendas constitucionais. 
7- Quanto à finalidade: 
• Garantia (ou negativa) - É aquela que se limita a trazer 
elementos limitativos do poder do Estado. 
• Dirigente - Possui normas programáticas traçando um plano 
para o governo. 
• Balanço - Utilizada para ser aplicada em um determinado 
estágio político de um país. De tempos em tempos é revista 
para se adequar o texto à realidade social, ou criar uma nova 
Constituição. 
8- Quanto à relação com a realidade (classificação 
ontológica): 
Classificação desenvolvida por Karl Loewenstein. Classificam-se as 
Constituições de acordo com o modo que os agente políticos 
aplicam a norma. 
• Constituição normativa - É a Constituição que é 
efetivamente aplicada, normatiza o exercício do poder e obriga 
realmente a todos. 
• Constituição nominal, nominalista ou nominativa - É 
ignorada na prática. 
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• Constituição semântica - É aquela que serve apenas para 
justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. 
Ela sequer tenta regular o poder. 
• Constituições nominalistas - Seriam aquelas que em seu 
texto já possuem direcionamentos para resolver os casos 
concretos. Basta uma aplicação pura e simples das normas 
através de uma interpretação gramatical-literal. 
• Constituições semânticas - Seriam aquelas constituições 
onde, para se resolverem osproblemas concretos, precisaria de 
uma análise de seu conteúdo sociológico, ideológico e 
metodológico, o que propicia uma maior aplicabilidade "político-
normativa-social" de seu texto. 
Assim, segundo a classificação de Loewenstein, entendemos que o 
Brasil teria uma Constituição normativa, pois ela é uma norma a ser 
seguida e podemos exigir o seu cumprimento (embora muitos 
doutrinadores adotem como sendo nominalista, pois defendem que, 
na prática, muitos de seus preceitos são ignorados, principalmente os 
programáticos). Segundo a classificação trazida pelo Prof. Alexandre 
de Moraes, ela seria nominalista pois traz em seu texto os meios para 
solucionar as controvérsias. 
9- Quanto à dogmática (ou ideologia): 
• Ortodoxas (ou simples) - influenciada por ideologia única. 
• Ecléticas (ou complexas) - influenciada por várias ideologias. 
10- Outras Classificações: 
A doutrina ainda traz a classificação das Constituições denominadas 
Pactuadas ou Dualistas que se referem a um compromisso firmado 
entre o rei e o Poder Legislativo, pelo qual a monarquia ficaria 
sujeitada aos esquemas constitucionais. Assim a Constituição se 
sujeitaria a dois princípios: monárquico e democrático. Um exemplo 
foi a Magna Carta inglesa de 1215, onde o rei João Sem Terra, para 
não ser deposto de seu trono, teve de aceitar uma carta imposta 
pelos barões, se submetendo a um rol de exigências destes. 
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31 
Observação: Essa classificação de Loewenstein possui 
nomenclatura semelhante a uma outra classificação trazida pelo Prof. 
Alexandre de Moraes. Segundo o Prof.: 
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Classificação da Constituição Brasileira de 1988: 
Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições: 
Critério Classificação Conceito 
No Brasil 
(CF/88) 
Origem 
Outorgada Imposta pelo governante. 
Promulgada Origem 
Promulgada 
Legitimada pelo povo 
através de uma 
Assembléia Constituinte. 
Promulgada Origem 
Cesarista 
Imposta pelo governante, 
mas posteriormente 
levada à aprovação 
popular (não deixa de ser 
outorgada). 
Promulgada 
Forma 
Escrita 
Documento Escrito (se 
único = codificada/se 
vários = legal). 
Escrita e 
Codificada. 
Forma 
Não-Escrita 
Consuetudinária 
(costumeira). O que 
importa é o conteúdo e 
não como ele é tratado. 
Escrita e 
Codificada. 
Extensão 
Sintética 
Dispõe apenas sobre 
matérias essenciais 
(organização do Estado e 
limitação do poder). Analítica Extensão 
Analítica 
E extensa tratando de 
vários assuntos, ainda que 
não sejam essenciais. 
Analítica 
Conteúdo Formal 
Independe do conteúdo 
tratado. Se estiver no 
corpo da Constituição será 
um assunto 
Formal 
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32 
Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, 
dogmática, dirigente, eclética, normativa (ou nominalista - sem 
consenso, neste caso - na classificação de Loewenstein), nominalista 
(na classificação de resolução dos problemas de Alexandre de 
Moraes), codificada (para André Ramos Tavares) ou reduzida (para 
Pinto Ferreira), legal (pelo fato de valer como lei, para Alexandre de 
Moraes). 
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constitucional, já que o 
importante é tão somente 
a forma. 
Material 
O importante é apenas o 
conteúdo. Não precisa 
estar formalizado em uma 
constituição para ser um 
assunto constitucional. 
Elaboraç 
ão 
Dogmática 
Necessariamente escrita. 
Reflete a realidade 
presente na sociedade em 
um determinado 
momento. 
Dogmática 
Elaboraç 
ão 
Histórica 
Consolidada ao longo do 
tempo. 
Dogmática 
Alterabili 
dade ou 
estabilid 
ade. 
Flexível 
Pode ser alterada por leis 
de status ordinário. 
Prescinde de 
procedimento especial 
para ser alterada. 
Rígida (ou 
super-rígida já 
que possui 
cláusulas 
pétreas). 
Em 1824 era 
semi-rígida. 
Alterabili 
dade ou 
estabilid 
ade. 
Rígida 
Somente pode ser 
alterada por um 
procedimento especial. 
Rígida (ou 
super-rígida já 
que possui 
cláusulas 
pétreas). 
Em 1824 era 
semi-rígida. 
Alterabili 
dade ou 
estabilid 
ade. 
Semi-rígida 
ou semi-
flexível 
Possui uma parte rígida e 
outra flexível. 
Rígida (ou 
super-rígida já 
que possui 
cláusulas 
pétreas). 
Em 1824 era 
semi-rígida. 
Alterabili 
dade ou 
estabilid 
ade. 
Imutável Não podem ser alteradas 
Rígida (ou 
super-rígida já 
que possui 
cláusulas 
pétreas). 
Em 1824 era 
semi-rígida. 
Ontológic 
a ou 
conexão 
com a 
realidade 
Nominalista É ignorada. 
Normativa ou 
nominalista 
(sem 
consenso) 
Ontológic 
a ou 
conexão 
com a 
realidade 
Normativa Efetivamente aplicada. 
Normativa ou 
nominalista 
(sem 
consenso) 
Ontológic 
a ou 
conexão 
com a 
realidade Semântica 
Criada apenas para 
justificar o poder de um 
governante. 
Normativa ou 
nominalista 
(sem 
consenso) 
Finalidad 
e 
Dirigente 
Possui normas 
programáticas traçando 
um plano para o governo. 
Dirigente 
Finalidad 
e 
Garantia 
Constituição negativa, 
sintética. Não traça 
planos, apenas limita o 
poder e organiza o Estado. 
Dirigente 
Finalidad 
e 
Balanço Utilizada para ser aplicada 
Dirigente 
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em um determinado 
estágio político de um 
país. 
Ideologia 
Ortodoxa Única ideologia 
Eclética Ideologia 
Eclética Várias ideologias 
Eclética 
• Questões da FCC: 
1. (FCC/AJEM-TRT-7a/2009) A Constituição que prevê somente 
os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-
o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e 
garantias fundamentais é classificada como: 
a) pactuada. 
b) analítica. 
c) dirigente. 
d) dualista. 
e) sintética. 
Comentários: 
Questão bem direta, acho que não há dúvidas que tal constituição 
seria uma Constituição "sintética", não é mesmo? Ela trata apenas 
daquilo que é essencial: organização do Estado e direitos 
fundamentais. 
A letra A e a letra D são excludentes... Pactuada seria o mesmo que 
dualista, são as constituições fruto de um acordo entre o rei e o 
legislativo. 
Analítica é o contrário da sintética, não fala só das coisas que o 
enunciado propôs, mas sim sobre um monte coisa que nem precisava 
estar ali. 
A letra C traz uma constituição que se caracteriza por também ser 
analítica, pois além de limitar o poder e organizar o Estado, traz as 
norma programáticas, ou seja, normas que irão traçar um plano para 
o governo se orientar. Ex. " Art. 218. O Estado promoverá e 
incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação 
tecnológicas". 
Gabarito: Letra E. 
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2. (FCC/AJEM-TRT-4a/2009) A Constituição da República 
Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu 
conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e 
sua extensão, como: 
a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética. 
b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética. 
c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica. 
d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética. 
e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica. 
Comentários: 
Questão muito interessante. Sabemos que a CF de 1988 é uma 
constituição rígida, pois somente com um processo bem complexo é 
que pode ser modificada (precisa seguir todo o rito que o art.60 
estabeleceu). 
O Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88 como super-rígida, 
pois possui as cláusulas pétreas, ou seja, matérias que não podem 
ser abolidas. 
A FCC costuma seguir a doutrina do Alexandre de Moraes no tema 
"classificação das constituições", tanto que, conforme vimos, 
considera a CF/88 como sendo uma Constituição legal. 
Assim, a CF/88, embora seja uma Constituição rígida, também 
poderá ser considerada super-rígida, aliás, recomendo seguir esta 
classificação quando mencionada pela questão. ok? 
Desta forma: 
Letra A - Errado, pois ela não é histórica ou costumeira, nem flexível 
e nem sintética. 
Letra B - Errada, pois ela não é material, nem outorgada, nem 
sintética. 
Letra C - Perfeito. 
Letra D - Errada, pois ela não é material, nem semi-rígida e nem 
sintética. 
Letra E - Errada, pois ela não é histórica ou costumeira, nem 
outorgada, e nem flexível. 
Gabarito: Letra C. 
3. (FCC/Analista-TRE-MG/2005) Tendo em vista a classificação 
das constituições, pode-se dizer que a Constituição da República 
Federativa do Brasil vigente é considerada escrita e legal, assim como 
a)super-rígida, popular, histórica, sintética e semântica. 
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b) rígida, promulgada, dogmática, analítica e formal. 
c) semi-rígida, democrática, dogmática, sintética e pactuada. 
d) flexível, outorgada, dogmática, analítica e nominalista. 
e) flexível, promulgada, histórica, analítica e formal. 
Comentários: 
Sem maiores delongas (vamos ser pragmáticos...rs) o gabarito desta 
questão é a letra B, já que a CF/88, como vimos, é uma constituição: 
Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, 
dogmática, dirigente, normativa (para Loewenstein), nominalista 
(pela classificação de Alexandre de Moraes), legal (Alexandre de 
Moraes). 
Gabarito: Letra B. 
4. (FCC/Auditor TCE-AM/2007) Considerando os vários 
critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser 
classificadas quanto 
I. à forma, em escritas e não escritas; 
II. ao conteúdo, em materiais e formais; 
III. à origem, em promulgadas e outorgadas; 
IV. à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas; 
V. à finalidade, em dirigentes e garantias. É correto o que se afirma 
em 
a) I, II, III, IV e V. 
b) I e II, somente. 
c) I, III, V, somente. 
d) II, III e IV, somente. 
e) III, IV e V, somente. 
Comentários: 
Tá tudo certinho... 
Os 5 itens estão corretos. 
Gabarito: letra A. 
5. (FCC/Analista - TRT 16a/2009 - Adaptada) Semiflexível é a 
constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo 
processo legislativo ordinário (CERTO/ERRADO). 
Comentários: 
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Para alterar as normas de uma constituição rígida, precisamos de um 
procedimento especial. Para alterar as normas de uma constituição 
flexível, precisa-se de o mesmo rito de elaboração de uma simples lei 
ordinária. Nas constituições semi-rígidas ou semiflexíveis, há uma 
parte rígida e uma parte flexível. 
Gabarito: Correto. 
6. (FCC/Analista-MPE-SE/2009 - Adaptada) A Constituição 
brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se 
passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se 
conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a 
proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos 
Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só 
Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas 
dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos 
Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as 
formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias." Depreende-se 
dos dispositivos acima transcritos que a Constituição brasileira do 
Império era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas 
normas, diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse 
aspecto, é rígida (CERTO/ERRADO). 
Comentários: 
Quando a CF de 1824 dispôs: "É só Constitucional o que diz respeito 
aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos 
Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é 
Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas 
Legislaturas ordinárias". Ela estava dizendo que uma parte da 
constituição seria rígida (parte constitucional) e outra parte da 
constituição seria flexível (parte não-constitucional), e desta forma, 
formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível. 
Atualmente, a CF/88 é do tipo rígida, já que todas as suas normas, 
para serem alteradas, precisam de um procedimento especial. 
Gabarito: Correto. 
7. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009 - Adaptada) O 
conceito de normas materialmente constitucionais foi utilizado pela 
Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a 
Constituição (CERTO/ERRADO). 
Comentários: 
Como vimso, pelo art. 178 da CF de 1824 inferia-se que em seu 
corpo possuia uma parte que era materialmente constitucional, 
distitnta das demais. Essa parte seria rígida (parte constitucional) e 
outra parte da constituição seria flexível (parte não materialmente 
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constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição 
semi-rígida ou semiflexível. 
Gabarito: Correto. 
8. (FCC/Procurador do TCE-MG/2007) No que se refere à 
classificação das constituições, é certo que as: 
a) sintéticas se formam do produto sempre escrito e flexível, 
sistematizado por um órgão governamental, a partir de idéias da 
teoria política e do direito dominante. 
b) dogmáticas são frutos da lenta e contínua síntese das tradições e 
usos de um determinado povo, podendo apresentar-se de forma 
escrita ou não-escrita. 
c) formais consistem no conjunto de regras materialmente 
constitucionais, editadas com legitimidade, estejam ou não 
codificadas em um único documento. 
d) promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de 
determinada época, sem a participação popular, tendo natureza 
imutável. 
e) analíticas ou dirigentes, examinam e regulamentam todos os 
assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e 
funcionamento do Estado. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Não há qualquer correlação entre os termos. A 
Constituição sintética é aquela que trata apenas de assuntos 
estritamente relacionados com o conteúdo essencial a uma 
constituição. O texto refere-se ao que podemos classificar como uma 
Constituição dogmática. 
Letra B - Errado. Esse é o conceito de Constituição histórica. 
Letra C - Errado. Esse é o conceito de Constituição material. As 
constituições formais devem estar sempre inseridas em um 
documento escrito e independem do conteúdo tratado para que 
sejam consideradas constitucionais. 
Letra D - Errado. Esse é o conceito de outorgada, ou imposta. Outro 
erro é a natureza imutável, que tem relação com a incapacidade de 
se alterar o texto constitucional, não tendo relação com o conceito de 
promulgada/outorgada. 
Letra E - Correto. As constituições dirigentes são aquelas que 
direcionam a atuação do Estado, instituindo programas para serem 
seguidos pelo governo (normas programáticas), não se limitando a 
tratar unicamente de assuntos essenciais a uma constituição. As 
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CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES - TRIBUNAIS E MP 
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constituições dirigentes, então, são analíticas, pois vão além dos 
assuntos considerados "essenciais". 
Gabarito:

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