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3.1-Direitos e Garantias Fundamentais Parte I

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Aula 4 - Direitos e Garantias Fundamentais - parte 1: 
Fala pessoal, tudo certo? Como vão os estudos? 
Animados para aula de hoje? Tomara que estejam, pois nessa aula 
começaremos a ver os Direitos e Garantias Fundamentais, tema que 
talvez seja o mais importante do curso, pelo simples fato de ser 
cobrado em qualquer concurso que exija direito constitucional. 
Nós iremos ver a teoria geral sobre esses direitos e, em seguida, 
adentraremos na Constituição. Vamos lá: 
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais 
Mas qual a diferença entre direitos e garantias? 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar 
de fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às 
ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao 
Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias 
são proteções para que se possa exercer um direito1. 
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase 
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os 
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as 
garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são 
instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daquele 
bens e vantagens"2. 
1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando 
que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto 
constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o 
exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla 
defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma 
exclusiva. 
Comentários: 
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e 
vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os 
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que 
importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do 
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de 
natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e 
a ampla defesa (CF, art. 5°, LV) são garantias asseguradas em 
qualquer processo judicial ou administrativo. 
1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 
2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. 
Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 1 
flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Gabarito: Errado. 
2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas 
garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a 
direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na 
faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade. 
Comentários: 
Trata-se de questão doutrinária, onde se reconhece a interligação dos 
termos, o que torna difícil a tarefa de distinguir o que seriam na 
verdade direitos e o que seriam garantias. 
Gabarito: Correto. 
3. (CAIPIMES/Advogado SP Turismo/2007 - Adaptada) Os 
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma. 
Comentários: 
Isso aí, essa é a definição doutrinária. 
Gabarito: Correto. 
4. (CAIPIMES/Advogado SP Turismo/2007 - Adaptada) As 
garantias nem sempre são os meios destinados a fazer valer os 
direitos constitucionais. 
Comentários: 
Erra a questão, pois vai contra a definição doutrinária de "garantia", a 
qual seria "os meios e instrumentos que asseguram o exercício dos 
direitos". 
Gabarito: Errado. 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos 
e garantias fundamentais: 
• 1a - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5°); 
• 2a - direitos sociais (CF, art. 6° ao 11); 
• 3a - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 
• 4a - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 
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Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e 
Garantias Fundamentais? 
flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
• 5a - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos 
políticos (CF, art. 17). 
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se 
constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas em um rol 
exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos 
futuros. 
Art. 5°, § 2° - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte. 
E as bancas exploram isso, veja: 
5. (FCC/EPP-BA/2004) A classificação adotada pelo legislador 
constituinte de 1988 estabeleceu como espécies do gênero direitos 
fundamentais tão-somente os direitos: 
a) individuais e coletivos. 
b) individuais, coletivos e sociais. 
c) individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade, políticos e 
relacionados à existência, organização e participação em partidos 
políticos. 
d) sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, 
organização e participação em partidos políticos. 
e) individuais, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à 
existência, organização e participação em partidos políticos. 
Comentários: 
A doutrina costuma dizer que os direitos fundamentais podem ser de 
5 tipos: 1- Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos 
Sociais; 3- Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5-
Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
A questão pegou estes tipos e desmembrou ainda mais. Se 
observarmos calmamente todas as assertivas, veremos que a correta 
então é a letra C, já que a letra E esqueceu dos direitos coletivos. 
Gabarito: Letra C. 
6. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal 
compreende os direitos fundamentais como sendo os direitos 
individuais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo 
dessa categoria os direitos sociais e os direitos políticos. 
Comentários: 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Não só os direitos sociais e os políticos, mas também os direitos da 
nacionalidade e o do funcionamento e existência dos partidos políticos 
podem ser elencados como direitos fundamentais segundo a CF/88. 
Gabarito: Errado. 
7. (FCC/Procurador - PGE-SP/2009) Os direitos e garantias 
expressos na Constituição Federal: 
a) constituem um rol taxativo. 
b) não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, entre os quais o Estado Democrático de Direito e o 
princípio da dignidade humana. 
c) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito 
e do princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser 
formalmente reconhecida por autoridade judicial no exercício do 
controle de constitucionalidade. 
d) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito 
e do princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser 
formalmente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar 
arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
e) somente podem ser ampliados por força de Tratado Internacional 
de Direitos Humanos aprovado em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Comentários: 
A relação não é taxativa, mas, sim um rol aberto, exemplificativo, já 
que a própria Constituição estabelece em seu art. 5° §2°, que os 
direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil sejaparte. 
Gabarito: Letra B. 
8. (FCC/EPP-SP/2009) Em matéria de direitos e garantias 
fundamentais, a Constituição de 5 de outubro de 1988 
a) estabelece um amplo, porém taxativo, rol de direitos públicos 
subjetivos. 
b) demonstrou acentuada preocupação com a efetividade de suas 
disposições. 
c) pouco inovou em relação às Constituições brasileiras anteriores. 
d) manteve-se atrelada ao padrão liberal clássico, refratário aos 
direitos fundamentais de cunho prestacional. 
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e) é de inspiração socialista, dependendo a plena fruição dos direitos 
que consagra da planificação total da economia. 
Comentários: 
Letra A - Errada. O rol é aberto, exemplificativo. 
Letra B - Correto, por isso previu expressamente que as normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
Letra C - Errada. A carta de 1988 marca a restauração da democracia 
no Brasil após longos anos de ditadura militar, desta forma, teve-se 
efetiva preocupação em estabelecer um amplo rol de direitos e 
garantias fundamentais e assegurar a sua efetividade. 
Letra D - Errada. O padrão liberal clássico é a previsão somente das 
liberdades individuais (direitos de primeira dimensão). A CF/88 previu 
os direitos de segunda e terceira dimensão. 
Letra E - Errada. A Constituição é claramente capitalista, apoiada em 
princípios como a livre iniciativa e a livre concorrência. 
Gabarito: Letra B. 
9. (FCC/Procurador do BACEN/2006 - Adaptada) No que 
tange aos direitos e garantias individuais, a Constituição Federal 
apresenta um rol não taxativo, tendo em vista, sobretudo, o regime e 
os princípios por ela adotados e os compromissos decorrentes de 
tratados internacionais (Certo ou Errado). 
Comentários: 
Taí de novo... é uma questão clássica. 
Gabarito: Correto. 
10. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos 
na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter 
constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.° da CF é 
taxativa. 
Comentários: 
Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art. 
5° §2°, eles não excluem outos direitos e garantias decorrentes dos 
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
11. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais 
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5° do texto 
constitucional. 
Comentários: 
Primeiramente, o art. 5° da CF diz respeito apenas aos direitos e 
deveres individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão 
expressamente elencados do art. 5° ao 17. Além disso, o rol de 
direitos fundamentais expressos não é um rol taxativo, pois por força 
do art. 5° §2°, não excluem os direitos e garantias decorrentes dos 
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Existem, inclusive, diversos outros direitos e garantias individuais que 
estão espalhados ao longo do texto constitucional, como, por 
exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
Gabarito: Errado. 
12. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema 
constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias 
fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além 
daqueles constantes do art. 5.° da CF. 
Comentários: 
O rol é exemplificativo. Pode ser ampliado. 
Gabarito: Errado. 
como sinonimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo 
"direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto 
"direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que 
foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um 
determinado Estado. 
A doutrina também costuma elencar como características destes 
direitos: 
• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que 
foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico 
também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação 
e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais 
direitos como imutáveis. 
• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; 
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A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" 
e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
• imprescritibilidade - podem ser invocados 
independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem 
com o tempo; 
• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, 
mas não poderão ser renunciados; 
• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção. 
• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não 
são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu 
exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional 
(decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se 
no dever de respeitar o direito da outra pessoa. 
• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os 
direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser 
garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito 
não excluiu o outro, eles são complementares, se somam, 
concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção; 
• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 
1° - Em um primeiro momento levaria à noção de 
indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental 
dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental 
(exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem 
garantir os direitos econômicos); 
2° - Em uma segunda acepção também é lembrada como a 
relação que deve existir entre as normas (sejam elas 
constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos 
fundamentais, de forma que as primeiras (normas 
constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os 
caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
13. (FCC/TCE-MG/2007 - Adaptada) Os direitos fundamentais 
são absolutos, não sendo suscetíveis de limitação no seu exercício. 
Comentários: 
Eles são relativos e não absolutos. 
Gabarito: Errado. 
14. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal deu 
enorme relevância ao direitos fundamentais, assegurando-os de 
maneira quase absoluta, mas certas conturbações sociais podem 
desencadear a necessidade de supressão temporária de certos 
direitos no atendimento do interesse do Estado e das instituições 
democráticas. 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Comentários: 
Isso aí, não se pode admitir que os direitos fundamentais sejam 
absolutos, pois existem limites ao seu exercício. A questão fala ainda 
em "necessidade de supressão temporária". Essa supressão 
temporária de alguns direitos é expressamente admitida pela 
Constituição nas hipoteses de Estado de Sítio e de Defesa (CF, art. 
135 e 136), quando poderão ser suspensos direitos como a liberdade 
de reunião e sigilo de comunicações para que não prejudiquem o 
objetivo de restaurar a ordem pública. 
Gabarito: Correto. 
15. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são 
relativos e históricos, pois podem ser limitados por outros direitos 
fundamentais e surgem e desaparecem ao longo da história humana. 
Comentários: 
Exatamente. Entre as diversas características dos direitos 
fundamentais, temos a historicidade e a relatividade. 
Gabarito: Correto. 
16. (ESAF/Procurado - PGFN/2007 - Adaptada) Entre as 
características funcionaisdos direitos fundamentais encontra-se a 
legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter 
irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da 
imutabilidade. 
Comentários: 
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são 
relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser 
de ordem constitucional ou encontrar-se no dever de respeitar o 
direito da outra pessoa. Outro erro também é o da conversão para 
imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas históricas, 
com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são 
novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los 
como imutáveis. 
Gabarito: Errado. 
17. (IADES/Analista Jurídico - CFA/2010) Sobre o tema 
Direitos e Garantias fundamentais, assinale a alternativa correta. 
(A) Os direitos fundamentais podem ser reclamados em um 
determinado tempo, pois há um lapso temporal que limita sua 
exigibilidade. 
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flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
(B) A interdependência diz respeito à relação entre normas 
constitucionais e infraconstitucionais com os direitos fundamentais, 
devendo as segundas zelar pelo alcance dos objetivos previstos nas 
primeiras. 
(C) A característica da complementaridade, refere-se à interpretação 
conjunta dos direitos fundamentais objetivando sua realização de 
forma parcial. 
(D) A inalienabilidade dos direitos fundamentais caracteriza-se pela 
impossibilidade de negociação dos mesmos, tendo em vista não 
possuírem conteúdo patrimonial. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Os direitos fundamentais são imprescritíveis, logo 
independem de lapso temporal para serem exigidos. 
Letra B - Errado. Segundo a interdependência dos direitos 
fundamentais, não são as normas infraconstitucionais que devem 
zelar pelas normas constitucionais, mas sim, ambas as espécies 
normativas (constitucionais e infraconstitucionais), devem zelar pelo 
efetivo cumprimento dos direitos fundamentais. 
Letra C - Errado. Olha o que a questão fala: "objetivando sua 
realização de forma parcial". Tá errado! A realização tem que ser 
conjunta. 
Letra D - Correto. Os direitos fundamentais são inegociáveis, 
inalienáveis, não são bens! 
Gabarito: Letra D. 
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É importante salientar que estes direitos não se 
restringem a particulares, podendo, alguns, ser ga-
rantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de 
direito publico, como, por exemplo, o direito de propriedade. 
É importante que citemos ainda que a pessoa jurídica 
faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua 
reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ -
18. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010 - Adaptada) As pessoas 
jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm direito a 
indenização por danos materiais, mas não por danos morais. 
Comentários: 
flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Como vimos, diversos direitos são extensíveis às pessoas jurídicas: 
pessoa jurídica faz jus a sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de 
propriedade... até mesmo o direito à honra. 
Gabarito: Errado. 
19. (FCC/ACE-TCE-MG/2007 - Adaptada) A Constituição Federal 
vigente assegura a existência de direitos fundamentais somente às 
pessoas físicas, mas não às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Dispensa comentários... 
Gabarito: Errado. 
20. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos 
e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de 
direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, 
alguns deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até 
mesmo de direito público, como o direito de propriedade. 
Gabarito: Correto. 
21. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os 
direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto 
para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), 
exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às 
pessoas físicas. 
Comentários: 
Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais 
são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são 
também extensíveis as jurídicas. Nem todo direito fundamental, 
porém, pode ser exercido por pessoas jurídicas, como por exemplo o 
direito de "ir e vir" ou de "que os presos permaneçam com os filhos 
durante a amamentação". Assim, alguns direitos fundamentais são, 
logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
22. (CESPE/Analista TJRJ/2008) O direito fundamental à honra 
se estende às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
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flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Exato. Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. Vá você 
difamar o nome de uma grande empresa como a Coca-cola, Pepsi e 
etc. para ver o que acontece... 
Gabarito: Correto. 
limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o 
uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no 
que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Desta forma, temos: 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
Eficácia horizontal 
Proteção do particular em face de outro 
particular. 
23. (CESPE/Analista - TRT 9a/2007) Os direitos e garantias 
fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às 
relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o 
próprio Estado. 
Comentários: 
Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
24. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) A retirada de um dos sócios de 
determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, 
deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais 
não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e 
o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é 
denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Isso aí. Ainda que no âmbito dos poderes privados, os direitos 
fundamentais devem ser respeitados. 
Gabarito: Correto. 
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Historicamente, estes direitos se constituem em uma 
conquista de uma proteção do cidadão em face do poder 
autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos 
flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que 
uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, 
ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem 
exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). 
É importante que revisemos aqui um pouco do que vimos sobre a 
"evolução do Estado" para entender melhor a questão dos direitos 
fundamentais: 
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de 
Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados 
Unidos temos o início do Estado Liberal, já que se asseguraram as 
liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de 
primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é 
naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos 
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o 
Estado apenas como força de harmonização e consecução dos 
direitos. 
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 
1919, que nascem logo após a 1a Guerra Mundial, temos um estilo de 
Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido 
estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Nãopodemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de 
"constituição liberal" expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além 
do "Estado liberal". A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer 
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1a geração 
- liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos 
econômicos, culturais e sociais (direitos de segunda geração -
relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de "Estado 
Social". Desta forma, possui como característica a mudança da 
concepçào de constituição sintética para uma constituição analítica, 
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da 
discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na ordem 
econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica 
passa a ser substituída pela democracia social. 
Esse estado social é superado com o fim da 2a Guerra Mundial, temos 
então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas 
iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". 
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses 
direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
Vejamos: 
Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 12 
É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais 
em dimensões, principalmente em 1a, 2a e 3a dimensões 
(antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso 
flJyRSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
Fase Marco 
Mundial 
Dimensão 
dos 
direitos 
Direitos Marco no 
Brasil 
Estado 
Liberal 
Revolução 
Francesa e 
Independê 
ncia dos 
EUA 
ia Liberdade: 
Direitos civis e 
políticos 
Incipiente 
na CF/1824 
e 
fortalecido 
na CF/1891 
Estado 
Social 
Pós 1a 
Guerra 
Mundial -
Constituiçã 
o Mexicana 
(1917) e 
Weimar 
(1919). 
2a Igualdade: 
Direitos Sociais, 
Econômicos e 
Culturais. 
CF/1934 
Estado 
Democrático 
Pós 2a 
Guerra 
Mundial. 
3a Solidariedade 
(fraternidade): 
Direitos coletivos e 
difusos. 
CF/1988 
• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. 
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-
se de "second") são os de segunda dimensão. 
A primeira dimensão dos direitos são os chamadas liberdades 
negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de 
libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais 
pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos iguais, mas 
sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais (econômica, 
cultural...) entre as pessoas. 
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é 
também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem 
não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva 
ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, 
social e cultural. 
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Pulo do Gato: 
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A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, 
se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo 
determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma 
coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à 
paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, 
o direito de propriedade ao patrimonio comum da humanidade, o 
direito de comunicação, entre outros. 
Nesta 3a dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos 
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no 
patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o 
cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade 
reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, 
praticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O 
principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à 
frente. 
Questões sobre dimensões/gerações dos direitos: 
25. (FCC/Analista TRF 4a/2010) São direitos fundamentais 
classificados como de segunda geração 
a) os direitos econômicos e culturais. 
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. 
c) as liberdades públicas. 
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Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e 
quinta dimensões: 
4a dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já 
existiria a 4a dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se 
vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta, 
incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta 
dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos 
promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a 
uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de 
forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria 
materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio 
genético dos indivíduos. 
5a dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta 
dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade 
de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente 
devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro 
nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de 
quinta geração como os direitos "virtuais" ou "cibernéticos", ou seja, 
aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade 
virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
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d) os direitos e garantias individuais clássicos. 
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. 
Comentários: 
Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, 
econômicos e culturais. 
Gabarito: Letra A. 
26. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Liberdade, 
Igualdade e Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser 
relacionados, respectivamente, com os direitos humanos de primeira, 
segunda e terceira gerações. 
Comentários: 
É isso aí... 
Gabarito: Correto. 
27. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) O direito à 
paz inclui-se entre os direitos humanos de segunda geração. 
Comentários: 
Não não... direito à paz não é de segunda geração não, é um direito 
da sociedade, um direito difuso, seria de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
28. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Os direitos 
humanos de primeira geração foram construídos, em oposição ao 
absolutismo, como liberdades negativas; os de segunda geração 
exigem ações destinadas a dar efetividade à autonomia dos 
indivíduos, o que autoriza relacioná-los com o conceito de liberdade 
positiva e com a igualdade. 
Comentários: 
Exatamente. 
Gabarito: Correto. 
29. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) Os direitos republicanos 
têm surgido na doutrina como uma nova categoria onde o cidadão 
passa a pensar no interesse público explicitamente para fazer frente à 
ofensa à coisa pública, como o nepotismo, a corrupção, bem como às 
políticas de Estado que, a pretexto de se caracterizarem como 
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públicas, na verdade podem atender a interesses particulares 
indefensáveis. 
Comentários: 
Isso aí, tratam-se de direitos de terceira dimensão. O homem 
pensando em sociedade e agindo contra as políticas chamadas de 
"patrimonialistas". 
Gabarito: Correto. 
30. (FCC/Analista TRT 9/2004) Os direitos fundamentais são 
também classificados em três gerações. Os de primeira, segunda e 
terceira gerações correspondem, respectivamente,aos direitos: 
a) à democracia ou ao pluralismo; de fraternidade ou de 
solidariedade; e de liberdade ou de defesa. 
b) de liberdade ou de defesa; de prestação por parte do Estado ou 
sociais; e de fraternidade ou de solidariedade. 
c) de prestação por parte do Estado ou sociais; à democracia ou à 
informação; e de liberdade ou de defesa. 
d) de fraternidade ou de solidariedade; de liberdade ou de defesa; e 
à igualdade material ou à isonomia. 
e) à informação ou ao pluralismo; de fraternidade ou de 
solidariedade; e de prestação por parte do Estado ou econômicos. 
Comentários: 
A resposta dispensa muitas divagações. Claramente é a letra B! 
Gabarito: Letra B. 
31. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de 
terceira geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda 
que ainda comportam, não recebem tratamento constitucional. 
Comentários: 
Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será 
aplicado no futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de 
"terceira geração" são os direitos coletivos e difusos e estão 
positivados na Constituição Federal. 
Gabarito: Errado. 
32. (CESPE/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou 
dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da 
igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, 
sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, 
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reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos 
de terceira geração — que materializam poderes de titularidade 
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — 
consagram o princípio da solidariedade. 
Comentários: 
Inverteram-se os princípios referentes à primeira e segunda 
gerações. A primeira dimensão materializa a liberdade, já a igualdade 
é referente à segunda dimensão. 
Gabarito: Errado. 
33. (CESPE/Advogado - CEHAP/2009) A evolução cronológica 
do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades 
modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o 
direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira 
geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos 
no início do século XX. 
Comentários: 
Opa!!! 
Obrigado Vítor não esqueço mais... Os direitos sociais, econômicos e 
culturais são direitos de segunda geração e não de terceira (esta 
geração é marcada pelos direitos coletivos e difusos). 
Gabarito: Errado. 
34. (CESPE/Analista - DPU/2010) Acerca dos direitos sociais, 
assinale a opção correta. 
a) O cerceamento à liberdade de expressão é uma clara afronta aos 
direitos sociais capitulados na CF. 
b) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.a geração. 
c) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de 
direitos sociais. 
d) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas. 
e) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só 
podem ser classificados como direitos fundamentais de eficácia plena, 
não dependendo de normatividade ulterior. 
Comentários: 
..Olha o SECond aí denovo... 
Gabarito é a letra B !!! 
Vamos analisar o resto: 
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Letra A - Errado. Trata-se de direito individual, não social. 
Letra C - Errado. Mais uma vez, são individuais, não sociais. 
Letra D - Errado. As liberdades negativas são os direitos individuais, 
são uma proteção. Os direitos sociais são "positivos" (necessitam que 
se faça uma ação). 
Letra E - Errado. Os direitos sociais são em regra de eficácia 
LIMITADA, precisam que se façam leis e ações administrativas para 
que possam ser concretizados. 
Gabarito: Letra B. 
35. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são 
exemplos típicos de direitos de 3.a geração 
Comentários: 
Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma 
forma que os civis. 
Gabarito: Errado. 
36. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de 
terceira geração. 
Comentários: 
Exato, trata-se de um direito difuso, preocupado com o homem em 
sociedade, sendo assim, de terceira dimensão. 
Gabarito: Correto. 
37. (CESPE/OAB-Nacional/2007) O direito ao progresso é um 
exemplo de direito fundamental de segunda geração ou dimensão. 
Comentários: 
É um direito de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
38. (CESPE/Auditor - TCE-PE/2004) Na evolução dos direitos 
fundamentais, consolidou-se a classificação deles em diferentes 
gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira 
gerações), as quais se sucederam e se substituíram ao longo do 
tempo, a partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789. 
Comentários: 
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Não não não... Essa é a maior crítica ao uso do termo "geração" de 
direitos. Os direitos não se sucederam e substituíram, eles foram se 
acumulando. 
Gabarito: Errado. 
39. (CESPE/Defensor Publico - Alagoas/2003) O direito ao 
desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente e o 
direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade podem 
ser considerados como direitos de segunda geração ou dimensão. 
Comentários: 
Estes seriam de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
40. (CESPE/Defensor PUblico - Alagoas/2003) O direito de 
comunicação pode ser enquadrado no rol dos direitos de terceira 
dimensão ou geração. 
Comentários: 
Pode sim. 
Gabarito: Correto 
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Teoria dos limites e o nUcelo essencial dos direitos 
fundamentais: 
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias 
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que 
são relativos, pois estão sujeitos a restrições, tais restrições ora serão 
impostas pelo legilslador (nos casos em que a Constituição autorize, 
expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos 
que poderão com eles colidir no caso concreto, devendo, neste caso, 
ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá, o intérprete (juiz) 
fará então uso do princípio da harmonização (ou concordância 
prática, ou ainda ponderação de interesses). 
Permite-se, então, para se proteger o teor de certos direitos 
fundamentais, que o legislador crie restrições a algum desses 
direitos. Essas restrições legais deverão decorrer de autorização da 
Constituição, porém, estas autorizações podem estar expressas na 
Constituição (limitações expressamente constitucionais) ou de forma 
implícita (limitações tacitamente constitucionais). 
Quando a Constituição permite a restrição de um direito através de 
lei, surge o que a doutrina chama de "reserva legal". Ou seja, 
reservou-se à lei o direito de estabelecer uma limitação. Essa reserva 
legal será chamada de: 
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• Reserva legal simples - quando a Constituição se limita a 
autorizar a restrição (Ex. Art. 5° VII - é assegurada, "nos termos da 
lei", a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva); ou 
• Reserva legal qualificada - quando, além de autorizar a 
restrição, a Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5°, XII -
autoriza que a lei venha a trazer hipóteses de interceptação 
telefônica, mas somente para atender aos fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal). 
É importante salientar que o legislador possui limites noseu exercício 
de limitação do direito fundamental, o que se tem chamado de os 
"limites dos limites". E qual seria tal limite? Seria a preservação do 
"núcleo essencial" do direito fundamental. 
O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu 
conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está 
sofrendo a restrição não fique descaracterizado e perca a sua 
efetividade. Embora não seja expresso na Constituição, a doutrina e a 
jurisprudência, adotam a proteção ao núcleo essencial como implícito 
em nosso ordenamento jurídico. 
41. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) A teoria dos limites dos 
limites serve para impor restrições à possibilidade de limitação dos 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
É exatamente isso. Sabemos que os direitos fundamentais não são 
absolutos, são relativos já que podem sofrer limitações. Essas 
limitações também sofrem restrições, o chamado "limites dos 
limites". 
Gabarito: Correto. 
42. (FCC/DPE-MA/2003) Os direitos fundamentais consagrados 
na Constituição brasileira: 
a) são sempre direitos ilimitados. 
b) são sempre considerados direitos absolutos. 
c) não podem sofrer, em qualquer caso, restrições por intermédio de 
legislação. 
d) somente podem ser restringidos pelo exercício do poder de polícia 
quando este estiver expressamente previsto na Constituição para o 
caso. 
e) tem a natureza de direitos relativos porquanto convivem com 
outros direitos e liberdades individuais ou coletivas. 
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Comentários: 
Questão que também não necessita de muitos comentários. Os 
direitos fundamentais são relativos, devem respeitar-se 
reciprocamente. 
Gabarito: Letra E 
43. (FCC/Procurador - PGE-PE/2004) Em ocorrendo colisão de 
direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de 
eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete 
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o 
princípio da: 
a) ponderação de interesses. 
b) interpretação adequadora. 
c) congruência. 
d) relativização dos direitos fundamentais. 
e) interpretação conforme a Constituição. 
Comentários: 
O princípio seria da harmonização ou concordância prática, ou ainda 
ponderação de interesses, de forma a descobrir no caso concreto qual 
irá prevalecer. 
Gabarito: Letra A 
44. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a 
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens) pode sofrer restrição, conforme previsto na Constituição, 
por meio da chamada reserva legal qualificada. 
Comentários: 
Seria uma reserva legal "simples" pois a Constituição limitou-se a 
prever que será "nos termos da lei" sem se preocupar em dizer quais 
seriam estes termos. 
Gabarito: Errado. 
45. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu 
expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
Essa garantia é implícita e não expressa. 
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Gabarito: Errado. 
Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5° § 1° - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos 
e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor? 
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos 
direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, 
esperando que venha uma lei para regulamentá-los. 
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial 
para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o 
direito. 
Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. 
Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque 
efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da 
sociedade. 
46. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009 - Adaptada) As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais não têm aplicação 
imediata, submetendo- se à regulamentação legislativa. 
Comentários: 
Isso contraria o disposto no art. 5°, §1° da Constituição. 
Gabarito: Errado. 
47. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas 
constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais 
têm eficácia contida e dependem de regulamentação. 
Comentários: 
Segundo a Constituição (CF, art. 5°, §1°) elas têm aplicação 
imediata refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente 
aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
§ 3° Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
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votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) 
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos 
fundamentais de status constitucional através da aprovação de 
tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. 
Vamos entender melhor isso: 
• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às 
leis ordinárias. 
• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às 
Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos 
acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto 
legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito 
exigido para as emendas à Constituição. 
• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem 
sobre direitos humanos, o STF entende que possuem 
"supralegalidade" podendo revogar leis anteriores e devendo 
ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que 
vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa 
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. 
• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso 
Nacional - por meio de Decreto Legislativo - resolver 
definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre 
direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes 
passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando 
em vigor após a edição de um decreto presidencial. 
Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status 
hierárquicos: 
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não 
verse sobre direitos humanos. 
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, 
mas pelo rito ordinário; 
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 
dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade 
só passou a existir com a EC 45/04. 
Mais observações: 
• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda 
Constitucional o Decreto Legislativo n° 186/08 que ratificou o 
texto da convenção sobre os direitos das pessoas com 
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deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova 
Iorque, em 30 de março de 2007. 
• Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que 
a norma fala direitos humanos. 
• Segundo o STF, como os tratados internacionais são 
equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria 
sob reserva constitucional de lei complementar, pois em 
tal situação, a própria CartaPolítica subordina o tratamento 
legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor-
mativo da Lei Complementar. 
48. (FCC/Analista Judiciário - Biblioteconomia - TRT 
24a/2011) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados: 
a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante 
aprovação prévia da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à 
Lei ordinária. 
b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente 
aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão 
equivalentes às Leis ordinárias. 
c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente 
aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão 
equivalentes às Leis complementares. 
d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida 
Provisória e serão levados à Câmara dos Deputados, para, mediante 
aprovação por maioria dos votos, serem convertidas em Leis 
ordinárias. 
Comentários: 
A questão queria, simplesmente, cobrar do candidato o conhecimento 
sobre a disposição constitucional do art. 5°, §3°, inserida pela EC 
45/04 que passou a admitir tratados internacionais de status 
constitucional, desde que fossem aprovados pelo mesmo rito de uma 
emenda constitucional, ou seja, aprovados em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Gabarito: Letra D. 
49. (FCC/Analista - TJ-PI/2009) Os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos 
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votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. 
Comentários: 
Para que alcancem esse status precisam de 3/5 dos votos e não 2/5. 
Gabarito: Errado. 
50. (CESPE/PM-DF/2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em 
cada uma de suas casas, em dois turnos, por três quintos dos seus 
votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse 
sobre direitos humanos, esse tratado será equivalente às emendas 
constitucionais. 
Comentários: 
É a literalidade do dispositivo encontrado na Constituição em seu art. 
5°, §3°. 
Gabarito: Correto. 
51. (CESPE/PGE-AL/2008) Sabendo que o § 2.° do art. 5.° da 
CF dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou 
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo 
constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes 
ao afirmar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil 
referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma 
constitucional. 
Comentários: 
A regra é que os tratados internacionais após serem internalizados 
serão equivalentes às leis ordinárias, somente serão equivalentes 
às emendas se contiverem os seguintes requisitos: 
• Versem sobre direitos humanos; e 
• Forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, 
da mesma forma que uma emenda constitucional, ou seja: 
• Em dois turnos; e 
• Por 3/5 dos votos de seus respectivos membros; 
E essa possibilidade só foi aberta pela EC 45/04. 
Gabarito: Errado. 
52. (CESPE/PGE-AL/2008) A EC n.° 45/2004 inseriu na CF um 
dispositivo definindo que os tratados e convenções internacionais 
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sobre direitos humanos que forem aprovados no Congresso Nacional 
com quorum e procedimento idênticos aos de aprovação de lei 
complementar serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Para adquirir status de emenda devem ser votados pelo mesmo rito 
de uma emenda constitucional e não pelo procedimento de uma lei 
complementar. 
Gabarito: Errado. 
53. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Quando previstos em tratados 
e convenções internacionais, os direitos fundamentais são 
equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Isso só acontecerá se forem ratificados pelo rito de votação das 
emendas constitucionais. Não basta estarem previstos em tratados. 
Gabarito: Errado. 
Tribunal Penal Internacional: 
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§ 4° O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela EC 45/04) 
Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado 
apenas literalmente nos concursos, independente do nível. 
54. (FCC/Analista - TJ-PI/2009) O Brasil se submete à 
jurisdição do Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão. 
Comentários: 
Isso aí. Literalidade do art. 5° §4° da Constituição. 
Gabarito: Correto 
55. (CESPE/Técnico-TRT 17a/2009) O Brasil se submeterá à 
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar 
adesão. 
Comentários: 
Literalidade do art. 5° §4° da Constituição. Essa foi uma inovação 
trazida pela EC 45/04. 
Gabarito: Correto. 
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56. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao 
Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de 
lei complementar. 
Comentários: 
Não há necessidade de lei complementar. 
Gabarito: Errado. 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: 
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Agora começaremos a estudar separadamente cada um dos 
direitos e garantias fundamentais: 
Esses direitos estão presentes no art. 5° da Constituição Federal. 
Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de 
nossa Constituição (CF, art. 60 §4°) - isso quer dizer que 
não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por 
uma emenda constitucional. Eles são "de pedra", permanentes, uma 
modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los. 
Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2° do 
art. 5°, não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e 
princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados 
internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos 
outros direitos individuais e coletivos também protegidos como 
cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, 
por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
57. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos 
fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser 
considerados como cláusulas pétreas. 
Comentários: 
Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelos 
direitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os 
direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem 
que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo 
fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um 
direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula 
pétrea, que segundo o art. 60 §4°, são: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
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Gabarito: Errado. 
58. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias 
fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas 
pétreas. 
Comentários: 
Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como 
cláusula pétrea os direitos e garantias individuais eo voto com as 
suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico". 
Gabarito: Errado. 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
Embora a literalidade do caput expresse o termo "residente", o STF 
promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses 
direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo 
estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis 
brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito 
estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer 
uso de "remédios constitucionais" como habeas corpus e mandado de 
segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de 
todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por 
exemplo, o uso da ação popular. 
59. (FCC/Analista TRF 4a/2010) A inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade são 
garantias previstas na Constituição Federal: 
a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas. 
b) aos brasileiros natos, apenas. 
c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no 
País. 
d) aos brasileiros, natos ou naturalizados. 
e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País. 
Comentários: 
Esses direitos são assegurados aos brasileiros e estrangeiros sob leis 
brasileiros, pessoas físicas e, em alguns casos, pessoas jurídicas. O 
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Caput do art. 5°: 
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estrangeiro também não precisa ter residência fixa, basta estar sob 
as leis brasileiras. 
Gabarito: Letra E. 
60. (FCC/Procurador Pref. Santos/2005) Conforme previsto na 
Constituição Federal de 1988, os direitos e garantias fundamentais 
são: 
a) garantidos apenas aos brasileiros, em face do princípio da 
soberania nacional. 
b) definidos por normas de aplicação imediata. 
c) enunciados em rol fechado e taxativo, dado seu caráter de cláusula 
pétrea. 
d) alteráveis apenas por emendas à Constituição, decorrentes de 
iniciativa popular. 
e) revogáveis apenas sob intervenção federal. 
Comentários: 
Letra A - Errado. São assegurados aos brasileiros e estrangeiros sob 
leis brasileiras. 
Letra B - Correto. Colocou o que a Constituição expressamente diz 
em seu art. 5°, §4°: as normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Letra C - Errado. Trata-se de um rol aberto, exemplificativo. 
Letra D - Errado. As emendas à Constituição não podem ser 
propostas por iniciativa popular, esta se restringe a propor projetos 
de leis ordinárias e complementares. Importante salientar também, 
que o art. 5° da Constituição é uma cláusula pétrea (não pode ser 
abolido ou ter o seu escopo reduzido por emendas constitucionais), 
tal proteção não abrange os demais direitos fundamentais. 
Letra E - Alternativa sem pé nem cabeça. 
Gabarito: Letra B. 
61. (CESPE/ANAC/2009) Os direitos fundamentais não são 
assegurados ao estrangeiro em trânsito no território nacional. 
Comentários: 
O estrangeiro, ainda que em trânsito, fará jus à proteção dos direitos 
fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
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62. (CESPE/ANAC/2009) A CF assegura a validade e o gozo dos 
direitos fundamentais, dentro do território brasileiro, ao estrangeiro 
em trânsito, que possui, igualmente, acesso às ações, como o 
mandado de segurança e demais remédios constitucionais. 
Comentários: 
Item anulado. Preliminarmente foi considerada correta. A questão 
cometeu um pequeno deslize, que acarretou sua anulação: o termo 
"demais remédios constitucionais". Ao empregar este termo, acabou 
incluindo o estrangeiro como titular do direito de impetrar ação 
popular, e veremos que isso está errado, já que somente o cidadão 
brasileiro é que poderá fazer uso de tal remédio. Se fosse usado o 
termo "outros remédios" e não "demais remédios", o que dá a idéia 
de "todos os outros", a questão estaria correta. 
Gabarito: Anulado. 
Art. 5°, I - homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; 
O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos 
são iguais perante a lei. 
Este princípio pode ser entendido como: "a lei não pode fazer 
distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os 
desiguais na medida de suas desigualdades". Desta forma, temos 
dois diferentes tipos de isonomia: 
Isonomia formal 
Todos poderão igualmente buscar 
os direitos expressos na lei. 
Isonomia material 
É a igualdade real, vai além da 
igualdade formal. A busca da 
igualdade material acontece 
quando são tratadas desigualmente 
as pessoas que estejam em 
situações desiguais. Geralmente 
usada para favorecer alguns 
grupos que estejam em posição de 
desvantagem. Obviamente ela só 
será válida se for pautada em um 
motivo lógico e justificável. Ex. 
Destinação de vagas especiais para 
deficientes físicos em concursos 
públicos. 
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Igualdade (ou Isonomia): 
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A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de 
isonomia (ambas comportadas pela Constituição): 
Igualdade perante a lei 
Com a lei já elaborada, esta 
igualdade direciona o aplicador 
da lei para que a aplique sem 
fazer distinções (isonomia 
formal). 
Igualdade na lei 
É o princípio que direciona o 
legislador a não fazer distinções 
entre as pessoas no momento de 
se elaborar uma lei. 
63. (FCC/Procurador-BACEN/2006) O princípio da isonomia 
deflui, em termos conceituais, de um dos fundamentos 
constitucionalmente expressos da República Federativa do Brasil e 
que é a: 
a) soberania. 
b) publicidade. 
c) dignidade da pessoa humana. 
d) livre iniciativa. 
e) não-intervenção. 
Comentários: 
São os fundamentos da república federativa do Brasil: Soberania -
Cidadania - Dignidade da Pessoa Humana - Valores sociais do 
trabalho e da livre Iniciativa - Pluralismo político. 
O princípio da igualdade entre as pessoas (isonomia) decorre 
claramente da Dignidade da Pessoa Humana. 
Gabarito: Letra C. 
64. (FCC/AJAJ-TRT 23a/2005) Tendo em vista o princípio da 
isonomia como um dos direitos fundamentais, observe as 
afirmações sobre o princípio da igualdade: 
I. por sua natureza, veda sempre o tratamento discriminativo entre 
indivíduos, mesmo quando há razoabilidade para a discriminação. 
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II. vincula os aplicadores da lei, face à igualdade perante a lei, 
entretanto não vincula o legislador, no momento de elaboração da 
lei. 
III. estabelece que se deve tratar de maneira igual os que se 
encontram em situação equivalente e de maneira desigual os 
desiguais, na medida de suas desigualdades. 
IV. não há falar em ofensa a esse princípio se a discriminação é 
admitida na própria Constituição. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
Comentários: 
I- Errado. Pode haver tratamento desiguais entre desiguais para 
que haja uma busca da igualdade material. 
II - Errado. Vimos que a igualdade perante a lei comporta os dois 
sentidos: a igualdade perante a lei, propriamente dita 
(direcionando o aplicador) e a igualdade na lei (direcionando o 
legislador ao elaborar a norma). 
III - Issoaí. Esse é o verdadeiro significado da isonomia. 
IV - Correto. O Poder Constituinte Originário é ilimitado, logo, se é 
a própria Constituição que está admitindo a discriminação, não há 
o que se falar em ofensa à isonomia. 
Gabarito: Letra E. 
65. (CESPE/MMA/2009) No constitucionalismo, a existência de 
discriminações positivas é capaz de igualar materialmente os 
desiguais. 
Comentários: 
A questão está correta, já que se referiu a existência de 
discriminações com o intuito de se alcançar a isonomia no aspecto 
material. 
Gabarito: Correto. 
66. (CESPE/Analista-SEGER-ES/2009) A existência de lei 
prevendo tratamento favorecido para as empresas de pequeno 
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
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administração no Brasil só é admissível em razão de previsão 
constitucional expressa nesse sentido. Caso esse dispositivo fosse 
retirado da CF, qualquer lei que favorecesse as empresas de 
pequeno porte afrontaria o princípio da isonomia. 
Comentários: 
Na Constituição, está previsto no art. 170, IX, expressamente como 
um princípio da ordem econômica: o tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País. Caso essa norma 
constitucional fosse retirada, e uma lei previsse um tratamento 
favorecido a uma empresa de pequeno porte, essa lei seria 
inconstitucional? 
Não seria não, pois poderia estar se buscando uma isonomia material 
- tratar desigualmente os desiguais. 
Gabarito: Errado. 
67. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Homens e mulheres são 
iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei 
criar qualquer forma de distinção. 
Comentários: 
Poderá ocorrer tratamento diferenciado para que se possa alcançar a 
chamada isonomia material, ou seja, tratar de forma desigual os 
desiguais para que possamos reduzir as desigualdades, no caso entre 
o homem e a mulher. 
Gabarito: Errado. 
68. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) Se uma empresa francesa, 
estabelecida no Brasil, conferir vantagens aos seus empregados 
franceses, diferentes e mais benéficas que as vantagens concedidas 
aos empregados brasileiros. Nessa situação, configurar-se-á ofensa 
ao princípio da igualdade, pois a diferenciação, no caso, baseia-se no 
atributo da nacionalidade. 
Comentários: 
Ofenderia a isonomia, pois qualquer discriminação tem que ser 
justificável, e ser usada para igualar os desiguais. Não se pode dizer 
que uma pessoa está em posição superior ou inferior a outra só por 
critério de nacionalidade. 
Gabarito: Correto. 
69. (CESPE/Juiz Sustituto - TJ-PI/2007) O concurso público 
que estabelece como título o mero exercício de função pública não 
viola o princípio da isonomia. 
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Comentários: 
Trata-se de um jurisprudência do STF firmada em 2005, no 
julgamento da ADI 3443 / MA - MARANHÃO: "Viola o princípio 
constitucional da isonomia norma que estabelece como título o mero 
exercício de função pública". 
Gabarito: Errado. 
Art. 5°, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o 
princípio que está expresso no art. 5°, II, já que somente a lei 
(legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra 
sua vontade. 
Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para 
o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei 
não proíba; 
• Para o administrador público - O administrador público só 
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 
Discussão se faz em torno da abrangência do termo "lei", se estaria 
se referindo somente à lei em sentido estrito (lei ordinária ou lei 
complementar) ou se abrangeria qualquer ato primário com força de 
lei (medidas provisórias) ou ainda, se admitiria atos secundários 
emanados nos termos da lei (decretos). 
Não há consenso sobre isso, tende-se a entender, no entanto, que se 
necessita de lei formal ou algum ato primário com força de lei, como 
as medidas provisórias. 
70. (FCC/Procurador - Recife/2008) É garantia constitucional 
da liberdade a previsão segundo a qual: 
a) é vedada a instituição de pena de privação ou restrição da 
liberdade. 
b) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, 
senão em virtude de lei. 
c) se proíbe a instituição da pena de morte, exceto na hipótese de 
guerra declarada, nos termos da Constituição. 
d) a lei considerará crimes inafiançáveis e imprescritíveis a prática da 
tortura e o terrorismo. 
e) não haverá prisão civil por dívida, exceto a do depositário infiel. 
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Liberdade (legalidade na visão do cidadão): 
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Comentários: 
Questão direta. O examinador queria que o candidato desse como 
resposta a "definição para a garantia da liberdade". A defininção de 
"garantia da liberdade" é: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. 
Gabarito: Letra B 
71. (FCC/EPP/2004) "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei." Por este princípio, 
art. 5o, II, da Constituição da República Federativa brasileira de 
1988, 
a) o destinatário da garantia só poderá ser compelido a atuar (ou 
não atuar) desta ou daquela forma, por força de lei. Não havendo lei, 
este tem uma atuação livre, desvinculada. 
b) o destinatário da garantia apenas poderá ser compelido a atuar 
(ou não atuar) desta ou daquela forma por força de lei ordinária. 
c) os poderes públicos têm toda sua atuação pautada pela vontade da 
lei, podendo a autoridade pública atuar fora dos trilhos legais. 
d) o destinatário da garantia só poderá ser compelido a atuar (ou não 
atuar) desta ou daquela forma, por força de lei elaborada pelo Poder 
Legislativo. Isto implica dizer que ele não está obrigado a obedecer 
medidas provisórias, posto serem elas atos normativos editados pelo 
chefe do Poder Executivo. 
e) o destinatário da garantia só poderá ser compelido a atuar (ou não 
atuar) desta ou daquela forma por força de lei complementar. 
Comentários: 
A correta é a letra A, já que expôs corretamente a legalidade na visão 
do cidadão, podendo fazer tudo aquilo que não seja vedado em lei. 
A letra B errou porque restringiu a legalidade à lei ordinária e a letra 
E restringiu à lei complementar. 
A letra C errou ao dizer a visão da legalidade pelo agente público, que 
é fazer somente o que a lei permite ou autoriza. 
A letra D, por sua vez, excluiu a medida provisória e assim, ficou 
incorreta. 
Gabarito: Letra A. 
72. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito 
constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou 
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deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção 
genérica do princípio da legalidade. 
Comentários: 
Trata-se da norma do art. 5°, II, que traz o chamado princípio da 
liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este 
princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão 
porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei 
não proíba; 
• Para o administrador público - O administrador público só 
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 
Gabarito:Correto. 
ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito3. 
73. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) Ordens emanadas de 
autoridades judiciais, ainda que ilegais, devem ser cumpridas, sob 
pena de restar violado o estado de direito. 
Comentários: 
Trata-se do posicionamento do STF, em que somente a lei pode 
obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer algo. 
Gabarito: Errado. 
seja pacífico tal distinção, muitos juristas consideram importante 
diferenciar tais institutos: 
1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a 
Constituição estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para 
que uma lei (necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder 
Legislativo - ou então, uma lei delegada ou medida provisória) 
estabeleça algumas situações. Ex. Art. 5°, XIII - É livre o exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição garantiu 
uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a 
3 HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2^ Turma, DJ de 7-6-96 
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Nas palavras do Supremo: ninguém é obrigado a cumprir 
ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de 
autoridade judicial. É dever da cidadania opor-se à ordem 
Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária 
relevante para concursos: a diferenciação dos termos 
"legalidade" e "reserva legal" (reserva de lei). Embora, não 
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possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à 
lei, pode ocorrer de duas formas: 
• Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá 
atender o mandamento. Ex. Os casos constitucionais que 
venham com as expressões "a lei estabelecerá", "a lei regulará", 
" a lei disporá"... veja que é a própria lei, diretamente, que 
atenderá o comando constitucional; 
• Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá, 
diretamente, atender ao comando constitucional, mas 
estabelecerá os limites, ou os termos, dentro dos quais um ato 
infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que venham 
com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos 
limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que 
atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites 
para tal. 
2- Legalidade - É um termo mais genérico. Grosso modo, a 
legalidade pode ser atendida tanto com o uso de leis formais, quanto 
pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. Legalidade, 
então, seria simplesmente "andar dentro dos limites traçados pelo 
Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o uso de um ato, 
nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o 
comando da "legalidade". 
74. (CESPE/AGU/2009) De acordo com o princípio da 
legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder 
Legislativo pode originar comandos normativos prevendo 
comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para 
tanto, da participação normativa do Poder Executivo. 
Comentários: 
É admitido o uso de medidas provisórias (ato do Poder Executivo 
com força de lei), logo, está incorreta a questão. 
Gabarito: Errado. 
75. (CESPE/AGU/2009) Segundo a doutrina, a aplicação do 
princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF 
remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação 
para o órgão administrativo, permitindo que este promova a 
correspondente complementação por ato infralegal. 
Comentários: 
Neste caso, a reserva legal seria "relativa", pois não é a lei, 
diretamente, que atenderá ao comando constitucional. 
Gabarito: Errado. 
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76. (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma 
determinada matéria constante do texto constitucional, a sua 
regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido 
formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida 
provisória ou lei delegada. 
Comentários: 
A reserva legal é cumprida pela lei ou ato com força de lei, assim, 
observa-se a reserva legal pelo uso de lei formal - emanada pelo 
Poder Legislativo - ou então, lei delegada ou medida provisória. 
Gabarito: Errado. 
77. (TJDFT/Juiz Substituto - TJDFT/2008) Com espeque no 
constitucionalismo de nossos dias, é correto afirmar que a reserva 
legal tem abrangência menor que o princípio da legalidade. 
Comentários: 
Exato, legalidade é termo mais genérico, mais amplo, enquanto a 
reserva legal, que significa a submissão a uma lei formal, é de 
sentido mais estrito. 
Gabarito: Correto. 
78. (MPT/Procurador do Trabalho/2004 - Adaptada) É 
correto afirmar-se que o princípio da reserva legal configura-se 
pela regulamentação de determinadas matérias necessariamente 
por lei formal. 
Comentários: 
Exatamente. É a reserva da "lei". 
Gabarito: Correto. 
Art. 5°, III - ninguém será submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante; 
Súmula Vinculante n° 11 ^ Só é lícito o uso de algemas em casos de 
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade 
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada 
a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado. 
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Desdobramento da dignidade da pessoa humana: 
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79. (FCC/AJAJ-TRE-PI/2002) A Constituição Federal prevê que 
"ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante". Esse dispositivo de proteção abrange 
a) o racismo, somente se for praticado em concurso com a violência 
física. 
b) apenas o sofrimento físico, único inerente à tortura. 
c) tanto o sofrimento físico como o mental. 
d) o sofrimento psíquico, apenas nos casos de discriminação religiosa. 
e) a aplicação de castigo pessoal a alguém sob guarda, mesmo que 
não cause intenso sofrimento. 
Comentários: 
A interpretação do dispositivo é ampla, abrange tanto o aspecto físico 
quanto o psicológico. 
Gabarito: Letra C. 
80. (CESPE/DPE-AL/2009) Segundo entendimento do STF, é 
vedada a utilização de algemas, sob pena de ofensa ao princípio da 
dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidadão de 
não ser submetido a tratamento desumano ou degradante. 
Comentários: 
Não é vedado o uso de algemas. Ele é lícito, porém, somente em 
casos justificáveis. 
Gabarito: Errado. 
Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se 
respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc. 
Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima 
como ato formal de instauração do procedimento investigatório, 
quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não 
poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. 
Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela 
delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se 
apure a possível ocorrência da ilicitude penal4. E ratifica:não serve à 
persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da 
autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a 
necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos 
campos cível e penal, de quem a implemente5. 
4 Inq 1.957, Rel. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 
11-5-05, Plenário, DJ de 11-11-05. 
5 STF, o HC 84827 / TO , em 2007. 
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