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Estatuto da criança e do adolescente

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Estatuto da Criança e do Adolescente
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, é possível 
acesso a diversos cursos por meio de ambientes 
de aprendizado estruturados por diferentes 
tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Estatuto da Criança e do Adolescente - 5ª ed. / Obra 
organizada pelo Instituto IOB - São Paulo: Editora 
IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-080-1
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Sistemas de Garantia dos Direitos da Criança e do 
Adolescente, 7
1. Proteção Constitucional da Criança e do Adolescente, 7
2. Proteção Constitucional da Criança e do Adolescente – Direito à 
Prioridade, 9
3. Princípios do ECA, 11
4. Direitos Fundamentais – Direito à Vida e à Saúde, 13
5. Direito à Vida, à Saúde e à Liberdade, 15
6. Direito à Convivência Familiar, 18
7. Critérios para Colocação em Família Substituta, 19
8. Família Substituta: Guarda e Tutela, 21
9. Adoção: Aspectos Gerais e Requisitos, 22
10. Adoção: Espécies, 23
11. Cadastro Nacional de Adoção, 25
12. Adoção – Estágio de Convivência e Constituição da Adoção, 26
13. Efeitos da Adoção e Aspectos Controvertidos, 28
14. Aspectos Processuais da Adoção I, 30
15. Aspectos Processuais da Adoção II, 32
16. Direito à Educação e Cultura, 34
17. Direito à Profissionalização e à Proteção do Trabalho, 36
18. Prevenção Geral e Prevenção Especial, 37
19. Prevenção Especial, 39
20. Prevenção Especial – Produtos e Serviços Proibidos, 40
21. Hospedagem e Autorização para Viajar, 41
22. Medidas de Proteção – Aspectos Gerais, 43
23. Medidas de Proteção – Espécies, 44
24. Medidas de Proteção – Colocação em Família Substituta, 46
25. Exercício do Poder Familiar, 48
26. Medidas em Relação aos Pais, 49
27. Conselho Tutelar I, 50
28. Conselho Tutelar II, 52
29. Vara da Infância e Juventude, 53
30. Vara da Infância e Juventude – Competência em Razão do 
Local, 54
31. Políticas de Atendimento, 56
Capítulo 2 – Atos Infracionais e Procedimentos de Apuração, 58
1. Teoria Jurídica da Proteção Integral, 58
2. Medidas de Proteção, 59
3. Ato Infracional Praticado por Criança, 60
4. Ato Infracional Praticado por Adolescente, 61
5. Direitos Individuais, 62
6. Garantias Processuais, 64
7. Medidas Socioeducativas: Disposições Gerais, 65
8. Advertência e Obrigação de Reparar o Dano, 66
9. Prestação de Serviços à Comunidade, 67
10. Liberdade Assistida, 68
11. Semiliberdade, 69
12. Internação, 70
13. Remissão Ministerial e Remissão Judicial, 71
14. Procedimento Administrativo-policial, 71
15. Procedimento Ministerial, 72
16. Apuração Judicial de Ato Infracional, 74
Capítulo 3 – Sinase, 76
1. Aspectos introdutórios, 76
2. Sinase: Competências, Planos, 77
3. Sinase: Gestão do Atendimento, 78
4. Sinase: Cumprimento das Medidas Socioeducativas, 79
5. Sinase: Atenção Integral, 80
6. Sinase: Regimes Disciplinares, Capacitação, 82
Capítulo 4 – Crimes do ECA, 84
1. Introdução aos Crimes do ECA, 84
2. Crimes Praticados por Profissionais de Saúde, 85
3. Crimes Contra a Liberdade da Criança e do Adolescente, 86
4. Subtração, Envio e Entrega de Criança ou Adolescente, 87
5. Produção e Circulação de Material com Conotação Sexual, 88
6. Exposição de Criança e Adolescente a Risco, 89
7. Prostituição, Exploração e Corrupção de Menores, 90
Gabarito, 92
Capítulo 1
Sistemas de Garantia dos 
Direitos da Criança e 
do Adolescente
1. Proteção Constitucional da Criança e do 
Adolescente
1.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordada aqui a proteção constitucional da criança 
e do adolescente.
1.2 Síntese
Introdução
O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei Federal (Lei nº 8.069/90) 
que trata da proteção destinada às crianças e adolescentes. É certo que a inter-
pretação do estatuto depende do conhecimento prévio de outras disciplinas 
do direito. O candidato a qualquer concurso público precisa fazer a correlação 
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entre as disciplinas e estar ciente de que o examinador pode fazer perguntas 
sobre os direitos da criança e do adolescente dentro de um módulo específico 
ou em meio a outras disciplinas.
Alguns concursos costumam indicar no certame quais serão os pontos exi-
gidos no exame, o que deve ser atentamente observado pelo candidato. Para o 
estudo da matéria, indicamos a leitura atenta do ECA e da respectiva doutri-
na nacional. Vale ressaltar que, algumas vezes, o estudo isolado do Estatuto da 
Criança e do Adolescente não é suficiente para a aprovação em concurso, razão 
pela qual indicamos também a leitura de alguns dispositivos constitucionais que 
trataremos ao longo das aulas, da Lei de Diretrizes de Bases da Educação (Lei nº 
9.394/1996), da Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente (Decreto 
nº 99.710/1990) e da lei que trata da Alienação Parental (Lei nº 12.318/2010).
Fundamento Constitucional
O estudo dos Direitos da Criança e do Adolescente deve sempre ser inicia-
do pela Constituição Federal. O legislador constituinte reservou alguns artigos 
especiais para a proteção da infância e juventude. O principal deles, sem dú-
vida, é o art. 227:
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, 
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão.” (EC nº 65/2010)
Referido artigo, em seu caput, esculpe o princípio da proteção integral à 
criança e ao adolescente, determinando à família, à sociedade e ao Estado o 
dever de cuidar das pessoas consideradas vulneráveis (crianças e adolescentes) 
fazendo cumprir todos os direitos estabelecidos em lei.
Cumpre ressaltar que o art. 227 foi alterado pela Emenda Constitucional 
nº 65/10 (conhecida como emenda da juventude) e estendeu ao jovem alguns 
direitos que estavam destinados somente a crianças e aos adolescentes. A mes-
ma emenda constitucional determinou que o legislador fizesse o Estatuto da 
Juventude. No entanto, ainda tramita no Congresso Nacional o denominado 
“Estatuto da Juventude” que ofertou aplicabilidade à emenda da juventude.
De fato, a Lei nº 12.852/2013 (Estatuto da Juventude) dispõe sobre os direi-
tos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o 
Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve). O Estatuto da Juventude é destina-
do a pessoas que tenham entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.
Faz ainda referido estatuto uma importante ressalva, esclarecendo que aos 
adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se o Esta-
tuto da Criança e do Adolescente e, excepcionalmente, este Estatuto, quando 
não conflitar com as normas de proteção integral do adolescente.
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Destinatários da proteção
Os destinatários da proteção do ECA são as crianças e os adolescentes. O 
conceito de criança e adolescenteé dado pelo art. 2º do Estatuto da Criança e 
do Adolescente, vejamos:
— criança – pessoa de até 12 anos;
— adolescente – pessoa entre 12 (completos) e 18 anos;
— jovem adulto – pessoa entre 18 e 21 anos de idade.
O nosso legislador entendeu que deveríamos dar tratamento diferenciado 
em razão da idade das pessoas, daí a distinção feita entre crianças e adolescen-
tes. Lembre-se de que, entre as principais distinções de tratamento, temos a 
aplicação de medidas protetivas a crianças e adolescentes e a aplicação de 
medidas socioeducativas somente a adolescentes. Assim, se uma criança pra-
ticar um ato infracional, a ela somente poderá ser aplicada uma medida de 
proteção (art. 101 do ECA).
Vale notar também que o conceito de jovem adulto ofertado pelo parágrafo 
único do art. 2º do ECA justifica-se em razão da execução das medidas socioedu-
cativas. Assim, se um adolescente praticar um ato infracional, poderá ser aplicada 
uma medida socioeducativa até que ele complete 21 (vinte e um) anos, sempre 
respeitando os limites temporais estabelecidos pelo ECA (arts. 112 até 125).
2. Proteção Constitucional da Criança e do 
Adolescente – Direito à Prioridade
2.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordada aqui a proteção constitucional da criança e 
do adolescente, mais especificamente o direito à prioridade.
2.2 Síntese
Somente a pessoa maior de 18 anos pode responder pela prática de um 
crime, de acordo com o art. 228 da Constituição Federal.
O art. 228 pode ser modificado por uma PEC, para diminuir a imputabili-
dade penal para 16 anos, e se discute se essa mudança está ligada a um direito 
social ou fundamental. Se for considerado um direito fundamental, não poderá 
haver alteração por Emenda Constitucional.
A maior parte da doutrina entende que se trata de um direito fundamental, 
o direito de punir do Estado.
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O menor infrator responde pela prática de ato infracional, e a ele é aplicada 
uma medida socioeducativa.
Vimos que os direitos colacionados no art. 227 da Constituição Federal 
são deferidos às crianças e adolescentes com “absoluta prioridade”. Podemos 
afirmar, portanto, que o legislador constituinte elevou a nível constitucional o 
princípio da prioridade absoluta no atendimento a crianças e aos adolescentes. 
Além do dispositivo constitucional supracitado, o princípio da prioridade 
absoluta foi mais bem explicitado pelo art. 4º do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. Vejamos: 
“Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos re-
ferentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à pro-
fissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) Precedência de atendimento nos serviços públicos e ou relevância 
pública;
c) Preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas;
d) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com 
a proteção à infância e à juventude.”
Exercício
1. (Promotor – MPE/ SC – MPESC – 2009) (adaptada). Analise as 
assertivas:
I – A Constituição Federal estabelece que a efetivação dos direitos da 
infanto-adolescência tem prioridade absoluta, e este princípio vem 
reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente.
II – Entre as prioridades está a preferência na formulação e na exe-
cução das políticas sociais públicas.
III – Criança é a pessoa com até 12 anos e adolescente a pessoa entre 
13 e 18 anos.
IV – À criança e ao adolescente devem ser assegurados oportunidades 
e facilidades que lhes facultem o desenvolvimento físico, mental, mo-
ral, espiritual e social, desde que existam políticas públicas para tanto.
a) Apenas I, II, III e IV estão corretos.
b) Apenas I e II estão corretos.
c) Apenas I e III estão corretos.
d) Apenas II, III e IV estão corretos.
e) Apenas I, II e III estão corretos.
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3. Princípios do ECA
3.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui os princípios existentes referentes ao 
assunto.
3.2 Síntese
O Estatuto da Criança e do Adolescente é regido por princípios próprios. 
Muitos destes princípios foram inspirados na Convenção Internacional dos Di-
reitos da Criança e do Adolescente. Ao interpretar o ECA, ou qualquer situação 
em que crianças e adolescentes estejam envolvidas, o intérprete deve iniciar 
seu trabalho a partir destes princípios. 
Princípio da proteção integral: O princípio da proteção integral está expres-
so no art. 227 da Constituição Federal e no art. 1º do ECA e visa o desenvol-
vimento físico, mental, moral, espiritual e social da criança e do adolescente. 
De acordo com esse princípio, toda criança tem direito à proteção pela família, 
pela sociedade e pelo estado. Tem direito de ser colocado a salvo de qualquer 
tipo de constrangimento, vexame, ou ameaça. As crianças precisam de deter-
minados cuidados para que possam sobreviver. Segundo este princípio, é dever 
da família, sociedade e Estado garantir todas as necessidades da pessoa em 
desenvolvimento, tais como educação, saúde, alimentação, lazer, convivência 
familiar e comunitária, para que possamos ter, no futuro, uma sociedade mais 
harmônica. 
Desde a promulgação da Constituição Federal, reconhecemos expressa-
mente que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e que precisam de 
um cuidado especial, de uma proteção integral, por parte da família, sociedade 
e Estado. 
Cumpre notar que o princípio da proteção integral surgiu em contrapartida 
ao princípio do menor em situação irregular. De fato, segundo o antigo Código 
de Menores, o Estado deveria voltar suas preocupações somente a crianças e 
adolescentes que estivessem em situação irregular, leia-se, que fossem infra-
tores ou órfãos. Ao contrário disso, o ECA e a Constituição Federal garantem 
proteção integral a todas as crianças e adolescentes, independentemente da sua 
situação jurídica.
Princípio da condição peculiar da pessoa em desenvolvimento: O menor é 
sujeito especial de direitos em razão de seu processo de formação e transformação 
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física e psíquica. O menor ainda não tem maturidade física para exercer trabalho 
noturno. Toda a proteção conferida aos menores decorre, justamente, de serem 
eles portadores de uma condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
O princípio está positivado no art. 6º do Estatuto da Criança e do Adoles-
cente: “na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que 
ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e 
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em 
desenvolvimento.”
Princípio da brevidade: o princípio da brevidade também está relacionado 
à prática de ato infracional por adolescentes e traduz a ideia de que a medida 
socioeducativa aplicada ao adolescente infrator deverá ser breve e com o obje-
tivo de educação e ressocialização. Referido princípio está positivado nos arts. 
112 e 121 do ECA e no art. 227, § 3º, V da CF.
Princípio da prevenção: oi princípio da prevenção está previsto no art. 70 
até o art. 83 do ECA e demonstra a preocupação do legislador em manter 
crianças e adolescentes a salvo de maus-tratos, bem como impõe a proibição 
de vendas de produtos e serviços considerados inadequadosa crianças e ado-
lescentes. Prevenir é evitar a exposição a determinados riscos e aos danos que 
possam ser causados por estes riscos.
A denominada prevenção geral está expressa no art. 70 do ECA: “é dever 
de toda a sociedade prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos 
da criança e do adolescente.”
Já a prevenção especial trata da proibição de venda de determinados pro-
dutos e serviços a crianças e adolescentes, além da classificação indicativa de 
filmes e atividades públicas bem como da hospedagem e da autorização para 
viagem de crianças e adolescentes.
Princípio da garantia prioritária: conforme dissemos no capítulo anterior, 
é prerrogativa do menor em receber, com prioridade, socorro e proteção em 
qualquer situação. Este princípio está expresso no art. 4º do ECA e no art. 227 
da CF.
Princípio da sigilosidade: o princípio da sigilosidade está relacionado com a 
prática de ato infracional. Na forma do art. 143 do ECA, todo o procedimento 
que apura o ato infracional deve correr em sigilo, ficando vedada a divulgação 
de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito à criança e ao 
adolescente a que se atribua autoria de ato infracional. A identificação do me-
nor infrator por parte da impressa poderá gerar uma infração administrativa.
Cumpre notar também que, segundo a regra insculpida no parágrafo único 
do mesmo art. 143, a imprensa, ao noticiar a prática de um ato infracional, não 
pode identificar o adolescente, seja pelo nome, prenome, apelido ou iniciais 
do nome. Da mesma forma, a imprensa não pode identificar a família do ado-
lescente ou o local de sua residência.
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Princípio do melhor interesse do menor: na discussão da guarda da criança, 
na forma do ECA, a criança deverá ficar com o que tiver melhor condições de 
cuidar, e melhor afinidade com a criança.
Exercício
2. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e o do 
Poder Público assegurar a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissiona-
lização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivên-
cia familiar e comunitária. Essa afirmativa encontra fundamento nos 
princípios da (Assistente Jurídico – MP/SP – 2010):
a) Dignidade da pessoa humana e legalidade.
b) Prioridade absoluta e proteção integral.
c) Condição peculiar da pessoa em desenvolvimento e eficiência.
d) Participação popular e fidelidade.
e) Brevidade e excepcionalidade.
4. Direitos Fundamentais – Direito à Vida e à 
Saúde
4.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e 
do Adolescente, sendo abordados aqui os direitos fundamentais, como o 
direito à vida e à saúde.
4.2 Síntese
Os direitos fundamentais da criança e do adolescente estão previstos no 
art. 7º art. 69 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O art. 7º prevê, como 
direito fundamental aos menores a proteção à vida e à saúde, incluindo trata-
mento ao toxicômano, alcoólatras, transplante de órgãos e tecidos, entre outros, 
exigindo do Poder Público políticas públicas para efetivação destes direitos.
Além do tratamento destinado aos infantes, o ECA prevê também o atendi-
mento à gestante pelo SUS desde o pré-natal até o nascimento. Lembre-se de 
que o legislador quis proteger o nascituro razão pela qual os direitos da gestante 
foram incluídos no Estatuto da Criança e do Adolescente. 
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Está previsto também o apoio alimentar à gestante e à nutriz, seja através do 
Poder Público (art. 8º, § 3º) ou através do pagamento dos alimentos gravídicos 
pelo pai da criança.
Importante ressaltar que a Lei nº 12.010/2009 trouxe o direito à alimenta-
ção durante a gestação e alimentos gravídicos, destinados à criança. Essa lei 
também incluiu o direito de a gestante ter atendimento psicológico quando 
necessário, especialmente para as mães que manifestarem interesse na entrega 
da criança para adoção. Trata-se de uma norma preventiva: algumas mulheres 
manifestam o interesse em entregar a criança para adoção em razão do estado 
puerperal ou de contratempos familiares. O legislador pretende, com esta no-
vidade, manter a criança no seio da sua família natural.
Outro importante direito fundamental da criança, estampado no art. 9º 
do ECA é o direito ao aleitamento materno. A criança tem o direito de ser 
amamentada. A criança que tem a mãe presidiária, também, tem direito à ama-
mentação. A norma é reforçada pelo art. 50, I da Constituição Federal e pelo 
art. 396 da CLT.
Com a finalidade de garantir um excelente atendimento à gestante e ao 
bebê, o art. 10 do Estatuto da Criança e do Adolescente traz uma série de 
obrigações a serem cumpridas pelo hospital ou casa de saúde quando do nasci-
mento da criança. Traremos abaixo os deveres do hospital e a respectiva sanção 
penal prevista na lei. Vejamos: 
Quando do nascimento, o hospital deve manter registro (prontuário mé-
dico) por 18 anos. O prontuário médico poderá ser útil para o tratamento da 
criança ou do adolescente na hipótese de apresentar alguma doença no futuro. 
O hospital tem a obrigação de fornecer declaração de nascido vivo.
O descumprimento destas obrigações pode configurar o crime previsto no 
art. 228 do ECA: 
“Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimen-
to de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvol-
vidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer 
à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de 
nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento 
do neonato: 
Pena – detenção de seis a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo.
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.”
A casa de saúde também deverá fazer a identificação de recém-nascido 
através da impressão plantar e digitais da mãe. A intenção é garantir a correta 
identificação do neonato para que não haja troca de bebês em maternidades. 
Outra obrigação explícita no art. 10 é de fazer exame de diagnóstico de 
doenças. Atualmente, poucos são os exames considerados obrigatórios em nos-
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sas maternidades. O teste do pezinho é certamente o mais conhecido, e tem 
por finalidade detectar doenças metabólicas, genéticas ou infecciosas.
O descumprimento destas regras pode configurar o crime previsto no art. 
229 do ECA.
“Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de 
atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a partu-
riente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos 
no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.”
Outra obrigação do hospital é a de manter alojamento conjunto. Esta obri-
gação é justificável posto que o contrato entre a mãe e o bebê em seus pri-
meiros dias de vida é primordial para o desenvolvimento sadio da criança. No 
entanto, cumpre notar que o ECA não prevê qualquer penalidade em razão do 
seu descumprimento.
De acordo com o art. 11, a criança tem direito ao atendimento integral à 
saúde, o acesso ao tratamento médico.
5. Direito à Vida, à Saúde e à Liberdade
5.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e 
do Adolescente, sendo abordados aqui os direitos fundamentais, como o 
direito à vida, à saúde e à liberdade.
5.2 Síntese
O direito ao atendimento à saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS) 
para crianças e adolescentesestá previsto no art. 11 do estatuto menorista. Fri-
se-se que o atendimento deve ser integral à saúde, quer dizer, as crianças e ado-
lescentes têm direito ao atendimento médico, de enfermeiros, de fisioterapeu-
tas, de dentistas e de todos os profissionais da área de saúde de que necessitar.
Além disso, prevê também o art. 11 que o Estado deve proporcionar aten-
dimento especializado aos portadores de deficiência, além do fornecimento 
de medicamentos e próteses. Na falta de medicamentos e próteses, é possível 
a impetração de mandado de segurança. Outro direito da criança e do adoles-
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cente é de ter consigo, durante a internação, a presença de um acompanhante 
nas hipóteses de internação (art. 12).
Em razão do princípio da prevenção geral, o art. 13 do ECA determina que, 
na hipótese de suspeita ou confirmação de maus-tratos a crianças e adolescen-
tes, deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Tutelar.
O descumprimento desta obrigação por parte dos médicos, professores, res-
ponsáveis pelo atendimento à saúde e ensino fundamental pode gerar a confi-
guração da infração administrativa prevista no art. 245 do ECA:
“Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento 
de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comuni-
car à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo 
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em 
caso de reincidência.”
As gestantes que manifestem interesse em entregar seus filhos para ado-
ção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e Juventude. 
O objetivo do legislador é de cuidar para que a criança permaneça em sua 
família natural e, se isso não for possível, que seja encaminhada à adoção na 
forma da lei.
Caso o médico, o enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de saúde 
deixar de avisar a autoridade judiciária sobre a manifestação de vontade da mãe 
em entregar a criança à adoção, poderá responder pela infração administrativa 
prevista no art. 258-B:
“Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento 
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante 
interessada em entregar seu filho para adoção:
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).”
Outra obrigação do Estado é de promover, através do SUS, programas de 
assistência médica e odontológica para prevenção de doenças infantis, bem 
como fazer campanhas de educação sanitária para toda a sociedade.
O Estado deve, também, oferecer campanhas de vacinação a determina-
das doenças consideradas infectocontagiosas. O ministério da saúde mantém 
uma lista das vacinas que devem ser, obrigatoriamente, oferecidas a crianças e 
adolescentes. Podemos citar, como exemplo, a vacina da poliomielite, saram-
po, tuberculose entre outras. Cumpre notar que “é obrigatória a vacinação das 
crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias” (§ único do art. 
14). Sendo assim, nas hipóteses recomendadas pela autoridade sanitária, os 
pais são obrigados a levar seus filhos para a vacinação.
Os direitos à liberdade, respeito e dignidade estão garantidos no art. 15. O 
direito à liberdade, já expresso na Constituição Federal como direito de todos, 
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é reforçado pelo art. 16 do ECA, que esclarece que o direito à liberdade com-
preende o direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais; manifestar a opinião e expressão; exercer 
sua crença e culto religioso; brincar, praticar esportes e divertir-se; participar 
da vida familiar e comunitária, sem discriminação; participar da vida política, 
na forma da lei e buscar refúgio, auxílio e orientação. Essa liberdade é relativa. 
Filmes censurados não poderão ser assistidos por crianças abaixo da faixa etária 
permitida.
Já o direito ao respeito “consiste na inviolabilidade da integridade física, 
psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da 
imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espa-
ços e objetos pessoais” (art. 17). Não entendemos a criança como sujeito de 
direitos, por isso, a necessidade da existência do art. 17. O art. 17 do ECA está 
ligado às situações de bullying.
Outro tipo penal utilizado em relação ao bullying, também presente no 
ECA, é o art. 232: “Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guar-
da ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses 
a dois anos.”
Por fim, de acordo com o art. 18: “É dever de todos velar pela dignidade da 
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, 
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
Existe um projeto de lei que pretende inserir neste artigo, a proibição de 
palmadas como forma de educação. Ainda não está proibindo, uma vez que 
ainda não está expresso no art. 18.
Exercício
3. (Promotor – MPE/ SC – MPESC – 2009). Analise as assertivas:
I – Assegura-se através do Sistema Único de Saúde apenas o atendi-
mento médico à criança e ao adolescente.
II – O atendimento da gestante e da mãe, assegurado no Estatuto 
da Criança e do Adolescente, pressupõe também a prevenção ou 
minoração das consequências do estado puerperal.
III – Dentro das possibilidades financeiras do Município, a criança 
e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento es-
pecializado.
IV – Quando recomendado pelas autoridades sanitárias a vacinação 
de crianças é obrigação dos pais ou responsáveis.
V – O nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso é uma 
obrigação a ser efetivada mediante políticas sociais públicas.
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a) Apenas I, II, III e IV estão corretos.
b) Apenas I, III e V estão corretos.
c) Apenas II e III estão corretos.
d) Apenas II, IV e V estão corretos.
e) Apenas I, II e III estão corretos.
6. Direito à Convivência Familiar
6.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui os direitos dispostos na lei, como o 
direito à convivência familiar.
6.2 Síntese
O direito à convivência familiar e comunitária está previsto no art. 227 da 
Constituição Federal e no art. 19 e seguintes do ECA. É evidente que toda pes-
soa em desenvolvimento precisa do apoio da sua família para que possa crescer, 
se desenvolver e tornar-se um adulto capaz de direitos e obrigações.
O direito à convivência familiar pode ser dividido da seguinte forma: famí-
lia natural, família substituta e família extensa. Vejamos:
Família natural: é aquela formada pelos pais, ou qualquer deles, e seus fi-
lhos (art. 226, § 4º e art. 25 do ECA).
PAI + MÃE = FILHOS.
PAI ou MÃE = FILHOS (Família monoparental).
Família substituta: é aquela formada por terceiros (qualquer pessoa que não 
seja o pai ou a mãe) e pode ser deferida pelo juiz nas seguintes modalidades:
I – Guarda: regulariza a posse;
II – Tutela: rege a pessoa do incapaz e administra os bens;
III – Adoção: cria vínculo de filiação.
Família extensa (ou ampliada) – se estende para além da unidade pais e 
filhos é formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente 
convive e mantém vínculos de afinidade (art. 25, § único). Ao colocar uma 
criança ou adolescente em família substituta, o juiz deve dar preferência à 
família extensa.
FAMÍLIA EXTENSA = PARENTE + CONVIVE + AFINIDADE
Determina o art. 19 doECA que a criança e o adolescente deve conviver, 
por regra, com a sua natural. Somente excepcionalmente, se a convivência 
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do menor com a sua família natural não for saudável, o juiz poderá colocar a 
criança ou o adolescente em família substituta. Vale lembrar também que so-
mente a modalidade de adoção é admitida para a família substituta estrangeira.
Exercício
4. (Promotor de Justiça – MPE/SC – MPESC – 2010 – Fase Vesperi-
na.) (adaptada). Analise as assertivas:
I – Entende-se por família natural a comunidade entre ambos os pais 
e seus descendentes e, sejam os pais casados.
II – Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos 
pelos pais, sempre conjuntamente, salvo decisão judicial em ação de 
reconhecimento de paternidade.
III – Guarda, tutela e adoção são formas de colocação em família 
substituta.
IV – Mesmo com a edição da Lei 12.010/09, que visou a facilitação 
da adoção, a colocação em família substituta estrangeira ainda é ex-
cepcional e só se procede na modalidade de adoção.
a) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
7. Critérios para Colocação em Família 
Substituta
7.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui os critérios para colocação em família 
substituta.
7.2 Síntese
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu art. 28, estabelece os cri-
térios para serem observados pelo magistrado ao inserir uma criança ou adoles-
cente em família substituta. Vale lembrar que estes critérios foram trazidos pela 
Lei nº 12.010/2009. Vejamos:
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I – Sempre que possível a criança e o adolescente serão ouvidos (dependen-
do de sua maturidade) e terá a sua opinião considerada;
II – O adolescente, além de ser ouvido, deverá consentir com a medida (em 
audiência);
III – O juiz deverá levar em conta o grau de parentesco e a relação de afe-
tividade entre as partes (família extensa);
IV – Os grupos de irmãos deverão ser colocados na mesma família subs-
tituta exceto quando houver risco de abuso ou outra situação que justifique a 
medida;
V – Será precedida de preparação gradativa e acompanhamento posterior 
por equipe interdisciplinar;
VI – Ambiente familiar adequado (art. 29);
VII – Família compatível com a medida;
VIII – Necessidade de autorização judicial;
IX – Família estrangeira – excepcionalidade da medida e somente será de-
ferida na modalidade de adoção;
X – Compromisso do tutor ou do guardião (art. 32);
Criança e adolescente indígena ou proveniente de comunidade quilombola:
I – Deverá ser respeitada a sua identidade social e cultural, costumes e 
tradições;
II – A colocação de família substituta será prioritária no seio de sua comu-
nidade ou junto a membros de sua etnia;
III – Indígena: haverá intervenção e oitiva de representantes do órgão fede-
ral responsável (FUNAI) e de antropólogos.
Exercício
5. (OAB/Cespe 2010.1). Assinale a opção correta no que se refere à 
família substituta:
a) A colocação em família substituta ocorrerá mediante guarda, tu-
tela, curatela ou adoção, conforme a situação jurídica da criança 
ou adolescente, o que só poderá ser reconhecido e determinado 
pelo juiz da vara da infância e da adolescência.
b) Sempre que possível, a criança ou adolescente deverá ser previa-
mente ouvido, e a sua opinião, devidamente considerada.
c) Na apreciação do pedido de adoção, o grau de parentesco e a rela-
ção de afinidade ou de afetividade devem ser considerados, a fim 
de que sejam evitadas ou minoradas as consequências decorren-
tes da medida, o que não ocorre nos casos de guarda provisória e 
tutela, para cuja concessão o conselho tutelar considera requisito 
apenas a certidão de bons antecedentes da família substituta. 
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d) Não se deferirá a colocação da criança ou do adolescente em 
família substituta à pessoa que apresente, por prazo superior a 
180 dias, limitações em sua capacidade laborativa.
8. Família Substituta: Guarda e Tutela
8.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui aspectos referentes à família substitu-
ta, mais precisamente a guarda e a tutela.
8.2 Síntese
De acordo com o ECA, a falta de condições financeiras não gera a perda 
da guarda.
De acordo com o princípio do melhor interesse, a pessoa que tiver mais 
afetividade e afinidade com a criança e maior condição de cuidado deverá ter 
a guarda deferida em juízo.
Conforme dissemos, uma das formas de colocação em família substituta é 
a guarda e destina-se a regularizar a posse da criança ou do adolescente. Por 
regra, a guarda é provisória e pode ser deferida liminarmente ou no curso do 
processo de tutela ou adoção.
A guarda obriga o guardião a oferecer ao menor assistência material, moral 
e educacional, e confere a condição de dependente, inclusive para fins previ-
denciários. O juiz deve sempre se guiar pelo princípio do melhor interesse do 
menor para determinar a guarda.
Vale notar que a guarda não pressupõe a perda ou suspensão do poder fami-
liar e, igualmente, não estabelece um novo vínculo de filiação, mantendo-se o 
vínculo de filiação com os pais biológicos, mantendo-se o dever de prestação 
de alimentos. Além disso, conforme mencionamos, a guarda não pode ser de-
ferida para casal estrangeiro (que resida fora do Brasil).
São espécies de guarda: 
I – Provisória (art. 33, § 1º) – pode ser deferida liminar ou incidentalmente 
nos processos de tutela e adoção. Não é permitida na adoção internacional.
II – Permanente (art. 33, § 2º e art. 34) – trata-se de uma exceção à regra. Em 
muitos casos, o juiz deferirá a guarda da criança sem que vislumbre a possibilida-
de de adoção, como é o caso, por exemplo, da guarda deferida nas hipóteses em 
que a criança ou o adolescente estão em situação de acolhimento institucional.
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III – Peculiar (art. 33, § 2º) – trata somente do direito de representação para 
a prática de determinados atos.
Novidade estabelecida pela Lei nº 12.010/2009 e insculpida no § 4º do art. 
33 é o direito de visita aos pais e o dever destes de prestar alimentos, exceto na 
hipótese do procedimento para adoção ou por expressa determinação judicial 
em contrário (visita). 
O guardião terá direito a (art. 34):
I – Incentivos fiscais – imposto de renda;
II – Subsídios; 
III – Assistência jurídica;
IV – Incentivo ao programa de acolhimento familiar.
A tutela é instituto do Direito Civil (arts. 1.728 e seguintes do Código Civil) 
destinado ao cuidado de menores incapazes (até 18 anos). Trata-se de uma 
forma de proteção do incapaz e do poder conferido a uma pessoa capaz para 
reger a pessoa do incapaz e administrar seus bens.
A tutela pressupõe perda ou suspensão do poder familiar ou, ainda, o fa-
lecimento dos pais (hipótese de extinção do poder familiar) ou declaração de 
ausência dos pais. Vale lembrar que o tutor terá a guarda do menor e exercerá 
a tutela como um munus publico. A escolha do tutor poderá ser testamentária, 
legítima ou dativa (arts. 1.729 a 1.731 do CC);
9. Adoção: Aspectos Gerais e Requisitos
9.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui aspectos gerais e requisitos referentes 
à adoção.
9.2 Síntese
A adoção éforma de colocação em família substituta e está prevista nos 
arts. 39 até 52-D do Estatuto da Criança e do Adolescente. Trata-se de uma 
medida excepcional, uma vez que o magistrado deve envidar todos os esforços 
para manter o menor em sua família natural. Além disso, deve o magistrado, 
na hipótese de adoção, manter a criança ou adolescente na sua família extensa 
(ampliada).
Com a adoção, cria-se um novo vínculo de filiação, atribuindo-se a con-
dição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive suces-
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sórios, razão pela qual desliga-se, completamente, o vínculo de filiação com a 
família natural, mantendo-se, apenas, o impedimento matrimonial. A medida 
é irrevogável e não pode ser feita por procuração.
O MP deve participar do procedimento de adoção na qualidade de fiscal da 
lei (art. 204) e o procedimento para a concessão da adoção seguirá as regras esta-
belecidas pelo art. 155 e seguintes do ECA. Neste passo, vale lembrar que a ado-
ção dependerá, sempre, de sentença judicial proferida pela autoridade judiciária. 
São requisitos para a adoção:
O adotando deve ter no máximo 18 anos na data do pedido (art. 40 do 
ECA). Vale notar que é possível a adoção de maior de 18 anos conforme de-
terminação dos arts. 1.618 e 1.619 do Código Civil. Nestas hipóteses, a adoção 
tramitará perante a Vara da Família;
O adotante deve ser maior de 18 anos (art. 42, caput, do ECA);
O adotante deve ser 16 anos mais velho que o adotando (art. 42, § 3º);
Reais vantagens para o adotando (art. 43 do ECA);
Motivos legítimos (art. 43 do ECA);
Consentimento dos pais ou representante do adotante (exceto quando forem 
desconhecidos ou quando forem destituídos do poder familiar) (art. 45 do ECA);
Consentimento do adotando, se maior de 12 anos (art. 45, § 2º do ECA);
Prévio estágio de convivência, com prazo a ser estabelecido pelo magistra-
do. Referido estágio de convivência poderá ser dispensado pelo juiz, a depen-
der do caso concreto;
Prévia inscrição dos postulantes à adoção, precedida de um período de pre-
paração psicossocial e jurídica (art. 50, § 3º), salvo nas hipóteses dispensadas 
pela lei (art. 50, § 13º).
A lei prevê alguns impedimentos para a adoção:
Não podem adotar os ascendentes e os irmãos dos adotando (avós e irmãos) 
(art. 42, § 1º do ECA);
Tutores e curadores não podem adotar pupilos e curatelados enquanto não 
prestarem contas de sua administração (julgamento definitivo das contas) (art. 
44 do ECA).
10. Adoção: Espécies
10.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordadas aqui as espécies de adoção.
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10.2 Síntese
As hipóteses de adoção estão previstas no ECA e podem ser classificadas da 
seguinte forma:
I – Adoção singular: qualquer pessoa maior de 18 anos, independentemen-
te do seu estado civil, pode adotar;
II – Adoção conjunta: para a adoção conjunta (duas pessoas adotarem con-
juntamente), os adotantes devem ser casados civilmente ou devem viver em 
união estável, comprovada a estabilidade da família (art. 42, § 2º);
III – Adoção conjunta por divorciados ou ex-companheiros: caso o estágio 
de convivência tenha sido iniciado antes do divórcio e desde que haja vínculo 
de afinidade e afetividade entre os pais e o menor, o juiz pode deferir a ado-
ção conjunta ao casal divorciado (art. 42, § 4º), dando preferência pela guarda 
compartilhada (art. 42, § 5º);
IV – Adoção sucessiva: ocorre a adoção sucessiva quando uma das partes 
faz a adoção singular e, posteriormente, o cônjuge ou companheiro requer a 
adoção do menor. Não está expressamente prevista na lei brasileira;
V – Adoção póstuma: o juiz pode deferir a adoção se adotante vier a falecer 
no curso do processo de adoção, antes de prolatada a sentença, desde que tenha 
havido a expressa manifestação de vontade de adotar a criança ou o adolescen-
te (art. 42, § 6º);
VI – Adoção unilateral: na adoção unilateral, mantém-se o vínculo de fi-
liação biológico com um dos pais e cria-se o novo vínculo de filiação jurídico 
com a outra parte ou seja, um dos cônjuges ou companheiro adota o filho do 
outro (art. 41, § 1º);
VII – Adoção internacional – trata-se da adoção feita por pessoa ou casal 
que reside fora do território nacional e constitui uma exceção à regra (art. 51 
do ECA).
Exercício
6. Uma das novidades introduzidas expressamente pela Lei nº 
12.010/2009 no ECA no que diz respeito ao instituto da adoção foi 
(TJ/MS – 2010) (adaptada):
a) A ampliação das hipóteses de adoção unilateral.
b) A instituição do procedimento de habilitação de pretendentes à 
adoção.
c) A possibilidade de adoção por casais compostos por pessoas do 
mesmo sexo.
d) O estímulo à adoção, por famílias acolhedoras, de crianças e 
adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar.
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11. Cadastro Nacional de Adoção
11.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordado aqui o Cadastro Nacional de Adoção.
11.2 Síntese
O cadastro nacional de adoção está previsto no art. 50 do Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente. Trata-se de uma forma de organizar e facilitar o trânsito 
e fluxo de informações quanto a pessoas que estão aptas a adotar e pessoas que 
estão aptas a serem adotadas.
A autoridade judiciária deverá manter, em cada comarca ou foro regional, 
um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro 
de pessoas interessadas na adoção (art. 50).
Em relação aos candidatos à adoção (adotantes) serão analisados, antes da 
inscrição no cadastro, os requisitos legais para a adoção, além do ambiente fa-
miliar adequado e compatibilidade da medida. A inscrição de postulantes será 
também precedida de preparação psicossocial e jurídica orientado pela equipe 
técnica da Justiça da Infância e Juventude (art. 50, § 3º), tudo para melhor 
conscientizar e explicitar sobre a adoção e suas consequências, tendo em vista, 
especialmente, a irreversibilidade da medida.
Prevê também o Estatuto da Criança e do Adolescente, após as alterações 
da Lei nº 12.010/2009, sem que possível, o contato com crianças e adolescentes 
que estão em acolhimento familiar ou institucional para que os adotantes pas-
sem a se integrar com a realidade das crianças e adolescentes que estão aptos 
à adoção.
Será da autoridade judiciária a obrigação de providenciar a inscrição de 
crianças e adolescentes aptas à adoção, no prazo de 48 horas. O cadastro contará 
com a fiscalização do Ministério Público, tudo conforme § 12 do art. 50 do ECA. 
É essencial que todos os pretendentes à adoção estejam cadastrados para 
que haja uma convocação criteriosa dos postulantes e para que seja justa a 
espera das pessoas que pretendem adotar. No entanto, o ECA prevê apenas três 
hipóteses (art. 50, § 13) em que as pessoas não precisam estar cadastradas para 
requerer a adoção. São elas:
I – Se tratar de pedido de adoção unilateral;
II – Se for parente com a qual a criança tenha afinidade e afetividade (fa-
mília extensa);
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III – Pedido por quem detém tutela ou guarda legal de criança maior de 3 
anos ou adolescente, desde que comprovado o vínculo de afetividade.
Pelas regras do ECA, não pode haver adoção intuitu personae, em que a 
mãe entrega a criança para pessoa de seu interesse. Tal medida visa evitar tráfi-
co de crianças e entrega em troca de dinheiro ou cesta básica. Tal modalidade 
configura o crimedo art. 238 do ECA.
Haverá cadastro distinto para os casais que residem fora do território na-
cional. Isso porque a adoção internacional é exceção à regra e será deferida 
somente quando o magistrado percorrer todo o cadastro de pessoas que residem 
em território nacional. Neste caso, poderá ser deferida a adoção em favor do 
caso estrangeiro posto que todas as tentativas de manter a criança em território 
nacional foram esgotadas.
A adoção internacional está prevista nos arts. 51 e 52 do ECA e está regu-
lamentada, também, pela convenção de Haia. Somente será deferida a adoção 
internacional se a colocação em família substituta for adequada e se forem 
esgotadas as possibilidades de colocação em família substituta brasileira. Deve 
ainda o magistrado dar preferência para os casais brasileiros que residam no 
exterior. 
Cumpre notar que a adoção internacional dependerá de habilitação junto 
ao país de origem, de relatório sobre a situação pessoal e jurídica dos preten-
dentes e não será permitida a saída do adotando até o trânsito em julgado da 
decisão.
12. Adoção – Estágio de Convivência e 
Constituição da Adoção
12.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui o estágio de convivência e a constitui-
ção da adoção.
12.2 Síntese
Estágio de convivência é um período em que os interessados têm os primei-
ros contatos para a constituição da família. Tendo em vista o caráter irrevogável 
da adoção, é essencial que seja analisada a interação das pessoas envolvidas na 
adoção antes do seu deferimento por sentença.
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Conforme art. 46 do ECA, o juiz deverá fixar o prazo do estágio de convi-
vência conforme as necessidades do caso concreto, sendo que na adoção inter-
nacional, o prazo mínimo para o estágio de convivência será de 30 dias, a ser 
cumprido em território nacional.
A regra é que o estágio de convivência seja sempre cumprido durante o pro-
cesso de adoção. Por exceção, o estágio de convivência poderá ser dispensado se 
o adotando já está sob tutela ou guarda do adotante, e desde que seja possível 
avaliar o relacionamento entre as partes e o melhor interesse do menor, sendo 
que “a simples guarda não autoriza a dispensa do estágio de convivência” (art. 
46, § 2º).
O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional 
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do 
direito à convivência familiar.
A adoção só se constitui por sentença judicial que será inscrita no registro 
civil mediante mandado e cancelará os registros originais do adotado. A senten-
ça produzirá efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença, sendo que, na 
hipótese de adoção póstuma os efeitos retroagem à data da morte do adotante.
O registro poderá ser lavrado no Cartório de Registro Civil do Município 
de residência do adotante (art. 47, § 3º). Haverá sem a inclusão do nome dos 
pais adotivos e poderá haver alteração do prenome, desde que haja oitiva da 
criança ou adolescente (art. 47, §§ 5º e 6º).
O processo de adoção deverá ser mantido em arquivo e o adotado poderá 
ter acesso aos autos após dezoito anos (art. 48) para conhecer suas origens e o 
histórico da adoção. O menor de 18 anos também poderá ter acesso aos autos, 
assegurada assistência jurídica e psicológica.
Mesmo que o processo fique em arquivo, ainda é sigiloso e somente as par-
tes interessadas poderão ter acesso e, na certidão de nascimento, não constará 
nada sobre a adoção. Será uma certidão de nascimento normal. É proibido 
qualquer tipo de menção à adoção na certidão.
Exercício
7. Sobre a adoção prevista no ECA, indique se as afirmativas abaixo são 
verdadeiras ou falsas (CIMRo/2011) (adaptada):
I – A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança 
ou adolescente, pelo prazo que a autoridade fixar, observadas as pe-
culiaridades do caso. Esse estágio poderá ser dispensado se o adotan-
do já estiver sob tutela ou guarda legal do adotante durante tempo 
suficiente para que seja possível avaliar a convivência da constituição 
do vínculo.
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II – O estágio de convivência será acompanhado pela equipe inter-
disciplinar a serviço da Justiça da Infância e Juventude, preferencial-
mente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política 
de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão rela-
tório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.
13. Efeitos da Adoção e Aspectos 
Controvertidos
13.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e 
do Adolescente, sendo abordados aqui os efeitos da adoção e aspectos 
controvertidos.
13.2 Síntese
São efeitos da adoção:
I – Estabelece novo vínculo de filiação;
II – Desliga os vínculos familiares anteriores (exceto os impedimentos 
matrimoniais);
III – O vínculo de filiação é irrevogável;
IV – Traz a condição de filho ao adotado;
V – Implica em direitos sucessórios recíprocos;
VI – Implica em direito aos alimentos recíprocos;
VII – A morte do adotante não restabelece o poder familiar dos pais naturais.
Se o pai biológico entregou a criança voluntariamente, ele poderia adotar 
para criar o vínculo. Se a criança foi entregue à adoção por ter perdido o poder 
familiar por maus-tratos, a doutrina entende que é impossível adotar o filho 
biológico por ser um retrocesso.
Na relação de adoção, há o dever de prestação de alimentos.
A sentença transitada em julgado é que faz o efeito da adoção, exceto nas 
hipóteses da adoção post mortem, porque os efeitos da sentença vão retroagir à 
data da morte.
O companheiro ou o marido pode adotar o filho da mulher. A solução é a 
adoção unilateral.
Considera-se crime contra o estado de filiação dar como seu filho de ou-
trem (art. 242 do Código Penal). A adoção à brasileira ocorre justamente quan-
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do alguém, sabendo não ser seu o filho, registra-o informando à autoridade 
como seu. É evidente que o Estatuto da Criança e do Adolescente não permite 
a adoção à brasileira posto que toda adoção deve ser deferida através de senten-
ça judicial e sob a fiscalização do Poder Judiciário.
Infelizmente, em muitas situações em que ocorre a adoção à brasileira, é 
comum o ajuizamento posterior de ação negatória de paternidade com a fina-
lidade de exonerar na obrigação alimentar. 
Tomemos como exemplo a situação de uma Maria que tem um filho, João, 
de um namorado e este, por sua vez, não assume a paternidade de João. Mais 
tarde, Maria passa a ter um novo relacionamento, agora com Antônio. O rela-
cionamento entre João e Antônio é excelente e Antônio revolve registrar João, 
que já conta com 3 anos de idade, como seu filho.
Mais tarde, o relacionamento entre Maria e Antonio não perdura e agora 
Antônio pretende ingressar com ação negatória de paternidade para não ser 
compelido a pagar alimentos a João.
A negatória de paternidade não pode ser julgada procedente tendo em vista 
que não houve vício de vontade na declaração de filiação e não cabe a anula-
ção do registro. Deve ser mantido o estado de filiação em razão da paternidade 
socioafetiva, de acordo com o STJ.
Se a criança cresceu como filho, pode pedir investigação de paternidade so-
cioafetiva. A doutrina entende que pode entrar com uma ação de investigação 
de paternidade socioafetiva. Não há pacificação na jurisprudência.
Em relação à adoção homoafetiva, a adoção pode ocorrer por uma pessoa, 
independente de sua opção sexual. A discussão está na adoção conjunta, de um 
casal homossexual. Segundo o STF, háa possibilidade de adoção conjunta, 
mesmo sendo um casal homossexual.
Exercício
8. (Juiz de Direito – TJ/SP – Vunesp – 2011). Esmeraldo Juremo, de-
pois de passar por todo o processo de adoção, com plena anuência 
de seus pais naturais, foi adotado pelo casal Silva que, em razão de 
acidente automobilístico, veio a falecer.
I. Tal circunstância tem o condão de restabelecer o poder familiar 
dos pais naturais. 
II. Tal circunstância o habilita para nova adoção, sem passar por 
novo processo para tal desideratum.
III. Tal circunstância o torna herdeiro do casal Silva. 
IV. Como herdeiro, e sendo adotado, concorre em desigualdade 
com os filhos naturais do casal Silva. 
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V. Tal circunstância não tem o condão de restabelecer o poder fami-
liar, tendo em vista o caráter irrevogável da adoção.
Estão corretos apenas os itens:
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e V.
d) I e V.
e) III e IV.
14. Aspectos Processuais da Adoção I
14.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui os aspectos processuais da adoção.
14.2 Síntese
O procedimento para colocação em família substituta está previsto no art. 
155 e seguintes do ECA. Sendo assim, para as hipóteses de guarda, tutela e 
adoção devem ser observados os requisitos e o procedimento especial previsto 
no estatuto menorista. 
O Ministério Público terá participação obrigatória, seja como substituto 
processual seja como fiscal da lei. Conforme dissemos, a colocação em família 
substituta sempre dependerá de sentença judicial e deverá respeitar o princípio 
do contraditório e da ampla defesa. 
Analisaremos o procedimento para colocação em família substituta com o 
enfoque na adoção.
Caso a adoção conte com a expressa anuência dos genitores ou responsável, 
ou se os pais biológicos forem falecidos, desconhecidos ou já fora decretada a 
perda do poder familiar, estaremos diante de um procedimento de jurisdição 
voluntária. 
O pedido poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assi-
nada pelos próprios requerentes. Sendo assim, o pedido pode ser protocolizado 
diretamente em cartório sem a necessidade de representação por advogado.
Se houver concordância dos pais, eles serão ouvidos pelo juiz e pelo repre-
sentante do Ministério Público, tomando-se por termo a declaração (o con-
sentimento deve ser ratificado em audiência e pode ser retratado até a data da 
publicação da sentença).
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A adoção será contenciosa quando os pais não consentirem com a adoção. 
Neste caso, haverá necessidade do pedido de perda do poder familiar para a 
posterior concessão da adoção sendo certo que o processo deverá obedecer ao 
princípio do contraditório e a ampla defesa.
Se o processo de adoção for cumulado com o pedido de perda de poder 
familiar haverá a citação dos pais para que respondam no prazo de 10 dias. 
Poderá haver liminar para decretar a suspensão do exercício do poder familiar 
se houver motivo grave, podendo a guarda ser deferida aos adotantes ou a outra 
pessoa idônea (art. 157). 
O prazo máximo para a conclusão do procedimento de perda do poder 
familiar será de 120 dias.
Requisitos da Petição Inicial:
I – A petição inicial deverá observar os requisitos do art. 282 do Código de 
Processo Civil além dos seguintes requisitos expostos no art. 156 do ECA:
II – Autoridade judiciária a que for dirigida: Vara de Infância e Juventude 
(Ausência: Vara de Família; Vara Cível ou Vara Distrital).
III – Nome, estado civil, profissão e residência do requerente e do requeri-
do, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por repre-
sentante do Ministério Público;
IV – Exposição sumária do fato e do pedido;
V – Provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemu-
nhas e documentos.
VI – Qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou 
companheiro, com expressa anuência deste;
VII – Indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou 
companheiro, com a criança ou o adolescente, especificando se tem ou não 
parente vivo;
VIII – Qualificação completa da criança e do adolescente e de seus pais, 
se conhecidos;
IX – Indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se pos-
sível, uma cópia da respectiva certidão;
X – Declaração da existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à 
criança ou ao adolescente.
XI – Anexar ao pedido inicial: certidão de antecedentes, folha corrida judicial, 
comprovante de residência, da profissão, dos rendimentos e grau de escolaridade.
Exercício
9. (Promotor de Justiça – MPE/PE – FCC – 2008). João e Camila plei-
teiam, judicialmente, que Ana lhes seja confiada, na condição de 
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família substituta. Pedro e Cristina, pais biológicos de Ana, intervêm 
no pedido, anuindo. O juiz, nesse caso, deverá 
a) julgar extinta a demanda, dada a ausência de advogado que 
represente os interesses das partes.
b) presidir audiência em que se procederá à oitiva dos pais bio-
lógicos, determinando, posteriormente, a realização de estudo 
social ou perícia por equipe interdisciplinar, concedendo prazo 
para manifestação do Ministério Público.
c) convocar o membro do Ministério Público e presidir audiência 
em que se procederá à oitiva dos pais biológicos, determinan-
do, posteriormente, a realização de estudo social ou perícia por 
equipe interdisciplinar.
d) determinar, desde logo, a realização de estudo social ou perícia 
por equipe interdisciplinar, designando audiência de concilia-
ção, instrução e julgamento, convocando para tanto o membro 
do Ministério Público.
e) intimar o membro do Ministério Público a se manifestar, de-
terminando, posteriormente, a realização de estudo social ou 
perícia por equipe interdisciplinar, dispensando a oitiva dos pais 
biológicos.
15. Aspectos Processuais da Adoção II
15.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados aqui os aspectos processuais da adoção.
15.2 Síntese
O art. 165, I, do ECA trata dos requisitos da petição inicial:
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em famí-
lia substituta:
I – qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou 
companheiro, com expressa anuência deste;
II – indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou 
companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não pa-
rente vivo. Quanto ao inciso II, é preciso observar que se a criança tiver parente 
vivo, este terá preferência na adoção.
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III – qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se 
conhecidos;
IV – indicação do cartório onde foi inscrito o nascimento, anexando, se 
possível, uma cópia da respectiva certidão;
V – declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos 
à criança ou ao adolescente. Se a criança tem bens, pode ser que esteja sendo 
adotada por ter bens e, assim, é preciso que haja proteção a esta criança.
Os outros requisitos são: certidão de antecedentes, folha corrida judicial, 
comprovante de residência, comprovante de profissão e rendimentos, bem 
como grau de escolaridade.
Ainda, se o processo de adoção for cumulado com perda de poder familiar, 
haverá citação dos pais para que respondam no prazo de dez dias.
Diz o art. 157 do ECA: “Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciá-
ria, ouvido o Ministério Público,decretar a suspensão do poder familiar, liminar 
ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou 
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.”
Faz-se necessário observar que se o processo de adoção for cumulado com 
perda de poder familiar, o processo acerca da perda de poder familiar deve ser 
encerrado em até 120 dias.
Outro ponto importante é o art. 168, que trata da oitiva do menor: “Apre-
sentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a 
criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo 
prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.”
A sentença relacionada à adoção tem natureza constitutiva de direitos e 
todo recurso deve ser interposto sem preparo.
Ainda, o prazo para interposição de recurso, em regra, é de dez dias, exceto 
para os embargos de declaração. Também sobre os recursos, é preciso observar 
a prioridade absoluta que a criança tem para que estes sejam imediatamente 
distribuídos, dispensando-se o revisor.
O juiz, conforme disposto no art. 199-A do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, pode se retratar.
Chegando o processo no tribunal, o relator deve colocar o processo em 
mesa para julgamento no máximo em sessenta dias.
Exercício
10. (MP/SP) Sobre os recursos nos procedimentos afetos à Justiça da In-
fância e Juventude, assinale a alternativa correta:
a) Em regra geral, o prazo para interposição de recursos será de 
15 dias.
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b) Salvo em casos de gratuidade, para interposição de recurso é 
necessário o preparo.
c) Os recursos terão preferência de julgamento, sendo indispensá-
vel o revisor.
d) A sentença que destituir qualquer um dos genitores do poder fa-
miliar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida nos efeitos 
suspensivo e devolutivo.
e) Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição do 
poder familiar, em face da relevância das questões, serão pro-
cessados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente 
distribuídos.
16. Direito à Educação e Cultura
16.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados o direito à educação e o direito à cultura.
16.2 Síntese
O direito à educação está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente 
nos arts. 53 até 59. A Constituição Federal, por seu turno, trata desta questão 
nos arts. 208 e 209. A Lei de Diretrizes de Bases de Educação é a lei federal que 
trata da estrutura da educação no território brasileiro.
O ensino público gratuito é direito subjetivo, razão pela qual a criança po-
derá ser matriculada na rede particular de ensino. Cumpre notar que os pais 
têm a obrigação de matricular as crianças e adolescentes na rede regular de 
ensino, cabendo a aplicação de medida de proteção para matricular e acom-
panhar a frequência escolar na hipótese de descumprimento desta obrigação.
Conforme art. 208 da Constituição Federal, o dever do Estado em relação 
à educação será efetivado mediante a garantia de:
I – Educação básica, obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos, assegurada a sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiverem acesso 
na idade própria (EC nº 59/2009); 
II – Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
III – Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de 
idade (alterada pela EC nº 53/2006);
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Podemos afirmar, portanto, que toda criança precisa estar na escola a partir 
de 4 anos. Nesta idade, a criança será matriculada na educação infantil. Quan-
do a criança completar 6 anos de idade, ela deverá estar matriculada no ensino 
fundamental I (1º ao 5º ano). Concluído o ciclo, a criança ingressará no ensino 
fundamental II (6º ao 9º ano) e, posteriormente, ingressará no ensino médio 
(1º ao 3º ano). 
O art. 54 do estatuto menorista garante, ainda, a oferta de ensino noturno 
regular além de programas suplementares de material didático, transporte, ali-
mentação e saúde.
Exercício
11. (Promotor de Justiça – MPE/GO – MPE GO – 2010). Assinale a 
opção correta no tocante ao dever do Estado para com a educação 
escolar pública: 
a) Será efetivado mediante a garantia, dentre outras, do ensino 
fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele 
não tiveram acesso na idade própria; universalização do ensino 
médio gratuito; acesso aos níveis mais elevados do ensino, da 
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada 
um; e vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino 
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a 
partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. 
b) Inclui, dentre outras, a garantia de progressiva extensão da 
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; vaga na escola 
pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais 
próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que 
completar 3 (três) anos de idade; e padrões mínimos de quali-
dade de ensino, definidos como a variedade e quantidade míni-
mas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento 
do processo de ensino-aprendizagem. 
c) Contempla, dentre outras, a garantia de progressiva extensão da 
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio e superior; vaga 
na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamen-
tal mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia 
em que completar 5 (cinco) anos de idade; atendimento educa-
cional especializado gratuito aos educandos com necessidades 
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; e aten-
dimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a 
seis anos de idade. 
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d) Abrange, dentre outras, a garantia de oferta de ensino noturno 
regular, adequado às condições do educando; oferta de educa-
ção escolar regular para jovens e adultos, com características e 
modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, 
garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de aces-
so e permanência na escola; e atendimento gratuito em creches 
e pré-escolas às crianças de 3 (três) a 7 (sete) anos de idade.
17. Direito à Profissionalização e à Proteção do 
Trabalho
17.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordado o direito à profissionalização e à proteção 
do trabalho.
17.2 Síntese
É proibido qualquer trabalho a menores de 16 de idade, salvo na condição 
de aprendiz para os maiores de 14 anos (CF, art. 7º, XXXIII). Deverão ser ob-
servadas as regras estabelecidas pelos arts. 402 a 441 da CLT. 
O aprendiz deverá ter formação técnico-profissional e pode ser exercido por 
pessoas que tenham entre 14 até 24 anos. A formação técnico-profissional obe-
decerá aos seguintes princípios: garantia de acesso e frequência obrigatória ao 
ensino regular; atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; 
horário especial para o exercício das atividades. 
No trabalho educativo (ensino profissionalizante), a exigência pedagógica 
prevalece sobre o aspecto produtivo e será exercido, sempre, sob responsabili-
dade de entidade governamental ou não governamental sem fins lucrativos, 
devendo assegurar ao adolescente que participe de condições de capacitação 
para o exercício de atividade regular remunerada (art. 68, ECA). 
Cumpre notar que o adolescente poderá receber pelo trabalho efetuado 
ou ter participação na venda dos produtos de seutrabalho não desfigurando o 
caráter educativo do trabalho. 
O ECA determina que ao adolescente empregado, aprendiz, em regime 
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governa-
mental ou não governamental, é vedado trabalho: 
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I – Noturno, realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia 
seguinte; 
II – Perigoso, insalubre ou penoso; 
III – Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvi-
mento físico, psíquico, moral e social; 
IV – Realizado em horários e locais que não permitam a frequência à 
escola.
Além disso, o ECA garante ao adolescente o direito à profissionalização e à 
proteção no trabalho, observados o respeito à condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento e a capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
Exercício
12. (TRT – 1ª Região – 2010) O trabalho educativo descrito no ECA é:
a) Atividade laboral em que as exigências pedagógicas referentes 
ao desenvolvimento pessoal e social das crianças e adolescentes 
prevalecem sobre o aspecto produtivo; 
b) Atividade laboral desenvolvida em parceria com as instituições 
de ensino superior que propiciam acesso ao ensino superior aos 
adolescentes entre dezesseis e dezoito anos de idade com renda 
familiar inferior a três salários mínimos; 
c) Trabalho de monitoria de crianças carentes realizado por ado-
lescentes já formados nos cursos de capacitação das escolas téc-
nicas federais; 
d) Trabalho executado pelos licenciados em pedagogia ou ciência 
da educação na capacitação de professores da rede pública de 
ensino; 
e) O trabalho prestado por bolsistas do Prouni nas comunidades 
carentes destinado a capacitar crianças e adolescentes em ativi-
dades extracurriculares e profissionalizantes. 
18. Prevenção Geral e Prevenção Especial
18.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordada a prevenção geral e prevenção especial.
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18.2 Síntese
O Estatuto da Criança e do Adolescente considera que a criança possui 
espírito maleável e é influenciada pelo ambiente que vive. Sendo assim, desig-
nou parte de sua proteção, para as questões relativas à prevenção. Quando fa-
lamos em prevenção, devemos associar, sempre, a proteção quanto à exposição 
de riscos existentes na sociedade.
A prevenção geral, prevista nos arts. 70 até 73, trata das medidas de atendi-
mento para manter o bem-estar do menor e a preservação da família. Assim, é 
dever de todos de prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da 
criança e do adolescente. Já a prevenção especial procura preservar a criança e 
o adolescente de ambientes perniciosos (art. 74 e seguintes do ECA).
A primeira parte da prevenção especial regulará a informação, cultura, la-
zer, esportes, diversões e espetáculos. Toda criança ou adolescente terá acesso 
às diversões e a espetáculos públicos classificados como adequados à sua idade, 
sendo que as crianças menores de 10 anos somente poderão ingressar e perma-
necer nos locais de apresentação e exibição se estiverem acompanhadas dos 
pais ou responsáveis (art. 75).
Determina o art. 74 do ECA que o Poder Público deve regular as diversões 
e espetáculos públicos informando a natureza, faixa etária, locais e horários 
de apresentação adequados. Sendo assim, qualquer espetáculo público deverá 
indicar aos pais a faixa etária recomendada. A regulação se faz através da classi-
ficação indicativa pela Portaria 1.100/06 do Ministério da Justiça. 
Os programas são classificados, segundo a mencionada portaria, da seguin-
te forma: especialmente recomendada para crianças e adolescentes; livre; não 
recomendada para menores de 10 anos; não recomendada para menores de 
12 anos; não recomendada para menores de 14 anos; não recomendada para 
menores de 16 anos; não recomendada para menores de 18 anos.
O responsável pela exibição deverá manter, em local visível, a menção 
quanto à classificação indicativa e deverá proibir a entrada de crianças e adoles-
centes quando a programação não for adequada. Se o administrador do cinema 
permitir a entrada da criança ou do adolescente, sem a companhia dos pais, 
para assistir a um filme com classificação indicativa superior à sua idade, confi-
gurará infração administrativa na forma dos arts. 252 e 256 do ECA.
Caberá aos pais, apesar da informação da qualificação indicativa ser para 
uma idade maior que a da criança ou do adolescente, decidir em relação à en-
trada ou não do filho, uma vez que não é censura e, sim, classificação indicativa.
Caso o filme tenha uma classificação indicativa, até 18 anos, poderá assistir, 
desde que acompanhada dos pais. Se a classificação for para maiores de 18 
anos, não poderá, nem acompanhado dos pais.
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O art. 75 do ECA traz a seguinte redação: “Toda criança ou adolescente 
terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à 
sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingres-
sar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanha-
das dos pais ou responsável.”
19. Prevenção Especial
19.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordada a prevenção especial.
19.2 Síntese
Da mesma forma, as emissoras de rádio e TV também deverão fazer a 
adequação da programação à classificação indicativa, na forma da Portaria MJ 
264/07. Se a programação for especialmente recomendada para crianças e ado-
lescentes a veiculação será livre. Não recomendada para menores de 12 anos, 
deverá ser transmitida apenas depois das 20 horas. Não recomendada para me-
nores de 14 anos deverá ser transmitida apenas depois das 21 horas. Não reco-
mendada para menores de 16 anos deverá ser transmitida apenas depois das 22 
horas. Não recomendada para menores de 18 anos deverá ser transmitida ape-
nas depois das 23 horas. O não cumprimento destas regras configura a infração 
administrativa na forma dos arts. 252 e 256 do ECA. 
O trabalho de crianças e adolescentes em rádio e TV deve ter autorização 
judicial, ainda que seja só para o ensaio (art. 149, III). Demais disso, caso a 
criança ou adolescente participe como expectador, poderá haver portaria do 
juiz da infância e juventude que permita a participação. Nestas hipóteses, o 
juiz deve analisar o programa e autorizar ou não conforme o melhor interesse 
do menor. 
A venda e locação de fitas de programação em vídeo devem manter a in-
formação quanto à classificação indicativa (art. 77) e as revistas ou publicações 
contendo material impróprio ou inadequado deverão ser comercializadas com 
embalagem lacrada e advertência do seu conteúdo (art. 78).
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20. Prevenção Especial – Produtos e Serviços 
Proibidos
20.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudada a parte cível do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sendo abordados a prevenção especial e alguns produtos e 
serviços que são proibidos.
20.2 Síntese
“Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercial-
mente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as 
que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja 
permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afi-
xando aviso para orientação do público.”
“Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I – armas, munições e explosivos;
II – bebidas alcoólicas;

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