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SOCIOLOGIA JURIDICA RESUMO CAP 1 E 2

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Unisulma – Universidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão
MARCOS ADRIANO BORGES ARAÚJO
SOCIOLOGIA JURÍDICA
I - O PROBLEMA EPISTEMOLOGICO EM SOCIOLOGIA, II A SOCIOLOGIA JURÍDICA
IMPERATRIZ - MA
2015
MARCOS ADRIANO BORGES ARAÚJO
SOCIOLOGIA JURÍDICA
I - O PROBLEMA EPISTEMOLOGICO EM SOCIOLOGIA, II A SOCIOLOGIA JURÍDICA
Resumo do Livro – Sociologia Jurídica, Autor - Machado Neto Antônio Luís, apresentado a Universidade Unisunlma, como parte das exigências para a obtenção de notas do 1º Semestre de 2015.1.
Unisulma, ____ de _________ de _____.
________________________________________
Prof. (Luís Fernando)
 I O PROBLEMA EPISTEMOLOGICO EM SOCIOLOGIA
1) EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA
 Para o cientista que trabalhe no seu ambiente especifico, é possível que este campo já se há de ter se limitado - objeto – já há de ter desbravado o método, e já deve ser possível, percorrendo tal caminho, descobrir no objeto ou campo científico aquelas regularidades que chamamos leis, descoberta que constitui o objetivo teórico de toda ciência.
Em sua vocação autêntica de um saber para saber, a filosofia encontra no mundo muitas coisas sobre as quais importa indagar, muitas coisas que ferem a curiosidade incansável desse ente que perdeu o paraíso pelo fruto da árvore da ciência' do bem e do mal, pela vontade de saber. Entre essas coisas está a ciência. A epistemologia é a resposta a essa vontade incansável de saber, quando ela encontra em seu caminho a ciência. Isso se desvendou à sua razão de ser - razão vital de ser - do angulo da filosofia. Se, acaso, nos colocássemos na perspectiva utilitária do 'saber' de dominação que é a ciência, veríamos que a razão vital de ser da epistemologia é apenas um prolongamento do justifica mento da teoria científica.
2) EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA SOCIAL
O Foco de delimitações peculiar a toda ciência, é nelas, ao menos, muito mais projeto do que realização, e todo exagerado otimismo, nesse ponto só podem ser prejudiciais. Nas ciências culturais, ainda há pouco, o seu próprio campo era contestado pelas irmãs mais velhas, as ciências naturais, e se hoje já pode julgar que esse perigo foi superado, não é menor o perigo do imperialismo das ciências sociais entre si, embora Já se tomem perceptíveis os primeiros e promissores sinais de uma composição interna em termos de mútuo respeito e colaboração.
3) A QUESTÃO DO OBJETO PRÓPRIO
Como acontece com toda outra ciência, o centro da problemática epistemológica é também no que a sociologia se refere, a questão de sua autonomia. Tal questão pode ser, porém, fragmentada em três outras questões maiores que desejam todas, naquelas mais amplas da independência técnica da ciência sociológica, ou seja, o problema de sua autonomia.
Tais questões segundas ou subalternas são as que problematizam a existência em 
Sociologia de objeto próprio, método e leis.
A REAÇÃO DE DURKHEIM: O SOCIOLOGISMO
 Contra o psicologismo de Tarde volta-se o sociologismo de Emile Durkheim, em vez de uma soma, Durkheim considera os fatos sociais ou melhor, a sociedade como uma síntese de consciências individuais.
Importa agora que Durkheim faça a prova de sua afirmação, que de a razão de sua tese, demonstrando que, de fato, o social é diferente do psíquico que o forma em síntese. 
Com efeito, se o fato é coercitivo, como eu sentirei que ficaremos em um exemplo do próprio Durkheim se tento falar com meus concidadãos outra língua que não o vernáculo, se ele exerce certa pressão sobre minha "vontade individual, ele é, evidentemente, diverso dessa vontade, desse psiquismo individual. Ele é outro que não o psíquico.
Com isso: o descobrir a radicalidade do social e sua diferenciação do psíquico, Durkheim conquista para a sociologia, pouco importando aqui os exageros de que a ideia de síntese química faz inquinar sua teoria da consciência coletiva - um objeto próprio.
4) A EXTENSÂO DO OBJETO PRÓPRIO DA SOCIOLOGIA
Conquistado por Durkheim um objeto próprio para a sociologia, o social como fenômeno peculiar, diverso dos demais fenômenos do universo - estava garantida a autonomia da ciência sociológica. Mas, uma ciência jovem não está nunca a salvo de disputas, especialmente quanto a extensão e natureza específica de seu objeto, assim como quanto ao espírito e peculiaridade do seu método e a maior ou menor positividade de suas leis. Tal tem ocorrido, até aqui, com a sociologia. 
Entre as várias tentativas de sistematização das tendências sociológicas, algumas há, que, de tão divulgadas, já passaram ao anonimato, desconhecendo-se lhes hoje, já, inteiramente, os prováveis autores. Nesse meio conta-se a que distingue pelo espírito nacional essas correntes.
É bastante frequente a antítese que se estabelece entre a sociologia alemã, dominantemente teórica, ainda sensivelmente ligada a filosofia da história, como assinala o ilustre Prof. Fernando de Azevedo, de qualquer sorte inclinada as preocupações metodológicas e epistemológicas, e a sociologia americana, que, retrato fiel do pragmatismo inerente aquele povo, está voltada, dominantemente, para a pesquisa in loco dos fenômenos sociais, pesquisa em que sobressai o caráter técnico e experimental que equipara a sociologia a uma autêntica irmã das ciências de laboratório.
5) NATURALISMO E CULTURALISMO
Se o humano não é tema para geometrias, como ficou afirmado as últimas linhas do item anterior, será que as ciências que tem por objeto humano - as sociologias entre elas comportam se em termos idênticos as que tem por objeto um determinado aspecto do mundo natural?
Em outros termos: será que o objeto da sociologia é a natureza, como o da física ou o da biologia, ou é algo que, embora não prescindindo do assento no mundo natural, transcende, embora, a natureza, como que uma espécie de sobrenatureza que o homem acrescenta a realidade cósmica?
Os métodos consequentemente da ciência natural, e o espírito que nesta tem se mostrado tão capaz no tratamento do seu objeto, serão os mesmos no tratamento desse mundo mais sutil que é o mundo humano?
A REACÃO CULTURALISTA: DILTHEY E AS "GEISTESWISSENSCHAFFEN"
Se é verdade que ainda vivemos sob o domínio da sociologia naturalista, já não seria verdadeiro dizer desse domínio que é tranquilo e inconteste. Já é bem antiga, nesse setor, a reação culturalista que aproveita das lições de epistemologia alemã das ciências da cultura, para intentar uma fundamentação da sociologia em bases diversas daquelas da ciência natural.
b) RICKERT
Se em Dilthey se encontra uma das fontes da moderna epistemologia das ciências humanas, outro tanto se há de dizer da escola neokantiana de Baden, especialmente de Heinrich Rickert. Sem que se intente negar ou sequer reduzir a importância da contribuição de Wilhelm Windelband em seu discurso sobre História e Ciência da Natureza nem muito menos a obra mais recente de Erost Cassirer, dois membros ilustres da escola neokantiana, é em Rickert que encontramos, nesse ponto, o expoente da escola. 
c) ORTEGA E A SOCIOLOGIA.
Entre Ortega y Gasset e a ciência sociológica houve, de início, uma grande distância, que se deve aquela natural aversão que. A filosofia contemporânea fez transbordar do positivismo a sociologia, sua criação mais efetiva.
No curso de sua carreira intelectual, esse hiato foi gradativamente se reduzindo a ponto de Gilberto Freyre, referindo-se ao livro que Ortega morreu sem publicar - El Hombre y la Gente _, ter escrito que "talvez marque a sua inteira conciliação com a sociologia". Hoje, que esse livro veio a lume, podemos dizer que não falhou a profecia do sociólogo patrício.
d) COSSIO E AS CIÊNCIAS DA CULTURA
Embora sua preocupação seja originária e predominantemente a filosofia Jurídica, a preocupação epistemológica é onipresente em Carlos Cossio, ilustre Professor da Universidade de Buenos Aires e criadorda escola ecológica do direito, doutrina jusfilosófica que revoluciona, no presente, o inteiro campo da meditação teórica acerca do fenômeno jurídico.
e) MAX WEBER
Não obstante o maior ou menor desprezo com que os dois gigantes da moderna epistemologia das ciências culturais, Dilthey e Rickert, encaram a ciência sociológica, é justamente neles que vai buscar suas fontes a obra epistemológica de Max Weber, que representa, na sociologia, o mesmo papel que aqueles no conjunto das ciências do humano.
De Dilthey, aceita Weber o caráter significativo dos fenômenos humanos e o método compreensivo que se lhes deve aplicar, enquanto de Rickert aprende que as ciências da cultura e, particularmente, a sociologia, não são ciências de puros significados ideais, mas ciencias da realidade: "A ciência social que queremos promover” escreve Max Weber "é uma ciência da realidade. Pretendemos compreender a realidade da vida que nos rodeia, e na qual estamos imersos, em sua peculiaridade; por um lado, a conexão e a significação cultural de seus fenômenos singulares em sua atual conformação; por outro, o fundamento de sua precipitação histórica enquanto são assim e não de outra maneira”.
f) FREYER
Também no que se refere a epistemologia particular da sociologia, é considerável a contribuição de um discípulo de Dilthey - Hans Freyer.
Parte, em seu livro -sobre a Teoria do Espírito Objetivo, de urna tipificação dos materiais componentes do espírito objetivo em cinco formas principais, a saber:
a) Formação ou quadro, forma fechada em si mesma, cujo sentido prescinde de tudo que lhe seja exterior, exemplificada nas obras de criação artística, ciencia e sistemas políticos.
b) Instrumentos ou utensílios, determinados por sua finalidade utilitária e, portanto, referidos ao exterior, ao seu fim útil.
c) Signos, que apontam para outras coisas, mas com o fato de assinalá-Ias, dando-Ihes expressão indicadora.
d) Formas sociais, determinadas pelo conjunto concreto de relações sociais. 
e) Formação, no sentido de educação pessoal, na qual o espírito é objetivado sobre a matéria do indivíduo' humano.
g) MEDINA Y ECHAV ARRIA E FRANCISCO AYALA
Antes de abordarmos a posição sociológica de Luís Recaséns Siches, que é sem favor, o representante mais autêntico do racionalismo nesse setor, impõe-nos uma visão, ainda que sumária, da atitude de José Medina e EchavarrÍa e Francisco Ayala, que, se não podem ser considerados racionalistas ortodoxos, não podem deixar pela própria condições de espanhóis de sofrer certa influencia do pensamento da escola de Madri.
h) A SOCIOLOGIA RACIOVITALISTA DE RECASENS SICHES
Embora mais conhecido como o jusfilósofo do raciovitalismo, é também a Luís Recaséns Siches que cabe a honra de ser o mais ilustre representante da sociologia na perspectiva da razão vital.
Em toda sua produção teórica, de fundo dominantemente filosófico- jurídico, já os temas da teoria sociológica – particularmente os de ontologia sociológica e culturológica afloravam aqui e além como um background circunstancial do fenômeno jurídico, para onde se dirigem suas predileções e seu dominante interesse teorético.
i) SOCIOLOGIA E RAZÃO VITAL
Quem quer que se tenha desprendido do horror a filosofia que o positivismo originou e difundiu, este, por certo, se tem mínimo conhecimento da moderna epistemologia das ciencias da cultura da sociedade, há de ter concordado, no que, particularmente, a sociologia se refere, que esta não se há de constituir, como julgará o seu fundador positivista, no molde de mais urna ciencia natural como uma física social, em tudo fiel ao espírito e ao método da física, exemplar vitorioso das exitosas ciências do mundo natural.
j) A RAZÃO VITAL COMO "COMPREENSÃO"
O método que se tem habitualmente postulado para a sociologia não adstrita ao esquema conceitual das ciencias naturais, é a compreensivo. Embora os fundamentos teóricos do pensamento raciovitalista encontrem na razão vital o instrumento lógico capaz de entender o humano, nem Ortega nem Recaséns tem insistido no tema da razão vital como método sociológico da compreensão.
6) O PROBLEMA DO MÉTODO
As considerações expendidas quanto a essência ou natureza do objeto da sociologia já nos conduzem, obrigatoriamente as questões metodológicas. 
Especialmente das questões ligadas ao método versaremos a seguir, primeiro anotando os progressos do espírito científico no tratamento do social, e, em seguida, as limitações da objetividade e da experimentação direta em sociologia, para concluirmos com a disputa teórica das escolas e as repercussões das posições epistemológicas na atitude metodológica que se há de assumir.
a) OS PRECURSORES DA SOCIOLOGIA CIÊNTIFICA: ARISTÓTELES, IBN KALDUN, MACHIAVELLI, MONTESQUIEU, ARISTÓTELES.
Embora amigo de Platão, Aristóteles era, na verdade, mais amigo da verdade; desenganada e caprichosamente amigo da verdade.
E foi isso que o fez, sendo, embora, discípulo de um utopista, figurar, na história de grande número das atuais ciencias positivas, como um seu importante precursor. A física, a
biologia, e a sociologia são algumas das ciencias em cuja história ele representa um momento de fundamental importância.
IBM KALDUN
Depois da morte de Aristóteles o espírito grego não mais iria produzir em sua fase de decadência outra obra de cunho sociológico comparável a sua.
O mundo romano, eminentemente prático, embora, leve, na construção da primeira formu1ação científica do direito, esgotado o seu talento em mat6ria intelectual. O predomínio do religioso na Idade Média ocidental só permitiria o necessário afastamento do ponto de vista ético que a neutralidade científica postula. Foi necessário que o espírito medieval entrasse em crise, nas origens da modernidade, para que esse neutralismo estivesse próximo de ser alcançado ao moralismo de Machiavelli.
MACHIAVELLI
Uma experiência semelhante iria provocar um análogo efeito no florentino Niccolo Machiavelli. Vivendo uma época de desintegração da sagrada medieval e de orientação da moderna concentração secular da vida, Machiavelli, de alguma sorte repetindo a experiência relativista do sofista - separar, violentamente, a ética da política, libertando esta última das restrições morais, consideradas, um incômodo, empecilho a realização do programa político da época a construção do Estado nacional.
b) A APLICAÇÁO DO METODO CIENTIFICO AO ESTUDO DA SOCIEDADE: SAINT-SIMON, COMTE, SPENCER, MARX.
Se através a inteira história do pensamento humano, é possível recolher, aqui e além, exemplos de precursores das ciências sociais, o momento histórico de seu nascimento, porém, não iria acorrer senão nos primórdios do século passado.
É nas obras de Saint-Simon, Comte, Spencer e Marx, que vamos assistir aos primeiros ensaios de sistematização consciente de uma ciência geral da sociedade de pretensões enciclopédicas.
SAINT-SIMON
Motivado por uma intenção política revolucionária e de fundo ético-religioso, Saint-Simon anuncia o espírito do século XIX, ao derramar, generosamente, as esperanças do seu humanismo nos estreitos e rigorosos canais do conhecimento científico.
COMTE
Comte herdou de seu mestre Saint-Simon o otimismo progressista e a confiança em que a ciência poderá alcançar o ideal de reger um dia a vida humana e a sociedade. Impressionado com a crise espiritual que a Revolução Francesa fez deflagrar no Ocidente, Comte julgou ser possível encontrar numa ciência da sociedade o almejado consensus de um período caracterizado pelo predomínio da ciência, o período positivo.
MARX
Marx não foi conscientemente um sociólogo, mas, a doutrina que criou é, para uma parte considerável da humanidade atual, não só a única sociologia verdadeiramente científica, como a verdadeira concepção do mundo, da vida e da sociedade. Marx não fui um sociólogo porque o materialismo histórico, além de pretender o que também era próprio, como vimos, da sociologia nascente a condição de ciencia total da sociedade, ousava muito maisque isso ser a definitiva concepção verdadeira do mundo. Uma filosofia e, as vezes, também, uma religião. Outrossim, o gênio do socialismo científico alimentava um grave preconceito contra a sociologia, por ter sido esta uma ciencia criada pelo filósofo da burguesia dominante - Augusto Comte.
7) AS LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA SOCIOLÓGICO 
 A sociologia, como, aliás, a totalidade das ciências sociais tem de enfrentar, em sua marcha para domínio científico uma série de limitações. 
Que a hipótese causal pode ser, ai, conceitualmente formulada, não há dúvida. A dúvida existente é quanto a possibilidade de comprovação ou rejeição dessa hipótese por meio da provocação de uma série contrastantes controladas pelo investigador. A dúvida está na possibilidade de provocar o evento desejado, que o naturalista facilmente consegue ao laborat6rio. Evidentemente, a simples presença do ser humano e de sua liberdade.
8 ) A QUESTÃO METODOLOGICA EM SOCIOLOGIA
A DISPUTA DAS ESCOLAS
Não são numerosos os partidários da aplicação predominante do método dedutivo em sociologia e ciências sociais outras. Na economia tem sido proposto pelos representantes da escola matemática e da escola psicol6gica. Os primeiros chegam a essa conclusão pela necessidade da aplicação do método matemático, eminentemente dedutivo, e os segundos por suporem que, a partir da determinação dos desejos fundamentais do ser humano desejos que determinariam o conceito de valor, todas as verdades econômicas poderiam ser da deduzidas.
METÓDO MONOGRÁFICO
Homem de espírito científico, formado na disciplina das ciencias naturais - professor de metalurgia e impressionado com o empirismo a que eram relegadas as questões políticas e Sociais em seu tempo, Le Play concebeu a possibilidade de um tratamento realmente cientifico e indutivo para os temas Sociais. A isso ele era também impelido pelo seu espírito cristão que exigia uma radical transformação da vida social, uma "transformação da face da Terra".
A OBRA METOOOLOOICA EMILE DURKHEIM
As demais regras propostas, tanto para a observarão dos fatos sociais, como relativas a distinguirem do normal e do patológico, a constituirão dos tipos sociais, a explicação dos fatos sociais e a administração da prova, são utilíssimos preceitos de pesquisa, em verdade correlacionados com essa regra fundamental. Verificando a situação excepcional das ciencias sociais, em que observador está inscrito no objeto a investigar, o que não ocorre nas ciências do mundo natural, onde é patente a distinção entre o objetivo e o subjetivo, Durkheim intentou equiparar a situação do sociólogo a do naturalista.
9) A METODOLOGIA CULTURALISTA E A COMPREENSAO
Depois das preocupações metodológicas reveladas pela obra de Durkheim, a metodologia sociológica tem feito notáveis progressos; sobretudo progressos no que diz respeito a pesquisa de campo e aos procedimentos que a experiência tem demonstrado mais técnicas para apanhar a realidade social.
Poderíamos desincumbir-nos com um simples e trivial exemplo. Nele, supomos, há de ficar patente a condições excepcional do conhecimento sócio-cultural por oposições ao natural aqui, o espírito conhecendo a natureza, sua antítese lá, o espírito reencontrando-se consigo próprio, porque com seus atos e artefatos. Suponhamos o achado de uma pedra por um ser humano com disposição científica de indagar as razões das coisas. Se o cientista natural topa com ela cuidará de responder ao como e ao porque. E sua missão estará cumprida. 
10) O PROBLEMA DAS LEIS SOCIOLÓGICAS
O modo como a ciencia alcança o seu objetivo de dominação é através da formulação de leis. Observando e registrando as regularidades que se observam em seu objeto que uma ciencia consegue manipular a realidade, colocando-a a serviço do homem. Quando abrimos uma torneira, ligamos o interruptor de energia elétrica ou pressionamos o botão de arranque de um automóvel o que fazemos é por em marcha uma relação causal que o homem através da ciência, foi capaz de prever, controlar e manipular.
11) A DIVISÃO DOS ESTUDOS SOCIOLÓGICOS 
Os fatos, como, também, as hipóteses confirmadas na prática passam a figurar no corpo doutrinário da sociologia pura. Pelo seu caráter concreto e singular de estudo de um determinado caso, a sociologia prática ou pesquisa sociológica e denominada de sociografia, especialmente por autores alemães. Por esse seu caráter ideográfico ela muito se assemelha aos estudos históricos, urna certa graduação sendo possível estabelecer entre trabalhos de historiografia, história social, sociografia e sociologia, graduação que, nessa ordem, vai no sentido de generalização crescente. Por esse íntimo parentesco, as vezes é difícil estabelecer-se a linha divisória entre a sociografia e a história social, não sendo raros os trabalhos anfíbios nesse setor.
A- SOCIOLOGIA PURA - SOCIOLOGIA PRÁTICA - SOCIOLOGIA APLICADA
Na sociologia pura, ternos o aspecto teórico da ciência sociológica. .e o corpo de doutrinas, o repositório concatenado das verdades sociológicas já descobertas e sistematizadas. Habitualmente se a subdivide em urna parte geral e outra especial.
b) SERÁ A SOCIOLOGIA UMA CIÊNCIA NORMATIVA?
A questão que encabeça essas linhas vem a propósito da sociologia aplicada. O fato de que a sociologia como toda outra ciencia social em sua aplicação envolva problemas de projeto e finalidade, e como tais, valoração, tem feito com que se suponha que elas podem dar o sentido de tais projetos e finalidades sem abdicarem de suas condições de ciências. 
e) SOCIOLOGIA E POLÍTICA
Se toda ciência é um saber de dominação, a sociologia não poderia fugir a tais desígnios, já os seus precursores incluindo os seus antepassados nos domínios das ciencias práticas. Tal é o caso de Aristóteles, reconhecidamente um precursor da ciencia sociológica, quem, em sua classificação das ciencias, colocou as disciplinas do humano na repartição das ciencias práticas ou do agir, as quais contrapunha as ciencias teóricas ou do pensar e as poéticas ou do produzir.
CAPÍTULO II
A SOCIOLOGIA JURÍDICA
O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA
Se abstraímos o episódico de alguns legistas e comentadores de orientais, de que Han Fie, com sua confiança nos efeitos práticos de urna legislação severa e, mesmo, impiedosa terá sido um exemplo chinês, é certamente naqueles pensadores gregos que trouxeram a preocupação da então incipiente especulação filosófica para os problemas humanos, os sofistas, que vamos encontrar os primeiros antepassados diretos de um tratamento empírico do direito em termos a prenunciar urna sociologia jurídica.
OS FUNDADORES
DURKHEIM
Depois de Spencer e Maine, foi grande a produção evolucionista em matéria de história do direito, etnografia e sociologia jurídica. Nessa orientação, destacam-se Letourneau, Post, Steinmetz, Frazer e, em particular, Nardi Greco, autor de um compendio de sociologia jurídica de nítida orientação evolucionista 16. Numa linha de sociologia genética ou histórica do direito há que assinalar a obra de Gabriel Tarde, adversa a explicação e solucionaste em nome de sua interpsicologia.
b) FAUCONNET 
A Paul Fauconnet, sucessor de Durkheim na Sorbonne deve a sociologia jurídica uma das realizações mais bem logradas de sua literatura especializada até os dias atuais. Trata-se do ensaio intitulado La Responsabilité. Essai de Sociologie - publicado na série dos Travaux de l'Année Sociologique. Fundado em erudição etnográfica e histórica copiosa. Fauconnet desmonta a nossa perspectiva atual na consideração da responsabilidade. As nossas vistas de modernos, o responsável penal há de ser o autor de um delito que reúna a comprovação da relação causal entre seu ato e o evento delituoso, a condição de maior e capaz. Nem sempre as sociedades do passado assim pensaram.
c) DAVY
Também para com Georges Davy, o mais importante sociólogo da Escola Objetiva depois de Durkheim, como dele diz Hans Aulmann, tem a sociologia jurídica uma dívida imorredoura.Suas obras capitais nesse setor são La Foi lurée e Le Droit, L'ldéalisme el l'Expérience. Mas são também de interesse para o pleno conhecimento de sua atuação nesse setor, seus escritos que versam mais de perto o tema da sociologia política, de tão íntimas relações com a sociologia do direito.
d) MAUSS
Se Fauconnet foi O sucessor de Durkheim na cátedra da Sorhonne e Georges Davy o mais lídimo continuador de seu pensamento sociológico-jurídico, Marcel Mauss foi o continuador de sua liderança intelectual em I'Année Sociologique.
Sua especialização é a etnologia e a sociologia dos primitivos. Nesses campos devemos-Ihes um estudo que se tornou clássico, acerca do duplo sistema social, jurídico, moral e econômico dos esquimós, duplicidade motivada pela grande diversidade que a sua circunstancia apresenta entre o inverno e o verão ainda num campo marginal da sociologia primitiva que se há de situar sua grande contribuição a sociologia do direito, o famoso Essai sur le Don.
OS JURISTAS SOCIÓLOGOS: DUGUIT
Não somente entre os sociólogos profissionais franceses é possível encontrar a influência durkheimiana no que ao equacionamento sociológico dos fenômenos jurídicos diz respeito.
As premissas comteanas, em que Durkheim se fundamenta, fazem da sociologia a ciencia geral do social. Se é verdade que nem Comte nem Durkheim foram espíritos inclinados ao tema das questões de limites entre as diversas ciencias sociais, através um tratamento insuficiente, lacunoso e obscuro da matéria, o que se pode concluir como o mais aproximado da verdade é que Durkheim, como Comte, aceitava o imperialismo teórico da sociologia sobre os demais departamentos das ciencias sociais.
f) OUTROS FUNDADORES DA SOCIOLOGIA JURÌDICA
"Do mesmo modo que Durkheim é admitido como o iniciador de uma sociologia jurídica do lado dos sociólogos; Kantorowicz e Ehrlich representam, sem dúvida, igual papel do lado dos juristas" ' escreve o Prof. Evaristo de Morais Filho.
De fato, nos doutrinadores do direito livre há um vivo sopro sociológico-jurídico, se bem que utilizado para a construção de uma teoria hermenêutica. Afirmando que o verdadeiro direito não é o que está esclerosado nos códigos, mas o direito livre que a vida social vai espontaneamente gerando e desenvolvendo, Kantorowicz e Ehrlich aproximam-se no angulo propício para a construção de um sistema de sociologia jurídica, o último dos quais, tendo nos legado um muito divulgado tratado de sociologia jurídica intitulado, na edição inglesa.
3) A TEMÁTICA SOCIOLÓGICO-JURÍDICO
Segundo Georges Gurvitch, um dos mais distinguidos cultores dessa recente especialidade científico-jurídica, a sociologia do direito pode ser dividida, de acordo com as diversas abordagens melódicas de seu objeto, em:
 a - Sociologia Sistemática do Direito ou Microssociologia do Direito; 
 b - Sociologia Diferencial do Direito, incluindo uma Tipologia Jurídica dos Grupos Particulares e urna Tipologia Jurídica das Sociedades Totais; 
 e - Sociologia Genética do Direito.
Temos agora que nas relações de separação entre indivíduos, fruto de lutas e competições, verifica-se um predomínio do atributivo sobre o imperativo. Os deveres tem forma débil, enquanto as pretensões aparecem dominantes, embora desassociadas. Nas relações de aproximação, temos, via de regra, uma formação passiva, resultando raro que esse quadro societário seja criador de direito. Em sua pureza típico-ideal tais relações são raras, apresentando-se, entretanto, em combinação com outras situações, o que as transforma no tipo misto. Essas últimas são as mais frequentes e se apresentam como entrecruzamento de relações de aproximação e de afastamento. Seu exemplo mais frequente são as relações de sociabilidade que no mundo jurídico aparecem sob a forma do contrato. Dessa forma de sociabilidade emana um fluxo jurígeno caracterizado pela equivalência de pretensões e deveres.
4) RELAÇÕES COM OUTRAS CIÊNCIAS JURÍDICAS
De todos os saberes jurídicos, aquele que mantém mais íntimas relações com a sociologia jurídica é, inegavelmente, a história do direito. A intimidade desses dois ramos especializados da sociologia e da história procede, aliás, da íntima ligação a que estão presas suas matrizes teóricas. Com efeito, a história e a sociologia tematizam o mesmo objeto material, aquele que, de certo Angulo, pode ser visto como a vida social. E, de outra perspectiva, como a vida histórica.
A Historiografia jurídica, como ciência do individual, como ciência ideográfica, detém-se na considerarão de cada fenómeno só cio-jurídico individual, procurando enquadrá-lo no sistema geral em que a história de si própria consiste.
Se considerarmos que para Kelsen natureza e sociedade não são coisas, zonas específicas do real, mas, determinados métodos de conhecimento, ser e dever ser, respectivamente, a sociologia jurídica não somente não seria única ciência jurídica, como também não seria ciência da sociedade, e sim, ciência natural.

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