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Bioclimatologia em Bovinos

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RELATÓRIO BIOCLIMATOLOGIA – FAZENDA OLHO D'ÁGUA
INTRODUÇÃO
O clima é um fator ambiental, o qual exerce um acentuado efeito sobre o bem-estar dos animais e afeta a produção e comportamentos reprodutivos, alimentares e psicológicos dos mesmos, por um ou mais dos componentes deste fator (PEREIRA, 2005).
O bovino leiteiro possui a temperatura corporal interna de aproximadamente 38,5°C (HEAD, 1995). Animais homeotérmicos se apresentam vulneráveis frente as condições climáticas adversas e seu desempenho e a sobrevivência são comprometidos pelo clima diretamente (HAHN, 1981). 
A fêmea lactante do Bos taurus Linnaeus, 1758 para desenvolver eficientemente suas atividades fisiológicas, necessita de um ambiente com uma temperatura mais amena, em torno de 18º C a 24º C e umidade relativa do ar de 50%, para que se possa conseguir maior eficiência na produção leiteira, além desse limite terá as suas produtividade prejudicada para manter a homeostasia (NEIVA, 1998).
O consumo do pasto e da ração diminui à medida que a temperatura do ambiente supera 26ºC. Isto afeta diretamente a produção leiteira, diminuindo-a. (PEREIRA, 2005).
A ingestão de água varia com a temperatura ambiental, a qualidade dos alimentos e da distribuição da água. A evapotranspiração de água em forma de suor pelos animais tem por finalidade a termorregulação. Em climas quentes, a necessidade de água pelos animais é maior. Os bovinos ao invés de reduzirem o volume urinário, eliminam urina mais concentrada e fezes mais secas de modo a reutilizar a água (PEREIRA, 2005).
O estresse é qualquer mudança no ambiente suficiente para causar respostas que afetam os parâmetros fisiológicos, a etologia e a produção do animal (BEARDEN; FUGUAY, 1980). Segundo Breazile (1988) o estresse pode ser de origem interna (fisiológica) ou externa (ambiental).
Os agentes estressores podem ser de natureza: mecânica (traumatismos), físicos (calor, som), químicos (drogas), biológicos (estado nutricional, agentes infecciosos) e psicológicos (exposição a um ambiente novo) (BACCARI JR.2001).
A vulnerabilidade dos bovinos ao estresse pelo calor aumenta à medida que a umidade e a temperatura do ambiente excedem a zona de conforto térmico, o que dificulta a perda do calor e assim aumenta a temperatura corporal. O estresse calórico promove perturbações na homeostase e é quantificado a partir da mensuração de variáveis fisiológicas como, temperatura retal (TR), as frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR) e concentrações hormonais. Mesmo animais cruzados, tolerantes ao calor, podem ocorrer alterações comportamentais e fisiológicas (NARDONE, 1998).
O estresse tem influencia no desenvolvimento de processos fisiológicos do organismo, como o processo da descida do leite em vacas durante a ordenha. Situações estressantes podem ocorrer antes ou durante a ordenha e induz a secreção de adrenalina pela glândula adrenal, esta por sua vez tem ação antagônica a da ocitocina, esta retenção do leite, predispõe a ocorrência de mastite, já que favorece a proliferação de micro-organismos no leite retido (BREAZILE, 1988).
OBJETIVO
Visa aprimorar o conhecimento adquirido nas aulas de Bioclimatologia e Bem-estar Animal através da prática com animais no campo.
MATERIAL E MÉTODOS
A equipe utilizou alguns EPI's, sendo galocha, macacão, jaleco e luva, além de estetoscópio, termômetro retal, bloco de notas, caneta e seis bovinos.
Nas dependências da fazenda Olho D'água separamos seis vacas SRD – identificadas como 313, 10, 58, 90, 32 e 36 – para ser usadas no projeto, e escolhemos os horários de 13h e de 16h para identificar se os animais se encontravam em estresse térmico. 
Em cada uma das seis vacas foram realizados os procedimentos de auscultar a frequência cardíaca, frequência respiratória e medição da temperatura retal, em dois horários do dia e em animais que se encontravam no pasto.
Na auscultação cardíaca foi colocada a campânula no lado esquerdo do corpo das vacas, já que o coração está localizado entre o 3º e o 5º espaço intercostal, então contamos um batimento cardíaco a cada dois sons, que são os de sístole e diástole, em um minuto.
A frequência respiratória foi contada a partir de observação da movimentação que ocorre no gradil torácico, em um minuto.
E na medição da temperatura retal, o termômetro foi introduzido no reto das vacas mantendo contato direto com a mucosa retal para o termômetro medir a temperatura corporal ao invés da temperatura fecal.
RESULTADOS
No dia 04 de novembro todos os integrantes se deslocaram de Belém para uma fazenda próxima à cidade de Santa Izabel, Fazenda Olho D’Água.
Figura 1- Todos os integrantes do grupo compareceram ao trabalho.
Figura 2- Os animais foram colocados nesse local para facilitar os procedimentos utilizados nesse trabalho.
Figura 3- Entrada da Fazenda Olho D'Água.
Figura 4- Por volta de 13h esses animais se comportavam a procura de áreas sombreadas como nessa imagem.
Figura 5- A imagem apresenta um animal tendo sua temperatura retal mensurada juntamente com sua frequência respiratória (FR).
Figura 6- A imagem apresenta animal com sua frequência respiratória sendo mensurada.
Foram feitos os procedimentos de aferição da frequência respiratória (FR) e frequência cardíaca (FC), todos os procedimentos feitos objetivaram a observação do estresse térmico desses animais.
ITU = Ts + 0,36 Tpo + 41,5
Onde:
Ts = temperatura ambiente (°C);
Tpo = temperatura de ponto de orvalho (1) (°C);
De modo geral, dependendo do valor de ITU observado, o ambiente pode ser classificado como:
ITU = 70 – condição normal;
70 < ITU < 78 – crítico;
79 < ITU < 83 – perigo;
ITU > 83 – emergência.
No dia 04 de novembro por volta de 13h00min o INMET registrou os seguintes dados:
Ts = 29,85
Tpo = 22,7
ITU = 29,85 + 0,36*22,7 +41,5
ITU = 79,52
Por volta de 16h00min o INMET registrou os seguintes dados:
Ts = 32,25
Tpo = 22,65
ITU= 32,25 + 0,36*22,65 + 41,5
ITU= 81,9
DISCUSSÃO 
De acordo com os dados climáticos para a região de castanhal segundo o Instituto Nacional de Meteorologia - INMET, observando-se 49% de umidade e temperatura máxima de 33,4 ºC pode-se considerar que o ambiente em que é realizada a ordenha da fazenda Olho d’água é relativamente escuro e úmido para a prática leiteira, já que as recomendações em Filho e Azevedo (2005) são que:
[...] o local ideal deve ser bem drenado, exposto aos raios solares, o que facilita a secagem e diminui a proliferação de organismos patogênicos. O estábulo não deve ser atravessado por fortes correntes de ar frio que favorecem surtos de doenças do sistema respiratório dos animais. No entanto, deve permitir um conforto térmico, evitando o predomínio das altas temperaturas. (FILHO E AZEVEDO, 2005, p. 1)
Porém, cabe ressaltar que os currais existentes na fazenda são diversificados, ou seja, nem sempre os animais estão submetidos ao mesmo ambiente existindo a preocupação no rodízio entre os ambientes. Assim, o gado vem do pasto por uma longa caminhada no sol, é confinado num ambiente com sombra, no entanto, reduzido demais para todos os animais, fazendo com que parte desses animais, cansados, sejam submetidos à ordenha no lugar escuro e úmido. Além disso, voltam a ser confinados num lugar sem cobertura, onde ficam expostos ao sol até serem liberadas ao pasto novamente. Nesse caso, há possibilidade da fazenda não estar atingindo o seu grau máximo de produção leiteira.
Com relação aos indicadores de estresse observados em dois períodos do dia com base em seis animais da fazenda, é possível comparar aos valores de referência disponíveis no Guia On Line de Clínica Buiátrica. Analisando-se tais valores, temos que:
A frequência respiratória (FR), aferida às 13hs, obteve a média alta de 50,67 mov/min. Quando aferida às 17hs, reduziu um pouco para 43,67 mov/min. Porém, tais valores de FR ainda são muito altos em relação ao normal que gira em torno de 10 a 30 mov/min segundo os valores de referência para bovinos (GARCIA et al. 2003). 
Desse modo, dos animais quetiveram sua FR aferida às 13h, somente um apresentou o parâmetro normal, o nº 58 com 26 mov/min. Já daqueles aferidos às 17hs, apenas dois apresentaram-se normais, o nº 58 e o nº 32 com 23 mov/min e 30 mov/min, respectivamente.
Tais resultados de FR elevados podem ser devido ao estresse causado pela temperatura do ar alta, entre 32,4 e 33,4 ºC, quando o animal tenta dissipar calor para estabilizar a sua temperatura corporal.
A temperatura retal (TR) ficou em torno de 39,1 ºC, mensurados às 13h, e em torno de 38,55 ºC, às 17h. Tomando-se como base os valores normais para a temperatura de bovinos, que variam de 38 a 39 ºC observa-se que os bovinos adultos em questão apresentam média dentro da normalidade, porém três deles já havia ultrapassado a faixa máxima às 13hs: o nº 10, o nº 36 e o nº 90 com 39,8, 39,3 e 39,5ºC, respectivamente. Quando este parâmetro foi mensurado às 17hs, nenhum dos animais apresentou-se fora da normalidade, embora três deles já estivessem bem perto do limite máximo, o nº 90, o nº 36 e o nº 10 com 38,8, 38,8 e 90 ºC, respectivamente.
A TR acompanhou a temperatura ambiente de maneira positiva em todos os animais, indicando que os mesmos estavam fisiologicamente normais e responsivos à temperatura ambiente.
A frequência cardíaca (FC) às 13h foi, em média, de 68,5 bat/min, e às 17h aumentou um pouco para 70 bat/min, mantendo a média praticamente. De acordo, com os parâmetros normais para um bovino adulto, com FC variando entre 50 a 70 bat/min, pode-se dizer que os animais estavam dentro da média esperada. Assim, às 13h, três animais apresentaram aumento na FC, o nº 313, o nº 90 e o nº 32 com 76, 77 e 76 bat/min, respectivamente.
Tal resultado pode ser explicado por este parâmetro ser o último analisado, ocorrendo, talvez um relaxamento dos animais após aferição da TR, porém este parâmetro, sozinho, não serve para avaliar o índice de estresse dos animais.
CONCLUSÃO
Através da visita técnica, atividade determinada ao nosso grupo, para análise de fatores causadores de estresse, tais como: Ambientais (temperatura, umidade, velocidade do vento e etc.), Comportamentais (de pé ou em decúbito, agrupado ou disperso; agitado, instável ou calmo, estável) e Fisiológicos (temperatura retal, frequência cardíaca e respiratória). Com foco nos fatores ambientais. Em alguns animais alvos da análise, foram observadas diferenças tanto comportamentais como fisiológicas em diferentes horários e em outros estes se mantiveram relativamente constantes.
REFERÊNCIAS
BACCARI JÚNIOR, F. "Manejo ambiental da vaca leiteira em climas quentes".Londrina,UEL, 142p, 2001.
BEARDEN, H; FUQUAY, L. The estrual cycle. Applied Ani. Reprod. p 53-84, 4a ed., Boston Publish. Com., Virginia,1980.
BREAZILE, J. E.. The Physiology of Stress and Its Relationship to Mechanisms of Disease and Therapeutics. Phipadelphia:Saunders Company, 1988.
GARCIA, M.; LIBERA, A.M.M.P.D; BARROS FILHO, I.R. Plano Geral do exame clínico em ruminantes. Guia On Line de Clínica Buiátrica. Disponível em <http://www.mgar.com.br/clinicabuiatrica/aspPlanoFuncoes.asp>. Acessado em 09 nov 2014.
HAHN, G. L. Housing and management to reduce climatic impacts on livestock. J. Anim.Sci. 52: 175-86, 1981.
HEAD, H. H. Management of dairy cattle in tropical and subtropical environments. In: Congresso Brasileiro de Biometerologia, Anais, SBBiomet, Jaboticabal, 1995.pp.26-68.
PEREIRA, J. C. C. Fundamentos de bioclimatologia aplicados à produção animal, Belo Horizonte: FEPMVZ, 2005.
RODRIGUES FILHO, J.A.; AZEVEDO, G.P.C. Criação de gado leiteiro na zona bragantina. Embrapa Amazônia Oriental – Sistemas de Produção, 02. ISSN 1809-4325. Dez 2005. Versão eletrônica disponível em <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/GadoLeiteiroZonaBragantina/paginas/instalacoes.htm>. Acessado em 09 nov 2014.
NARDONE, A. Thermoregulatory capacity among selection objectives in dairy cattle in hot environment. Zootec. Nutr. Anim., v.24, p.295-306, 1998.
NEIVA, ROGÉRIO SANTORO, Produção de bovinos leiteiros – Larvras: UFLA – 534 P. 1998.

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