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Universidade Federal da Paraíba Departamento de Química Gravimetria Prof. Dr. Ricardo Alexandre Cavalcanti de Lima João Pessoa - Paraíba Gravimetria • Volatilização • Precipitação Gravimetria Definição: É um método analítico em que o elemento em questão ou íon, é separado dos demais constituintes e pesado; também pode ser pela perda de peso que ocorre pela evaporação ou volatilização do composto separado dos demais interferentes. O elemento que deve ser pesado, pode ser puro ou na forma de um composto de composição conhecida. Para obter a separação do composto, recorre-se aos processos usuais da química, tais como: precipitação, destilação, separação com solvente, separação cromatográfica, etc. Uma vez separado o elemento, ou as interferências, faz-se a precipitação final → filtração → secagem (ou calcinação) → pesagem final do precipitado. O teor do elemento a dosar é calculado a partir da massa do precipitado e da sua fórmula química, e o resultado é expresso em percentagem da amostra. Ex.: O cobre, níquel e cobalto, podem ser pesados diretamente como metais, após uma secagem na estufa e separação por eletrodeposição. O bário e o cálcio não oferece condições de pesagem como elementos (Ba e Ca) pois são instáveis. Para estes casos, o bário é pesado como sulfato de bário (BaSO4), que após filtração e secagem será pesado; o cálcio é precipitado como oxalato de cálcio (CaC2O4), e após filtração, será calcinado e transformado em óxido de cálcio (CaO), e sob esta forma será pesado. Nem todos os elementos ou compostos podem ser separados e pesados, nestes casos procura-se outro composto que ofereça condições de ser pesado exatamente. Quando o precipitado obtido é diferente do precipitado desejado, é usado um cálculo de correção, a partir das massas atômicas ou moleculares, chamado de fator gravimétrico. É a relação do peso atômico ou molecular da substância procurada pela substância obtida. Fator Gravimétrico Sustância Procurada Sustância Obtida Fator Gravimétrico BaO BaSO4 BaO / BaSO4 Fe Fe2O3 Fe / Fe2O3 P2O5 Mg2P2O7 P2O5 / Mg2P2O7 Exemplos: Exercícios. • Exemplo: determinação de Ca em águas naturais 1. Conversão do analito em precipitado 2. Remoção do precipitado (filtração) 3. Lavagem do precipitado (de impurezas) 4. Conversão em um produto de composição conhecida (aquecimento) 5. Pesagem Reagente precipitante Gravimetria por Precipitação onde: FG = Fator gravimétrico a e b = números cujos valores indicam que a mols do analito produzem b mols da substância pesada (produto) Combinando as três expressões acima, temos: Porcentual de Analito (X) em uma Amostra Cáculos em Análise Gravimétrica 100 massa massa X% Amostra X ×= FGprodutodomassaXmassa ×= odutoPr MM MM . b aFG X= 100. MM MM . b a. massa massa X% odutoPr X Amostra odutoPr= Leva em consideração a estequiometria da reação. A reação deve ser completa; O precipitado obtido deve ser altamente insolúvel; A reação tem que ser rápida; O precipitado obtido deve oferecer boas condições de filtração; A forma do precipitado tem que ter composição definida, boa estabilidade, não absorver CO2, pouco higroscópico, não ser volátil quando pesado diretamente; O precipitado não deve ser contaminado por impurezas, ou oferecer o mínimo de contaminação. Condições para que uma Reação possa ser usada em Gravimetria Classificação dos métodos gravimétricos • Gravimetria de precipitação: método gravimétrico no qual o sinal analítico é a massa de um precipitado. Ex: determinação de PO33- ou determinação de Cl- como AgCl. • Gravimetria de volatilização: método gravimétrico no qual a perda de uma espécie volátil é utilizada como sinal analítico. Ex: determinação de umidade em alimentos. • Gravimetria de particulados: método gravimétrico no qual a massa de um analito particulado é determinada após sua separação da amostra. Ex: determinação de sólidos suspensos em água. • Eletrogravimetria: método gravimétrico no qual a massa de um eletrodepósito no catodo ou no anodo de uma célula eletroquímica. Ex: determinação de Pb2+ em água por eletrodeposição como PbO2. Os métodos por volatilização consiste essencialmente em eliminar componentes na forma de compostos voláteis. Gravimetria por Volatilização A substância volatilizada é recolhida e pesada. As determinações mais comuns por este método, são as determinações de água e análises de carbonatos. a) Método Direto Determinação de água - a água pode ser separada por calcinação da maioria dos compostos inorgânicos; a água volatilizada pode ser absorvida por um secante sólido e o peso da água volatilizada é calculado a partir do peso ganho pelo secante. Análises de carbonatos – os carbonatos são decompostos facilmente por ácidos, sendo separados por destilação da solução de dióxido de carbono desprendido. O aumento de peso do secante sólido é devido ao dióxido de carbono liberado pela amostra. O constituinte procurado é volatilizado e sua quantidade é determinado pela diferença de peso da amostra antes e após a volatilização. b) Método Indireto Determinação de umidade – A amostra pesada contendo água é secada e pesada novamente. Os materiais sólidos podem conter água quimicamente ligada ou água presente como contaminante oriundo da atmosfera ou da solução em que a substância se formou. O teor de água é variável e depende da umidade, temperatura e do estado de divisão do material. Água nos Sólidos e sua Implicações Analíticas Faz parte da estrutura cristalina ou molecular de um dos componentes do sólido. a) Água Essencial Água de Cristalização – é a água que está presente nos hidratos cristalinos. Ex.: BaCl2.2H2O e CuSO4.5H2O. Água de Constituição – é a água, a partir de hidrogênio e oxigênio ou hidróxido quimicamente ligados no composto, quando o sólido sofre decomposição térmica. Ex.: 2KHSO4 ↔ K2SO4 + SO3+ H2O É a água cuja presença não é necessária para caracterizar uma espécie química. b) Água Não - Essencial Água Higroscópica – é a água retida sobre a superfície dos sólidos em contato com o ambiente úmido e, depende da umidade, da temperatura e da área superficial do sólido. Água Absorvida – é a água retida como uma fase condensada nos interstícios ou capilares dos sólidos coloidais. Água Ocluída – é a água retida em cavidades microscópicas irregularmente distribuídas nos cristais. A formação dos precipitados é um processo cinético que tende para um equilíbrio. O controle da velocidade de formação e de outras condições permite conduzir a precipitação de maneira a separar a fase sólida desejada com as melhores características físicas possíveis. Formação dos Precipitados a) Precipitados Cristalinos Precipitados Graudamente Cristalinos As partículas do precipitado são cristais individuais bem desenvolvidos, são densos e sedimentam rapidamente, são facilmente recolhidos por filtração e, em geral, não se deixam contaminar por adsorção em grande extensão. Ex.: KClO4 Precipitados finamente Cristalinos Consistem de agregados de diminutos cristais individuais, sõa densos e sedimentam rapidamente. As vezes, oferecem dificuldade a filtração. Ex.: BaSO4 b) Precipitados Coloidais Precipitados Grumosos Os precipitados grumossos que incluem os haletos de prata, resultam da floculação de colóides hidrófobos, são densos porque eles arrastam pouca água.Ex.: AgCl Precipitados Gelatinosos Resultam da floculação de colóides hidrófilos. São volumosos, tem a consistem de flocos e arrastam quantidades consideráveis de água. Ex.: Fe(OH)3 • Propriedades dos precipitados e reagentes precipitantes 1. O agente precipitante deve reagir especificamente ou pelo menos seletivamente com o analito. • AgNO3 precipita os íons Cl-, Br-, I- e SCN- (seletivo) em meio ácido Dimetilglioxima precipita especificamente íons Ni2+ em meio básico 2. O produto (precipitado) formado deve: • Possuir baixa solubilidade • Possuir alta pureza e não reagir com os constituintes do ar • Possuir composição conhecida que reflita a massa do analito • Apresentar forma facilmente separável da mistura Gravimetria por Precipitação • Tamanho das partículas e capacidade de filtração dos precipitados Quanto maior o tamanho das partículas mais fácil é a filtração e lavagem dos precipitados 1. Suspensões coloidais • Partículas invisíveis a olho nu (10-7 a 10-4 cm de diâmetro) • Difícil filtração (não decatam facilmente) 2. Suspensões cristalinas • Partículas com diâmetro da ordem de dezenas mm ou mais • Fácil filtração (decatam rapidamente) Gravimetria por Precipitação • Fatores que determinam o tamanho das partículas 1. Solubilidade do precipitado (Kps) Quanto < Kps < solubilidade do precipitado 2. Temperatura Quanto > Temp > solubilidade do precipitado 3. Concentração dos reagentes Ex: formação de complexos na precipitação do Cl- como AgCl 4. Velocidade de adição dos reagentes S SQ − =SSR• Efeito dos fatores é medido pela supersaturação relativa Q = concentração das espécies em qualquer instante S = solubilidade no equilíbrio (Q-S)/S é grande = partículas coloidais (Q-S)/S é pequeno = partículas cristalinas Gravimetria por Precipitação • Mecanismos de formação do precipitado • Nucleação: poucos íons, átomos ou moléculas se juntam para formar um sólido estável. • A continuação da precipitação envolve a competição entre nucleação e crescimento dos núcleos existentes (crescimento da partícula) Grande número de pequenas partículas (suspensão coloidal) Pequeno número de partículas grandes (suspensão cristalina) Gravimetria por Precipitação • Controle experimental do tamanho de partícula S SQ − =SSR (Q-S)/S é grande = partículas coloidais (Q-S)/S é pequeno = partículas cristalinas • Temperaturas elevadas Aumenta a solubilidade do precipitado (S) • Soluções diluídas Minimiza Q • Adição lenta do agente precipitante sob agitação constante Minimiza Q Gravimetria por Precipitação Precipitados Coloidais • Difícil decantação e filtração • Alternativa: coagulação (aglomeração) das partículas Coagulação de colóides • Aquecimento (diminui nº de • espécies adsorvidas) • Agitação (aumenta a energia • cinética das partículas) • Adição de um eletrólito no meio Gravimetria por Precipitação Peptização de colóides Processo no qual o colóide coagulado retorna ao seu estado disperso 1. Ocorre durante a lavagem do precipitado que perde parte do eletrólito responsável pela coagulação 2. Dilema: risco de contaminação vs. peptização 3. Lavagem do precipitado com uma solução de eletrólito que volatilizará quando o precipitado for aquecido. Ex: AgCl lavado com solução de ácido nítrico Digestão de colóides Processo no qual o precipitado é aquecido sob agitação por uma hora ou mais na solução onde ele foi formado. Gravimetria por Precipitação Co-precipitação É o processo no qual compostos normalmente solúveis são retirados da solução durante a formação do precipitado. Tipos de co-precipitação: 1. Adsorção superficial 2. Formação de um cristal misto 3. Oclusão 4. Aprisionamento mecânico processos de equilíbrio cinética do crescimento do cristal Gravimetria por Precipitação Adsorção Superficial • Principal fonte de contaminação de precipitados coloidais. • Razão: elevada área superficial dos colóides. Ex: Precipitação de Cl- como AgCl Partículas de AgCl são contaminadas com uma camada de íons Ag+ adsorvidos que levam nitrato ou outros ânions durante a formação do colóide. Solução: digestão do precipitado e lavagem com eletrólito volátil. Reprecipitação (em alguns casos). Gravimetria por Precipitação Formação de uma cristal misto Tipo de co-precipitação na qual um íon contaminante substitui um íon da rede cristalina do precipitado. Ocorre quando: • os dois íons tem a mesma carga • os tamanhos não diferem em mais que 5% • os dois sais (precipitados) são da mesma classe de cristal. Ex: BaSO4 formado pela adição de BaCl2 a uma solução que contenha Pb. Substituição do Ba pelo Pb no cristal. Gravimetria por Precipitação Oclusão e Aprisionamento Mecânico Tipos de co-precipitação na qual um composto è aprisionado dentro de uma bolsa formada pelo rápido crescimento do cristal. • Exclusivamente relacionadas a suspensões cristalinas • O aprisionamento mecânico ocorre quando cristais se aproximam durante seus crescimentos. Solução: digestão do precipitado. Gravimetria por Precipitação Precipitação Homogênea Processo no qual um precipitado é formado pela geração lenta do reagente precipitante homogeneamente na solução. • Reagente é formado gradualmente e homogeneamente na solução e reage imediatamente com o analito. • Resultado: baixa supersaturação relativa • Exemplo: uréia utilizada para a geração de OH-. • Precipitados mais densos, facilmente filtráveis e mais puros. Gravimetria por Precipitação Secagem e Ignição dos Precipitados • Secagem do precipitado até obtenção de uma massa constante • Remoção de solvente e qualquer espécie volátil carregada com o precipitado • Ignição: decomposição do sólido para formar um composto de composição conhecida. Gravimetria por Precipitação Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28
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