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A biodiversidade da Caatinga e o Rio São Francisco

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A biodiversidade da Caatinga e o Rio São Francisco
A caatinga é uma vegetação que só existe no Brasil. Seu nome vem do tupi e significa mata branca. Esse nome se dá porque nas épocas de seca a maioria das plantas perde suas folhas o que deixa os troncos esbranquiçados. A área da caatinga é enorme ocupa 850.000 km² do país. 
Antes se acreditava que a caatinga era resultado da degradação de formações vegetais como mata Atlântida ou a floresta amazônica isso levou a crer que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, isto levou a degradação do ambiente e a extinção em massa de várias espécies locais, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe se, mais estudos mostram que a caatinga e rica em biodiversidade e bastante heterogênea uma coisa boa para região.
Este bioma se localiza na área Nordeste do Brasil mais especificamente nos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e a parte norte de Minas Gerais sendo o mais frágil do Brasil pelo seu uso insustentável a centenas de anos deixando o solo degradado, mas pesquisas recentes mostram que o solo ainda e rico.
Flora
A vegetação da caatinga e adaptada a aridez da região já e estimado que haja de 2000 a 3000 de espécies de plantas que são típicas da região semi-árida. A vegetação, na maioria das vezes, apresenta uma forma arbustiva, composta por espécies lenhosas de baixo porte (geralmente até 5 m de altura) entremeadas por cactáceas e bromélias terrestres, porém a caatinga compreende também uma forma de vegetação de porte mais elevado e denso que é a chamada caatinga arbórea, com espécies de mais de 20 metros de altura, raríssimas atualmente devido a exploração histórica desenfreada.
 Para sobreviver ao período seco do ano, as espécies vegetais da caatinga desenvolveram estratégias como xerofilia (tolerância a seca), microfilia (folhas pequenas) ou transformadas em espinhos para evitar a perda de água, suculência e presença de raízes tuberosas para armazenamento de água, o que permite a rebrota da planta mesmo após longos períodos de falta de água ou mesmo intervenções antrópicas.
Folhas modificadas em espinhos no mandacaru (cactáceas) e folhas pequenas da catingueira (microfilia)
 As formas de vida vegetal são das mais variadas e com uma rica biodiversidade e endemismo. São encontradas não só espécies arbóreas e arbustivas como também herbáceas, lianas e principalmente cactáceas. Os estratos arbóreos e arbustivos, que dão a feição característica da caatinga, têm como família de maior diversidade a Leguminosae, como exemplo temos: a catingueira (Caesalpinia pyramidales); o sabiá (Mimosa caesalpiniifolia); o angico (Anadenanthera colubrina); as juremas preta e branca (Mimosa tenuiflora e M. artemisiana) entre outras. Espécies arbóreas raras hoje na paisagem e de grande valor são: Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa) e cumaru (Amburana cearensis); aroeira (Myracroduon urundeuva), sendo a última pertencente à lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Nesse estrato encontramos ainda a palmeira endêmica e símbolo do Ceará, a carnaúba (Copernicia prunifera) que possui grande valor cultural e econômico.
Aroeira (Myracroduon urundeuva); cumaru (Amburana cearensis); Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa)
O estrato herbáceo é constituído principalmente por ervas anuais (terófitas) e geófitas que aparecem apenas na curta estação chuvosa, sendo considerado por alguns estudos como mais diverso que a flora lenhosa. Entre as espécies temos: a malva branca (Wissadula SP); malícia (Mimosa pudica) e jitirana (Ipomoea sp.). 
Flor da malva branca (Wissadula SP) e da malícia (Mimosa pudica) 
Flor da jitirana (Ipomoea sp.).
As cactáceas constituem um importante elemento da paisagem, com seus caules suculentos e cobertos por espinhos. Foram registradas para a caatinga 58 espécies das quais 42 são endêmicas, entre elas os principais gêneros são: coroa-de-frade (Melocactus); mandacaru (Cereus jamacaru); facheiro (Pilosocereus); e palma (Tacinga), sendo este último endêmico.
Mandacaru; coroa-de-frade e palminha
A conservação de toda essa rica biodiversidade de formas vegetais da caatinga possibilitará a permanência de uma fauna igualmente rica, que depende direta e indiretamente dos recursos vegetais e da geração de diversos serviços ambientais diretos e indiretos, assim como são essenciais para uma sadia qualidade de vida do homem e para a manutenção do equilíbrio do planeta.
 Fauna
Preá, soin, corrupião, onça-parda, tamanduá-mirim e asa-branca, são alguns dos animais que vivem na Caatinga. Mas a fauna é muito mais abrangente: já foram registradas 148 espécies de mamíferos, 510 de aves, 154 de répteis e anfíbios e 240 de peixes, que são conhecidas até hoje no bioma.
 
Formiga falsa-tocandira
A singularidade da Caatinga e a sua diversidade de ambientes permitem supor que a sua fauna de invertebrados seja riquíssima, com várias espécies endêmicas, porém este grupo é o menos conhecido em distribuição e biologia. Sabe-se que os invertebrados formam a base da cadeia alimentar, fornecendo alimento para anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos, além de serem responsáveis pela polinização das plantas.
Jacu-verdadeiro (Penelope jacucaca) Foto: Ciro Albano
As aves representam o grupo animal com maior número de espécies registradas. São 510 espécies, das quais 15 são endêmicas e 20 estão ameaçadas de extinção, como o jacu verdadeiro e o urubu-rei. A Caatinga ainda guarda muitos segredos sobre a sua fauna, como no caso dos anfíbios, grupo que tem como habitat ambientes úmidos, e que desenvolveram adaptações morfológicas e fisiológicas que lhes permitem sobreviver maiores períodos sem água. Algumas das estratégias dos anfíbios são procurar abrigo em bromélias, escavar e enterrar-se em solos e só sair após as primeiras chuvas, reprodução rápida e explosiva no período chuvoso.
A proteção da fauna está diretamente ligada à proteção dos ambientes. As matas ciliares, por exemplo, são os locais de reprodução de muitos animais, como os répteis e anfíbios, e vêm sendo devastadas. Uma das menores espécies de crocodilianos, o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris), que chega a 1,5 m de comprimento, habita as margens dos riachos e é endêmica da Caatinga. No grupo dos répteis destaca-se a variedade de lagartos, como o camaleão (Iguana iguana) e o teju (Tupinambis tequixim).
Há quem não acredite que existam muitos mamíferos na Caatinga. Mas existem veado-caatingueiro, raposa, gambá, capivara, cotia, macaco-prego, queixada, entre outros. São 148 espécies registradas, das quais 19 endêmicas. Quem diria que a Caatinga abriga 6 espécies de felinos: a onça-pintada, a onça-parda, jaguatirica, gato-do-mato-pequeno, gata-maracajá e gato-mourisco e espécies exclusivas como o simpático mocó (Kerodon rupestris) e o impressionante tatu-bola.
Perereca-verde-pequena (Phyllomeduza nordestina) Foto: Igor Roberto
Contudo, a fauna da Caatinga sofre com a caça e a ocupação humana e, como conseqüência, muitas espécies já foram extintas, como a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), e outras estão sob forte ameaça como o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), a onça-parda (Puma oncolor) e o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), espécie que só ocorre na Chapada do Araripe. 
soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni)
A conservação da biodiversidade da Caatinga é um dos maiores desafios da ciência brasileira, pois, além de ter poucos estudos e ser pouco protegida, está rapidamente sendo modificada. Quanto mais informações organizadas e disponíveis sobre as espécies, melhor podem sem traçadas estratégias para a conservação.
Relevo
O relevo da caatinga apresenta duas formações dominantes: planaltos e grandes depressões. Como você já viu, são comuns fragmentos de rochas na superfície do solo. Nas regiões mais altas, estes fragmentostambém existem. É comum olhar para planaltos nordestinos e ver em seus topos grandes pedras, parecendo que irão rolar a qualquer momento! Mas fique tranquilo, pode passear pela caatinga sem medo, pois estas pedras são normais no relevo deste bioma.
As depressões são terrenos aplainados, normalmente mais baixos que as áreas em seu entorno e que podem apresentar colinas. As maiores depressões da região são a Sanfranciscana, a Cearense e a do Meio Norte.
Situado nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, o planalto da Borborema  é uma formação que se destaca, com altitudes variando em média entre 650 e 1000 metros. Em alguns pontos, esta marca é ultrapassada: o pico de Jabre, na Paraíba, chega a 1.197 metros e o pico do Papagaio, em Pernambuco, a 1.260 metros. O planalto é uma grande barreira para as nuvens carregadas de umidade que vêm do oceano Atlântico em direção ao interior. Quando essas nuvens encontram este "paredão", elas se condensam, provocando chuvas nas regiões mais baixas do lado oriental do planalto, ou seja, o lado voltado para o oceano. As nuvens não conseguem ultrapassar o planalto da Borborema. Isto dificulta a ocorrência de chuvas do lado ocidental, que é marcado pela seca. Este lado seco é o que faz parte do bioma caatinga. 
Clima
O clima da caatinga é chamado de semiárido. São características desse tipo de clima a baixa umidade e o pouco volume pluviométrico, ou seja, uma quantidade reduzida de chuvas. Já falamos sobre isso neste texto antes, mas vamos reforçar, pois se trata de um aspecto fundamental da caatinga: são longos os períodos de ausência de chuvas, podendo chegar a oito ou nove meses de seca por ano. 
Este clima irregular influencia o curso dos rios, que secam em determinadas épocas; diminui a disponibilidade de água para plantas, animais e para os homens; aumenta a aridez do ambiente. O clima é então um fator determinante na caatinga: ele acaba definindo a paisagem e os hábitos dos moradores deste bioma.
Água
Os rios que fazem parte da caatinga brasileira são, em maioria, intermitentes ou temporários. Isto quer dizer que estes rios secam em períodos em que não chove. No caso deste bioma, onde há escassez de chuva durante maior parte do ano, os rios que nascem na região ficam secos por longos períodos.
Rio São Francisco
Rios que nascem em outros lugares, como o São Francisco e o Parnaíba, são fundamentais para a vida na caatinga, pois atravessam os terrenos quentes e secos em seu caminho para o mar. Estes rios são tão importantes que deram nome a duas bacias hidrográficas que banham o território: a Bacia do Rio São Francisco e a Bacia do Rio Parnaíba. A Bacia Costeira do Nordeste Oriental também está localizada nesta região. 
Para enfrentar a falta de água nas estações secas, os moradores da caatinga constroem poços, cacimbas e açudes. Mesmo com estes mecanismos, na maior parte das vezes, só conseguem obter água salobra, imprópria para consumo. 
Rio São Francisco
O rio São Francisco, popularmente conhecido por “Velho Chico”, nasce na Serra da Canastra (Minas Gerais). Possui uma extensão de 2800 quilômetros e atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. O rio São Francisco desemboca no Oceano Atlântico e possui vários rios afluentes em sua bacia hidrográfica: Abaeté, das Velhas, Paraopeba, Jequitaí, Paracatu, Verde Grande, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande.
O São Francisco possui uma grande importância econômica na região por onde passa, pois, é usado para navegação (em alguns trechos), irrigação de plantações e pesca. Em função desta importância, existe um projeto do governo federal que pretende fazer a transposição do rio para que as águas possam atingir regiões que sofrem com a seca nordestina.
O rio São Francisco também é uma importante via de transporte de mercadorias na região. Os principais produtos transportados, em embarcações especiais, são: sal, arroz, soja, açúcar, cimento, areia, manufaturados, madeira e alguns minérios. Há também o transporte de turistas, pois o passeio pelo rio é muito procurado e também é conhecido como rio da integração nacional.

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