Buscar

PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) CASO 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) - CASO 3 
 
XX EXAME OAB 2016 (adaptado) 
 
Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2016 a 15/09/2016, data na 
qual teve baixa em sua CTPS. A família do ex-empregador vive em Natal/RN. Suzana foi 
contratada a título de experiência por 45 dias, findos os quais nada foi tratado e Suzana 
continuou trabalhando normalmente. Suzana realizava todas as atividades do lar, iniciando 
o trabalho às 7h e saindo às 16 h, de segunda à sexta-feira, com trinta minutos de intervalo. 
Suzana tinha descontado do seu salário 10% referente ao vale-transporte, além de sua 
cota-parte do INSS e 25% do valor da alimentação consumida no emprego. Suzana fazia a 
limpeza dos 3 banheiros existentes na residência mas não recebia qualquer adicional. Em 
determinada ocasião, Suzana viajou com a família por 4 dias úteis para Gramado/RS. 
Nessa ocasião, trabalhou como babá das 8h às 17h, desfrutando de uma hora de almoço. 
Na data da dispensa, Suzana recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 
avos acrescidas de 1/3 e 13º salário proporcional de 3/12 avos. Você foi procurado por 
Suzana para, na condição de advogado(a), redigir a peça prático-profissional pertinente em 
defesa dos interesses da trabalhadora, sem criar dados ou fatos não informados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ...ª VARA DO 
TRABALHO DE NATAL - RN, 21ª REGIÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUZANA​, brasileira, [estado civil], [data de nascimento], [nome da mãe], portadora de 
cédula de identidade nº ..., inscrita no CPF/MF sob o nº ..., número da CTPS ..., número do 
PIS ..., [endereço completo com CEP], por meio de seu advogado [nome completo], abaixo 
subscrito, nos termos do instrumento de outorga de mandato em anexo (documento 01), 
vem, com base no artigo 840, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
combinado com o art. 319 do Código de Processo Civil (CPC), propor 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
pelo rito sumaríssimo, em face do Sr. Moraes, brasileiro, [estado civil], [data de nascimento], 
portador de cédula de identidade nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., [endereço completo 
com CEP], pelas razões de fato e de direito a seguir apresentadas. 
 
 
I. DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
Preliminarmente, pugna, a Reclamante, que lhe seja concedido o benefício da justiça 
gratuita, previsto nos arts. 98 e 99 do CPC, conforme preceitua a Constituição Federal (CF), 
em seu art. 5º, LXXIV, por não terem condições de arcar com as custas processuais sem 
prejuízo do sustento próprio. 
 
 
II. DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
A empregada foi admitida no dia 15.06.2015 para trabalhar como doméstica, a título de 
experiência, por 45 (quarenta e cinco) dias, na residência da família Moraes em Natal/RN. 
Cumpria a jornada de segunda a sexta-feira, das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta) minutos 
de intervalo intrajornada. Foi dispensada em 15.09.2015, recebendo as verbas: férias 
proporcionais de 3/12 (três doze) avos, acrescidas do terço constitucional, e décimo-terceiro 
salário proporcional de 3/12 (três doze) avos. 
 
 
 
 
 
III. DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO 
 
A Reclamante foi contratada em 15.06.2015 para trabalhar como doméstica, a título de 
experiência, por 45 (quarenta e cinco) dias, findo os quais nada foi tratado, e foi dispensada 
em 15.09.2015. 
Deve-se considerar que o contrato de experiência não deve ultrapassar 90 (noventa) dias. 
Porém, caso este contrato seja pactuado por período menor e, havendo continuidade do 
serviço, terá de ser prorrogado até completar os 90 (noventa) dias. Como não houve 
nenhuma tratativa a este respeito após os 45 (quarenta e cinco) dias, o contrato passou a 
vigorar tacitamente por tempo indeterminado, conforme assegura o art. 5º, § 2º, da Lei 
Complementar (LC) 150 de 2015. 
Nesse contexto, a Reclamante pleiteia que seu contrato de trabalho seja reconhecido, para 
todos os efeitos legais, por prazo indeterminado, e que sua dispensa seja reputada sem 
justo motivo. 
 
 
IV. DO AVISO PRÉVIO 
 
A empregada foi dispensada em 15.09.2015 sem o aviso prévio, tampouco receber a 
indenização correspondente, entre as verbas rescisórias. 
Em razão de ser o contrato de trabalho considerado por prazo indeterminado, e de a 
empregada ter sido dispensada sem justo motivo com menos de 01 (um) ano de serviço, a 
empregada faz jus ao aviso prévio de 30 (trinta) dias, como alude o art. 23, § 1º, da LC 150 
de 2015. Na falta de tal aviso prévio por parte do empregador, o empregado tem direito à 
indenização correspondente, com reflexos nas férias e terço constitucional, bem como no 
décimo-terceiro salário, de acordo com o art. 23, § 3º, do mesmo diploma legal. 
Portanto, a Reclamante requer o recebimento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os 
reflexos nas férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário. 
 
V. DOS DESCONTOS 
 
O empregador descontava 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação 
consumida pela empregada e 10% (dez por cento) do salário a título de vale-transporte. 
Ora Excelência, o desconto de alimentação foi taxativamente vedado pelo legislador, por 
meio do art. 18, caput, da LC 150 de 2015. Além disso, o desconto de 10% (dez por cento) 
do salário a título de vale-transporte revela-se excessivo, pois o art. 4º, parágrafo único, da 
Lei 7.418 de 1985 atribui a este desconto o valor de 6% (seis por cento) do salário base do 
empregado. 
Sendo assim, a Reclamante requer a devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por 
cento) do valor da alimentação e da diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais 
do seu salário, durante todo o período trabalhado. 
 
 
 
 
 
VI. DO INTERVALO INTRAJORNADA 
 
A empregada laborava de segunda a sexta-feira, das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta) 
minutos para descanso ou alimentação. 
Como não foi acordado expressamente o intervalo intrajornada de 30 (trinta) minutos, é 
obrigatória a concessão de, no mínimo, 01 (uma) hora, disciplina o art. 13, caput, da LC 150 
de 2015. Com efeito, a concessão parcial do intervalo intrajornada implica no pagamento do 
período total mínimo correspondente em forma de hora extra, com acréscimo de 50% 
(cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, segundo interpreta a Súmula 437, I, do 
Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
Dessa forma, a empregada faz jus ao pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o 
período trabalhado e, por habitual, os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário. 
[Pular duas linhas] 
 
VII. DA JORNADA DIÁRIA 
 
A Reclamante trabalhava das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta) minutos de intervalo 
intrajornada, totalizando uma jornada diária de 08 (oito) horas e 30 (trinta) minutos. 
Cabe ressaltar que não houve qualquer referência em acordo escrito relativo a regime de 
compensação de horas, como exige o art. 2º, § 4º, da LC 150 de 2015, vez que a jornada 
diária ultrapassava as 08 (oito) horas diárias, em desacordo com o prescrito no caput deste 
mesmo artigo, ao limitar em 8 (oito) horas diárias a duração normal do trabalho doméstico. 
A não observância destas prescrições implica no direito de a empregada receber 30 (trinta) 
minutos diários a título de hora extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) superior 
ao valor da hora normal, em conformidade com o art. 2º, § 1º, do referido diploma. 
Assim, a Reclamante requer o pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e os 
reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário. 
 
 
VIII. DO SERVIÇO EM VIAGEM 
 
A empregada viajou com a família por 4 (quatro) dias a trabalhar como babá das 08:00 h às 
17:00 h, com 01 (uma) hora de intervalo intrajornada. 
A trabalhadora, por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, faz jus ao 
recebimento de remuneração-hora de 25% (vinte e cincopor cento), no mínimo, superior ao 
valor do salário-hora normal, segundo dispõe o art. 11, § 2º, da LC 150 de 2015, percentual 
que deve prevalecer sobre as horas trabalhadas no período de viagem a serviço. 
Destarte, a Reclamante requer o pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 
(trinta e duas) horas trabalhadas no período da viagem. 
 
 
IX. DA MULTA DO ART 477, § 8º, DA CLT 
 
A empregada foi dispensada em 15.09.2015 sem aviso prévio nem receber a indenização 
correspondente, entre as verbas rescisórias. 
Pelo fato de a empregada ter sido dispensada sem justo motivo, como analisado no ITEM II 
desta inicial, e da ausência do aviso prévio, tampouco o recebimento da indenização 
correspondente entre as verbas rescisórias, conforme analisado no ITEM III, a Reclamante 
tem direito à multa do art. 477, § 8º, da CLT. É que o dispositivo do § 6º deste artigo impõe 
a quitação total das verbas, até o décimo dia da data da demissão, quando da ausência do 
aviso prévio, o que não ocorreu no caso em tela. 
Destarte, requer o pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no 
art. 477, § 8º, da CLT. 
 
 
X. DO PEDIDO 
 
Diante dos fatos e fundamentos expostos, é o presente para requerer a procedência da 
ação, para o fim de condenar o Reclamado nos seguintes pedidos, que, quando couber, 
deverão ser acrescidos de correção monetária e juros: 
a) concessão, de plano, dos benefícios da justiça gratuita; 
 
b) que o contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, por prazo 
indeterminado, e que a dispensa da Reclamante seja considerada sem justo motivo; 
 
c) pagamento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos nas férias e terço 
constitucional, bem como no décimo-terceiro salário.....................................................R$...; 
 
d) devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação e da 
diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais do seu salário, durante todo o 
período trabalhado..................................................................................................R$...; 
 
e) pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os 
reflexos sobre as férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro 
salário......................................................................................................................R$...; 
 
f) pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e, por habitual, os reflexos sobre 
as férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro 
salário.........................................................................................................................................
..........R$...; 
 
g) pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas 
no período de viagem a serviço...........................................................R$...; 
 
h) pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da 
CLT.........................................................................................................................R$.... 
TOTAL DAS VERBAS LÍQUIDAS..................................................................R$.... 
 
 
 
 
XI. DA NOTIFICAÇÃO 
 
Requer, por fim, se digne Vossa Excelência a determinar a notificação do Reclamado e sua 
intimação para comparecer em audiência a ser designada por este digno Juízo e, nesta 
ocasião, apresentar defesa nos termos do art. 844 da CLT, combinado com o art. 336 do 
CPC, sob pena de revelia e confissão, conforme Súmula 74, I, do TST. 
 
 
XII. DAS PROVAS 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, 
especialmente o depoimento pessoal do Reclamado, que fica, desde já, requerido, bem 
como os de caráter documental, testemunhal, pericial e o que mais for necessário para 
elucidar os fatos. 
 
 
XIII. DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à presente causa o valor de R$ [valor por extenso]. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado 
OAB-CE

Continue navegando