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Nutrição na Infância e Adolescência. Prof. Barbara Barbosa • O padrão de crescimento e desenvolvimento nutricional são um importante indicador de saúde e bem-estar em crianças e adolescentes, testemunhando as condições de vida às quais são submetidas. O crescimento do corpo é complexo e não linear, com diferentes velocidades durante as várias fases da vida. Primeiros anos de vida são os mais vulneráveis! • Durante o crescimento e maturação registra-se um aumento do volume musculoesquelético e na adolescência, um aumento do teor de gordura corporal, principalmente nas meninas. Processo individual Sofre influência Constituição genética Sexo Ambiente intrauterino Estatura dos pais Fatores socioeconômicos Cultura Nutricional • Podemos dizer que cada criança tem seu próprio padrão de crescimento e maturação. • As experiências que ocorrem nos primeiros anos de vida terão uma repercussão definitiva sobre o acompanhamento: • Biológico • Social Alimentos adequados em quantidade e qualidade para suprir as necessidades nutricionais, permitindo um bom crescimento e desenvolvimento da criança. É FUNDAMENTAL OFERECER Principais agravos em menores de 15 anos • Pneumonia (11,5%) • Diarreia (10,9%) • Prematuridade e baixo peso ao nascer (8,6%) • Infecções e outros problemas dos recém-nascidos (6,1%) • Anomalias congênitas (5,8%) • Complicações do parto (5,1%) • Asma (4,2%) • Desnutrição proteico-calórica (3,7%) • Depressão (2,2%) • Cárie (1,7%) A desnutrição entre crianças menores de 1 ano diminuiu em mais de 60% nos últimos cinco anos, mas ainda cerca de 60 mil crianças com menos de 1 ano são desnutridas. Necessidades Nutricionais ANAMNESE Lipídios Vitaminas Carboidratos Proteínas Minerais Água Investigar os hábitos alimentares! ANAMNESE • As queixas atuais do paciente devem ser investigadas de forma minuciosa, incluindo: • Início; • Duração; • Intensidade dos sintomas. Na entrevista, o enfermeiro deve investigar sinais e sintomas gerais Icterícia; Prurido; Febre; Adinamia; Caquexia; Descoloração de mucosas Sendo fundamental que o entrevistador questione fatores que exacerbam ou inibem, bem como sintomatologia associadas. Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno (BRASIL, 2004), que isoladamente é capaz de nutrir de modo adequado a criança nos primeiros 6 meses de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que caracterizam o posicionamento e pega adequados: Pontos-chave do posicionamento adequado 1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); 4. Bebê bem apoiado. Pontos-chave da pega adequada 1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; 2. Boca bem aberta; 3. Lábio inferior virado para fora; 4. Queixo tocando a mama. Composição do Leite Materno Água Proteínas Lipídios Carboidratos Vitaminas e Minerais O leite materno é completo nutricionalmente, fornece imunoglobulinas para o fortalecimento do sistema imunológico da criança e bactérias probióticas que estabelecerão uma flora intestinal saudável, propiciando, por tudo isso, benefícios inigualáveis. No primeiro ano de vida, a criança: • Triplica o seu peso de nascimento, • A estatura aumenta em 50%. • Até os dois anos de vida, o crescimento reflete as condições de nascimento (gestação) e de ambiente (nutrição). Resultados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 1ª hora pós parto 43% relataram ter amamentado seus filhos 0 a 3 meses A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças de foi de 45% 4 a 6 meses O aleitamento exclusivo foi de 11% O aleitamento materno complementado ocorreu em 32% dos bebês 23% das crianças estavam completamente desmamadas O aleitamento materno complementado ocorreu em 56% dos casos 33%das crianças estavam completamente desmamadas 35% das crianças já consumiam “comida de sal” Benefícios da amamentação mãe e filho 1. O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado, pois atende a todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os 6 meses de idade; 2. Fácil de ser digerido, provoca menos cólicas nos bebês; 3. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade, intolerância ao glúten; 4. Contém uma molécula chamada PSTI é responsável para proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos; 5. O momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho e colabora para que a criança se relacione melhor com outras pessoas; 6. Previne a anemia; 7. A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê; 8. Amamentar por mais de 6 meses faz bem à saúde mental da infância à adolescência. Segundo os pesquisadores, substâncias presentes no leite (como a leptina) ajudam a combater o estresse. Benefícios da amamentação mãe e filho 9. Quando o ômega 3 está presente no leite materno, ele ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida; 10. Ajuda no desprendimento da placenta, contribuindo para a volta do útero ao tamanho normal. Com isso, também evita o sangramento excessivo e, consequentemente, que a mãe sofra de anemia; 11. Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário; 12. Reduz o risco de a mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas e diabetes) após a gravidez; Benefícios da amamentação mãe e filho 13. Dá às mães as sensações de bem-estar, de realização, e também ajuda a emagrecer, pois consome até 800 kcal/dia; 14. É de graça, natural, prático, e não desperdiça recursos naturais; 15. Está sempre pronto para ser transportado e ingerido; 16. Pode ajudar o filho a ter melhor desempenho nos estudos e aumentar a chance de ele frequentar uma faculdade, segundo uma pesquisa norte-americana; 17. Protege a mãe contra doenças cardiovasculares, segundo estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh. Benefícios da amamentação mãe e filho O profissional de saúde deve orientar a mãe quanto à utilização de fórmula infantil ou de leite de vaca integral fluido ou em pó. É importante que o profissional avalie a condição socioeconômica e cultural da família, assim como a situação de saúde da criança, antes de optar por uma destas alternativas. A fórmula infantil consiste em leite modificado para atender às necessidades nutricionais e para não agredir o sistema digestório do bebê não amamentado Impossibilidade de ser oferecido o aleitamento materno Volume e frequência da refeição láctea para crianças não amamentadas, de acordo com a idade Para as crianças não amamentadas, deve-se oferecer água nos intervalos entre as refeições de leite. O consumo regular do leite de vaca integral por crianças menores de 1 ano pode acarretar a sensibilização precoce da mucosa intestinal dos lactentes e induzir neles a hipersensibilidade às proteínas do leite de vaca. ATENÇÃO Usar mel é altamente contraindicado para crianças até 12 meses de vida. O mel é uma fonte potencial de transmissão do botulismo. Esquema alimentar para crianças amamentadas Esquema alimentar para crianças não amamentadas Alimentação de crianças de 2 a 6 anos Caracteriza-se pela diminuição no ritmo de crescimento e, por consequência, pela diminuição das necessidades nutricionais e do apetite da criança. O comportamento alimentar nesta fase é: • Imprevisível, • Variável, • Transitório. A promoção da alimentação saudável é fundamentaldurante a infância, quando os hábitos alimentares estão sendo formados. Se não for conduzido adequadamente, poderá se transformar em distúrbio alimentar e perdurar em fases posteriores Mediadores comportamentais de semelhança familiar no hábito alimentar e no estado nutricional • Composto por cinco ou seis refeições diárias, com horários regulares: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. • O intervalo entre as refeições deve ser de 2 a 3 horas. • Deve-se oferecer volumes pequenos de alimentos em cada refeição respeitando o grau de aceitação da criança . • Deve-se oferecer novas quantidades somente se isso for necessário. • Não se deve substituir o almoço e o jantar por leite ou produtos lácteos. Recomendações gerais para crianças de 2 a 6 anos: • Não se deve utilizar a sobremesa ou guloseimas como recompensa ou castigo. • Não se deve fazer comentários constrangedores durante as refeições, para que a criança não se sinta pressionada. • A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser controlada. • A criança deve sentar-se à mesa com a família. Deve-se estimular a criança a participar da escolha do alimento, da sua compra, do preparo e de seu manuseio. Recomendações gerais para crianças de 2 a 6 anos : Alimentação de crianças de 7 a 10 anos • O ritmo de crescimento é constante, com ganho mais acentuado de peso próximo ao estirão da adolescência. • A maior independência e a crescente socialização da criança promovem melhor aceitação dos alimentos. • As transformações, aliadas ao processo educacional, são determinantes para o aprendizado em todas as áreas e para o estabelecimento de novos hábitos. A mudança no padrão alimentar aliada à redução da atividade física, provocou a transição nutricional, caracterizada pela queda das taxas de desnutrição, pelo aumento da prevalência de obesidade. ATENÇÃO! • O cardápio deve seguir a alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e as preferências regionais. • As refeições devem incluir o desjejum, lanches, o almoço e o jantar. • A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo ser evitado o uso de alimentos não saudáveis. • Deve-se consumir diariamente frutas, verduras e legumes, ótimas fontes de calorias, minerais, vitaminas hidrossolúveis e fibras. • A ingestão de alimentos que são fontes de vitamina A proporciona estoques adequados no período do estirão, o que contribui para a secreção do hormônio de crescimento (GH). Recomendações gerais para crianças de 7 a 10 anos A adolescência é o período de vida entre 10 e 20 anos de idade, caracterizado por: • Intensas mudanças corporais da puberdade, • Desenvolvimento psicossocial. O acompanhamento de rotina dos adolescentes deve incluir uma avaliação da velocidade de crescimento e da maturação sexual e obtenção das medidas antropométricas para avaliação do estado nutricional É durante a adolescência que se inicia a prevenção das principais situações de risco nutricional – desnutrição crônica, anorexia, bulimia, anemia, osteopenia, obesidade, aterosclerose, gravidez e lactação. Alimentação na adolescência Influenciam o aumento das necessidades nutricionais • Proteínas = para a manutenção do crescimento. • Ferro = pelo rápido crescimento e aumento da massa muscular, do volume sanguíneo, das enzimas respiratórias e pela menarca nas meninas. • Cálcio = devido ao aumento da retenção de cálcio para formação da massa óssea. • Vitaminas A = pela estreita correlação com o crescimento. • Vitamina C = pela atuação na função normal dos osteoclastos. Os grupos de alimentos não se alteram, nem a proporcionalidade entre eles, apenas o quantitativo das porções, visto que os requerimentos de energia e nutrientes mudam conforme o crescimento. ADOLESCÊNCIA Intenso crescimento característico desta fase Sendo necessário ajustar o consumo diário dos nutrientes Para a alimentação infantil estar balanceada e fornecer todos os nutrientes necessários ao bom crescimento e desenvolvimento, ela precisa ser composta de alimentos de todos os grupos!
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