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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CURSO: Administração DISCIPLINA: Sistema Financeiro CONTEUDISTA: Selma Velozo Fontes Designer Instrucional: Karin Gonçalves Aula 12 Risco, retorno e investidor Meta Apresentar o conceito de risco e sua dimensão, focando investimentos no âmbito do mercado financeiro e abordar a relação existente entre risco, retorno e investidores. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 1. definir o conceito de risco e retorno, e estabelecer a relação entre eles; 2. identificar a diferença entre o risco sistemático e não sistemático, a partir da observação de diversos eventos; 3. descrever a relação investidor e risco/retorno, conforme teoria da preferência. 1. Introdução Estamos iniciando mais uma aula e nela iremos conhecer um pouco sobre risco e retorno, e como essas variáveis impactam na decisão de um investidor. Ou seja, vamos estudar como um investidor ou uma unidade tomadora de decisão pode melhor escolher sua composição de investimentos, a partir de sua expectativa de satisfação em termos de riscos incorridos e retornos esperados. Essas variáveis fazem parte do cenário em que se encontra a dinâmica dos mercados financeiros, afetando, de alguma forma, os investidores e as instituições. Quando pensamos no conceito amplo e geral de risco, nós nos remetemos a nossa própria existência e verificamos que convivemos lado a lado com ele. Figura 12.1: O risco faz parte do dia a dia do ser humano e em todos os seus âmbitos, seja profissional, acadêmico, familiar, no lazer etc. O que ocorre é que aprendemos a conviver com ele. Buscamos, normalmente, na maioria das situações o eliminar ou pelo mesmo reduzi-lo. Fonte homens trabalhando: http://www.sxc.hu/photo/786215 - Julen Larruskain Fonte locomotiva: http://www.sxc.hu/photo/910369 - Vasant Dave Fonte skate: http://www.sxc.hu/photo/557879 - Luis Brito Fonte escalador: http://www.sxc.hu/photo/898292 - Mono Bustos Fonte placa perigo eletricidade: http://www.sxc.hu/photo/770828 - Jason Antony Fonte mergulhador: http://www.sxc.hu/photo/175555 - Alana Smith Fonte placa perigo de afogamento: http://www.sxc.hu/photo/884094 - H Berends Fonte dados: http://www.sxc.hu/photo/272176 - J. Henning Buchholz Fonte bomba nuclear: http://www.sxc.hu/photo/201466 - Sergey Lebedev Esta aula irá apresentar o conceito de risco e sua dimensão, focando investimentos no âmbito do mercado financeiro e abordará a relação que os investidores esperam – suas preferências – em função de riscos incorridos e retornos esperados. O risco, considerando o enfoque proposto, representa a possibilidade de prejuízo financeiro ou a não realização de um resultado ou retorno esperado, proveniente de um dado investimento, durante um determinado período de tempo, ou seja, representa uma aposta perdida. Porém, existem técnicas e instrumentos que contribuem para sua mensuração, permitindo a identificação de seu grau, proporcionando possibilidade de escolha a partir de comparações e oferecendo maior segurança aos tomadores de decisão. Quer conhecer um pouco mais? Então, venha e pegue carona nesta aula! 2. O que é risco? O que é retorno? 2.1 - Conceituando risco Risco caracteriza a possibilidade de perigo. Não é isso? Mas, perigo de quê? Poderia dizer que seria o perigo de não realização daquilo que se espera que aconteça, conforme expectativa ou planejamento. Dentro do nosso campo de estudo – gestão –, esse suposto perigo pode ter sua medida estimada ou, melhor dizendo, pode ser quantificado. Mensurar o risco significa sinalizar e/ou atribuir um grau de perigo ou chances de erro na concretização de uma determinada situação esperada, determinado evento ou mesmo a possibilidade que se espera de sucesso ou fracasso como resultado de uma decisão tomada. Figura 12.2: Fracasso? Sucesso? O que acontecerá? Paira no ar aquela incerteza. Fonte : http://www.sxc.hu/photo/ 1010755 - Svilen Milev Assaf Neto (2006, p. 206) expõe que “o risco é interpretado pelo nível de incerteza, associado a um acontecimento” (evento). Risco: possibilidade de prejuízo financeiro ou, mais formalmente, a variabilidade de retorno, associado a determinado ativo. (JÚNIOR, RIGO E CHEROBIN, 2005, p.123) Gitman (2010, p.203) coloca que “risco é a chance de perda financeira.” O autor complementa que “ativos que apresentam maior chance de perda são considerados mais arriscados do que os que trazem uma chance menor. Em termos mais formais, risco é usado de forma intercambiável com incerteza em referência à variabilidade dos retornos associados a um determinado ativo.” O risco de um investimento pode ser mensurado, conforme apresentado na Aula 5, por medidas de dispersão. Os instrumentos mais comuns para mensuração do grau de dispersão de um investimento individual são desvio- padrão, variância e coeficiente de variação. O desvio-padrão é a medida de volatilidade representada pela raiz quadrada da variância. Quadro 12.1: Desvio-padrão (refere-se ao Quadro 5.2, apresentado na Aula 5) Fórmula Características S=∑i=1n X i−X − 2 n−1 Fórmula utilizada para calcular o desvio-padrão de um conjunto de observações, assumindo dados provenientes de uma amostra. σ=∑i=1n X i−X − 2 n Expressão usada no cálculo do desvio-padrão de um conjunto de observações que trata dados provenientes de uma população. S=∑i=1n X i− X − 2× f i n−1 Fórmula utilizada para calcular o desvio-padrão de um conjunto de valores agrupados, em uma tabela de distribuição de frequência. Definição das variáveis: S = desvio-padrão, proveniente de dados determinísticos amostrais; σ = desvio-padrão, proveniente de dados determinísticos populacionais; ∑= somatório dos valores observados; f = frequência; n = número de observações; X = elementos observados; X = média da amostra de elementos observados; N – 1 = grau de liberdade – 1. Fórmula para cálculo do coeficiente de variação (CV), conforme Aula 5: C V = desvio-padrão / X 2.2 - Conceituando retorno Retorno é o resultado que se tem ou espera-se obter, proveniente de uma dada ação (aplicação realizada). Conceituando em termos financeiros (nosso objetivo), seria o resultado – satisfatório ou não satisfatório – de um determinado investimento, realizado durante um certo período de tempo previsto. Como mencionado, o resultado pode ser satisfatório ou não satisfatório. Ou seja, pode ser representado por ganhos ou perdas financeiras. Fonte - http://www.sxc.hu/photo/1222896 - Ivan Prole Segundo Júnior, Rigo e Cherobin (2005, p.123), “retorno é o total de ganhos ou perdas de um proprietário ou aplicador sobre investimentos realizados. Refere-se a variações no valor dos ativos e das distribuições de lucros.” Conforme Gitman (2010, p. 204), “retorno é o ganho ou prejuízo total que se tem com um investimento, ao longo de um determinado período de tempo.” O autor expõe a definição para o retorno obtido sobre qualquer ativo e acrescenta que o retorno “costuma ser medido como distribuições de caixa durante o período mais a variação de valor, este, expresso como porcentagem do valor do investimento no início do período.” Expressão algébrica para cálculo de retornos: K = (Vt – Vt-1 + Cxt) / Vt-1 Definição das variáveis: K = retorno esperado; Vt = Valor do investimento no tempo t; Vt-1 = Valor do investimento no tempo t – 1; Cxt = caixa ou fluxo de caixa recebido, relativo ao investimento no tempo t.A apresentação do conceito de risco e retorno revela a relação existente entre eles e a tomada de decisão do investidor. Torna- se claro que o nível de risco que o investidor ou tomador de decisão irá assumir está vinculado ao retorno que se espera obter. Esta é a visão racional da relação risco, retorno e investidor. Fonte - http://www.sxc.hu/photo/967211 - Ove Topfer Atividade 1 - Atende ao Objetivo 1. Observe as imagens a seguir: Parte 1 Fonte investindo - http://www.sxc.hu/photo/729164 - Thomas Picard Fonte perigo - http://www.sxc.hu/photo/1211061 - Sigurd Decroos Fonte 100% - http://www.sxc.hu/photo/980837 - Gabriella Fabbri Fonte túnel - http://www.sxc.hu/photo/243760 - Collwyn Cleveland Parte 2 Fonte setas - http://www.sxc.hu/photo/1269963 - Svilen Milev Fonte interrogações - http://www.sxc.hu/photo/1238452 - Chris Baker Fonte dados - http://www.sxc.hu/photo/1125112 - Ayhan YILDIZ Fonte seta - http://www.sxc.hu/photo/1131300 - Sigurd Decroos Agora estabeleça uma correlação entre as imagens apresentadas na Parte 1 com as da Parte 2. Você poderá realizar mais de uma correlação, utilizando a Parte 1. Ao correlacionar, seja fiel à teoria apresentada, nesta primeira parte da aula. Utilize o quadro abaixo para organizar a tarefa proposta. Nota: Cada figura da Parte 1 pode correlacionar com mais de uma imagem da Parte 2. Quadro de correlação de imagens A imagem da Parte 1 Correlaciona com A imagem da Parte 2 Correlaciona com Correlaciona com Correlaciona com Correlaciona com Descreva as relações que você considerou, ao realizar as combinações. Resposta Comentada O aluno deverá estabelecer as relações, conforme os conceitos apresentados risco e retorno, revelando sua percepção diante das situações que as figuras representadas na Parte 1 revelam e suas possíveis consequências representadas pelas figuras da Parte 2. Quadro de correlação de imagens A imagem da Parte 1 Correlaciona com A imagem da Parte 2 investindo Correlaciona com dados perigo Correlaciona com seta 100,00% Correlaciona com setas túnel Correlaciona com interrogações A correlação “investindo” com “dados” retrata a possibilidade de diversos resultados que um investimento pode realizar. Observe que a “seta” que correlaciono com a imagem “perigo” indica decrescimento. Sinaliza prejuízo. Perigo, nesta situação, revela a possibilidade de prejuízo financeiro. Relaciono “100%” a “setas”, uma vez que o termo remete ao entendimento de ganhos satisfatórios. Setas apontadas para cima, em finanças, representam entradas de recursos ou saldo positivo – tendo em vista fluxos de caixa líquidos. E por fim, relaciono a imagem do “túnel” com a imagem “interrogações”. Pois ambas as figuras remetem a ideia de incerteza, inerente ao conceito de risco. Fim da resposta comentada 3. Risco e sua dimensão O risco de prejuízo, proveniente de aplicação em ativos, representa um conceito que envolve fatores de risco conjunturais globais de ordem política, econômica e social, como também fatores de risco específicos, relacionados ao emissor do ativo. O risco, relativo a fatores conjunturais, é comumente chamado de risco sistemático. A natureza desse risco é representada pelo reflexo de ocorrências de variados eventos que provocam repercussão positiva ou negativa por todos os mercados, afetando assim diversos ativos em proporções diferenciadas. Um exemplo típico desse tipo de risco é a própria inflação (leia mais sobre ela no boxe a seguir). Teoricamente, a variação da inflação afeta toda uma população, porém em proporções diferentes. Partindo do princípio que cada consumidor apresenta hábitos pessoais e preferências específicas pelo consumo de determinados bens e serviços que não estão vinculados necessariamente a sua renda, mas sim ao seu gosto e preferência pessoal. Figura 12.3: Os indivíduos de uma população apresentam diferentes perfis de consumo de bens e serviços. Fonte - http://www.sxc.hu/photo/604006 - Yez's Assim acontece com os ativos no mercado. Todos são impactados pelo risco de sistema, ou melhor dizendo, risco sistemático. Entretanto, cada qual com sua proporção, conforme seu grau de sensibilidade a esses fatores sistemáticos. Boxe Explicativo Fonte caneta- http://www.sxc.hu/photo/705376/ - Vince Petaccio Fonte do i – http://www.sxc.hu/photo/959917/ - Jaylopez’s Conhecendo um pouco mais... A inflação, em síntese, representa o aumento generalizado do nível médio de preço no mercado. Seu índice oficial (IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é medido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor – SNIPC, conforme site do IBGE, realiza a produção sistemática e contínua de índices de preços ao consumidor. Tem como unidade de coleta a concessionária de serviços públicos, domicílios para levantamento de aluguel, estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços. A população-objetivo para determinação desse indicador abrange as famílias com rendas mensais compreendidas entre 1 e 40 salários-mínimos, de qualquer fonte pagadora, e residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belém, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia. O período de coleta do índice estende- se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. O IPCA é o índice oficial de inflação do governo. Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.s htm Fim do boxe explicativo Boxe Multimídia Para conhecer um pouco mais sobre IPCA e outros índices, produzidos pelo IBGE, visite o site <http://www.ibge.gov.br/home/>. Lá você encontrará manuais, artigos, pesquisas e diversos outros materiais que poderão lhe proporcionar melhor compreensão sobre a estruturação de indicadores. Dê uma chegadinha por lá, é sempre bom aprender algo mais! Fonte da imagem - http://www.sxc.hu/photo/1172174 - Svilen Milev Fim do boxe multimídia O outro tipo de risco é o não sistemático. Esse risco surge a partir de fatores de específicos relacionados ao emissor do ativo, inclusive ao setor de atuação. Como, por exemplo, ineficiência operacional. A ineficiência operacional pode gerar aumento de custos, problemas ambientais, tal como poluição do Meio Ambiente, comprometimento da credibilidade empresarial, entre outros problemas que afetam a imagem da empresa ou setor de atuação, provocando a desagregação de valor da instituição e, por conseguinte, a desvalorização de seus ativos. Dessa forma, o conceito de risco que esta aula trata representa a soma desses dois tipos de riscos mencionados, o risco não sistemático e risco sistemático. A parte do risco total considerada como risco sistemático também é chamada de risco não diversificável, uma vez que não é possível eliminá-lo completamente por meio da diversificação de ativos, considerando que fatores conjunturais atingem todos os ativos de mercado. Já o risco não sistemático, aquele específico ao emissor e ao seu setor de atividade, é possível de ser eliminado através da formação de uma carteira de ativos, tecnicamente montada – conteúdo a ser abordado na próxima aula. Atividade 2 - Atende ao Objetivo 2. Agora que você terminou a leitura dessa seção, viaje pela rede para ampliar o seu conhecimento. Mergulhe fundo e depois relacione, nas linhas que seguem, diferentes eventos que possam caracterizar o risco sistemático e o risco nãosistemático – não esqueça de fazer a identificação do tipo de risco e, quando necessário, do ativo ou investimento específico ao evento. Depois faça um breve comentário de como esses eventos podem afetar os ativos que são transacionados nos mercados. Faça uma boa viagem! Nota: recomendo o site do jornal Valor Econômico, o site da revista Carta Capital e o site da Hemeroteca Digital do INFOENER, nos endereços que seguem: http://www.valor.com.br/ http://www.cartacapital.com.br / http://infoener.iee.usp.br/scripts/infoener/hemeroteca/anteriores.asp Você pode consultar qualquer outra fonte, mas fique atento! Busque sempre fontes seguras de informação. Resposta Comentada Para identificar o risco sistemático, você deverá pesquisar eventos de ordem conjuntural, relacionados à economia, à política e ao campo social. Deverá observar se os eventos geram impacto nos mercados financeiros e explicar como se procede a esse impacto. Para a identificação dos riscos não sistemáticos, você poderá consultar o setor econômico (pode consultar a Hemeroteca Digital do INFOENER, por exemplo, ou outras), como também os eventos relacionados a empresas específicas, como, por exemplo, a PETROBRAS. Deverá relatar os eventos encontrados, identificar e explicar os impactos gerados nos ativos em função desses eventos. Fim da resposta comentada 4. Posicionamento do investidor, quanto a sua preferência e satisfação, em relação à combinação de risco e retorno Os investidores, de modo geral, não apresentam a mesma tendência de comportamento em relação ao risco. Uns são mais arrojados e realizam investimentos com menor receio de ter prejuízo, pois vislumbram possibilidades de maiores ganhos. Já outros são mais conservadores, principalmente quando administram recursos de terceiros. Existem aqueles que são considerados moderados, diria um meio termo entre conservador e arrojado. Esses buscam segurança, mas estão dispostos a correr algum risco, desde que possam obter maiores ganhos. Leia mais sobre os perfis de investidores no boxe a seguir: Boxe Explicativo Fonte imagem - http://www.sxc.hu/photo/1084673 - Diego Medrano Conhecendo um pouco mais... Você conhece o seu perfil em relação ao risco? Será você arrojado? Ou quem sabe conservador? Pode ser que você apresente um perfil moderado... Que tal descobrir? • Investidor conservador – busca a segurança e faz o possível para reduzir o risco de perdas, para isso, está disposto receber menor rentabilidade. Opções de investimentos: poupança, títulos públicos e fundos de curto prazo. • Investidor moderado – privilegia um equilíbrio entre segurança e rentabilidade e aceita correr um certo risco para que a quantia aplicada possa render um pouco mais do que os investimentos mais seguros. Opções de investimentos: fundos cambiais e fundos de renda fixa. • Investidor arrojado - visa à rentabilidade e é capaz de correr grandes riscos, para que suas aplicações rendam o máximo possível. Opções de investimentos: fundos multimercado e ações. É muito bom conhecer algumas regrinhas básicas sobre investimentos: • Desconfie - não existe milagre no mercado, quanto maior a rentabilidade prometida, maior será o risco de perder dinheiro; • Evite aplicar recursos essenciais em investimento de alto risco; • Busque sempre informações, de fontes seguras, sobre suas aplicações; • Esteja sempre consciente e preparado para que possíveis prejuízos não provoquem grandes danos. Fonte: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/Investidor/Ondeinvestir/Qualomelhorinvestime ntoparavoc%C3%AA/tabid/85/Default.aspx Fim do boxe explicativo Como já mencionado, o investidor apresenta um perfil muito particular, quando se trata de risco. Mas, tratando-se das variáveis risco e retorno combinadas, há uma tendência racional, por parte do investidor, em visar ao máximo retorno em função de uma maior exposição ao risco. Ou, dentre alternativas de investimento que ofereçam o mesmo retorno, o investidor irá preferir aquela que apresentar o menor grau de risco. Desta forma, entende-se que o investidor racional irá atingir o seu mais alto grau de satisfação. Conforme a teoria de preferência do consumidor (aqui aplicada ao investidor), quando é traçada a escala de preferências, identificada pelo investidor, gera-se uma curva conhecida no campo da Microeconomia, como curva de indiferença. Essa curva reflete todas as combinações de alternativas de investimento que possam gerar o mesmo nível de satisfação (ou utilidade) a um investidor. Para descrever a preferência de um investidor em relação às combinações existentes igualmente desejáveis, pode-se traçar um conjunto de curvas de indiferença, denominado mapa de indiferença. Essa abordagem de representação da curva de indiferença visa avaliar a reação de um investidor de mercado diante de diferentes alternativas de investimentos, demonstrando aquelas capazes de satisfazer suas expectativas de risco/retorno. É um enfoque essencialmente comparativo, permitindo a visualização das preferências do investidor, diante do objetivo de maximização de sua satisfação (grau de utilidade). (ASSAF NETO, 2006, P. 209) Boxe Explicativo Teoria de preferência do consumidor Teoria microeconômica que estuda como os consumidores realizam suas escolhas. Pressupõe que cada consumidor tem pleno conhecimento de toda informação importante para as suas decisões de consumo, conhece os produtos e serviços disponíveis, e de seu potencial de satisfazer seus desejos e necessidades. As pessoas preferem um produto ao outro, dessa forma o consumidor escolhe produtos e serviços que são acessíveis ao seu orçamento e seu objetivo é o de maximizar a sua satisfação. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Prefer%C3%AAncia_do_consumidor>. Essa teoria aplicada à relação risco, retorno e investidor, assume o objetivo elementar de revelar como um investidor posiciona-se diante de aplicações financeiras que proporcionam diferentes combinações de risco e retorno. Fim do boxe explicativo Teoricamente, qualquer ponto sobre a curva é indiferente para o investidor. A curva retrata as possíveis combinações de risco e retorno (quanto maior o risco, maior o retorno exigido). Gráfico 12.1 - Curva de indiferença: preferências de um investidor em relação aos valores de risco e retorno, prometidos por um dado ativo. Pedido para diagramação - Fazer gráfico similar ao exposto. Eliminar: E(R) e Retorno Esperado e informação na base da figura. Trocar M por X. Fonte: Assaf Neto (2006, p. 209) Gráfico 12.2 - Critério de seleção de investimento Pedido para diagramação - Fazer gráfico similar ao exposto. Eliminar: E(R) e informação na base da figura. Trocar D por A e A por D. Fonte: Assaf Neto (2006, p. 210). Analisando o Gráfico 12.2, podemos observar que o investimento B é preferível ao investimento D por apresentar, para um mesmo nível de risco, um maior retorno esperado. O investimento C, pelo mesmo critério descrito, é preferível ao investimento D, pois sugere menor risco para um mesmo retorno esperado. O investimento A, por seu lado, é superior a todos os demais, pois é capaz de oferecer o maior retorno esperado, para o mais baixo grau de risco. Atividade 3 - Atende ao Objetivo 3. Como a teoria da preferência do consumidor pode contribuir na identificação da melhor opção de investimento, do ponto de vista do tomador de decisão, tendo como conflito a relação risco incorrido e retorno esperado? Resposta Comentada A teoria da preferência do consumidor estuda como os consumidores decidem suas escolhas. Considera que o consumidor tem conhecimento detodas as informações relevantes, disponíveis no mercado, ou seja, conhece bem os produtos disponíveis e o seu potencial de satisfazer suas necessidades. A partir dessa concepção, o consumidor é capaz de escolher os produtos que são mais acessíveis ao seu orçamento e ao seu objetivo de utilidade (máxima satisfação). Do ponto de vista do investidor, a teoria objetiva, basicamente, identificar como um investidor posiciona-se diante de aplicações financeiras que ofereçam variadas combinações de risco incorrido e retorno esperado. Para decisões que envolvem a relação conflitante entre risco e retorno, o investidor define o seu objetivo de utilidade (máxima satisfação) que representa, diante de uma percepção racional, a busca da maximização do retorno e a minimização do risco. Fim da resposta comentada Atividade Final - Atende a todos os objetivos. Das afirmações que vêm a seguir, umas são falsas (F); outras, verdadeiras (V). Examine-as com atenção e, segundo seu entendimento, assinale V ou F, justificando sua resposta. ( ) Risco representa a possibilidade de prejuízo financeiro. ( ) O risco de prejuízo, proveniente de aplicação em ativos, representa um conceito que envolve fatores de risco conjunturais globais de ordem política, econômica e social. Por suas características, este tipo de risco caracteriza um risco diversificável. ( ) O risco de um investimento não pode ser mensurado. ( ) O risco não sistemático também é denominado de risco diversificável. ( ) O investidor apresenta um perfil muito particular, quando se trata de risco. Mas, em se tratando das variáveis risco e retorno combinadas, há uma tendência racional, por parte do investidor, em visar ao máximo retorno em função de uma maior exposição ao risco. ( ) A teoria da preferência, quando aplicada à relação risco, retorno e investidor, assume o objetivo elementar de revelar como um investidor posiciona-se diante de aplicações financeiras que proporcionam diferentes combinações de risco e retorno. Resposta Comentada (V) Sim, resposta verdadeira! Risco representa a possibilidade de prejuízo financeiro em função das diversas possibilidades de resultados que um investimento poderá proporcionar em determinado período de tempo previsto. (F) Resposta falsa! O risco de prejuízo, proveniente de aplicação em ativos, representa um conceito que envolve fatores de ordem conjuntural, por este motivo é definido como risco sistemático e não diversificável. (F) Resposta falsa! O risco de um investimento pode ser mensurado por medidas de dispersão. Os instrumentos mais comuns para mensuração são desvio-padrão, variância e coeficiente de variação. (V) Resposta verdadeira! Por tratar-se de um tipo de risco, voltado para eventos específicos, relacionados ao emissor do ativo ou ao seu setor, é possível de ser reduzido ou até mesmo eliminado, a partir da formação de uma carteira eficiente de investimentos. (V) Resposta verdadeira! O investidor racional tem como máxima satisfação a maximização do retorno e a minimização do risco. (V) Resposta verdadeira! Para decisões que envolvem a relação conflitante entre risco e retorno, o investidor define o seu objetivo de utilidade (busca da máxima satisfação). Fim da resposta comentada Resumo Risco representa a possibilidade de prejuízo financeiro ou a não realização de um resultado ou retorno esperado, proveniente de um dado investimento, durante um determinado período de tempo. O risco de um investimento pode ser mensurado, conforme apresentado na Aula 5, por medidas de dispersão. Os instrumentos mais comuns para mensuração do grau de dispersão de um investimento individual são desvio- padrão, variância e coeficiente de variação. O risco de prejuízo, proveniente de aplicação em ativos, representa um conceito que envolve fatores de risco conjunturais globais de ordem política, econômica e social (risco sistemático), como também fatores de risco específicos, relacionados ao emissor do ativo (risco não sistemático). O investidor apresenta um perfil muito particular, quando se trata de risco. Mas, em se tratando das variáveis risco e retorno combinadas, há uma tendência racional, por parte do investidor, em visar ao máximo retorno em função de uma maior exposição ao risco. Ou, dentre alternativas de investimento que ofereçam o mesmo retorno, o investidor irá preferir aquela opção que apresentar o menor grau de risco. Desta forma, entende-se que o investidor racional irá atingir o seu mais alto grau de satisfação. A teoria da preferência, quando aplicada à relação risco, retorno e investidor, assume o objetivo elementar de revelar como um investidor posiciona-se diante de aplicações financeiras que proporcionam diferentes combinações de risco e retorno. Informações sobre a próxima aula Na próxima aula, iremos estudar risco e retorno de carteiras. Até lá! Referências Bibliográficas ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C.; MARCUS, Alan J. Fundamentos da Administração Financeira. 3ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Irwin, 2003. BRIGHAM, Eugene F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da Moderna Administração Financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHEROBIM, Ana Paula M. Szabo; LEMES E JÚNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª ed. São Paulo: Harbra, 1997. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. TOSTES, Marcello et al. Glossário de temos econômicos e financeiros. 2ª ed. Rio de Janeiro: SBERJ, 1999. Sites: http://infoener.iee.usp.br/scripts/infoener/hemeroteca/anteriores.asp http://pt.wikipedia.org/wiki http://www.cartacapital.com.br / http://www.ibge.gov.br/home/ http://www.valor.com.br/
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