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Direito Processual do Trabalho - Parte 2

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Direito Processual do Trabalho (Curso IPED) - Continuação: Parte 2
Rito ordinário
Postulação e distribuição
O processo do trabalho se instaura a partir da iniciativa do reclamante, por meio do seu direito de ação. A reclamação trabalhista pode ser escrita, mas pode ser verbal, nos temros do artigo 840 da CLT.
No caso de reclamação verbal, prevê o artigo 786 da CLT que ela deverá ser distribuída antes da sua redução a termo. A distribuição ocorre quando no mesmo local existem mais de uma autoridade competente para processar e julgar o pedido. Quando uma cidade possui mais de uma Vara do Trabalho, é por meio da distribuição que se detemrina qual delas terá a tarefa de processar e julgar o respctivo pedido apresentado.
No caso de reclamação verbal, portanto, primeiro se faz a distribuição e depois sua redução a termo. Segundo prevê o parágrafo único do artigo 786 da CLT, distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 731, também da CLT.
E na mesma pena incorre o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de reclamação trabalhista em razão de seu não comparecimento, conforme determina o artigo 732 da CLT.
Enquanto a petição inicial do dissídio individual pode ser apresentada de forma escrita ou verbal, a petição inicial do dissídio coletivo só pode ser apresentada de maneira escrita, nos temros do artigo 856 da CLT. No mesmo sentido, a petição inicial do inquérito de apuração de falta grave somente pode ser apresentada de forma escrita, nos termos do artigo 853 da CLT.
O empregado, no âmbito da Justiça Laboral, pode pleitear diretamente em juízo, isto é, sem a assistência de advogado, nos termos do artigo 791 da CLT (jus postulandi). NO entanto, essa é apenas uma faculdade, já que o empregado pode optar pela assistência de um advogado.
Comunicação das partes e designação de audiência
Segundo prevê o artigo 841 da CLT, recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, deverá remeter a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tepo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
Essa notificação deverá ser feita mediante carta com aviso de recebimento. No entanto, se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 841 da CLT.
Quanto ao reclamante, ele deverá ser notificado da data de realização da audiência no ato da apresentação da reclamação ou por meio da via postal, nos termos do parágrafo segundo do arigo 841 da CLT.
Como se vê, após o recebimento e realização do protocolo da petição inicial, o escrivão ou secretário tem o dever de notificar o reclamado para comparecer à audiência, dever que precisa ser cumprido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Prazo este que também é o da presunção de recebimento da notificação pelo reclamado, contado da postagem da notificação nos correios.
Nesse sentido, a súmula nº 16 do Tribunal Superior do Trabalho prevê:
SUM-16 NOTIFICAÇÃO - Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso dess prazo constitui ônus de prova do destinatário.
Realizada a citação, chamada de notificação ao reclamado, ela não se destina à apresentação imediata de contestação, mas sim ao comparecimento à audiência, oportunidade em poder ser celebra a conciliação entre as partes, e, apenas no caso de sua inocorência é que será dada possibilidade do reclamado apresentar sua defesa (na própria audiência).
Há que se frisar, consoante acima se mencionou, que entre o recebimento da notificação pelo reclamado e a realização da audiência inaugural não pode decorrer prazo inferior a 5 (cinco) dias, sob pena de nulidade. E no caso do reclamado ser pessoa jurídica direito público, esse prazo conta-se em quádruplo, ou seja, 20 (vinte) dias.
<VIDEO RESUMO 003>
Audiência
As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho são públicas e realizam-se na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente (art. 813, caput, da CLT).
Em casos especiais, admite-se a designação de outro local para a realização das audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, desde que com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
À hora marcada, deve o juiz declarar aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.
Conforme prevê o parágrafo único do artigo 815 da CLT, se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências, do que poderá ser fornecida certidão a quem a requerer.
Estipula o artigo 849 da CLT, que a audiência de julgamento deve ser contínua, mas caso não seja possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz poderá marcar a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
No procedimento ordinário, inobstante a possibilidade de realização de uma únic audiência, tem sido adotada a seguinte sequência procedimental: 
a) audiência inaugural (de conciliação);
b) audiência de instrução; e 
c) audiência de julgamento.
Na audiência inaugural, caso não obtida a conciliação das partes, deve o reclamado apresentar sua defesa.
A audiência de instrução destina-se à produção de provas.
Por sua vez, a audiência de julgamento destina-se a dar ciência às partes do conteúdo da sentença proferida.
Conforme estipula o caput do arigo 843 da CLT, na audiência devem estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus respresentantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. Para esclarecer, reclamatórias plúrimas são aquelas que possuem mais de um reclamante. Ao empregador é facultado fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declaraçõres obrigarão o proponente (art. 843, §1º da CLT).
Enquanto a CLT exige que a representação do empregador perante a Justiça do Trablaho seja feita apenas por prepostos, a Lei Complementar nº 123/06 (Estatuto Nacional da Micro e da Empresa de Pequeno Porte) dispõe que é facultado ao empregador da microempresa ou de empresa de pequeno porte fazer-se substituir ou representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros que conheçam dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário.
No mesmo sentido, o Tribunal Superior do Trabalho editou a súmula nº 377 nos seguintes termos:
SUM-377 - PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, §1º da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Portanto, como se vê, além da ressalva em relação ao micro e pequeno empresário, também admite-se que o representante do empregador doméstico seja terceiro, desde que com conhecimento dos fatos.
Quanto ao advogado, não é admitido que ele figure ao mesmo tempo como procurador e preposto do reclamado. Nesse sentido, prevê a súmula nº 122 do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-122 - REVELEIA. ATESTADO MÉDICO.
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a reveliamediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência.
Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profssão, ou pelo seu sindicato, conforme autoriza o parágrafo segundo o artigo 843 da CLT.
Enquanto o não comparecimento do reclamante à audiência importa no arquivamento da reclamação, o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato (art. 844, caput, da CLT). Entretanto, se a ausência decorrer de motivo relevante, poderá ojuiz suspender a audiência, designando nova data para a realização da mesma.
Tentativa de conciliação
Aberta a audiência, o juiz proporá desde logo a conciliação, conforme prevê o caput do artigo 846 da CLT.
Se houver acordo, lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento (art. 846, §1º da CLT). Entre essas condições, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumpri-lo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do seu cumprimento (art. 846, § 2º).
Lavrado o termo de acordo, ele valerá como sentença irrecorrível, exceto para a Previdência Social em relação às contribuições que lhe forem devidas, conforme estipula o parágrafo único do artigo 831 da CLT.
Por derradeiro, conforme prevê a súmula nº 259 do Tribunal Superior do Trabalho, somente por meio de ação rescisória é possível impugnar o termo de conciliação.
Defesa do reclamado
Não havendo acordo após a proposta de conciliação, o reclamado terá 20 (vinte) minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. Nada impede, também, que a defesa seja apresentada de forma escrita.
Apresentada a contestação, ela não pode impugnar genericamente os pedidos do autor, os quais devem ser contestados individualmente, em consagração do princípio da impugnação específica dos pedidos. No âmbito laboral, a contestação que impugna apenas genericamente os pedidos do reclamante gera a preseunção de veracidade dos fatos por ele alegados.
Mas a contestação não é a única via de defesa do reclamado, que também pode se valer da reconvenção ou das exceções, conforme prevê o artigo 297 do Código de Processo Civil.
Em relação às exceções, prevê o artigo 799 da CLT, que elas podem ser de suspeição, impedimento e incompetências (relativa), as quais suspendem o curso do processo. Recorde-se, pois, que a incompetência absoluta deve ser arguida como matéria preliminar na contestação e não ser objeto de exceção.
Quanto a reconvenção, prevê o artigo 315 do Código de Processo Civil que ela pode ser utilizada pelo reclamado em relação ao reclamante, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la.
Há que se lembrar, ainda, que a desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta o prosseguimento da reconvenção, nos termos do artigo 317 do Código de Processo Civil.
Por derradeiro, a teor da disposição contida no artigo 318 do Código de Processo Civil, julgar-se-ão na mesma sentença a ação e a reconvenção.
Instrução Processual
Infrutífera a conciliação e apresentada a defesa pelo reclamado, inicia-se a fase de instrução processual.
Na fase da instrução, ocorre a produção probatória, que é destinada ao convencimento do juiz para solução da lide.
Segundo prevê a Consolidação das Leis do Trabalho, a instrução processual faz parte de uma audiência que deve ser única, contudo, é comum a divisão dessa audiência, como se mencionou, em três (uma de tentativa de conciliação, uma instrução e outra de julgamento).
Independementemente da maneira como realizada (seja em audiência única ou não), a instrução opera-se da mesma forma. Consoante prevê o artigo 818 da CLT, a prova das alegações incumbe à parte que as fizer.
Depoimento das partes
Com o encerramento da defesa, tem início a instrução do processo, que por sua vez, inicia-se com o interrogatório das partes (art. 848, caput, da CLT).
Findo o interrogatório, qualquer das partes pode se retirar, caso em que a instrução prosseguirá com seu representante, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 848 da CLT.
Como já mencionado, a audiência de instrução pode ser realizada em momento distinto da audiência inaugural. Nesse caso, se o reclamante faltar à audiência de instrução, poderá ser reputado confesso em relação à matéria de fato caso expressamente intimado para prestar depoimento pessoal. Nesse sentido, veja-se a sumúla nº 74 do Tribuanl Superior do Trabalho:
SUM-74 - CONFISSÃO
I - Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
No entanto, não há que se falar em arquivamento do processo, conforme conteúdo expresso na súmula nº 9 do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-9 - AUDIÊNCIA DO RECLAMANTE
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa arquivamento do processo.
E como se extrai da súmula nº 74 do Tribunal Superior do Trabalho, no caso de ausência do reclamado perante à audiência de instrução, ele também poderá ser reputado confesso em relação à matéria de fato, desde que expressamente intimado para prestar depoimento pessoal.
Assim como a ausência do reclamante na audiência de instrução não importa em arquivamento do processo, a ausência do reclamado não importa em revelia, consequências típicas da ausência dos mesmos na audiência inaugural, como já se teve a oportunidade de expor.
Testemunhas
No âmbito da Justiça do Trabalho, as testemunhas devem comparecer à audiência independentemente de notificação ou intimação (art. 825, caput, da CLT).
No entanto, as testemunhas que não comparecerem deverão ser intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além de multa, caso não atendam sem motivo justificado à intimação, conforme prevê o parágrafo primeiro do artigo 825 da CLT.
O número de testemunhas previsto para cada procedimento deve ser analisado e memorizado com atenção, já que é frequente o objeto de questionamento em concursos públicos e no exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
No procedimento ordinário, 3 (três) representa o número máximo de testemunhas que pode ser indicada por cada parte, salvo quando se tratar de inquérito para apuração de falta grave, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis), nos termos do artigo 821 da CLT.
No procedimento sumaríssimo, 2 (dois) é o número máximo de testemunhas que pode ser indicado por cada uma das partes, conforme prevê o parágrafo segundo do artigo 852-H da CLT.
Já no procedimento sumário, 2 (dois) também é o número máximo de testemunhas que pode ser indicado por cada uma das partes.
Em resumo, portanto:
Procedimento...........................................................................Número máximo de testemunhas
Ordinário..................................................................................3 (três)
Inquérito para apuração de falta grave......................................6 (seis)
Sumário....................................................................................2 (dois)
Sumaríssimo.............................................................................2 (dois)
As testemunhas não podem sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, desde que devidamente arroladasou convocadas (art. 822 da CLT).
Caso a testemunha seja funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, deverá ser requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada (art. 823 da CLT).
Durante o depoimento de uma testemunha, o juiz deve providenciar para que ele não seja ouvido pelas demais que tenham que depor no processo, conforme prevê o artigo 824 da CLT.
Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, deverá ser qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência e, quando emprega, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais (art. 828, caput, da CLT).
Prestados os depoimentos pelas testemunhas, estes deverão ser resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário da Vara ou por funcionário para esse fim designado, conforme prevê o parágrafo único do artigo 828 da CLT.
Serão ouvidos como meros informantes de juízo e não prestarão o compromisso, as testemunhas que forem parentes até o 3º (terceiro) grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, nos termos do artigo 829 da CLT. Assim, tão logo ocorra a qualificação da testemunha e antes que ela inicie seu depoimento, deve a parte contrária contraditá-la, arguindo sua suspeição, impedimento ou incapacidade.
Por derradeiro, conforme disciplina a súmula nº 357 do Tribunal Superior do Trabalho, o fato da pessoa arrolada como testemunha estar litigando ou ter litigado contra o mesmo empregador não a torna suspeita.
Documentos
Segundo prevê o artigo 787 da CLT, a reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e deverá ser acompanhada dos documentos em que se fundar.
No entanto, dispõe o artigo 845 da CLT, que reclamante e reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
É majoritário, pois, o entendimento de que o reclamante tem o dever de juntar os documentos que possua com a petição inicial, enquanto o reclamado deve apresentá-lo na sua oportunidade de defesa, em audiência, caso reste infrutífera a tentativa de conciliação.
Nesse contexto, o Tribunal Superior do Trabalho editou a súmula nº 263, que dispõe:
SUM-263 - PETIÇÃO INICIAL, INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE.
Salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 10 (dez) dias, a parte não o fizer.
Como se vê, portanto, o momento para o reclamante juntar seus documentos é com a apresentação de sua petição inicial. Mas o tema não é pacífico e o próprio Tribunal Superior do Trabalho aponta em não raros julgados a possibilidade de juntada de documentos durante todo o lapsto da instrução probatória, por qualquer das partes.
Já na fase recursal, a juntada de documentos só é admitida quando provado o justo impedimento para sua apresentação anterior, conforme prevê a súmula nº 8 do Tribunal Superior do Trabalho abaixo citada:
SUM-8 - JUNTADA DE DOCUMENTO.
A juntada de documento na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
Como se sabe, em matéria trabalhista a prova documental não é tão simples de ser apresentada pelo trabalhador, razão que justifica a maior utilização da prova de natureza testemunhal nesta esfera do direito.
Em razão disso, após estipular regras sobre o quadro com horários de trabalho (art. 74, caput, da CLT), o parágrafo segundo o artigo 74 da CLT determina que para os estabelecimentos de mais de 10 (dez) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. E a apresentação desses controles de frequência é ônus do empregador, conforme disciplina a súmula nº 338 do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA.
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera preseunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presenução de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
Portanto, caso o empregador não apresente os documentos determinados pelo juiz, contra ele pesará a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo reclamante em relação à sua jornada de trabalho.
Perícia
Por meio da perícia constata-se determinada alegação de caráter técnico ou científico que tenha sido apresentada por qualquer das partes.
Segundo prevê o artigo 3º da Lei nº 5584/70, os exames periciais devem ser realizados por um perito único, desginado pelo juiz, que deverá fixar o prazo para a entrega do laudo.
Nomeado o perito, permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos. No caso de indicação de assistente técnico, é a parte que o indicou que responde pelo pagamento dos seus honorários, ainda que saia vencedora no objeto da perícia, conforme prevê a súmula nº 341 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-341 - HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO.
A indicação ddo perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.
Já a responsabilidade pelo pagamento dos honorários do perito é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo quando for beneficiária da justiça gratuita, conforme prevê o artigo 790-B da CLT.
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho, nos termos do caput do artigo 195 da CLT.
Nesse sentido, é indiferente se a perícia é realizada por médico ou engenheiro, desde que o profissional esteja devidamente qualificado, conforme orientação jurisprudencial nº 15 da SDI-1 (Seção de Dissídios Individuais nº 1):
OJ-SDI1-165 PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO, ART. 195 DA CLT. Inserida em 26.03.99
O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.
É importante frisar, nos termos da súmula nº293 do Tribunal Superior do Trabalho, que a indicação na petição incial, de agente insalubre divresdo do efetivamente existente no eio ambiente de trabalho não prejudica o pedido pelo adicional, desde que outro seja devidamente constatado pela perícia. Veja-se, pois, o conteúdo da mencionada súmula:
SUM-293 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL.
A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
Ademais, realizada a perícia, não basta a constatação de insalubridade pelo perito se a atividade não consta na relação oficial elaborada pelo Ministério do trabalho. Nesse sentido, veja-se a orientação jurisprudencial nº 4 da SDI-1:
OJ-SDI1-4 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.LIXO URBANO.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho.
Em matéria de insalubridade, inclusive, é indispensável a realização de perícia para que ocorra sua constatação. No entanto, caso o local de trabalho já tenha sido desativado, o juiz deverá se valer de outros meios probatórios, em observância à orientação jurisprudencial nº 278 da SDI-1.
Inspeção judicial
A inspeção judicial é o exame direto da pessoa ou coisa pelo juiz, que pessoalmente diligencia até determinado local para obter esclarecimentos que interessem no julgamento da causa, nos termos do artigo 440 do Código de Processo Civil.
Quando o juiz realizar a inspeção direta, ele poderá ser assistido por perito (art. 441 do CPC).
Às partes é assegurado o direito de assistir à inspeção, pretando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa, conforme prevê o parágrafo único do artigo 442 do Código de Processo Civil.
Finda a diligência, deve o juiz mandar lavrar auto circunstanciado, nele mencionando tudo quanto for útil ao julgamento da causa, podendo instruí-lo com desenhos, gráficos ou fotografias (art. 443 do CPC).
Razões finais
Finda a instrução, dispõe o caput do artigo 850 da CLT, que as partes poderão aduzir suas razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma.
Inobstante a previsão legal, é comum a autorização judicial para que as partes apresentem suas razões finais por escrito.
Por derradeiro, frise-se que não há que se falar em razões finais no procedimento sumaríssimo, diferentemente do procedimento sumário (dissídio de alçada), no qual eventual impugnação ao valor da causa deverá ser apresentada por ocasião do oferecimento das razões finais, nos termos do parágrafo primeiro, do artigo 2º da Lei nº5584/70.
Segunda tentativa de conciliação
Após a oportunidade de oferecimento das razões finais, tenham estas sido apresentadas ou não, deve o juiz renovar a proposta de conciliação entre as partes, e apenas caso ela não se mostre frutífera, deverá ele proferir sua decisão (art. 850, caput, da CLT).
Não ofertada a primeira tentativa de conciliação, não há que se falar em nulidade processual desde que seja feita mencionada tentativa após o oferecimento das razões finais. Embora não haja unanimidade sobre o assunto, entende-se, majoritariamente, que o oferecimento da segunda proposta de conciliação supre a ausência da primeira, que deveria ter sido realizada por ocasião da audiência inaugural.
Por derradeiro, não há que se falar em nulidade processual perante o procedimento sumaríssimo, decorrente da ausência de proposta de conciliação, já que não há exigência legal dessa natureza.
Sentença
Com a sentença, encerra-se o curso do processo em 1ª (primeira) instância. Segundo o artigo 458, do Código de Processo Civil, são requisitos da sentença:
a) o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo (no procedimento sumaríssimo, é dispensado o relatório);
b) os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; e
c) o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem.
Pois, quando não há interposição de recurso, a sentença transita em julgado. Com isso, a decisão fica protegida pela coisa julgada, mas essa proteção refere-se apenas ao dispositivo da sentença, não abrangendo o relatório, nem os fundamentos da decisão.
Quando o juiz profere sentença, ele pode acolher ou rejeitar, total ou parcialmente os pedidos formulados pelo reclamante. E pode, também, sequer analisá-los, caso em que estar-se-á diante das hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo 267 do Código de Processo Civil.
Quando a ação tenha por objeto o cumprimento de obrigações de fazer ou de não fazer, o juiz deve conceder a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinar as providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento (art. 461, do CPC). Nesses casos, só há que se falar em conversão em perdas e danos quando o autor o requerer ou quando impossível a tutela específica ou a obtenção de resultado prático equivalente.
Também é lícito ao juiz, nesses casos, fixar multa diária para o caso de descumprimento da decisão (astreintes), ou determinar medidas como busca e apreensão, remoção de pessoas e cosias, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário requisição de força policial.
Uma vez publicada a sentença, o juiz só pode alterá-la:
a) para lhe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou lhe retificar erros de cálculo; ou
b) por meio de embargos de declaração.
Como já se teve a oportunidade de mencionar, a sentença deve ser proferida após o oferecimento da 2ª (segunda) proposta de conciliação (art. 850, caput, da CLT).
Proferida a sentença, as partes saem da audiência dela intimadas, exceto no caso de revelia, caso em que a intimação realizar-se-á sob a forma postal, conforme prevê o artigo 852 da CLT.
Como a publicação da sentença e respectivas intimações ocorrem em audiência, começa-se imediatamente o curso do prazo recursal, prazo que também tem início para a parte que, embora devidamente intimada, deixou de comparecer à audiência de julgamento, conforme prevê a súmula nº 197 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-197 - PRAZO
O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em preosseguimento para a prolação da sentença conta-se da publicação.
Segundo exige o parágrafo segundo do artigo 851 da CLT, a ata de sentença deverá ser, pelo juiz, juntada ao processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, pois caso não seja, as partes deverão ser dela intimadas, só quem o terá início o prazo recursal, conforme prevê a súmula nº 30 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-30 - INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
Quando não juntada a ata ao processo em 48 (quarenta e oito) horas contadas da audiência de julgamento (art. 851, 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da senteça.
Antes de encerrar, veja-se o fluxograma do procedimento ordinário no caso de dissídio individual perante a Justiça do Trabalho, apresentado segundo a doutrina de Ives Gandra da Silva Martins Filho (2009, p. 270):
Rito sumaríssimo
A inclusão do procedimento sumaríssimo no processo do trabalho deve-se à lei nº 9957, de 12 de janeiro de 2000.
Segundo prevê o artigo 852-A da CLT, os dissídios individuais cujo valor não exceda a 40 (quarenta) vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação devem ser submetidos ao procedimento sumaríssimo. No entanto, estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que figurar como parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
Conforme estipula o artigo 852-B da CLT, nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
a) o pedido deverá ser certo e determinado e indicará o valor correspondente;
b) não se fará citação por edital, incumbindo o autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado;
c) a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo de 15 (quinze) dias do seu ajuizamento.
Caso não sejam atendias as prescrições das alíneas "a" e "b" (supramencionadas), ocorrerá o arquivamento da reclamação e a condençaão ao pagamento de custas sobre o valor da causa, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 852-Bda CLT.
Qualquer mudança de endereço ocorrida no curso da processo deve ser comunicada ao juízo pelas partes e advogados, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação (art. 852-B, § 2º da CLT).
As demandas sujeitas ao rito sumaríssimo devem ser instruídas e julgadas, conforme prevê o artigo 852-C da CLT, em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.
O juiz deve dirigir o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica (art. 852-D da CLT).
Há que se recordar, pois, que enquanto o princípio dispositivo está relacionado com o direito de ação, isto é, a jurisdição é inerte até ser provocada, o princípio inquisitivo rege a atuação do juiz no curso do processo, sendo dever deste interferir o quanto necessário na produção probatória que lhe formará a convicção.
Segundo prevê o artigo 852-E da CLT, aberta a sessão, deve o juiz esclarecer as partes preserntes sobre as vantagens da conciliação e deve usar os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência.
Na ata de audiência devem ser registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteia à solução da causa trazidas pela prova testemunhal (art. 852-F da CLT).
Devem ser decididos de plano todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo, enquanto as demais questões devem ser decididas na sentença, nos termos do artigo 852-G da CLT.
No procedimento sumaríssimo, todas as provas devem ser produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requerida previamente (art. 852-H, caput, da CLT).
Quanto forem apresentados documentos por uma das partes, a outra deverá sobre eles manifestar-se imediatamente, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério da juiz, conforme prevê o parágrafo primeiro do artigo 852-H da CLT.
Na audiência una do procedimento sumaríssimo, admite-se no máximo 2 (duas) testemunhas para cada parte, as quais devem comparecer independemente de intimação (art. 852-H, §2º da CLT). No entanto, pode-se deferir a intimação da testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Assim não comparecendo a testemunha intimada, é lícito ao juiz determinar sua imediata condução coercitiva (art. 852-H, §3º da CLT).
No bojo do procedimento em estudo, a prova técnica somente deverá ser deferida quando a prova do fato o exigir, ou quando for legamente imposta, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear o perito, conforme prevê o parágrafo quarto do artigo 852-H da CLT.
Apresentado o laudo pericial, as partes devem ser intimadas para sobre ele se manifestar no prazo comum de 5 (cinco) dias, nos termos do parágrafo sexto do artigo 852-H da CLT.
Caso interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de 30 (trinta) dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa (art. 852-H, § 7º da CLT).
A sentença deve ser fundamentada, devendo mencionar os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório, nos termos do artigo 852-I, caput, da CLT.
As partes devem ser intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada.
Por derradeiro, segundo prevê o parágrafo primeiro do artigo 852-I da CLT, é dever do juízo adotar, em cada caso, a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.
Rito Sumário (dissídio de alçada)
Enquanto o procedimento sumaríssimo é pertinente para as demandas cujo valor não exceda a 40 (quarenta) vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação, o procedimento sumário o é para as causas que não excedam a 2 (dois) salários mínimos.
Das sentenças proferidas em sede dos dissídios de alçada, considerado o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação, não caberá qualquer recurso, salvo quando versar sobre matéria constitucional, nos termos do parágrafo quarto do artigo 2º da Lei nº 5584/70.
Nos dissídios de alçada, aberta a audiência será proposta a conciliação, e não havendo acordo, o juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, caso este esteja indeterminado no pedido (art. 2º, caput, da Lei nº 5584/70).
Na audiência, encerrada a instrução as partes poderão oferecer razões finais, sendo esta a oportunidade para que qualquer delas impugne o valor fixado pelo juiz, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 2º da Lei nº5584/70.
Comissão de Conciliação Prévia
O principal objetivo da comissão de conciliação prévia é a redução do número de demandas perante o Poder Judiciário.
Segundo prevê o artigo 625-A da CLT, as empresas e os sindicatos podem instituir comissões de conciliação prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
Também admite-se, nos termos do parágrafo único mencionado artigo 625-A, que as comissões de conciliação prévia sejam constituídas por grupos de empresas ou tenham caráter intersindical.
Instituída no âmbito da empresa, a comissão de conciliação prévia deverá ser composta de, no mínimo, 2 (dois) e, no máximo) 10 (dez) membros, e observará as seguintes normas:
a) a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregaodos, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional;
b) haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares;
c) o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução.
Segundo prevê o parágrafo primeiro do artigo 625-B da CLT, é vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da comissão de conciliação prévia, titulares e suplentes, até 1 (um) ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei. 
Aquele que for represente dos empregados, deve desenvolver seu trabalho normal na emrpesa, afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.
Já a comissão de conciliação prévia que for constituída no âmbito de sindicato, deve ter sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo (art. 625-C da CLT).
Dispõe o caput do artigo 625-D da CLT, que qualquer demanda de natureza trabalhista deverá ser submetida à comissão de conciliação prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. Contudo, em caso de motivo relevante que impossibilite tal procedimento, essa circunstância deverá ser declarada na petição inicial da ação ajuizada perante a Justiça do Trabalho.
Nesse caso, a demanda deverá ser formulada por escrito ou reduzida a tempo por qualquer dos membros da comissão, devendo ser entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados, conforme determina o parágrafo primeiro do artigo 625-D da CLT.
Caso não prospere a conciliação, deverá ser fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objetivo, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista (art. 625-D, § 2º da CLT).
Se, eventualmente, existirem na mesma localidade e para a mesma categoria, comissão de empresa e comissão sindical, o interessado poderá optar por uma delas para submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido (art.625-D, §4º da CLT).
Aceita a conciliação, deverá ser lavrado termo assinado pelo empregao, pelo empregador ou seu preposto e pelos membros da comissão, fornecendo-se cópia às partes (art. 625-E da CLT).
Segundo estipula o parágrafo único do artigo 625-E da CLT, o termo de conciliação constitui título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
A partir da provocação do interessado, as comissões de conciliação prévia tem prazo de 10 (dez) dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação (art. 625-F, caput, da CLT). No entanto, esgotado o prazo sem a realização da sessão, deverá ser fornecida, no último dia do prazo, declaração de tentativa de conciliação frustrada (art. 625-F, parágrafo único, da CLT).
A partir da provocação da comissão de conciliação prévia, o prazo prescricional será suspenso, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir: 
a) da tentativa frustrada de conciliação; ou
b) do esgotamento do prazo previsto para a realização da sessão de conciliação (10 dias), a partir da provocação do interessado.
Por derradeiro, conforme prevê o artigo 625-H da CLT, aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em funcionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições relativas à comissão de conciliação prévia, desde que observados os princípios da paridade e da negociação coletiva na sua constituição.
Recursos
Os recursos são instrumentos processuais destinados a submeter uma decisão judicial a uma nova análise, pelo mesmo ou por órgão diverso daquele que a proferiu. A finalidade dos recursos é reformar, invalidar, esclarecer, integrar ou complementar a decisão recorrida.
Segundo prevê o artigo 899 da CLT, os recursos trabalhistas devem ser interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as expressas consolidadas, permitida a execução provisória até a penhora.
Inobstante interposição por simples petição, os recursos trabalhistas devem ser fundamentados, visto que, na Justiça do Trabalho, exige-se que as razões ataquem os fundamentos da decisão recorrida.
Há que se recordar, pois, que as decisões proferidas nos dissídios de alçada (aqueles cujo valor da causa não pode exceder a 2 salários mínimos) não são passíveis de recurso, exceto no caso de matéria constitucional, nos termos do parágrafo quarto do artigo 2º da Lei nº 5584/70.
Homologado judicialmente o acordo celebrado entre reclamante e reclamado, não há que se falar em recurso da decisão homologatória, salvo para a Previdência Social, quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Como já se teve a oportunidade de mencionar, no processo do trabalho também são irrecorríveis as decisões interlocutórias, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 893 da CLT. Sobre o assunto, é importante citar a súmula nº 214 do Tribunal Superior do Trabalho, que excepciona algumas situações:
SUM-214 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, §2º, da CLT.
Proferida uma decisão interlocutória que importe prejuízo para parte, inobstante sua irrecorribilidade, ela deve ser arguida na primeira oportunidade que a parte prejudicada tenha para falar nos autos, sob pena de preclusão. Na sequência, caso interposto recurso da decisão final, a parte prejudicada deve arguir como preliminar o prejuízo ocasionado pela aludida decisão interlocutória.
Portanto, para que o conteúdo de uma decisão interlocutória possa ser alterado, a parte prejudicada deve:
1º) arguir seu inconformismo na primeira oportunidade que tenha para falar nos autos; e
2º) reiterá-lo, como preliminar, em eventual recurso interposto contra a decisão final.
Antes de abordar os efeitos, é necessário apresentar os principais princípios recursais em matéria trabalhista:
a) taxatividade: os recursos estão expressamente previstos no ordenamento jurídico nacional, em rol taxativo, não se admitindo a criação de novas espécies ao arbítrio da parte recorrente;
b) unirrecorribilidade: via de regra, para cada decisão proferida, apenas uma espécie recursal é cabível;
c) unicidade: o recurso somente pode ser interposto uma vez em relação a mesma decisão;
d) fungibilidade: admite-se que um recurso seja recebido como outros desde que haja compatibilidade entre as espécies e desde que observado o prazo pertinente. O princípio da fungibilidade é aplicável apenas mediante a existência de dúvida objetiva sobre o recurso cabível, ou seja, exige-se a existência de divergência doutrinária ou jurisprudencial não pacificada.
Efeitos dos recursos
São efeitos dos recursos:
a) efeito devolutivo, que está presente em todos os recursos. Segundo esse efeito, se devolve à instância ad quem a matéria nos limites em que recorrida.
b) efeito suspensivo, que impede que a decisão recorrida (a quo) produza efeitos até que o recurso dela interposto seja julgado pela instância ad quem.
c) efeitos translativo, que permite ao tribunal conhecer de matérias de ordem pública, ainda que não alegadas pelo recorrente.
d) efeito expansivo subjetivo, que traduz a possibilidade do julgamento do recurso atingir a outras partes, que não apenas o recorrente, como no caso em que apenas um litisconsorte interpõe recurso, mas todos são beneficiados pela decisão.
e) efeito regressivo, que é a faculdade presente em alguns recursos, de permitir que a instância a quo efetue um juízo de retratação, antes de encaminhar o recurso à instância ad quem.
Por fim, cumpre esclarecer que órgão a quo é a instância recorrida (no caso do recurso ordinário, é o juiz do trabalho na primeira instância), enquanto que órgão ad quem é a instância que julgará o recurso (no caso do recurso ordinário, o Tribunal Regional do Trabalho).
Pressupostos recursais
Os pressupostos recursais dividem-se em:
a) objetivos; e
b) subjetivos.
A verificação da presença dos mencionados pressupostos recursais é realizada tanto pelo juízo a quo como pelo juízo ad quem, mediante juízo de admissibilidade.
São pressupostos recursais objetivos:
a) adequação (ou cabimento): o recurso interposto deve ser legalmente previsto para a hipótese;
b) tempestividade: o recurso deve ser interposto no prazo legal, que na Justiça do Trabalho, via de regra, é de 8 (oito) dias;
c) regularidade da representação: o advogado que subscreve a petição recursal deve estar regularmente investido dos poderes de representação da parte recorrente, salvo quando o recurso for por ela diretamente apresentado (jus postulandi);
d) preparo: para que o recurso seja admitido, a parte deve recolher as custas processuais e deve realizar o depósito recursal;
e) recorribilidade da decisão: o ato deve ser passível de recurso, lembrando que as decisões interlocutórias não o são, assim como as decisões proferidas em sede de dissídios de alçada (exceto quanto à matéria constitucional).
Por sua vez, são pressupostos recursais subjetivos:
a) legitimidade: conferida à parte vencida, ao terceiro prejudicado e ao Ministério Público.
b) capacidade: só pode recorrer a parte que possui capacidade de estar em juízo; e
c) interesse: pertencente apenas à parte que sofreu alguma perda com a decisão recorrida, salvo no caso do Ministério Público.
Assim, ausente qualquer dos pressupostos supra mencionados, o recurso não poderá ser conhecido.
Preparo
Segundo prevê o caput do artigo 789 da CLT, nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostasperante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas:
a) quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;
b) quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa;
c) no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa;
d) quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.
Como regra, as custas devem ser pagas após o trânsito em julgado da decisão judicial. No entanto, interposto recurso, o preparo do mesmo inclui o pagamento das custas no prazo recursal, sob pena de deserção, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 789 da CLT. Nesse caso, se a sentença for ilíquida, deve o juiz arbitrar-lhe o valor e fixar o montante das custas processuais (art. 789, § 2º da CLT).
Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes, nos termos do parágrafo terceiro do artigo 789 da CLT).
Já nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal (art. 789, §4º da CLT).
Segundo prevê o artigo 789-A da CLT, no processo de execução as custas são sempre de responsabilidade do executado de conformidade com a seguinte tabela:
I – autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (mil novecentos e quinze reais e trinta e oito centavos);
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada:
a) em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis centavos);
b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze centavos);
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
IV – agrado de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação: R$ 44,06 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);
VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial – 0,1% (um décimo por cento) do valor da avaliação;
IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo – sobre o valor liquidado: 0,5% (cinco décimos por cento) até o limite de R$ 638,46 (seiscentos e quarenta e oito reais e quarenta e seis centavos).
O trabalhador só responde pelas custas quando o processo for julgado sem resolução de mérito ou quando os pedidos forem considerados totalmente improcedentes, desde que ele não seja beneficiário da justiça gratuita.
Nos termos do parágrafo primeiro do artigo 790 da CLT, tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas.
Além dos beneficiários da justiça gratuita, prevê o artigo 790-A da CLT que também são isentos do pagamento de custas:
a) a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; e
b) o Ministério Público do Trabalho.
Situação diversa, mas igualmente exigível como preparo é o depósito recursal, necessário para que o empregador sucumbente recorra, ainda que de modo parcial, no processo do trabalho.
O depósito recursal objetiva garantir o juízo para a futura execução e se não for realizado dá causa à deserção do recurso.
Segundo ato do Tribunal Superior do Trabalho, são valores para o depósito recursal:
a) R$ 5.889,50, no caso de recurso ordinário; e
b) R$ 11.779,02, no caso de recurso de revista, embargos (no TST), recurso extraordinário e recurso em ação rescisória.
No caso de agravo de instrumento, exige-se a feitura de depósito recursal no montante de 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito ao qual se pretende destrancar, nos termos do parágrafo sétimo do artigo 899 da CLT, incluído pela Lei nº 12.275/2010.
Dessa forma, só será admitido o recurso em que tiver sido realizado e comprovado o prévio depósito da respectiva importância. 
Após o trânsito em julgado da decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.
O depósito recursal deve ser realizado diretamente na conta vinculado do FGTS do empregado, e caso este ainda não tenha uma conta dessa natureza, a empresa deverá proceder à respectiva abertura, nos termos dos parágrafos quarto e quinto do artigo 899 da CLT.
Não se sujeitam a depósito recursal os seguintes recursos:
a) agravo de petição;
b) agravo regimental; 
c) embargos de declaração; e 
d) pedido de revisão.
Não se pode deixar de mencionar, que o depósito recursal deve ser feito no caso de recurso adesivo.
Ainda sobre o assunto, é importante conhecer o teor da súmula nº 161 do Tribunal Superior do Trabalho.
SUM-161 – DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA.
SE não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT.
Portanto, só há que se falar em depósito recursal mediante a condenação em pagamento de dinheiro, sem o que não será exigido qualquer dos valores supra mencionados.
Também não estão sujeitos à feitura do depósito recursal as pessoas jurídicas de direito público, nem o Ministério Público do Trabalho.
Por fim, também não se exige a realização de depósito prévio quando o dissídio for coletivo, em razão de sua finalidade.
Recursos em espécie
São recursos relativos ao processo do trabalho:
a) recurso ordinário;
b) embargos de declaração;
c) embargos (no TST);
d) agravo de petição;
e) agravo de instrumento;
f) agravo regimental;
g) recurso adesivo;
h) recurso de revista;
i) recurso extraordinário;
j) pedido de revisão.
A seguir são sumariamente analisados cada um dos recursos supra mencionados, mas antes veja-se a seguinte tabela com os prazos relativos a cada um deles:
Recurso (prazo) – Base legal
Ordinário (8 dias) – art. 895 da CLT
Embargos de declaração (5 dias) – art. 897-A da CLT 
Embargos (no TST – 8 dias) - art. 894 da CLT
Agrado de petição (8 dias) – art. 897, alínea “a” da CLT
Agravo de instrumento (8 dias) – art. 897, alínea “b” da CLT
Agravo regimental (8 dias) – Regimento interno de cada Tribunal *
Adesivo (8 dias) – Súmula 283 do TST
Revista (8 dias) – art. 896 da CLT
Extraordinário (15 dias) – art. 102, III da CRFB/88
Pedido de revisão (48 horas) – art. 2º, §2º da Lei nº 5.584/70
*No caso do agravo regimental, a base legal depende do Regimento Interno de cada Tribunal. No Tribunal Superior esse prazo é de 8 (oito) dias, enquanto em alguns Tribunais Regionais do Trabalho ele é de 5 (cinco) dias.
Recurso ordinário
Segundo prevê o artigo 895 da CLT, cabe recurso ordinário para a instância superior:
a) das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízes, no prazo de 8 (oito) dias; e
b) das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
O prazo para a interposição do recurso ordinário é de 8 (oito) dias e ele possui apenas efeito devolutivo.
Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, prevê o parágrafo primeiro do artigo 895 da CLT, que o recurso ordinário:
a) será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;
b) terá pareceroral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão;
c) terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.
Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, nos termos do parágrafo segundo do artigo 895 da CLT.
Conforme previsão contida na súmula nº 414 do Tribunal Superior do Trabalho, caso ocorra a antecipação da tutela em sentença, deve ser ajuizada ação cautelar para obtenção do efeito suspensivo ao recurso ordinário, que é originariamente dele despido, como se mencionou. Veja-se, pois, a redação da mencionada súmula:
SUM-414 MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LIMIAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA. (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 50, 51, 58, 86 e 139 da SBDI-2) – Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
I – A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. (ex-OJ nº 51 da SBDI-2 – inserida em 20.09.2000)
II – No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. (ex-OJ nºs 50 e 58 da SBDI-2 inseridas em 20.09.2000)
III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar). (ex-OJ da SBDI-2 nº 86 – inserida em 13.03.2002 – e nº 139 – DJ 04.05.2004)
Ademais, impetrado mandado de segurança perante o Tribunal Regional do Trabalho, é cabível recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-201 RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.
Embargos de declaração
Os embargos de declaração tem por objeto esclarecer uma decisão judicial quando a mesma se mostrar omissa, obscura ou contraditória.
Segundo prevê o artigo 897-A da CLT, caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de 5 (cinco) dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido o efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Os erros materiais, segundo autoriza o parágrafo único do artigo 897-A da CLT, podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
Os embargos são julgados pelo próprio juiz que proferiu a decisão, e não por instância superior.
Interpostos os embargos, eles interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes.
Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, deve condenar o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa deve ser elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo (art. 538, parágrafo único, do CPC).
<VIDEO RESUMO 004>
Embargos (no TST)
Segundo prevê o artigo 894 CLT, no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de decisão não unânime de julgamento que conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e
b) das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal.
Os dissídios coletivos de competência originária do Tribunal Superior do Trabalho que tenham sido julgados por decisão não unânime são passíveis de embargos, por exemplo.
Os embargos passíveis de interposição, portanto, são os infringentes e os de divergência, conforme se extrai da análise do dispositivo supra mencionado. 
Conforme indica a melhor doutrina, a figura dos embargos de nulidade foi extinta com o advento da Lei nº 11496/2007, que deu nova redação ao artigo 894 da CLT.
Agravo de petição
O agravo de petição é cabível das decisões do juiz nos processos de execução, nos termos do artigo 897, alínea “a” da CLT.
O prazo para sua interposição é de 8 dias, conforme determina o caput do artigo 897 da CLT.
O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença (art. 897, §1º da CLT).
A interposição de agravo de petição não exige a realização do depósito recursal, desde que já esteja garantido o juízo pela penhora ou nomeação de bens. Nesse sentido, veja-se a redação da Súmula nº 128, II do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-128 DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 – inserida em 27.11.1998)
II – Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000)
III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000)
Se o agravo de petição for interposto contra decisão de primeira instância, ele será julgado por alguma das Turmas do respectivo Tribunal Regional Federal, e, se interposto contra decisão do Tribunal é ele próprio que efetuará o julgamento, nos termos do parágrafo terceiro do artigo 897 da CLT.
Agravo de instrumento
O agravo de instrumento é cabível contra despachos denegatórios do seguimento de outros recursos. Sua previsão consta do artigo 897, alínea “b” da CLT, e o prazo para sua interposição é de 8 (oito) dias.
Portanto, o objeto do recurso de agravo de instrumento no processo do trabalho é mais restrito do que no processo civil, pois no âmbito laboral ele se presta apenas para guerrear a denegação de processamento de outros recursos.
O agravo de instrumento é dotado do efeito regressivo, isto é, ao julgador é conferida a possibilidade de retratação em relação a sua decisão denegatória de seguimento do recurso trancado.
Segundo prevê o parágrafo segundo do artigo 897 da CLT, o agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença.
O julgamento do agravo de instrumento, nos termos do parágrafo quartodo artigo 897 da CLT, deve ser realizado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada.
Sob pena de não conhecimento, as partes tem o dever de promover a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição:
a) obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o artigo 899, parágrafo sétimo da CLT;
b) facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.
O agravado deverá ser intimado para oferecer resposta ao agravo e também ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos (art. 897, §6º da CLT).
Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso (art. 897, §7º da CLT).
Agravo regimental
O agravo regimental tem sua disciplina regida pelos Regimentos Internos de cada Tribunal. Isso faz com que cada Tribunal possa adotar peculiaridades diversas em relação ao mesmo.
No âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, o prazo para interposição do agravo regimental é de 8 (oito) dias, enquanto que a maioria dos Tribunais Regionais do Trabalho prevê o prazo de 5 (cinco) dias para sua interposição.
O agravo regimental é cabível para impugnação de decisões monocráticas proferidas pelos juízes dos Tribunais, caso em que o reexame da matéria deverá ser feito pelo próprio Tribunal, assim como para impugnação de decisões denegatórias de seguimento recursal enquanto proferidas pelo juiz relator no Tribunal.
Outra hipótese de cabimento do agravo regimental ocorrem em relação as decisões proferidas pelo Corregedor (Geral, no âmbito do TST, ou Regional, no âmbito de qualquer TRT) da Justiça do Trabalho, conforme salienta o artigo 40 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho.
Segundo prevê o artigo 235 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho, cabe agravo regimental, no prazo de 8 (oito) dias, para o Órgão Especial, Seções Especializadas e Turmas, observada a competência dos respectivos órgãos, nas seguintes hipóteses:
a) do despacho do Presidente do Tribunal que denegar seguimento aos embargos infringentes;
b) do despacho do Presidente do Tribunal que suspender execução de liminares ou de decisão concessiva de mandado de segurança;
c) do despacho do Presidente do Tribunal que conceder ou negar suspensão da execução de liminar, antecipação de tutela ou da sentença em cautelar;
d) do despacho do Presidente do Tribunal concessivo de liminar em mandado de segurança ou em ação cautelar;
e) do despacho do Presidente do Tribunal proferido em pedido de efeito suspensivo;
f) das decisões e despachos proferidos pelo Corregedor – Geral da Justiça do Trabalho;
g) do despacho do Relator que negar prosseguimento a recurso, ressalvada a hipótese do art. 239; 
h) do despacho do Relator que indeferir inicial de ação de competência originária do Tribunal; e
i) do despacho ou da decisão do Presidente do Tribunal, de Presidente de Turma, do Corregedor – Geral da Justiça do Trabalho ou Relator que causar prejuízo ao direito da parte, ressalvados aqueles contra os quais haja recursos próprios previstos na legislação ou neste Regimento.
O agravo regimental possui efeito regressivo no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho. Nesse sentido, prevê o artigo 236 do respectivo Regimento Interno, que o agravo regimental será concluso ao prolator do despacho, que poderá reconsiderá-lo ou determinar sua inclusão em pauta visando apreciação do Colegiado competente para o julgamento da ação ou do recurso em que exarado o despacho. 
Quando os agravos regimentais forem interpostos contra ato ou decisão do Presidente do Tribunal, do Vice-Presidente e do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, desde que interpostos no período do respectivo mandato, deverão ser por eles relatados (art. 236, §1º do Regimento Interno do TST). E no caso dos agravos regimentais interpostos após o término da investidura no cargo de prolator do despacho eles deverão seguir conclusos ao Ministro sucessor.
Os agravos regimentais interpostos contra despacho do Presidente do Tribunal, proferido durante o período de recesso e férias, deverão ser julgados pelo Relator do processo principal, salvo nos casos de competência específica da Presidência da Corte, nos termos do parágrafo terceiro do artigo 236 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho.
Por derradeiro, a teor da disposição contida no parágrafo quarto do artigo 236 do Tribunal Superior do Trabalho, o acórdão do agravo regimental deverá ser levado pelo Relator, ainda que vencido.
Recurso adesivo
O recurso adesivo é passível de interposição quando há sucumbência recíproca. Nesses casos, uma das partes pode não apresentar seu recurso imediatamente, optando por aguardar eventual interposição da parte contrária para somente interpor o seu, por adesão, quando lhe for aberto o prazo para contrarrazões.
Segundo prevê o artigo 500 do Código de Processo Civil, cada parte deve interpor o seu recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Contudo, sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte.
O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes:
a) será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder;
b) será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial;
c) não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto.
Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior (art. 500, parágrafo único do CPC).
O recurso adesivo é admitido no âmbito da Justiça do Trabalho, conforme se extrai a redação da súmula nº 283 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-283 – RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária.
Quanto à súmula supracitada, ressalva seja feita em relação ao recurso extraordinário, que também admite o recurso adesivo e cujo prazo é de 15 (quinze) dias.
Ademais, no âmbito do processo do trabalho não se dispensa o recolhimento do preparo para o recurso adesivo, sendo dever do recorrente recolher e comprovar as custas e o depósito recursal.
Recurso de revista
Assim como ocorre com o Recurso Especial, endereçado ao Superior Tribunal de Justiça, o Recurso de Revista, endereçado ao Tribunal Superior do Trabalho não se destina ao reexame de provas, nos termos da súmula nº 126 do TST, abaixo citada:
SUM-126 - RECURSO. CABIMENTO (mantida) - RES. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Incabível o recurso de revista ou de embargos (art. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.
É nesse sentido que o Tribunal Superior do Trabalho editou a súmula nº 102, que em seu inciso I explicita a incompatibilidade do recurso de revista em relação à necessidade de reconhecimento ou não do exercício da função de confiança, referida no artigo 224, parágrafo segundo da CLT. Veja-se, pois, a redação da mencionadasúmula:
SUM-102 BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA (incorporadas as Súmulas nºs 166, 204 e 232 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 15, 222 3 288 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 244, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. (ex-Súmula nº 204 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
Segundo prevê o artigo 896 da CLT, cabe Recurso de Revista para turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção coletiva de Trabalho, Acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea "a";
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
O recurso de revista é dotado apenas de efeito devolutivo, devendo ser apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a deisão, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 896 da CLT.
Quando realizado o primeiro juízo de admissibilidade, caso se conclua pelo cabimento parcial do recurso de revista, não se impede a sua análise integral pelo Tribunal Superior do Trabalho. Nesse sentido, veja-se a súmula nº 285 do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-285 - RECURSOS DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE PARCIAL PELO JUIZ-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O fato de o juízo primeiro de admissibilidade no recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento.
Ademais, para que seja admitido o recurso de revista, ele deve indicar expressamente o dispositivo legal ou constitucional violado, nos termos da súmula nº 221 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-221 RECURSOS DE REVISTA OU DE EMBARGOS. VIOLAÇÃO DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. INTERPRETAÇÃO RAZOÁVEL (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 94 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. (ex-OJ nº 94 da SBDI-1 - inserida em 30.05.1997)
II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base, respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e na alínea "b" do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à literalidade do preceito. (ex.-Súmula nº 221 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
Segundo estipula o parágrafo segundo do artigo 896 da CLT, das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. Nesse sentido, veja-se a redação da súmula nº 266 do Tribunal Superior do Trablaho:
SUM-266 - RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE. EXECUÇÃO DE SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal.
Também não se admite o recurso de revista quando houver divergência apenas entre turmas de um mesmo Tribunal, caso em que deve ser utilizado o incidente de uniformização de jurisprudência.
Segundo prevê a súmula nº 23 do Tribunal Superior do Trabalho, quando a decisão recorrida resolver determinado item do pedido por vários fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos, não se dará conhecimento ao recurso de revista interposto.
E outra hipótese de não cabimento de recurso de revista é abordada na súmula nº 218 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo citada:
SUM-218 RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prolatado em agravo de instrumento.
Portanto, proferido acórdão por Tribunal Regional do Trabalho em julgamento de agravo de instrumento, não é cabível o recurso de revista.
A demonstração da divergência jurisprudencial entre tribunais diversos é requisito indispensável ao recurso de revista. Nesse sentido, veja-se a redação das súmulas 296 e 337, ambas do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-296 - RECURSO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. ESPECIFIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº37 da SBDI-1) - Res. 129-2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibiliade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989)
II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da diverg~encia colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. (ex-OJ nº 37 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)
SUM-337 - COMPARAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS (redação alterada pelo Tribunal Pelno em sessão realizada em 16.11.2010, em decorrência da inclusão dos itens III e IV) Res. 173/2010, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010
I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso é necessário que o recorrente:
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em qeu foi publicado; e
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
III - A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos termos do item I, "a", desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos;
IV - É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, sendo necessárioq ue o recorrente transcreva o trecho divergente e aponte o sítio de onde foi extraído com a devida indicação do endereço do respectivo conteúdo na rede (URL - Universal Resource Locator).
Nos termos do parágrafo quarto do artigo 896 da CLT, a divergência apta a enxejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada

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