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PETIÇÃO INICIAL COMENTADA

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PROBLEMA: AYRTON SENNA está dirigindo seu veículo em ITU quando JUAN MANUEL FANGIO, vindo em alta velocidade, provoca um acidente, atingindo a traseira do carro de AYRTON. AYRTON, que é domiciliado em SOROCABA, busca três orçamentos para o conserto de seu veículo (o mais baixo soma R$ 25 mil), apresentando-os a JUAN MANUEL, que nada faz. Como o carro é fundamental para o trabalho de AYRTON, este realizou o conserto na oficina que apresentou o menor preço e já pagou por tal serviço. Considerando que o carro dirigido por JUAN MANUEL na verdade é de propriedade de seu irmão NIKI LAUDA, e que estes são domiciliados em SALTO, elabore a medida judicial pertinente para buscar o ressarcimento de AYRTON.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOROCABA1– SP.
1. Com base no art. 53, V, do CPC, a competência poderia ser da Comarca de Itu (local do acidente) ou de Sorocaba (domicílio do autor). Além disso, considerando que o art. 53 existe em benefício do autor, seria a ele possível, ainda, optar pela regra geral do art. 46 (domicílio do réu – Salto).
AYRTON SENNA, (nacionalidade), (estado civil/união estável), (profissão), portador da cédula de identidade RG n. (número) e inscrito no CPF sob o n. (número), residente em (Rua, número, bairro, CEP), nesta comarca de Sorocaba - SP, (endereço eletrônico), vem, respeitosamente perante V. Exa., por seu advogado que esta subscreve, com escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade, endereço eletrônico2), com base no art. 186 do Código Civil (CC)³ e demais dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente
2. É desnecessária a reprodução do endereço profissional do advogado na petição se tal informação já estiver na procuração – ou mesmo no papel timbrado em que a petição for impressa (mas para certames e exames de Ordem ela se revela essencial para que o candidato demonstre conhecimento).
3. Geralmente, ao especificar a ação a ser proposta, já se indica o procedimento (comum neste caso), sendo assim não é obrigatória esta indicação de dispositivo legal.
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO EM RAZÃO DE ACIDENTE DE VEÍCULOS, PELO PROCEDIMENTO COMUM4
4. Tampouco é obrigatória a indicação do procedimento. Mas, para evitar eventuais problemas em juízo (o magistrado pode pedir para que se esclareça qual o procedimento empregado), é sempre conveniente que se faça tal indicação.
em face de NIKI LAUDA, (nacionalidade), (estado civil/união estável), (profissão), portador da cédula de identidade RG n. (número) e inscrito no CPF sob o n. (número), residente em (endereço), (endereço eletrônico), e JUAN MANUEL FANGIO, (nacionalidade), (estado civil/união estável), (profissão), portador da cédula de identidade RG n. (número) e inscrito no CPF sob o n. (número), residente em (endereço), (endereço eletrônico), ambos residentes na comarca de SALTO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS5
5. A divisão da peça em “fatos”, “direito” e “pedido” não é obrigatória, já que não vem prevista em lei. Assim, trata-se de opção do advogado. De qualquer forma, para facilitar a compreensão do destinatário (juiz), parece conveniente apresentar essa estrutura de tópicos em uma inicial.
Na data de (data), o autor dirigia seu veículo, na Rua (nome da Rua), na comarca de Itu. Por volta das (horas), o corréu Juan Manuel, em alta velocidade, acabou por atingir a traseira do veículo do autor (marca, modelo, ano), provocando um acidente que causou graves danos ao veículo.
Felizmente não houve qualquer vítima, sendo que as partes se dirigiram à delegacia para realizar o boletim de ocorrência (doc. anexo). Ao realizar o BO, o autor descobriu que o veículo na verdade é de propriedade do corréu Niki, irmão de Juan Manuel.
Logo após a batida, o autor buscou três oficinas6 nesta comarca de Sorocaba (domicílio do autor) para realizar orçamento do veículo. Na semana seguinte (data), o autor encaminhou aos réus tais orçamentos, por carta com aviso de recebimento (doc. anexo).
6. Não há previsão legal determinando ser necessária a realização de três orçamentos. Porém, a praxe é atuar nesse sentido para afastar alegações de que o valor está acima do que usualmente o mercado cobra. Logo, em casos análogos, recomendável que se faça exatamente três (ou mais) orçamentos.
Infelizmente, não houve qualquer manifestação por parte dos réus.
Como o veículo é fundamental para o deslocamento diário do autor, este procedeu ao conserto na oficina que apresentou o menor valor, a saber, R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), como se depreende dos documentos anexos. Ainda, desde logo se pleiteia prova pericial,7 de modo a comprovar que os serviços foram realizados no veículo, com alteração de inúmeras peças que fizeram com que o custo do conserto fosse elevado.
7. No dia a dia forense, a maioria de causas envolvendo acidente de veículos é solucionada sem perícia. De qualquer forma, como no exemplo em discussão o conserto já havia sido realizado, entendemos conveniente a perícia para o caso de o réu afirmar que o conserto não havia sido realizado/foi realizado sem necessidade.
Atualmente, os réus nem sequer retornam as ligações do autor, razão pela qual não resta outra solução a não ser buscar a tutela jurisdicional.
II – DO DIREITO8
8. Um erro comum é nominar este tópico como “Dos direitos”, pois não estamos falando de vários direitos, mas sim da solução prevista em lei e dos diversos dispositivos legais aplicáveis. Assim, manter no singular revela-se a melhor opção.
O corréu,9 ao trafegar em alta velocidade na via urbana, claramente agiu com culpa (imprudência). Em virtude disso, houve a batida (ato do agente),10 que provocou o dano. Desta feita, o autor pleiteia a presente medida, para ser reparado de todo prejuízo auferido pela conduta culposa dos réus.
9. Em relação à legitimidade passiva, seria possível escolher (i) ou só o motorista, (ii) ou só o proprietário (iii) ou ambos, em litisconsórcio passivo facultativo. Trata-se de opção do advogado do autor, conforme as especificidades da causa. Como exemplo, se o motorista fosse jovem, sem patrimônio, possivelmente seria desinteressante sua participação como réu (pois não teria como ressarcir o prejuízo, e o litisconsórcio tornaria o processo mais lento).
10. Se há a indicação do motorista como réu, há de se explicar sua culpa.
Por sua vez, o proprietário11 do veículo também responde pelos prejuízos causados ao autor por ter permitido que o corréu causasse danos em virtude da utilização de seu veículo. Neste exato sentido vem se manifestando a jurisprudência majoritária de nossos Tribunais, como se percebe pelo teor do julgado12 do Superior Tribunal de Justiça retratado no Informativo n. 452 (de 12 a 22 de outubro de 2010) de tal Tribunal:
TERCEIRA TURMA. AR. RESPONSABILIDADE. PROPRIETÁRIO. VEÍCULO.
(...) o proprietário de veículo responde, objetiva e solidariamente, pelos atos culposos de terceiro que o conduz, independentemente de que o motorista seja seu empregado, preposto, de que o transporte seja gratuito ou oneroso. Precedentes citados: REsp 577.902-DF, DJ 28.08.2006; REsp 1.104.196-RN, DJe 11.09.2009, e AgRg no REsp 873.570-SP, DJe 30.06.2010; REsp 1.191.544-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julg. 21.10.2010.
11. Da mesma forma, se se indica o proprietário como réu, há de se apontar o porquê de tal escolha.
12. Como possivelmente haverá alguma discussão em relação à legitimidade passiva, revela-se conveniente que se faça alguma indicação doutrinária ou jurisprudencial acerca do tema. No caso, apresentamos um julgado obtido a partir de pesquisa realizada em página da internet do Superior Tribunal de Justiça (www.stj.gov.br).
Assim, cabalmente presente o dano, a conduta culposa dos agentes e o nexo causal, e por isso impõe-se o reconhecimento da responsabilização civil dos réus, senão vejamos a previsão contida nos artigos art. 186 e 927 do CC:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Por fim, vale apontar que, nos exatos termos do art. 942, parte final do CC, tendo o dano sido causado por mais de um agente, a responsabilidade é solidária. 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Portanto, é de reconhecer, no presente feito, a solidariedade dos réus quanto ao ressarcimento dos danos, bem como o preenchimento de todos os requisitos autorizadores para a devida reparação do dano causado ao autor.
Outra medida não há, senão a condenação dos réus ao pagamento da indenização pleiteada, na medida ora requerida.
III – DO PEDIDO13 E DOS REQUERIMENTOS
13. Este tópico poderia ser chamado apenas “Do pedido”. Considerando a divisão entre pedido e requerimento proposta na obra, sugerimos esta nomenclatura.
Ante o exposto, pede e requer o autor a Vossa Excelência:
a) a procedência da ação com a condenação dos réus,14 de forma solidária, ao ressarcimento dos danos causados, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), referente ao conserto do carro do autor, com juros de mora e correção monetária nos termos legais;
14. Este é efetivamente o pedido, em que se pede a condenação. Como visto, é sempre interpretado de forma restritiva, razão pela qual se deve ter cuidado na sua elaboração.
b) a condenação dos réus ao pagamento de custas e honorários advocatícios;
c) a citação dos réus, por correio,15 por AR,16 para que compareçam à audiência de conciliação e mediação17 a ser designada e, não havendo acordo, querendo, apresentem contestação, no prazo legal;
15. Desde logo o advogado poderia pedir a citação por mandado (oficial de justiça) – e aí poderiam ser requeridos os benefícios do art. 212, § 2.º, do CPC.
16. Como já visto, aviso de recebimento de mão própria, em que a carta de citação somente será entregue pelo carteiro ao próprio réu, e não a terceiro.
17. Como se trata da possibilidade de optar pela audiência de conciliação/mediação, os réus são citados para comparecer à audiência. 
d) a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a documental (documentos acostados a esta inicial), testemunhal (testemunhas abaixo arroladas18, que deverão ser intimadas para comparecer à audiência) e pericial (quesitos19 e assistente técnico igualmente abaixo indicados).
18. Não é obrigatória, a apresentação das testemunhas junto à petição inicial.
19. Idem comentário anterior – agora em relação aos quesitos e assistente técnico (que é o profissional técnico de confiança da parte que irá acompanhar a perícia).
Dá-se à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do art. 292, I, do CPC.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local/data.
Advogado, assinatura
OAB ______
DOCUMENTOS QUE INSTRUEM ESTA INICIAL20
20. Não é obrigatório apontar quais são os documentos que se juntam com a inicial. Nada obstante, isso pode facilitar a compreensão dos fatos pelo julgador.
1) procuração;
2) guias de recolhimento de custas (taxa mandato, taxa judiciária e despesas de correio);
3) certificado de propriedade do veículo do autor e da ré;
4) BO;
5) orçamentos; e
6) nota fiscal de conserto.
ROL DE TESTEMUNHAS21
21. Como visto, sua apresentação não é obrigatória. O rol pode ser apresentado em folha apartada ou no próprio corpo da petição, como aqui se faz (ou mesmo acima, no próprio tópico “do pedido”).
a) nome, profissão e endereços, na forma do art. 450 do CPC;
b) nome, profissão e endereços, na forma do art. 450 do CPC.
QUESITOS DE PERÍCIA22
22. Idem anterior. Quesitos são as perguntas que a parte pretende que sejam respondidas pelo perito. Da mesma forma que o rol de testemunhas, podem ser apresentados em folha apartada ou no corpo da petição.
1) Queira o Sr. Perito informar se, diante da análise do veículo, é possível indicar quais foram os danos causados e as peças trocadas em virtude do acidente narrado nestes autos.
2) Pede-se que o Sr. Perito aponte se, sem o conserto já realizado, seria possível rodar com o veículo avariado.
3) Pede-se que o Sr. Perito indique qual o valor das peças utilizadas no conserto do veículo, levando em conta o preço de peças novas.
4) Queira o Sr. Perito indicar quantas horas de mão de obra seriam necessárias para o conserto do veículo, bem como o valor da hora de mão de obra em uma oficina de qualidade.
5) Solicita-se que o Sr. Perito verifique o veículo do réu, de modo a apontar se o tal automóvel apresenta ou apresentou avarias compatíveis com os danos causados ao veículo do autor.
ASSISTENTE TÉCNICO
(nome), mecânico, RG n. (número), oficina na Rua (endereço).

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