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* * CONTROLE BIOLÓGICO DE INSETOS Aula III – 24/10/14 Prof. Juliano T. Boldo * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS - com o avanço das técnicas de microscopia e sequenciamento, hoje sabemos que a vasta maioria dos organismos possuem associações com microrganismos, com as mais diversas funções. - insetos também possuem tais interações, o que torna o trabalho dos patologistas muito mais complexo, principalmente na determinação de sintomas de doenças e agentes causais, fatos primordiais no estudo do controle biológico; - podem estar na parte externa ou interna de insetos, mantendo relações complexas, onde pode haver benefícios ao inseto, ao microrganismo ou a ambos, ou não mantendo relação direta alguma. A maioria das relações ecológicas entre insetos e microrganismos são construtivas; - onde entra a patogenia? Qual a analogia que podemos fazer com os seres humanos? * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS - existem relações, porém, onde a presença dos microrganismos sobre o inseto é imperativa para a sobrevivência do microrganismos e, em consequência, o prejuízo ao inseto (relação de parasitismo). Estas relações devem ser evitadas quando pensamos em insetos úteis (como abelhas) e devem ser utilizadas racionalmente para o controle microbiana de pragas; * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS Principais associações entre microrganismos e insetos: * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - neutralismo: as populações de duas espécies vivem no mesmo habitat sem qualquer interferência. Ex.: insetos subterrâneos fitófagos e microrganismos decompositores. - competição: duas espécies vivem e competem por um nicho comum, podendo resultar na eliminação de uma delas. Ex.: insetos que vivem de matéria orgânica e microrganismos decompositores. - mutualismo: é a associação de duas espécies, visando a sobrevivência de ambas. Neste caso, as duas são beneficiadas e são chamadas de simbiontes. Algumas são obrigatórias, como cupins e protozoários. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - protocooperação: associação não obrigatória entre insetos e microrganismos, na qual ocorrem benefícios para ambos. Ex.: insetos que danificam plantas sobre as quais se desenvolvem microrganismos que ocasionalmente servem de alimento para os mesmos. - comensalismo: interação onde apenas uma das espécies é beneficiada e a outra não apresenta qualquer alteração. Pode ser do tipo alimentar ou locomotor (forésia). Ex. microrganismos patógenos para humanos são carregados por formigas. - amensalismo: ocorre em casos onde um espécie não é afetada e a outra é inibida. Ex.: saúvas inibem o crescimento de microrganismos nas “panelas”, onde elas cultivam seu fungo alimento. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - parasitismo: é o tipo de interação na qual o parasito se alimenta do hospedeiro durante qualquer fase da vida, podendo causar a morte ou danos morfofisiológicos, afetando-os direta ou indiretamente. Existem basicamente dois tipos de parasitismo: - ectoparasitismo: o parasito atua na parte externa do hospedeiro. - endoparasitismo: ocorre com a maioria dos microrganismos que atacam insetos e se caracteriza pelo desenvolvimento do parasito dentro destes, causando doenças. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - microrganismos servindo de alimento para insetos: larvas de mosquitos se alimentam de microrganismos e o seu metabolismo diminui a concentração de oxigênio, o que favorece a eclosão das larvas. - microrganismos atuando sobre substratos que servirão como alimento para insetos: microrganismos atuam decompondo matéria orgânica viva ou morta, liberando compostos menos complexos e mais atraentes para os insetos. Um exemplo é o que ocorre com as larvas de um díptero, Hylemya antiqua, a praga da cebola. Ela abre galerias e “inocula” um grande número de bactérias que se multiplicam e degradam as células da cebola. As larvas se alimentam dessa “papa” e não são capazes de ingerir células vivas. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - microrganismos cultivados por fungos: os fungos são os microrganismos mais cultivados (sim, cultivados!) por insetos. Além de servirem de alimento, mantém a temperatura e a umidade corretas dentro do ninho. - cultivo de fungos por formigas: formigas cultivam fungos para a sua sobrevivência, utilizando folhas secas ou frescas e até fezes como substrato. As espécies que cultivam fungos produzem substâncias antibióticas, como ácido fenilacético e mirmecacina, além de possuírem em seus próprios corpos colônias de bactérias que inibem o crescimento de fungos contaminantes. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - cultivo de fungos por cupins: cupins que não possuem protozoários cultivam microrganismos em madeiras em decomposição, na serrapilheira e húmus. Dessa forma, quem faz a decomposição da celulose são os fungos e os cupins se utilizam desta capacidade dos fungos para se alimentar. O fungo é transportado para novos ninhos pelos cupins alados na época da reprodução e nidificação. - cultivo de fungos por besouros: algumas espécies de besouros se associam a fungos para a produção de feromônios tanto para a atração de fêmeas quanto para a repelência de outros besouros. Por exemplo, besouros do gênero Gnathotrichus abrem galerias em árvores para a deposição dos ovos e acabam inoculando fungos específicos. Os esporos destes fungos associam-se aos novos adultos e transformam o hormônio de atração verbenol em hormônio repelente verbenona, indicando a outros coleópteros que aquela árvore já está parasitada. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - cultivo de fungos por vespas da madeira: as fêmeas da vespa Sirex noctilio inoculam esporos do fungo fitopatógeno Amylostereum areolatum nas árvores onde oviposita. O fungo germina e inicia um processo de necrose dos tecidos da planta, que então serve de alimento para as larvas. Larvas femininas do segundo ínstar recolhem uma porção dos esporos do fungo, que servirá de alimento em estágios finais da fase larval. Após a eclosão dos adultos, as fêmeas recolhem outra porção do fungo e armazenam em um bolsa na base do aparato ovipositor para um futuro inóculo. - microrganismos casualmente presentes na superfície do corpo de insetos - os insetos carregam uma enorme quantidade de microrganismos na superfície de seus corpos, podendo, inclusive, revelar o passado recente do hospedeiro. Grandes quantidades de microrganismos decompositores indicam uma vida recente em meios repletos de matéria orgânica em decomposição. Poucos microrganismos revelam solos pobres. Artrópodes aquáticos podem carregar coliformes fecais contaminantes da água onde vivem, além de poder contaminar o homem com agentes patogênicos. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - microrganismos no interior de insetos: - é no interior dos insetos que os microrganismos encontram o ambiente mais favorável para o seu desenvolvimento, onde há abrigo e nutrientes. Muitas vezes, microrganismos patogênicos não causam doença em insetos com taxas metabólicas estáveis; - quando é vantagem para um patógeno quiescente ativar-se como tal? - muitos microrganismos que vivem no interior dos insetos mantêm uma relação mutualística, provendo nutrientes, ajudando na digestão, produzindo enzimas, vitaminas, feromônios (locustol), fixando nitrogênio, etc. Os insetos, por sua vez, provêm abrigo e a perpetuação dos microrganismos. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - microrganismos no interior de insetos: - em linhas gerais, podemos dividir em três partes as características das interações benéficas de microrganismos que sobrevivem dentro de insetos: 1. secretam enzimas utilizadas na digestão; 2. tornam aproveitáveis alimentos inadequados, isto é, realizam parte da digestão; 3. fornecem vitaminas ou outros compostos importantes. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - insetos como vetores de microrganismos para animais e plantas: - insetos podem ser vetores de inúmeros microrganismos que são inócuos a eles próprios, mas podem causar doenças em animais e plantas. Em alguns casos, afetas inclusive o seu próprio vetor: - Rickettsia prowazekii, agente do tifo, é patogênica ao seu vetor Pediculus humanus; - Pasteurella pestis afeta a pulga vetor; - Salmonella afeta os ácaros vetores; - Borrelia afeta os carrapatos e os piolhos vetores; - Plasmodium, agente causador da malária, afeta as fêmeas dos mosquitos vetores. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - microrganismos patogênicos para insetos: - classificação das doenças: - infecciosas (fungos, bactérias, vírus, protozoários, rickétsias, micoplasmas, etc.) - não-infecciosas (fisiológicas, inflamatórias, neoplásicas, degenerativas) * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - microrganismos patogênicos para insetos: - sintomatologia: - quanto à localização: A) sintomas primários: resultam da ação direta do patógenos sobre determinado órgão do hospedeiro. Ex.: lesão necrótica por penetração de fungos. B) sintomas secundários: aparecem em um órgão de um inseto aparentemente isento de patógeno. Ex.: baixa produção de geleia real por nosemose da abelha. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - sintomatologia: - quanto à fisiologia e à morfologia: A) sintomas fisiológicos: aumento no consumo de oxigênio, diferenças de pH, etc. Necessitam de equipamentos específicos para a detecção. B) sintomas histológicos: alteração de células e tecidos. Podem ser necróticos ou plásticos: - necróticos: aparecem por morte ou danos de células. - plasmólise: perda de água por danos na membrana plasmática. - vacuolose: formação anormal de vacúolos. - citólise: destruição de células por ação de enzimas ou toxinas. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - sintomatologia: - quanto à fisiologia e à morfologia: - plásticos: alterações quantitativas ou qualitativas das células ou seus componentes. C) sintomas morfológicos: alteração da forma e estrutura de órgãos. - sintomas necróticos: degeneração e morte de tecidos. - sintomas plesionecróticos: coloração rosa-amarelo, descoloração parcial, transparência, flacidez e enrugamento. - sintomas holonecróticos: manchas escuras, podridão, mumificação, fraturas, abrasões, contusões, feridas. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - sintomatologia: - quanto à fisiologia e à morfologia: D) sintomas de comportamento: observa-se um comportamento anormal dos insetos: - migração na planta; - mudança de hábito; - tremores (ataxia). - classificação de sinais: - odores: cheiro de cola em ataques por B. larvae; cheiro de “podre” em ataques por bactérias. - vômitos escuros; - fezes leitosas; -fezes pegajosas. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS - diagnose: - Postulados de Koch: a) associação patógeno-hospedeiro; b) isolamento do patógeno; c) inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas; d) reisolamento do patógeno. * * CONTROLE BILÓGICO DE INSETOS MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A INSETOS RELAÇÕES ENTRE MICRORGANISMOS E INSETOS
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