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A Sistemática de Importação e Exportação Prof Claucir A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA • Por que exportar, O que exportar, Para onde exportar e Como exportar. • O PORQUE EXPORTAR está diretamente ligado as vantagens que a atividade exportadora oferece às empresas: A. Maior produtividade: exportar implica aumento da escala de produção, que pode ser obtida pela utilização da capacidade ociosa da empresa e/ou pelo aperfeiçoamento dos seus processos produtivos; a empresa poderá, assim, diminuir o custo de seus produtos, tornando-os mais competitivos, e aumentar sua margem de lucro. B. Diminuição da carga tributária: a empresa pode compensar o recolhimento dos impostos internos, via exportação - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS); - Programa de Integração Social (PIS) A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA C. Redução da dependência das vendas internas: a diversificação de mercados (interno e externo) proporciona à empresa maior segurança contra as oscilações dos níveis da demanda interna. D. Aumento da capacidade inovadora: as empresas exportadoras tendem a ser mais inovadoras que as não-exportadoras; costumam utilizar número maior de novos processos de fabricação, adotam programas de qualidade e desenvolvem novos produtos com maior freqüência. E. Aperfeiçoamento de recursos humanos: as empresas que exportam se destacam na área de recursos humanos, costumam oferecer melhores salários e oportunidades de treinamento a seus funcionários. F. Aperfeiçoamento dos processos industriais: melhoria na qualidade e apresentação do produto, comerciais e contratos mais precisos, novos processos gerenciais, etc., G. Imagem da empresa: caráter de empresa exportadora é uma referência importante, nos contatos da empresa no Brasil e no exterior; a imagem da empresa fica associada a mercados externos, em geral mais exigentes, com reflexos positivos para os seus clientes e fornecedores. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA • A internacionalização da empresa consiste em sua participação ativa nos mercados externos. Com a eliminação das barreiras que protegiam no passado a indústria nacional, a internacionalização é o caminho natural para que as empresas brasileiras se mantenham competitivas. • Se as empresas brasileiras se dedicarem exclusivamente a produzir para o mercado interno, sofrerão a concorrência das empresas estrangeiras dentro do próprio País. Por conseguinte, para manter a sua participação no mercado interno, deverão modernizar-se e tornar-se competitivas em escala internacional. • A atividade exportadora, contudo, não é isenta de dificuldades, inclusive porque o mercado externo é formado por países com idiomas, hábitos, culturas e leis muito diversos, dificuldades essas que devem ser consideradas pelas empresas que se preparam para exportar. • As empresas podem participar do mercado internacional de modo ativo e permanente, ou de maneira eventual. Em geral, o êxito e o bom desempenho na atividade exportadora são obtidos pelas empresas que se inseriram na atividade exportadora como resultado de um planejamento estratégico direcionado para os mercados externos. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA • As empresas podem ser classificadas segundo as seguintes categorias, as quais revelam as etapas do caminho a ser percorrido até se transformarem em exportadoras ativas. • não interessada: mesmo que eventualmente ocorram manifestações de interesse por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa prefere vender exclusivamente no mercado interno; • parcialmente interessada: a empresa atende aos pedidos recebidos de clientes no exterior, mas não estabelece um plano consistente de exportação; • exportadora experimental: a empresa vende apenas aos países vizinhos, pois os considera praticamente uma extensão do mercado interno, em razão da similaridade dos hábitos e preferências dos consumidores, bem como das normas técnicas adotadas; • exportadora ativa: a empresa modifica e adapta os seus produtos para atender aos mercados no exterior - a atividade exportadora passa a fazer parte da estratégia, dos planos e do orçamento da empresa. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA As empresas brasileiras interessadas em transformar-se em exportadoras ativas devem ter, entre outros, os seguintes cuidados: • para a conquista do mercado internacional, as empresas não devem considerar a exportação como uma atividade esporádica; • deverá estar em condições de atender sempre às demandas regulares de seus clientes no exterior; • a concorrência internacional é derivada, entre outros fatores, da existência de maior número de exportadores do que de importadores; • os exportadores brasileiros devem saber utilizar plenamente os mecanismos fiscais e financeiros colocados à sua disposição pelo Governo; • todas as comunicações recebidas de importadores externos devem ser respondidas (vendas futuras). AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • A exportação direta consiste na operação em que o produto exportado é faturado pelo próprio produtor ao importador (exige da empresa o conhecimento do processo de exportação em toda a sua extensão). • Cabe assinalar que a utilização de um agente comercial pela empresa produtora/exportadora não deixa de caracterizar a operação como exportação direta. • Nesta modalidade, o produto exportado é isento do IPI, e não ocorre a incidência do ICMS. Beneficia-se também dos créditos fiscais incidentes sobre os insumos utilizados no processo produtivo. • No caso do ICMS, é recomendável consultar as autoridades fazendárias estaduais, sobretudo quando houver créditos a receber e insumos adquiridos em outros Estados. FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • A exportação indireta é realizada por intermédio de empresas estabelecidas no Brasil, que adquirem produtos para exportá-los. Estas empresas podem ser: • Trading Company: a venda da mercadoria pela empresa produtora para uma trading que atua no mercado interno é equiparada a uma operação de exportação, em termos fiscais; • Empresas comerciais exclusivamente exportadoras; • Empresa comercial que opera no mercado interno e externo; • Outro estabelecimento da empresa produtora - neste caso a venda a este tipo de empresa é considerada equivalente a uma exportação direta, assegurando os mesmos benefícios fiscais – IPI e ICMS; e • Consórcios de exportadores. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • Entre os tipos de consórcios para exportação mais comuns temos: • Consórcio de Promoção de Exportações: esta forma de consórcio é mais recomendável para empresas que já possuem experiência em comércio exterior. As vendas no mercado externo são realizadas diretamente pelas empresas que integram o consórcio; • Consórcio de Vendas: a formação deste tipo de consórcio é recomendada quando as empresas que dele pretendem participar não possuem experiência em comércio exterior. As exportações são realizadas pelo consórcio, por intermédio de uma empresa comercial exportadora; • Consórcio de Área ou País: reúne empresas que pretendem concentrar suas vendas em um único país ou em uma região determinada. O consórcio pode ser de promoção de exportações ou de vendas. Pode ainda ser monossetorial ou multissetorial (Consórcio Monossetorial – agrega empresas do mesmo setor e o Consórcio Multissetorial - os produtos fabricados pelas empresas podem ser complementares, produtos de diferentes segmentos da mesma cadeia produtiva ou heterogêneos, produtos de diferentes setores, e destinados ou não a um mesmo cliente AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DEPREÇO DE EXPORTAÇÃO • O Ministério das Relações Exteriores, por intermédio do Departamento de Promoção Comercial (DPR), tem desenvolvido um amplo trabalho de promoção comercial no exterior, com vistas ao aumento e à diversificação das exportações brasileiras. • No exterior, o DPR presta apoio aos exportadores brasileiros por meio de uma rede de 52 Setores de Promoção Comercial (SECOMs), que integram as estruturas de Embaixadas e Consulados-Gerais do Brasil em 48 países. • O DPR, por intermédio de suas três Divisões (Divisão de Informação Comercial - DIC, Divisão de Operações de Promoção Comercial - DOC e Divisão de Programas de Promoção Comercial - DPG), presta apoio às empresas brasileiras. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • Agência de Promoção de Exportações (APEX), atuando em coordenação com o Departamento de Promoção Comercial (DPR), apóia projetos de promoção de exportações, apresentados por instituições sem fins lucrativos, que contemplem ações de desenvolvimento da oferta exportável (adequação de produtos e melhoria de processos), bem como outras ações promocionais (feiras, missões, elaboração de catálogos, encontros de negócios). • As empresas interessadas em contar com o apoio da APEX devem procurar as entidades e associações de classe que as representam ou o SEBRAE do respectivo Estado, para obter mais informações sobre os programas da APEX, aderir a projetos em execução ou participar da elaboração de um novo projeto a ser apresentado àquela agência. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • O marketing internacional é um conjunto de atividades, destinadas à satisfação de necessidades específicas, que inclui a divulgação e a promoção da empresa exportadora e de seus produtos nos mercados externos. • O êxito nas exportações está intimamente relacionado com a divulgação da empresa e de seus produtos no exterior, razão pela qual os exportadores brasileiros devem dar atenção especial a esta atividade. • Cabe assinalar que a propaganda é apenas uma das atividades relacionadas com o marketing. • São condições básicas para o desenvolvimento do marketing: a identificação das necessidades de consumo; disponibilidade do produto; comunicação entre o exportador e o importador; fatores que contribuam para a aceitação do produto e canais de distribuição; os agentes e os comerciantes no comércio exterior e o material promocional a ser utilizado. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO Os agentes no comércio exterior podem ser de três tipos: • O agente externo é um representante do exportador, que possui exclusividade na venda de seus produtos em um determinado mercado. Recebe comissão sobre as vendas realizadas. • O broker (corretor) é o agente especializado em certo grupo de produtos ou setor. Costuma ser utilizado em operações que envolvem produtos primários (commodities) e atua, via de regra, nas Bolsas de Mercadorias. Recebe comissão sobre os valores das operações. • O factor é o agente que recebe mercadorias em consignação e é pago, igualmente, mediante comissão sobre as vendas realizadas. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • Entre os tipos de comerciantes temos: • importador-distribuidor: é o comerciante no país de destino, que se dedica ao comércio de importação e distribuição de mercadorias por atacado; • subsidiária de vendas do produtor-exportador: empresa criada no país de destino, que se responsabiliza pela montagem e manutenção de rede de distribuição própria naquele mercado; • rede de comerciantes atacadistas e varejistas: estabelecida no país de destino, habitualmente mantém departamento próprio de importação e providencia a distribuição do produto, inclusive por intermédio de subsidiárias. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO • A fixação do preço de exportação deve ser precedida de um estudo detalhado das condições de mercado, de forma a viabilizar a manutenção do esforço exportador, sem prejuízo para a empresa. É elemento fundamental para as condições de competição do produto a ser exportado; • Tal como ocorre no mercado interno, será necessário, também no mercado externo, um acompanhamento permanente da entrada de novos produtos concorrentes, das mudanças nos custos de produção e das alterações no nível da demanda. • Cabe assinalar que, em princípio, os preços de exportação não estão sujeitos à verificação por qualquer entidade de controle no Brasil. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO Entre os fatores que influenciam o preço de exportação temos: • Competidores potenciais; • Custos de produção; • Esquemas de financiamento à exportação; • Tratamento tributário aplicável à exportação; • Despesas de exportação (embalagem específica para exportação, despesas portuárias, despesas com despachantes, gastos com pessoal especializado, caso a empresa não decida pela exportação indireta, frete e seguro interno até o local de embarque, etc.); • Preços praticados por competidores de terceiros países; • Comportamento dos consumidores; • Novas tecnologias. AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO Metodologia para a fixação do preço de exportação com base no preço do produto no mercado interno • Excluir os elementos que compõem normalmente o preço do produto no mercado interno, mas que não estarão presentes no preço de exportação (exemplos: ICMS, IPI, PIS, etc.); e • Incluir as despesas que não integram a composição do preço interno, mas farão parte do preço de exportação, na modalidade FOB. Exemplos: gastos com a embalagem de exportação, despesas com o transporte do produto até o local de embarque, comissão de agente no exterior, etc AS FORMAS, AGENTES E A FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO - QUAL O TRATAMENTO FISCAL DEFERIDO ÀS AQUISIÇÕES DE MERCADO INTERNO COM O FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO? - ICMS: não incidência, artigo 7º, § 1º, item 1, letra "a", do RICMS-SP - Para outros Estados, consultar o respectivo regulamento; - IPI: suspenso, artigo 43, inciso V, do Ripi; - PIS: não incidência, artigo 5º, inciso III, da Lei nº 10.637/02; - Cofins: não incidência, artigo 6º, inciso III, da Lei nº 10.833/03. Exemplificando: Preço de mercado interno sem o IPI (Para efeito de cálculo das deduções) R$ 5.000,00 Preço de mercado interno ( inclusive IPI de 14%) R$ 5.700,00 Deduções: IPI (14% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 700,00 ICMS (18% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 900,00 COFINS (3% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 150,00 PIS (0,65% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 32,50 Lucro no mercado interno (10% sobre o preço no mercado interno sem IPI) R$ 500,00 Continuando: Embalagem no mercado interno R$ 40,00 Total das Deduções R$ 2.322,50 Primeiro Subtotal (Diferença entre o preço com o IPI R$ 5.700,00 e o total de deduções R$ 2.322,50) R$ 3.377,50 Inclusões Embalagem de Exportação R$ 55,00 Frete e Seguro da fábrica ao local de embarque R$ 100,00 Total das Inclusões R$ 150,00 Segundo subtotal (Soma do primeiro subtotal R$ 3.377,50 com o total das inclusões R$ 155,00) R$ 3.532,50 Continuando: Observações: • A parte final do cálculo para a apuração do valor de R$3.925,00, levando-se em consideração o percentual de 10 por cento correspondente à margem de lucro pretendida pelo exportador, pode ser desenvolvida com a utilização de uma regra de três simples. Assim, se o valor de R$ 3.532,50 corresponde a 90 por cento do preço final, R$ 3.925,00 será o preço final de exportação, incluídos os 10 por cento estipulados, ou seja, R$ 392,50: • R$ 3.532,50 → 90%• Preço FOB → 100% Margem de lucro pretendida (10% calculado sobre o preço FOB) R$ 392,50 Preço FOB (R$ 3.532,50 mais R$ 392,5) R$ 3.925,00 Tomando-se uma taxa de câmbio hipotética de US$ 1,00 = R$ 2,30 (05 Ago 13), tem-se o preço FOB de US$ 1.706,52 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS NA EXPORTAÇÃO • O Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, instituído pelo Decreto n° 660, de 25/09/92, é a sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro, que integra as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), da Receita Federal do Brasil (RFB) e do Banco Central do Brasil (BACEN), no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de exportação. • As operações registradas no Sistema são analisadas "on-line", tanto pelos órgãos gestores (SECEX, RFB e BACEN), quanto pelos chamados órgãos anuentes, que estabelecem regras específicas para o desembaraço de mercadorias dentro de sua área de competência. SISCOMEX: • Definição: é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de Comércio Exterior, através de um fluxo único, computadorizado, de informações. • O usuário, por intermédio de terminal conectado os Sistema, presta as informações necessárias ao exame e efetivação dos documentos contempladas, as quais são criticadas instantaneamente (on-line). Tudo por meio de diversas transações apresentadas em tela de vídeo, em eventos que se sucedem. VANTAGENS DO SISCOMEX • Harmonização de conceitos e uniformização de códigos e nomenclaturas, utilizados pelos órgãos governamentais que atuam no exterior; • Ampliação dos pontos do atendimento no país, por meio eletrônico; • Eliminação de coexistência de controles paralelos de coleta de dados; • Simplificação e padronização das operações de comércio exterior; • Redução de erros e fraudes. • Diminuição significativa do volume de documentos; • Agilidade na coleta e processamento de informações, por meio eletrônico; • Redução de custos administrativos para todos os envolvidos no sistema; • Crítica dos dados utilizados na elaboração das estatísticas de comércio exterior. Órgãos Gestores: • Os órgãos gestores que cuidam da administração, manutenção e aprimoramento do Sistema, sendo, então, responsáveis pela implantação e atualização das informações e normas de comércio exterior, conforme suas áreas de competências, são: • Fase Comercial: Secretaria de comércio Exterior – Secex: responsável pelo licenciamento (autorização para saída ou entrada de mercadoria); • Fase Aduaneira: Secretaria da Receita Federal – SRF; • Fase Cambial: Banco central do Brasil – Bacen. Usuários do Siscomex: • São conceituados como usuários todos os que têm acesso aos Siscomex: os órgãos gestores, os órgãos anuentes e os demais participantes do processamento das operações (bancos, corretoras, transportadores, depositários, despachantes aduaneiros, exportadores e importadores brasileiros); • Para operar diretamente no Sicomex, as empresas devem estar conectadas ao Sistema e possuir habilitação, por meio de senha obtida junto a Receita Federal; • Entretanto, a empresa pode utilizar serviços de terceiros que possuem senha, sem descaracterizar sua condição de exportador direto, uma vez que a operação é efetuada em nome da empresa, pois consta no seu CNPJ, configurando-a como exportadora. Acesso ao Siscomex: • O acesso ao Siscomex pode ocorrer conforme abaixo: 1. Pela utilização de terminais próprios, cuja ligação dos equipamentos é feita pela Rede Serpro; 2. Pela Rede Sisbacen (Sistema de Informações do Banco Central) para os bancos e corretoras de câmbio, acessando o Sistema em nome do exportador, para fins de solicitação de RE, RV e RC; 3. Por meio de equipamentos que se encontram á disposição dos usuários (sala de contribuintes da SRF). Registro de Exportadores e Importadores (REI) • Toda empresa para exportar, deve ser cadastrada no REI, da Secretaria de Comércio Exterior. A inscrição ocorre no ato da primeira operação (Registro de Exportação – RE, Registro de Venda – RV ou Registro de Operação de Crédito), por meio de qualquer ponto conectado os Siscomex; • Em resumo, a inscrição no REI credencia o interessado a processar suas operações de exportação no Siscomex – RE, RV e RC; • A função de REI é disponibilizar dados cadastrais das empresas exportadoras e importadoras, para acesso a qualquer momento, em controles e estudos inerentes para acesso aos órgãos gestores e anuentes e mesmo para alimentação de informações nos documentos elaborados no âmbito do Siscomex, de forma que a atualização dos dados é de extrema importância. Registro de Exportação (RE) • O RE é o licenciamento eletrônico, que consiste no conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal, as quais caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem seu enquadramento. • Normalmente se inicia com a solicitação do Registro de Exportação – RE, pelo exportador ou por seu representante legal. • Se estiver com todos os seus campos preenchidos corretamente, atender às normas de comércio exterior previstas e, além disso, não contiver qualquer informação que tenha sido direcionada para análise a nenhum órgão anuente, o RE é validado e deferido automaticamente pelo Sistema, assumindo a condição de “Efetivado”. Em caso de alguma pendência, enquanto algum órgão anuente não se pronuncia, o RE permanece na situação “Pendente de Efetivação”. Registro de Exportação (RE) • O prazo de validade do RE é de até 60 dias da data de sua elaboração, para fins de solicitação do despacho á SRF, exceto produtos sujeitos a RV ou RC, quando prevalece o prazo de um destes últimos, se menor que o do RE. Ultrapassando o prazo de validade, o RE assume a situação de “Vencido”. • Para exportação de até U$ 10 mil, enquadradas como “normais”, pode ser elaborado o RE Simplificado, que possui menos campos para preenchimento, demandando menos tempo de custo e elaboração. Registro de Venda (RV) • O RV é o conjunto de informações que caracteriza o instrumento de venda de commodities ou de produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias; • Estão sujeitas a RV, as exportações de café, soja, açúcar, cacau, ouro e alumínio; • O RV deve ser solicitado no Siscomex previamente ao RE. Registro de Operações de Crédito (RC) • Representa o conjunto de informações de natureza comercial, financeira e cambial, que caracteriza as vendas de mercadorias e serviços ao exterior, realizadas a prazo e com incidência de juros, em cambiais distintas das do principal (exportações financiadas). • As exportações com prazo de pagamento superior a 180 dias são conceituadas como financiadas e demandam preenchimento de RC. • Cada RC corresponde a um pacote financeiro e pode abranger a exportação de diversas mercadorias ou serviços, com previsão para um ou múltiplos embarques. Registro de Operações de Crédito (RC) A validação ou efetivação da RC depende da anuência de certos órgãos anuentes que são: • MDIC/Secex/Decex: para financiamento com recursos do próprio exportador ou de terceiros, sem Proex ( Código de Enquadramento do RC 1); • Banco do Brasil S/A: para operações cursadas ao amparo do Proex – (Equalização 2) ou financiamento (Enquadramento 3). A análise do RC, por parte do anuente, gera uma das três situações: • Aprovação do RC; • Retorno ao Exportador, com mensagem de pendência(s); • Rejeição do RC. Despacho Aduaneiro na Exportação • Em 04 de fevereiro de 1993 foi iniciada a primeira etapa de informatização do comércio exterior brasileiro, com a implantação do módulo Siscomex - Exportação, que ensejou a automação dos procedimentos operacionais e administrativos, reduzindo os custos tanto parao Governo quanto para o setor privado. Com a substituição dos documentos (guia e declaração de exportação) por documentos emitidos eletronicamente, a produção das estatísticas de comércio exterior ganhou significativo avanço. • O Despacho Aduaneiro é o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço aduaneiro da mercadoria destinada ao exterior, seja ela exportada a título definitivo ou não. • Estão sujeitas também a despacho as mercadorias que, importadas a título não definitivo, devam ser objeto de reexportação. DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DE EXPORTAÇÃO (DSE) A DSE, excluídos os casos de utilização de formulários próprios (sem registro no Siscomex), é aceita, por meio de formulação em terminal conectado ao Sistema, no despacho aduaneiro de bens: • Exportados, com ou sem cobertura cambial, até o limite de U$ 10 mil; • Exportados, a título de ajuda humanitária, em caos de guerra ou calamidade pública, por órgão de governo ou instituição social; • Sob o regime de exportação temporária; • Devolvidos ao exterior por erros de manifesto; • Integrantes de bagagem desacompanhada. DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DE EXPORTAÇÃO (DSE) • DSE visa portanto, além de outras vantagens, beneficiar a exportação de pequenas e médias empresas. • O programa “Exporta Fácil” dos Correios, está estruturado na utilização deste documento. • Podem, ainda, ser utilizadas as empresas especializadas em entregas rápidas de encomendas. Controle Cambial: • Na fase cambial, que é controlada pelo Bacen, intervêm instituições financeiras. • O exportador firma um contrato de câmbio com a instituição financeira, no qual se compromete a entregar determinada quantia de moeda estrangeira, decorrente de sua operação de exportação, devendo a instituição, em contrapartida, entregar o equivalente em moeda nacional, dentro de determinadas condições. • O contrato de câmbio deve ser vinculado, no Sicomex, a uma operação de exportação. SISCOMEX – IMPORTAÇÕES • A implementação do módulo Siscomex - Importação se deu em 1997, ampliando o processo de desburocratização do comércio exterior brasileiro. • Ao mesmo tempo, proporcionou expressiva modernização do sistema de apuração das estatísticas de comércio exterior, antes baseado em documentos como a Guia de Importação (GI) e a Declaração de Importação (DI), que foram também substituídas por documentos emitidos eletronicamente. SISCOMEX – IMPORTAÇÕES • A habilitação de usuários para operação direta segue a mesma rotina descrita para exportação; • Quando se trata de mercadoria ou operação de importação, objeto de controles especiais do órgão licenciador (Secex) ou demais órgãos federais que atuam como anuentes, a importação fica sujeita a Licenciamento Não-Automático. • A LI conjuga informações referentes à mercadoria e à operação em cinco fichas: a das informações básicas (referentes ao importador, país de procedência e unidades da SRF), a do fornecedor (dados sobre exportador/fabricante/produtor), da mercadoria, da negociação (tipo de operação: acordo, regime de tributação, forma de pagamento) e complementares. • O prazo de validade da LI é de 60 dias, podendo ser solicitado a prorrogação. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI) • Contempla o conjunto de informações, registradas no Siscomex, correspondentes a uma determinada operação de importação: 1. Informações gerais a todas as mercadorias objeto do despacho- importador, básicas, transporte, carga, pagamento e complementares. 2. Informações específicas, relativas a cada mercadoria sujeita a licenciamento automático ou não-automático: fornecedor, mercadoria, valor aduaneiro, tributos e câmbio. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI) • O importador, para dar início ao despacho aduaneiro, deve formular e transmitir para registro sua DI; • Uma mesma DI não pode conter mercadorias vindas diretamente do exterior e outras oriundas de quaisquer dos regimes aduaneiros especiais ou atípicos; • O sistema permite que a DI seja retificada: 1. No curso do despacho, no próprio Sistema, pelo importador, ainda que por exigência da fiscalização, ficando a efetivação pendente de análise e aceitação pela fiscalização aduaneira; 2. Após o desembaraço, pela autoridade aduaneira, mediante solicitação do importador (por meio de processo) ou de ofício (notificação). DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI) • A DI pode ser cancelada pela Aduana quando: 1. No despacho antecipado ficar devidamente comprovado que a mercadoria não ingressou no país ou foi descarregada em unidade da SRF diversa daquela onde ocorreu o registro da DI; 2. A mercadoria não atender aos controles específicos de outro órgão governamental e esse determinar o seu retorno ao exterior ou a sua destruição; 3. Perante a autoridade aduaneira, ficar comprovado erro manifesto (de total evidência). DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO • É o procedimento fiscal ou conjunto de atos e formalidades necessários ao desembaraço de toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não. • Incluem-se os casos de mudança de regime aduaneiro e de nacionalização, de mercadorias importadas ao amparo de regimes aduaneiros especiais ou atípicos. • O despacho se processa no Siscomex, com base na DI ou na DSI (para casos aplicáveis) e a data de registro de um desses documentos define o início do processo. DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO • De forma geral, o despacho é composto pelas seguintes etapas: 1. Registro da DI - efetivado após a chegada da carga no Sistema que dispõe do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento - Mantra; 2. Seleção de canais – Canal Verde, Laranja, Vermelho e Cinza; 3. Direcionamento do despacho – determina o caminho; 4. Distribuição da declaração – pelos auditores da RFB; DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO 5. Conferência aduaneira – identifica o importador e sua integridade; 6. Desembaraço aduaneiro - ato final do despacho e entrega da mercadoria ao importador (libera no Siscomex a emissão do comprovante de importação); 7. Comprovante de Importação – não elimina a documentação fiscal para circulação no território nacional; 8. Entrega da Mercadoria – ocorre no depósito mediante apresentação do comprovante de importação. Drawback Eletrônico: • Em constante aprimoramento, em novembro de 2001, o Siscomex incorporou o módulo drawback eletrônico, visando permitir um controle ágil, simplificado e eficiente daquelas operações. • O regime aduaneiro especial de drawback permite a desoneração de impostos na importação, que fica vinculada a um compromisso exportador. • O módulo drawback eletrônico constitui notável avanço na operacionalização do regime, integrando-se ao Siscomex nas vertentes de importação e exportação. Além de agilizar e modernizar o sistema, a nova sistemática facilitou o acesso ao regime, conferindo maior segurança ao controle dessas operações. • Por meio do módulo drawback eletrônico é possível efetuar o registro do Drawback em documento eletrônico, com todas as etapas (solicitação, autorização, consultas, alterações, baixa) informatizadas, e permitir o acompanhamento das importações e exportações vinculadas ao RD (Registro de Drawback) integrado aos demais módulos do Siscomex. SISCOMEX – Trânsito • Em dezembro de 2002, entrou em operação o módulo Siscomex Trânsito destinado ao controle aduaneiro informatizado do regime especial de trânsito aduaneiro de entrada, passagem ou transferência, inclusive na operação de transporte multimodal. Principais Características do Siscomex Trânsito: a) Abrange todas as operações de trânsito entre todas as unidades da SRF; b) Controla a atuação dos transportadores através de cadastros informatizados de validade nacional, prestação de Termo de Responsabilidade genérico para TrânsitoAduaneiro (TRTA), prestação de garantia, gerenciamento de ocorrências e aplicação de suspensão; c) Substitui a declaração de trânsito (DT) no papel pela sua declaração diretamente no sistema, mesmo antes da chegada da carga no território aduaneiro; d) Controla eletronicamente as cargas sob o regime de trânsito aduaneiro, desde o início da operação de trânsito até a sua conclusão; e) Possibilita retratar de forma automática a realidade do trânsito aduaneiro no Brasil, através de dados estatísticos atualizados diariamente pelo Sistema. SISCOMEX - Carga • No dia 31 de março de 2008 entrou em funcionamento o Siscomex Carga, módulo que integrará os sistemas Mercante e Siscomex e permitirá à Receita Federal do Brasil (RFB) controlar eletronicamente a movimentação de embarcações e de cargas nos portos alfandegados. • Trata-se de um sistema público de controle informatizado da movimentação de embarcações, cargas e unidades de carga em portos nacionais alfandegados, cujo principal objetivo é garantir o total controle de entrada e saída das embarcações e cargas no embarque, desembarque, trânsito aduaneiro, baldeação e de passagem nos portos brasileiros, tanto no longo curso quanto na cabotagem. • É ainda objetivo do novo sistema, melhorar o controle das cargas que entram, saem e passam pelo Brasil, combatendo fraudes e reduzindo o fluxo de papel manuseado pelos fiscais da Receita Federal do Brasil. SISCOMEX - Carga • Com a implantação deste módulo, a Receita Federal terá conhecimento sobre as cargas transportadas antes que as embarcações atraquem em nossos portos, podendo atuar preventivamente, selecionando aquelas que, por sua natureza, origem e destinação apresentem maior risco ao controle aduaneiro. • A ideia é ter controle do que entra no país com 48 horas de antecedência, melhorando o planejamento da fiscalização para o tratamento dessas mercadorias. Com as informações antecipadas da carga, a Aduana poderá se preparar, por exemplo, na eventualidade da chegada de alguma carga suspeita, para bloquear ou não a sua entrada. • Para a segunda fase, estão previstos o armazenamento da mercadoria em recinto alfandegário, a remoção da carga dos terminais molhados para os portos secos (antigos EADI) e a informação do boletim de carga e descarga pelos operadores portuários. Já na última fase, a Receita Federal quer tornar o Siscomex Carga o sistema que controlará todo o tipo de carga que ingressar no país por meio aquático, terrestre ou aéreo. Habilitação Para Utilizar o Siscomex: • Os empresários que atuam no comércio exterior podem ter acesso ao Siscomex de dentro do seu próprio estabelecimento, interligando-se ao sistema através de um computador da sua empresa, bem como ter acesso ao sistema a partir de qualquer ponto conectado (bancos, corretoras ou despachantes aduaneiros), ou por meio de terminais instalados nos órgãos federais encarregados do controle do comércio exterior. • No entanto, para que seja efetuada uma importação ou exportação de mercadorias, primeiramente o interessado deverá providenciar, junto à Receita Federal, sua habilitação no Siscomex, por meio de senha, para operação no sistema e o credenciamento de seus representantes para a prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. Habilitação Para Utilizar o Siscomex: • O procedimento de habilitação pode ocorrer em quatro modalidades, conforme o tipo e a atuação do interveniente, quais sejam: 1. Ordinária: para as pessoas jurídicas que atuem habitualmente no comércio exterior; 2. Simplificada: para as pessoas físicas, as empresas públicas ou sociedades de economia mista, as entidades sem fins lucrativos e, também, para as pessoas jurídicas que se enquadrarem nas seguintes situações: a) Obrigadas a apresentar, mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF); b) Constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, bem como suas subsidiárias integrais; c) Habilitadas a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul); d) Que atuem exclusivamente como pessoa jurídica encomendante; e) Que realizem apenas importações de bens destinados à incorporação ao seu ativo permanente; f) Que atuem no comércio exterior em valor de pequena monta, também incluído nessa modalidade o importador por conta e ordem de terceiros. Habilitação Para Utilizar o Siscomex: 3. Especial: para órgãos da administração pública direta, autarquias e fundações públicas, organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais. 4. Restrita: exclusivamente para a realização de consultas ou retificações de declarações aduaneiras de pessoas físicas ou jurídicas que tenham operado anteriormente no comércio exterior e não estejam habilitadas em nenhuma das modalidades anteriores. • Estão dispensadas do procedimento de habilitação as operações realizadas por intermédio dos Correios ou de empresa de transporte expresso internacional (Courier). Habilitação de Responsável Legal • A atuação da pessoa jurídica em operações de comércio exterior (importação, exportação, trânsito aduaneiro e internação da Zona Franca de Manaus) depende de análise prévia de suas informações cadastrais e fiscais, pela Receita Federal. • Autorizada a operar no comércio exterior, a Receita Federal cadastra a empresa e efetua a habilitação do seu responsável legal (dirigente, diretor, sócio-gerente). • Esta pessoa física habilitada credencia os representantes da empresa (prepostos ou despachantes aduaneiros) diretamente no Siscomex. Credenciamento de Representante Legal • Após a habilitação do responsável legal pela pessoa jurídica junto à Receita Federal, este poderá credenciar no Siscomex as pessoas físicas que atuarão como representantes da empresa para a prática dos atos relacionados com o despacho aduaneiro. • No caso de pessoa física, o credenciamento de seu representante pode ser feito pelo próprio interessado, se ele for habilitado a utilizar o Siscomex, ou mediante solicitação para a unidade da Receita Federal de despacho aduaneiro. Credenciamento de Representante Legal O interessado, pessoa física ou jurídica, somente pode exercer atividades relacionadas com o despacho aduaneiro: a) Por intermédio do despachante aduaneiro; b) Pessoalmente, se pessoa física; c) Se pessoa jurídica, também mediante: 1. dirigente; 2. empregado; 3. empregado de empresa coligada ou controlada; 4. funcionário ou servidor especificamente designado, no caso de órgão da administração pública, missão diplomática ou representação de organização internacional. • Consequentemente, somente essas mesmas pessoas podem ser credenciadas como representantes do interessado para atuar em seu nome no Siscomex. Nomenclatura e Classificação de Mercadorias • Ao preencher o Registro de Exportadores e Importadores (REI) no SISCOMEX, a empresa deverá classificar seus produtos, de acordo com duas nomenclaturas: • a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) e; • a Nomenclatura Aduaneira da ALADI (NALADI/SH); • ambas criadas com base na Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (SH), firmada em Bruxelas, em 14 de junho de 1983. • O SH possui 6 dígitos, mas cada país pode acrescentar até quatro dígitos. Classificação Fiscal de Mercadorias • A Classificação Fiscal de mercadorias é importante não somente para determinar os tributos envolvidos nas operações de importação e exportação, e de saída de produtos industrializados, mas também, em especial no comércio exterior, para fins de controle estatístico e determinação do tratamento administrativo requerido para determinado produto; • O importador, exportador ou fabricação de certo produto, deve, em princípio, determinar ele próprio, ou através de um profissional por ele contratado, a respectiva classificaçãofiscal, o que requer que esteja familiarizado com o Sistema Harmonizado de designação e codificação de mercadorias e as regras gerais para a interpretação do Sistema Harmonizado. Sistema Harmonizado (SH) • O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH), é um método internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de códigos e respectivas descrições; • Criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional, aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas do comércio exterior, facilita as negociações, elaboração de tarifas de fretes; • Composição: 6 dígitos (especificações de produtos como origem, constituição e aplicação); • Compreende 21 seções, composta por 96 capítulos (divididos em posições e subposições. Código SH: 0104.10 Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe ou com cria ao pé. Estrutura e Composição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) • O Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai adotam, desde janeiro de 1995, a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que tem por base o Sistema Harmonizado (SH). • Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são formados pelo Sistema Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo dígitos correspondem a desdobramentos específicos atribuídos no âmbito do Mercosul. A sistemática de classificação dos códigos na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) obedece à seguinte estrutura: Exemplo: Código NCM: 0104.10.11 Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe ou com cria ao pé Este Código é resultado dos seguintes desdobramentos: Seção I - animais vivos e produtos do reino animal • Capítulo 01 - Animais vivos; • Posição 0104 - Animais vivos das espécies ovina e caprina; • Subposição 0104.10 - Ovinos; • Item 0104.10.1 - Reprodutores de raça pura; • Subitem 0104.10.11 - Prenhe ou com cria ao pé. Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM): Dúvidas na Classificação • A solução de consultas sobre classificação fiscal de mercadorias é de competência da Secretaria da Receita Federal (SRF), por intermédio da Coordenação-Geral do Sistema Aduaneiro e da Superintendência Regional da Receita Federal; • Em caso de dúvidas sobre a correta classificação fiscal de mercadorias, o interessado deverá contatar a Unidade da Receita Federal do seu domicílio fiscal (consulta por escrito). Documentação para Exportação Os documentos exigidos nas operações de exportação são os seguintes: • Documentos referentes ao exportador: - Inscrição no REI - Registro de Exportadores e Importadores da SECEX/MDIC • Documentos referentes ao Contrato de Exportação: - Fatura Pro Forma; - Carta de Crédito ou borderô, em caso de cobrança documentária; - Letra de Câmbio; e - Contrato de Câmbio. Documentação para Exportação • Documentos referentes à mercadoria - acompanham todo o processo de traslado da mercadoria desde o estabelecimento do exportador até o local de destino designado pelo importador: - Registro de Exportação no SISCOMEX; - Registro de Operação de Crédito; - Registro de Venda; - Solicitação de Despacho (SD); - Nota Fiscal; - Conhecimento de Embarque (Bill of lading); - Fatura Comercial (commercial invoice); - Romaneio (packing list); - Outros documentos: Certificado de Origem, Legalização Consular, Certificado ou Apólice de Seguro, Borderô ou Carta de Entrega. Documentação para Exportação • Há duas modalidades especiais de exportação que são objeto de regulamentação específica. • Nas exportações temporárias, as empresas poderão enviar para o exterior mercadorias para exibição em exposições ou em feiras. • O exportador é obrigado a comprovar o retorno da mercadoria no prazo máximo de 180 dias, contados a partir da data de embarque ou, no caso de venda, do ingresso da moeda estrangeira. • Nas exportações em consignação, as empresas poderão realizar vendas com prazo máximo de 180 dias, a contar da data do embarque, prorrogável por até 180 dias. • Até o vencimento, as empresas deverão providenciar a liquidação das cambiais. Caso não ocorra a venda, a empresa terá o prazo de 60 dias para comprovar o retorno da mercadoria, contado a partir do término do prazo estipulado. Registro de Exportação Simplificado - RES ("Simplex") • A Sistemática de Câmbio Simplificado para as Exportações Brasileiras (Circular BACEN nº 2836, de 08/09/98), conhecida como "SIMPLEX", aplica-se às exportações de até dez mil dólares, por operação (incluídas as despesas referentes ao INCOTERM pactuado). • Qualquer produto pode ser exportado por intermédio do SIMPLEX, tanto por empresas como por pessoas físicas, desde que não esteja sujeito a controles por órgãos governamentais. • A operação de câmbio simplificado é regulada pela Circular BACEN nº 2.967, de 11/02/2000. Ao utilizar o SIMPLEX, o exportador deverá assinar Boleto de Compra e Venda de Moeda Estrangeira em banco credenciado a operar com câmbio. Registro de Exportação Simplificado - RES ("Simplex") Algumas características do registro simplificado são: • exportações por meio do SIMPLEX podem ser pagas por intermédio de cartão de crédito internacional; • o Boleto de Compra e Venda de Moeda Estrangeira pode ser negociado no prazo de até 90 dias, antes ou depois do embarque, e a empresa exportadora poderá utilizar várias formas de pagamento (antecipado, cobrança e carta de crédito); o prazo mencionado é improrrogável; • deve ser emitido um RES para cada produto, caso a operação de exportação compreenda mercadorias diferenciadas e a soma dos valores dos produtos não poderá, de todo modo, ultrapassar o montante de dez mil dólares; • o boleto de câmbio simplificado é negociado com o banco credenciado, ao qual o exportador deverá fornecer os dados para preenchimento do Boleto de Compra e Venda; • a negociação cambial deverá ser realizada após o pagamento da exportação; • o câmbio simplificado, o exportador deverá guardar os respectivos documentos por cinco anos, para eventual verificação pelo Banco Central. Registro de Exportação Simplificado - RES ("Simplex") Não podem beneficiar-se do "SIMPLEX" operações como: • exportação para consumo a bordo; • exportação de material usado; • exportação em consignação; • exportação de produtos beneficiados pelo Sistema Geral de Preferências; • exportação sujeita ao RV (Registro de Venda); • exportação com financiamento do PROEX; • exportação de produtos sujeitos a pagamento do Imposto de Exportação. Declaração Simplificada de Exportação – DSE • Com a finalidade simplificar e facilitar o processamento de operações de até dez mil dólares foi regulamentada, pela Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal n º 155, de 22 de dezembro de 1999, a Declaração Simplificada de Exportação (DSE). • Preenchida pelo exportador, por intermédio de computador conectado ao SISCOMEX. • Todas as exportações, feitas por DSE, podem ser pagas por meio de cartão de crédito internacional ou por meio de Boleto de Compra e Venda de Moeda Estrangeira. Declaração Simplificada de Exportação – DSE A DSE será utilizada no despacho aduaneiro de bens: • exportados por pessoa física, com ou sem cobertura cambial, até o limite de US$ 10,000.00; • exportados por pessoa jurídica, com ou sem cobertura cambial, até o limite de US$ 10,000.00; • exportados, a título de ajuda humanitária, em casos de guerra ou calamidade pública; • exportados sob o regime de exportação temporária, para posterior retorno ao Brasil nas mesmas condições, ou após conserto, reparo ou restauração; • reexportados de acordo com a Instrução Normativa número 150 da Secretaria da Receita Federal (SRF), que dispõe sobre o regime de admissão temporária de bens procedentesdo exterior Declaração Simplificada de Exportação – DSE • A DSE será registrada por solicitação do exportador, mediante numeração automática única, seqüencial e nacional (reiniciada a cada ano), pelo SISCOMEX. • Será admitido o registro de DSE pelo correio ou por intermédio de empresa de transporte internacional expresso, quando se tratar de remessa postal internacional, até o limite de dez mil dólares ou o equivalente em outra moeda, e de encomenda aérea, igualmente até o limite de dez mil dólares ou o equivalente em outra moeda. • Caso não tenha sido registrada no prazo de quinze dias, a DSE será cancelada automaticamente. Declaração Simplificada de Exportação – DSE • A DSE será submetida ao módulo de seleção parametrizada do SISCOMEX, e a seleção para conferência seguirá os critérios estabelecidos pela Coordenação–Geral do Sistema Aduaneiro (COANA) e pela unidade local da SRF. • A mercadoria cuja DSE, registrada no SISCOMEX, tenha sido selecionada para o canal verde de conferência aduaneira será desembaraçada mediante procedimento automático do SISCOMEX. • A mercadoria cuja Declaração tenha sido selecionada para o canal vermelho será conferida e registrada no SISCOMEX pelo Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRF). PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS NA IMPORTAÇÃO • Em geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo os importadores tão somente providenciar o registro da Declaração de Importação (DI) no Siscomex. • Para algumas mercadorias ou operações especiais, o licenciamento poderá ser automático ou não automático e, em regra, deverá ser obtido previamente ao embarque da mercadoria no exterior. • Em qualquer caso, o importador deverá consultar o Siscomex a fim de verificar o tratamento administrativo a que se subordina a sua operação PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS NA IMPORTAÇÃO • A Licença de importação (LI) conjuga informações referentes à mercadoria e à operação em cinco fichas: a das informações básicas (referentes ao importador, país de procedência e unidades da Receita Federal do Brasil), a do fornecedor, a da mercadoria, a da negociação e a de informações complementares. • O despacho aduaneiro de importação, por sua vez, é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias importadas. • O ato que determina o início do despacho aduaneiro é o registro da declaração de importação (DI) no Siscomex, salvo nos casos de despacho antecipado. É no momento do registro da DI que ocorre o pagamento de todos os tributos federais devidos na importação. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS NA IMPORTAÇÃO • O despacho aduaneiro de mercadorias na importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. • Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, deve ser submetida a despacho de importação, que é realizado com base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. • O despacho de importação é processado por meio de Declaração de Importação (DI), registrada no Siscomex, nos termos da Instrução Normativa SRF nº 680/06. Entretanto, em algumas situações, o importador pode optar pelo despacho aduaneiro simplificado, que pode se dar por meio do Siscomex ou por formulários, conforme o caso. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS NA IMPORTAÇÃO • O despacho aduaneiro de importação é dividido, basicamente, em duas categorias: o despacho para consumo; e o despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais. O despacho para consumo ocorre quando as mercadorias ingressadas no país forem destinadas ao uso, pelo aparelho produtivo nacional, como insumos, matérias-primas, bens de produção e produtos intermediários, bem como quando forem destinadas ao consumo próprio e à revenda • O despacho para admissão em regimes aduaneiros especiais ou aplicados em áreas especiais tem por objetivo o ingresso no País de mercadorias, produtos ou bens provenientes do exterior, que deverão permanecer no regime por prazo certo e conforme a finalidade destinada, sem sofrerem a incidência imediata de tributos, os quais permanecem suspensos até a extinção do regime. Cálculo dos Tributos na Importação • Os tributos incidentes sobre uma determinada importação e os seus montantes dependem do tipo de mercadoria, seu valor, origem, natureza da operação, qualidade do importador, entre outros. • O próprio Siscomex contém as alíquotas dos tributos aplicáveis e, com base nas informações fornecidas pelo importador, executa os cálculos necessários e debita os valores devidos diretamente na conta corrente informada, no momento do registro da DI. • O ato que determina o início do despacho aduaneiro de importação é o registro da DI no Siscomex, salvo nos casos de Despacho Antecipado. É no momento desse registro que ocorre o pagamento de todos os tributos federais devidos na importação. • Se o despacho de importação, em uma de suas modalidades, não for iniciado nos prazos estabelecidos na legislação, que variam entre 45 a 90 dias da chegada da mercadoria ao País, ela é considerada abandonada, o que acarretará a aplicação da pena de perdimento. Cálculo dos Tributos na Importação • Em regra geral, os documentos que servem de base para as informações contidas na DI são: - via original do conhecimento de carga ou documento equivalente; - via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; - romaneio de carga (packing list), quando aplicável; e - outros, exigidos em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica. • Uma vez registrada a declaração de importação e iniciado o procedimento de despacho aduaneiro, a DI é submetida a análise fiscal e selecionada para um dos canais de conferência. Tal procedimento de seleção recebe o nome de parametrização. Cálculo dos Tributos na Importação • Os canais de conferência são quatro: verde, amarelo, vermelho e cinza. • A importação selecionada para o canal verde é desembaraçada automaticamente sem qualquer verificação. • O canal amarelo significa conferência dos documentos de instrução da DI e das informações constantes na declaração. • No caso de seleção para o canal vermelho, há, além da conferência documental, a conferência física da mercadoria. • Finalmente, quando a DI é selecionada para o canal cinza, é realizado o exame documental, a verificação física da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificação de elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria Cálculo dos Tributos na Importação • O desembaraço aduaneiro é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira. • É com o desembaraço aduaneiro que é autorizada a efetiva entrega da mercadoria ao importador e é ele o último ato do procedimento de despacho aduaneiro. • Via de regra, por uma questão até de proteção da indústria nacional, os impostos que incidem sobre produtos importados são maiores que os impostos sobre produtos que são exportados. Cálculo e pagamento do imposto de importação (II) • A incidência do Imposto de Importação ocorrerá por ocasião da entrada da mercadoria no país com a nacionalização dela, e será o primeiro imposto a ser calculado na operação; • A alíquota para o cálculo do II se dá de duas formas: específica (quando a mercadoria apresenta quantidade e unidade de medida expressa por legislação específica) e ad valorem (valor especificado no artigo VII do GATT). Para apuraçãodo valor a ser pago a título de imposto de importação, aplica-se um dos métodos dispostos no Acordo de Valoração Aduaneira estabelecido pelo Decreto Lei n° 5.543/2002; • Para que seja possível calcular o Imposto de Importação após a avaliação, deve ser incluso ao preço da mercadoria o valor correspondente ao frete e ao seguro. Também a Portaria n° 6, de 25 de janeiro de 1999 do Ministério da Fazenda determina que os valores expressos em moeda estrangeira devam sofrer conversão para moeda nacional mediante aplicação da taxa de câmbio para venda da respectiva moeda no dia Cálculo e pagamento do imposto de importação (II) • Exemplificando, considere que uma mercadoria tenha sido importada no valor FOB de US$ 50.000,00 e que para este valor as despesas relativas ao frete estejam em US$ 1.000,00 e ao seguro em US$ 500,00. Com base neste dados, tem-se a seguinte disposição: Valor FOB US$ 50.000,00 Frete US$ 1.000,00 Seguro US$ 500,00 Valor CIF US$ 51.500,00 Cálculo e pagamento do imposto de importação (II) • A partir de 01 de janeiro de 1995 o Brasil passou a utilizar como tarifa aduaneira a Tarifa Externa Comum (TEC), e para calcular os direitos aduaneiros a serem recolhidos é necessário consultar a TEC e a respectiva alíquota ad valorem. No caso anterior, supondo que o produto importado sejam placas de gesso e que na TEC ocupa a seguinte posição 6809.19.00, com alíquota de importação de 8%, o cálculo será: Taxa do dólar para conversão R$ 1,7603 Valor Aduaneiro convertido R$ 90.655,45 Valor do II a recolher (8%) R$ 7.252,44 Cálculo e pagamento do imposto sobre produtos industrializados (IPI) • Considera-se industrializada o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou finalidade, ou aperfeiçoe para consumo. • O IPI incidirá sobre os produtos industrializados de procedência estrangeira, salvo aqueles em não haja incidência de II. • O fato gerador para pagamento do imposto é o desembaraço aduaneiro para mercadorias de procedência estrangeira; a saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado industrial. O objetivo do IPI na importação é de equiparação do valor do produto importado ao produto nacional. Para o IPI há os seguintes regimes de tributações: • recolhimento integral do imposto; • suspensão do recolhimento, aplicável aos regimes aduaneiros especiais; • redução; • isenção que se refere ao produto. Cálculo e pagamento do imposto sobre produtos industrializados (IPI) • O valor a recolher será obtido por meio do valor CIF da mercadoria somado ao II multiplicado pela taxa do IPI (Valor CIF + II x taxa do IPI). • O cálculo do IPI é efetuado automaticamente pelo Siscomex no ato de registro da DI e o recolhimento ocorrerá em débito em conta corrente por meio de DARF Eletrônico no registro da DI. • Utilizando-se do exemplo anterior, tem-se para o produto importado a alíquota de IPI de 5%. Valor Aduaneiro convertido R$ 90.655,45 Valor do II a recolher R$ 7.252,44 Total (CIF + II) R$ 97.907,89 Valor CIF + II x 5% de IPI R$ 4.895,39 Cálculo e pagamento do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) • O recolhimento do ICMS poderá se dar de duas maneiras: pagamento por Guia de Arrecadação de Receitas Estaduais até o dia da liberação alfandegária ou por débito em conta no ato do Registro da Declaração de Importação no Siscomex caso o estado tenha acordado com a Receita Federal. • A base de cálculo do valor a ser recolhido a título de ICMS corresponde ao valor do custo da mercadoria somado ao frete e ao seguro, acrescido ainda do II, IPI e demais despesas aduaneiras assim como multas. As alíquotas são fixadas conforme legislação de cada estado. Cálculo e pagamento do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) • Em geral tem-se 18% (taxa normal), 25% para produtos supérfluos e de 12% a 0% em caso de benefícios fiscais. • Para determinar a taxa a ser aplicada no cálculo do imposto, divide-se o percentual pelo equivalente à sua diferença de 100 (100 – 18 = 82, então 18/82 = 21,95%). Logo, a alíquota a ser aplicada será de 21,95%. Dando seqüência ao exemplo anterior tem-se: Valor FOB da mercadoria US$ 50.000,00 Frete US$ 1.000,00 Seguro US$ 500,00 Valor CIF (Valor Aduaneiro) US$ 51.500,00 Taxa de conversão dólar 1,7603 R$ 90.655,45 Valor do II a recolher R$ 7.252,44 IPI (5%) R$ 4.895,39 ICMS 21,95% sobre (CIF + II + IPI) R$ 22.565,31 Cálculo e pagamento do PIS e COFINS • A COFINS - Importação e o PIS - Importação são contribuições sociais de competência federal para financiamento da seguridade social, incidentes sobre a importação de produtos estrangeiros. • Essas contribuições dão tratamento tributário isonômico entre os bens produzidos no País, que sofrem a incidência dessas contribuições, e os bens importados, que são tributados às mesmas alíquotas dos bens nacionais. • Tais contribuições sociais atendem também ao princípio da não- cumulatividade e, assim, os valores pagos no momento da importação podem ser creditados pelo importador para posterior compensação com as contribuições por ele devidas. • Na quase totalidade das importações, a alíquota aplicável do PIS é de 1,65% e a da Cofins é de 7,6%. Cálculo e pagamento do PIS e COFINS • A fórmula para o cálculo do PIS - Importação e COFINS - Importação é: Imposto PIS = Alíquota PIS*Valor Aduaneiro Convertido*[(1+(Alíquota ICMS*(Alíquota II + (Alíquota IPI *(1+Alíquota II))))) / ((1-Alíquota PIS- Alíquota COFINS)*(1-Alíquota ICMS))] Imposto COFINS = Alíquota COFINS*Valor Aduaneiro Convertido*[(1+(Alíquota ICMS*(Alíquota II + (Alíquota IPI *(1+Alíquota II))))) / ((1-Alíquota PIS- Alíquota COFINS)*(1-Alíquota ICMS))] Cálculo e pagamento do PIS e COFINS • Em função das alterações sofridas na fórmula original e da complexidade para calcular estas contribuições, a Receita Federal disponibilizou uma planilha para que seja possível apurar os valores a serem debitados na conta corrente no momento do Registro da DI no Siscomex. Continuando com o cálculo do exemplo anterior temos: Valor FOB da mercadoria US$ 50.000,00 Frete US$ 1.000,00 Seguro US$ 500,00 Valor CIF (Valor Aduaneiro) US$ 51.500,00 Taxa de conversão dólar 1,7603 R$ 90.655,45 Valor do II a recolher R$ 7.252,44 IPI (5%) R$ 4.895,39 ICMS 21,95% sobre (CIF + II + IPI) R$ 22.565,31 PIS - Importação 1,65% R$ 2.173,86 COFINS – Importação 7,60% R$ 10.012,96 Adicional ao frete para renovação da Marinha Mercante (AFRMM) • O AFRMM incide sobre o frete cobrado pelas empresas brasileiras e estrangeiras de navegação que operam em porto brasileiro, de acordo com o Conhecimento de Embarque e o Manifesto de Carga, pelo transporte de carga de qualquer natureza, e constitui fonte básica do fundo da Marinha Mercante. • Seu objetivo é gerar receita para a renovação da frota de navios mercantes nacionais. O fato gerador desta taxa será o descarregamento da mercadoria e a alíquota será de: a) vinte de cinco por cento (25%), na navegação de longo curso; b) dez por cento (10%), na navegação de cabotagem; e c) quarenta por cento (40%), na navegação fluvial e lacustre para cargas de granéis líquidos, transportados no âmbito das regiões Norte e Nordeste. Adicional ao frete para renovação da Marinha Mercante (AFRMM) Valor FOB da mercadoria US$ 50.000,00 Frete US$ 1.000,00 Seguro US$ 500,00 Valor CIF (Valor Aduaneiro) US$ 51.500,00 Valor Aduaneiro Convertido (taxa 1,7603) R$ 90.655,45 Valor do II a recolher R$ 7.252,44 IPI (5%) R$ 4.895,39 ICMS 21,95% sobre (CIF + II + IPI) R$ 22.565,31 PIS - Importação 1,65% R$ 2.173,86 COFINS – Importação 7,60% R$ 10.012,96 AFRMM (25% sobre o frete) R$ 440,07 Total da operação R$ 137.995,48 Capatazias, armazenagem, demurrage •As taxas de Capatazia são serviços de movimentação de mercadorias em terra ou de terra para o navio e vice-versa, no costado dos navios, nas portas, porões de armazéns, alpendres ou pátios, efetuado antigamente somente pelo pessoal da Administração do Porto e, nos dias atuais, também, pelos outros operadores portuários. • Esta tarifa corresponde ao manuseio e movimentação de mercadorias importadas fazendo-se valer de máquinas e aparelhagem nos terminais de carga aérea, nos portos e demais recintos e instalações alfandegados. • O valor a ser cobrado será estabelecido em função do peso bruto dos volumes transportados, tonelagem, cubagem ou quantidade de volume por unidade. Preço relativo a Tarifa Aeroportuária de Capatazia de carga importada Sobre o Peso Bruto Verificado US$ 0,015 POR QUILOGRAMA Capatazias, armazenagem, demurrage • A tarifa de Armazenagem é devida em função do armazenamento dos produtos em armazéns, pátios, pontes, depósitos, terminais de cargas e demais recintos alfandegados pertencentes aos portos, aeroportos e empresas privadas que exploram esta atividade. • Para a armazenagem, os valores serão estabelecidos pela administração do armazém que movimentará os produtos. Preço cumulativo relativo as Tarifa Aeroportuária de Armazenagem e de Capatazia da carga importada ou em trânsito Período de Armazenagem Sobre o peso bruto verificado 1º - Até 4 dias úteis US$ 0,04 por quilograma 2º - Para cada 2 dias úteis ou fração, além do 1º perídodo, até a retirada da mercadoria + US$ 0,04 por quilograma Capatazias, armazenagem, demurrage • Demurrage ou Sobrestadia é a multa paga pelo contratante quando o navio contratado demora nos portos mais do que o prazo acordado. • Essa multa cobrada pelo armador pode ser pelo atraso na devolução de contêineres em embarques em navios regulares, bem como atraso nas operações nos navios afretados. Adicional de Tarifas Portuárias (ATAERO) e Adicional de Tarifas Aeroportuárias (ATA) • O ATAERO é um encargo que visa ao melhoramento, ao reaparelhamento, à reforma, à expansão e à depreciação das instalações aeroportuárias e da rede de telecomunicações, assim como ao auxílio à navegação aérea. A cobrança da tarifa abrange tarifas de embarque, de pouso, de permanência, armazenagem e capatazia, não incidindo sobre as tarifas de uso dos auxílios à navegação aérea e das de telecomunicações. • Quanto à ATA, é um valor adicionado a operações ocorridas nos terminais aeroportuários. A remuneração ocorre sobre a soma das despesas de armazenagem e capatazias aeroportuárias no montante de 50%. A Lei 7.920/89 cria o Adicional de Tarifa Aeroportuária e da outras providências. O adicional destina-se à aplicação em melhoramentos de instalações aeroportuárias. Preço relativo a Tarifa Aeroportuária de Armazenagem de carga importada Período de Armazenagem Percentual sobre o valor CIF 1º - Até 5 dias úteis 1,0 % 2º - De 6 a 10 dias úteis 1,5 % 3º - De 11 a 20 dias úteis 3,0 % Para cada 10 dias úteis ou fração, além do 3º perídodo, até a retirada da mercadoria 1,5 % Despachante aduaneiro e taxa de utilização do SISCOMEX Os serviços de despachante aduaneiro são executados por profissionais devidamente registrados na Secretaria da Receita Federal. Os serviços são fixados de forma livre com os importadores e compreende a preparação de documentos, registros, pagamentos de impostos, acompanhamento de conferência de mercadorias até o ato de liberação efetiva por parte das autoridades aduaneiras. Pela legislação, é facultativa a utilização dos serviços e despachante aduaneiro no desembaraço e despacho de exportação, importação, reexportação de mercadorias e em toda e qualquer outra operação de comércio exterior, realizada por qualquer via, bem como no desembaraço de bagagem de passageiros. A taxa de utilização do SISCOMEX será devida no ato do registro da DI, e seu recolhimento se dará mediante débito automático em conta corrente por DARF Eletrônica no ato do registro da DI na razão de ● R$ 30,00 (trinta reais) por DI;e ● R$ 10, 00 (dez reais) para cada adição de mercadoria à DI, observados os seguintes limites: - até a 2ª adição – R$ 10,00; - da 3ª à 5ª – R$ 8,00; - da 6ª à 10ª – R$ 6,00; - da 11ª à 20ª – R$ 4,00; - da 21ª à 50ª – R$ 2,00; e - a partir da 51ª – R$ 1,00 RADAR COMERCIAL • Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros; • Documentação entrega na jurisdição onde a empresa possui matriz. • Universo de mais de 100 países, que representam cerca de 95% do comércio mundial • O usuário do Sistema poderá acessar diversas informações sobre aquele produto, tais como: preço médio, potencial importador, dinamismo, performance da exportação brasileira, valores exportados e importados, principais países concorrentes, medidas tarifárias, medidas não tarifárias. Referências: • CORTIÑAS LOPES, José Manuel. Comércio exterior competitivo. São Paulo: Aduaneiras, 2002. • SILVA, Mozart Foschete da. Relações econômicas internacionais. São Paulo: Aduaneiras, 1999 • SILBER, S.; VASCONCELOS, M. A. S. Gestão de Negócios Internacionais. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. • HARTUNG, D. S. Negócios Internacionais. 1. ed. São Paulo: Qualitymark, 2001. • VASQUESZ, J. L. Comércio exterior Brasileiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005. • GRIECO, Francisco de Assis. O Brasil e o comércio internacional. São Paulo: Aduaneiras, 1994.
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