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Centro Estadual de Educação Profissionalizante José de Figueiredo Barreto Ministrante: Professor Mestre Robson Santana Curso: Raciocínio Lógico 1 AULA 2: CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO Sentença Frase, expressão que encerra um sentido geral. Proposição Denomina-se proposição a toda sentença, expressa em palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso. Somente as sentenças declarativas podem-se atribuir valores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a sentença é, respectivamente, confirmada ou negada. Quando uma proposição é verdadeira, atribuímos- lhe o valor lógico V; quando ela é falsa, atribuímos-lhe o valor lógico F. Observação: Não se pode atribuir valores de verdadeiro ou falso às outras formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas e as imperativas, embora elas também expressem juízos. Exemplos de proposições: “O número 5 é ímpar” – é uma declaração (afirmativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V). “Todo homem é mortal” – é uma declaração (afirmativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V). “ 15127 ” – é uma declaração (negativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser falsa (valor lógico F). “Nenhum peixe sabe ler” - é uma declaração (afirmativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V). Exemplos de sentenças que não são proposições: (sentenças abertas) “Qual o seu nome?” – é uma pergunta, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F). “Que dia lindo!” – é uma sentença exclamativa, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F). “Ana, vá estudar sua lição” – é uma sentença imperativa, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F). “ 2013x ” – é uma sentença aberta, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F). Proposição simples Uma proposição é dita proposição simples quando não contém qualquer outra proposição como sua componente. Isso significa que não é possível encontrar como parte de uma proposição simples alguma outra proposição diferente dela. Não se pode subdividi-la em partes menores tais que alguma delas seja uma nova proposição. Exemplo: A sentença “Júlio gosta de esporte” é uma proposição simples, pois não é possível identificar como parte dela qualquer outra proposição diferente. Outros exemplos: “Júlio fala inglês” “Laranja é uma fruta” “Todos os ricos são homens” Proposição composta Uma proposição é composta quando se pode extrair como parte dela uma nova proposição. Exemplo: A sentença “Paulo é irmão de Ana e de César” é uma proposição composta, pois é possível retirar-se dela outras proposições: “Paulo e irmão de Ana” e “Paulo é irmão de César”. Conectivos lógicos (ou estruturas lógicas) Os conectivos lógicos agem sobre as proposições a que estão ligadas de modo a criar novas proposições. Alguns dos conectivos são: Exemplo: A sentença “Se Talita não bebe, então Carlos vai ao clube ou Bruna toma café”. É uma proposição composta na qual podemos observar alguns conectivos lógicos (“não”, “se..., então” e “ou”) que estão agindo sobre as proposições simples “Talita não bebe”, “Carlos vai ao clube” e “Bruna toma café”. Operações com proposições Estruturas Fundamentais Simbologia Denominações A e B Conjunção A ou B Disjunção ou A ou B Disjunção exclusiva Se A, então B Condicional A se e somente se B Bicondicional Não A Negação Centro Estadual de Educação Profissionalizante José de Figueiredo Barreto Ministrante: Professor Mestre Robson Santana Curso: Raciocínio Lógico 2 Assim como na Álgebra tradicional existem as operações com números (adição, subtração etc.), na Álgebra Booleana existem operações com as proposições. O valor lógico (verdadeiro ou falso) de uma proposição composta depende somente do valor lógico de cada uma de suas proposições componentes e da forma como estas sejam ligadas pelos conectivos lógicos utilizados. Exemplo Onde “V” é verdadeiro e “F” é falso. Tabela - verdade É uma forma usual de representação das regras da Álgebra Booleana. Nela, é representada cada proposição (simples ou composta) e todos os seus valores lógicos possíveis. Negação ( ~ ) A negação de proposição p é a proposição representada por “não p”, cujo valor lógico é verdade (V) quando p for Falso e falsidade (F) quando valor de p é verdadeiro. Assim, “não p” tem o valor oposto do valor de p. A negação de p indica-se com a notação “~ p”, e é lido como “não p”. O valor lógico da negação de uma proposição é definido pela seguinte tabela-verdade: Modos de Negação de uma Proposição Simples 1) Antepondo-se a expressão “não” ao seu verbo. Exemplo: “Beto gosta de futebol”. “Beto não gosta de futebol”. 2) Retirando-se a negação antes do verbo. Exemplo: “Ítalo não é irmão de Maria”. “Ítalo é irmão de Maria”. 3) Substituindo-se um termo da proposição por um de seus antônimos. Exemplo: “n é um número ímpar”. “n é um número par”. Observação “Este lápis é verde” contradiz, mas não é a negação de “Este lápis é azul”, porque a negação desta “Este lápis não é azul” não obriga a que a cor do lápis seja verde. Poderia ser de qualquer outra cor, diferente das citadas. Conjunção ( ۸ ) Chama-se conjunção de duas proposições p e q a proposição representada por “p e q”, cujo valor lógico é a verdade (V) quando as proposições p e q são ambas verdadeiras a falsidade (F) nos demais casos. Simbolicamente, a conjunção de duas proposições p e q indica-se com a notação: “p ۸ q”, que se lê: “p e q”. O valor lógico da conjunção de duas proposições é, portanto, definido pela seguinte tabela-verdade: Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Marta é mãe de Beto. B: Marta é mãe de Carlos. A conjunção “A e B” pode ser escrita como: BA : Marta é mãe de Beto e de Carlos. Disjunção ( ۷ ) Chama-se disjunção de duas proposições p e q a proposição representada por “p ou q”, cujo valor lógico é a Proposições Valores lógicos O número 7 é ímpar. Peixe é um inseto. O número 7 é impar e peixe é um inseto. O número 7 é impar ou peixe é um inseto. p ~ p V F p q p ۸ q Centro Estadual de Educação Profissionalizante José de Figueiredo Barreto Ministrante: Professor Mestre Robson Santana Curso: Raciocínio Lógico 3 falsidade (F) quando as proposições p e q são ambas falsas a verdade (V) nos demais casos. Simbolicamente, a disjunção de duas proposições p e q indica-se com a notação: “p ۷ q”, que se lê: “p ou q”. O valor lógico da disjunção de duas proposições é, portanto, definido pela seguinte tabela-verdade: Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Tiago fala Francês. B: Tiago é universitário. A disjunção “A ouB” pode ser escrita como: BA : Tiago fala Francês ou é universitário. EXERCÍCIO: 1- Considerando que p é uma proposição verdadeira e q uma proposição falsa, determine o valor lógico das proposições abaixo: a) p ۸ q b) p ۷ q c) (p ۷ q) ۷ ~ q d) (p ۸ ~ q) ۸ p e) ~ p ۷ q f) ~ p ۸ ~ q g) (~ p ۷ ~ q) ۸ ~ (p ۷ ~ q) Disjunção exclusiva: “ou p ou q” (Representação: qp ) Denominamos disjunção exclusiva a proposição composta formada por duas proposições quaisquer em que cada uma delas esteja precedida pelo conectivo “ou”. p q qp Exemplo: Dadas as proposições simples: A: O número 7 é par. B: O número 7 é ímpar. A disjunção exclusiva “ou A ou B” pode ser escrita como: BA : Ou o número 7 é par ou o número 7 é ímpar. Implicação (Condicional): “Se A, então B” (Representação: qp ). Denominamos condicional a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “Se..., então” ou por uma de suas formas equivalentes. Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Lucas é goiano. B: Lucas é brasileiro. A condicional “Se A, então B” pode ser escrita como: BA : Se Lucas é goiano, então Lucas é brasileiro. Dupla Implicação (Bicondicional): “p se e somente se q” (Representação: qp ). Denominamos bicondicional a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “se e somente se”. Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Sérgio é meu tio. B: Sérgio é irmão de um de meus pais. A bicondicional “A se e somente se B” pode ser escrita como: p q p ۷ q p q qp p q qp Centro Estadual de Educação Profissionalizante José de Figueiredo Barreto Ministrante: Professor Mestre Robson Santana Curso: Raciocínio Lógico 4 BA : Sérgio é meu tio se e somente se Sérgio é irmão de um de meus pais. Tautologia Uma proposição composta é uma tautologia se ela for sempre verdadeira independentemente dos valores lógicos das proposições que a compõem. Exemplos 1º- A proposição “ AA ” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos de A. Veja na tabela-verdade a seguir: A ~A AA ~ 2º- A proposição “ BABA ” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos de A e de B. Veja na tabela-verdade a seguir: Contradição Uma proposição composta é uma contradição se ela for sempre falsa independentemente dos valores lógicos das proposições que a compõem. Exemplo 1º- A proposição “ AA ” é uma contradição, pois é sempre falsa, independentemente dos valores lógicos de A. Veja na tabela-verdade a seguir: Observação A negação de uma tautologia é sempre uma contradição. A negação de uma contradição é sempre uma tautologia. O exemplo citado mostra que uma proposição qualquer A e sua negação A nunca serão ambas verdadeiras ou ambas falsas. EXERCÍCIOS 01- Sejam as proposições: P: o rato entrou no buraco. Q: o gato seguiu o rato Forme sentenças, na linguagem corrente, que correspondam às proposições seguintes: a) P b) QP c) QP d) QP e) QP f) QP g) QP h) QP i) QP k) P j) Q l) PQP 02- Sejam as proposições: P: o rato entrou no buraco. Q: o gato seguiu o rato Expresse em simbologia a proposição “Se o rato não entrou no buraco ou o gato seguiu o rato, então não é verdade que ou o rato entrou no buraco ou o gato não seguiu o rato. 03- Julgue as proposições a seguir: 1. ( ) Se 623 , então 974 . 2. ( ) Não é verdade que 12 é um número ímpar. 3. ( ) Não é verdade que “ 513 ou 761 ” 04- Se p é uma proposição verdadeira, então: a) qp , é verdadeira, qualquer que seja q . b) qp , é verdadeira, qualquer que seja q . c) qp , é falsa, qualquer que seja q . 05- Sabendo que as proposições p e q são verdadeiras e que as proposições r e s são falsas, determinar o valor lógico (V ou F) de cada uma das seguintes proposições: a) ( ) qpr b) ( ) sprq c) ( ) qpsr 06- (ESAF – SEFAZ) Assinale a opção verdadeira. a) 43 e 943 b) Se 33 , então 943 c) Se 43 , então 943 Centro Estadual de Educação Profissionalizante José de Figueiredo Barreto Ministrante: Professor Mestre Robson Santana Curso: Raciocínio Lógico 5 d) 43 ou 943 e) 33 se e somente se 943 07- (FCC – TJ/Sergipe - 2009) Considere as seguintes premissas: p : Trabalhar é saudável q : O cigarro mata. A afirmação “Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata” é FALSA se a) p é falsa e ~q é falsa. b) p é falsa e q é falsa. c) p e q são verdadeiras. d) p é verdadeira e q é falsa. e) ~p é verdadeira e q é falsa. 08- Considere a afirmação P: P: “A ou B” Onde A e B, por sua vez, são as seguintes afirmações: A: “Carlos é dentista” B: “Se Enio é economista, então Juca é arquiteto” Ora, sabe-se que a afirmação P é falsa. Logo: a) Carlos não é dentista; Enio não é economista; Juca não é arquiteto. b) Carlos não é dentista; Enio é economista; Juca não é arquiteto. c) Carlos não é dentista; Enio é economista; Juca é arquiteto. d) Carlos é dentista; Enio não é economista; Juca não é arquiteto. e) Carlos é dentista; Enio é economista; Juca não é arquiteto. 09- Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a governanta e o mordomo. Sabe-se que o crime foi efetivamente cometido por um ou por mais de um deles, já que podem ter agido individualmente ou não. Sabe-se ainda que: a) se o cozinheiro é inocente, então a governanta é culpada; b) ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada; c) o mordomo não é inocente. Logo: a) A governanta e o mordomo são os culpados b) O cozinheiro e o mordomo são os culpados c) Somente a governanta é culpada d) Somente o cozinheiro é inocente e) Somente o mordomo é culpado 10- Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra um livro. Se Luís compra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo: a) Celso compra um carro e Ana não vai à África b) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro c) Ana não vai à África e Luís compra um livro d) Ana vai à África ou Luís compra um livro e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma 11- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho canta. Logo: a) O jardim é florido e o gato mia b) O jardim é florido e o gato não mia c) O jardim não é florido e o gato mia d) O jardim não é florido e o gato não mia e) Se o passarinho canta, então o gato não mia 12- Se Frederico é francês, então Albertonão é alemão. Ou Alberto é alemão, ou Egídio é espanhol. Se Pedro não é português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é espanhol nem Isaura é italiana. Logo: a) Pedro é português e Frederico é francês b) Pedro é português e Alberto é alemão c) Pedro não é português e Alberto é alemão d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês 13- De três irmãos – José, Adriano e Caio -, sabe-se que ou José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se, também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos são, respectivamente: a) Caio e José b) Caio e Adriano c) Adriano e Caio d) Adriano e José e) José e Adriano 14- Se não durmo, bebo. Se estou furioso, durmo. Se durmo, não estou furioso. Se não estou furioso, não bebo. Logo, a) Não durmo, estou furioso e bebo. b) Durmo, estou furioso e não bebo. c) Não durmo, estou furioso e bebo. d) Durmo, não estou furioso e não bebo. e) Não durmo, não estou furioso e bebo. 15- Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um exemplo de tautologia é: a) Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo. b) Se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo. c) Se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo. d) Se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo. e) Se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo. 16- Assinale a opção que corresponde a uma tautologia. a) qpp b) qpp c) qp d) qp ~ e) pp ~
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