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1 Transitivo direto ou indireto? É comum a dificuldade em reconhecer se o verbo é transitivo direto ou indireto. Segundo Bechara (2009:417), há alguns recursos para identificarmos se o verbo é transitivo direto, ou seja, exige um complemento sem preposição. São eles: a) a troca do complemento direto pelos pronomes pessoais o, a, os e as. “João não encontrou a Maria.” “João não a encontrou.” b) a passagem da oração na voz ativa para a voz passiva. “João encontrou a Maria.” – voz ativa “A Maria foi encontrada pelo João.” – voz passiva Observe que verbos transitivos indiretos, ou seja, aqueles cujo complemento é preposicionado não podem ser passados para a voz passiva. Não seria possível, por exemplo, transformar a sentença “Eu me preocupo com as crianças.” para a voz passiva. c) o uso de sentenças interrogativas (“Quem é que...? O que é que...?) antes da sequência sujeito + verbo. “Quem é que João encontrou?” – “a Maria”. “O que é que João encontrou?” – “um livro”. d) a possibilidade de topicalizar o complemento para a esquerda do verbo. “João encontrou a Maria.” – “A Maria, João a encontrou. Vale ressaltar que, para o autor, deve-se utilizar mais de uma estratégia na identificação do complemento direto. Apesar de manuais e gramáticas apresentarem listas de verbos transitivos e intransitivos, a questão da transitividade não é um fato absoluto, pois um mesmo verbo, dependendo do contexto, pode ser classificado de modos diferentes. Por isso, não adianta decorar listas. O ideal é sempre observar o contexto de uso. Além disso, temos que refletir que, em alguns casos, essa variação na classificação em transitivo direto e em indireto pode envolver uma mudança no significado do verbo. Devemos também considerar a diferença entre o uso coloquial da língua e o uso formal, pois, em alguns contextos, é possível perceber alguns modos de usar os verbos que podem não estar de acordo com a prescrição.
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