Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gasometria Arterial e Venosa Ensino Clínico de Alta Complexidade Profª: Giselle Cristina Definição: A gasometria é um exame invasivo que mede as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico. É um exame simples, amplamente disponível e de baixo custo. Definição: Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados. Para avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. Como é realizado o exame: O exame é realizado por meio da coleta de uma amostra de sangue de uma artéria ou veia. Utilizando uma agulha pequena, a amostra pode ser coletada da artéria radial no punho, da artéria femoral na virilha ou da artéria braquial no braço. Material: Seringa heparinizada 3 a 5 ml; Agulha hipodérmica de pequeno calibre (22 a 25 G) Anti-séptico local; Teste de Allen: Pedir para o paciente fechar a mão; Ocluir artérias radial e ulnar; Pedir para o paciente fechar e abrir a mão várias vezes; Pedir para que o paciente abra a mão lentamente – ela deverá estar pálida; Liberar o fluxo da art. Ulnar e verificar o tempo de retorno do fluxo (<6seg); Técnica utilizada: Palpação e localização do pulso radial junto ao punho e próximo ao processo estilóide do rádio. Antissepsia do local; Introduzir o bisel voltado para cima, num ângulo de 60 a 90° em relação a artéria radial , aprofundando a agulha até que haja fluxo fácil de sangue na seringa Compressão do local por 5 a 10minutos. Riscos: Os riscos da medição de gases sanguíneos estão relacionados à punção arterial. Em geral, o risco é bastante reduzido se o procedimento for realizado da forma correta. Pode haver sangramento ou hematoma no local da punção (ou sangramento posterior na área). Pode ocorrer deterioração da circulação no local da punção, mas isso raramente acontece. Valores de Referência: Os valores de referência para a gasometria arterial são: pH: 7,35- 7,45; pCO2: 35- 45 mmHg; pO2: 85- 100 mmHg; HCO3: 22- 28 mmol/l; Sat. de O2: >95% BE: -2 a +2 mEqL; Valores de Referência: pH: 7,35 a 7,45 pH < 7,35 = Acidose pH > 7,45 = Alcalose Valores de Referência: BE - = Acidose BE = Excesso de Base BE + = Alcalose - 2 + 2 pH pH Compensação ou descompensação fisiológica Distúrbio descompensado: O BE acompanha o pH sendo > que a faixa padrão; Fase de Compensação: O BE se encontra dentro da faixa padrão, porém o pH ainda não se normalizou. Compensado: Quando o BE e o pH estão na faixa padrão; Equilíbrio ácido-básico: O equilíbrio ácido-básico se refere aos mecanismos fisiológicos que mantêm a concentração de hidrogênio dos líquidos corpóreos numa faixa compatível com a vida. Para manter o pH em limites favoráveis ao processo vital, o organismo lança mão de uma série de mecanismos bioquímicos, respostas compensatórias que ocorrem nos pulmões e nos rins os quais são os pivôs na excreção de ácidos do corpo. A partir destas informações reconhecem-se os desequilíbrios ácido-básicos, os quais estão associados ao desenvolvimento de disfunções de órgãos e sistemas e ao aumento do número de óbitos em pacientes internados em terapia intensiva. Equilíbrio ácido-básico: O organismo utiliza três mecanismos para controlar o equilíbrio acidobásico do sangue: A excreção renal amônia; soluções tampão do sangue (bicarbonato e dióxido de carbono); Excreção de dióxido de carbono (centro respiratório). Acidose Metabólica: É a acidez excessiva do sangue caracterizada por uma concentração anormalmente baixa de bicarbonato no sangue; Aumento do ácido supera o sistema tampão do pH do corpo, A respiração torna-se mais profunda e rápida à medida que o organismo tenta reduzir a quantidade de dióxido de carbono; Aumento da excreção renal. Principais Causas: • Insuficiência renal • Cetoacidose diabética •Acidose lática (acúmulo de ácido lático) • Substâncias tóxicas •Perda de bases (p.ex., bicarbonato) através do trato gastrointestinal, (diarréia, ileostomia ou colostomia) Sintomas e Diagnóstico: Náusea, vômito; Fadiga; Respiração profunda ou mais rápida; Fraqueza e sonolência; Confusão mental; Aumento da chance de arritmias e FV Hipotensão e choque (coma e morte) Clínico, gasometria arterial Exames laboratoriais de sangue e urina Correção: Tratar causas e adm. bicarbonato IV Alcalose Metabólica: Alta concentração de bicarbonato; A alcalose metabólica ocorre quando o corpo perde ácido em excesso e perda excessiva de sódio ou de potássio afeta a capacidade dos rins de controlar o equilíbrio ácido- básico do sangue. Principais Causas: Oferta excessiva de bicarbonato; Perda de suco gástrico por vômitos ou aspirações de sondasgástricas; Hipocloremia e hipopotassemia; Uso abusivo de diuréticos e corticosteróides; Insuficiência respiratória crônica (retentores crônicos de CO2); Sintomas e Diagnóstico: Irritabilidade; Contrações musculares; Câimbras; Clínico, Gasometria arterial e exame de sangue Tratamento: Sintomáticos, KCl IV Acidose Respiratória: Acúmulo de dióxido de carbono no sangue em decorrência de uma má função pulmonar ou de uma respiração lenta; Ocorre quando os pulmões não eliminam adequadamente o dióxido de carbono. Causas: Neurológicas: lesão no Centro Respiratório (AVE, TCE, tumor); depressão no Centro Respiratório (intoxicações, anestésicos, sedativos, lesões, narcóticos); Doenças Neuromusculares (Poliomelite, Polirradiculoneurites); Obstrutivas / Mecânicas : Asma, DPOC, secreção, corpo estranho; EAP; ITR; trauma torácico, deformidades torácicas severas; Distensão abdominal severa; Alteração na troca ventilatórias: SDRA, Atelectasias, Pneumotórax, Fibrose Pulmonar; P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; TEP; fadiga e falência da musculatura respiratória. Sintomas e Diagnósticos: Cefaléia; Sonolência; Retenção de bicarbonato pelos rins; Torpor e coma. Clínico e Gasometria arterial Alcalose Respiratória: É uma condição na qual o sangue é alcalino porque a respiração rápida ou profunda acarreta uma concentração baixa de dióxido de carbono no sangue; A causa mais comum da hiperventilação e consequentemente da alcalose respiratória é a ansiedade, dor, cirrose hepática, febre e baixa concentração de O2 do sangue. Sintomas e Diagnóstico: Ansiedade; “formigamento” nos lábios e face; Espasmo muscular; Confusão mental. Clínico e gasometria arterial HCO3 pH HCO3 pH Alcalose metabólica Acidose Metabólica DIRETAMENTE PROPORCIONAL PaCO2 pH PaCO2 pH Acidose respiratória Alcalose respiratória INVERSAMENTE PROPORCIONAL Resumindo.... Resumindo.... Situação PH HCO3 PCO2 Causas Acidose metabólica <7.35 Baixo Baixa para compensar ou normal Cetoacidose diabética, acidose láctica (sepse por Gram-negativos), insuf. Renal, PCR e uso abusivos da aspirina. Acidose respiratória <7.45 Alto para compensar ou normal Alta DPOC, insuf. respiratória, paralisia dos músculos respiratórios, pneumonia e lesões do SNC. Alcalose metabólica >7.45 Alto Alta para compensar ou normal Vômitos, outras causas de perda de ácido clorídrico e uso abusivo de diuréticos. Alcalose respiratória >7.35 Baixo para compensarou normal Baixa Dor aguda e intensa, ansiedade, hiperventilação, estimulação não pulmonar do centro respiratório e uso de drogas M.L.V, 78anos, masc, choque séptico de origem abdominal: pH: 7,15 HCO3: 6 mEq/l pCO2: 18 mmHg Sat O2: 95% BE: -4 pH: 7,15 Acidose HCO3: 6 mEq/l Metabólica pCO2: 18 mmHg Sat O2: 95% BE: -4 Descompensada K.O.B, 65 anos, masc, choque séptico de origem respiratória e diarreia: pH: 7,28 HCO3: 19 mEq/l pCO2: 48 mmHg Sat O2: 95%
Compartilhar