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Apostila de Direito nas Organizações 2018- Prof Pedro

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DIREITO NAS ORGANIZAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Pedro R. Campanini 
Curso: Administração 
 
 
 
 
 
1. Direito Tributário 
1.1. Teoria da Imposição Tributária 
1.2. Princípios Constitucionais Tributários 
1.3. Normas de Direito Tributário 
1.4. Espécies Tributárias 
1.5. Obrigação Tributária 
1.6. Crédito Tributário 
1.7. Prescrição e Decadência 
1.8. Tributos em espécie 
A – Da União 
B – Dos Estados 
C – Dos Municípios 
1.9. Crimes contra a ordem tributária 
 
2. Direito do Trabalho 
2.1. Teoria Geral do Direito do Trabalho 
2.2. Trabalho Autônomo e Subordinado 
2.3. Direito Constitucional do trabalho 
 
3. Direito da Empresa 
3.1. Do Empresário 
3.2. Constituição das Sociedades 
3.3. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
3.4. Da Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Araraquara 
 2 
Capítulo I 
Imposição Tributária 
 
I. DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
- Conceito de Direito Tributário: ramo do Direito Público que trata do conjunto de normas 
e proposições que disciplina a atividade do Poder Público de criação, fiscalização e 
arrecadação de tributos. 
- Objetivo principal: arrecadar tributos. 
- Antes da CF/88 o tributo era usado conforme conviesse, agora precisa seguir o sistema 
tributário constitucional (CF arts. 145/156). 
 
 
II. TRIBUTO 
 
- Tributo 
Art. 3º, CTN - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Prestação = obrigação. 
Pecuniária = que tenha expressão monetária, tradução em dinheiro. 
Compulsória = obrigação (redundância do CTN). 
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir = redundância. 
Que não constitua sanção de ato ilícito = pena pecuniária (multa) é diferente de 
tributo. 
Instituída em lei = art. 5o, II, CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei. 
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada = não se cobra 
de qualquer forma; o tributo só pode ser exigido mediante lançamento (ato 
jurídico-administrativo que viabiliza a cobrança do tributo – art.172, CTN). 
 
 
- Função dos Tributos 
 
 1 – Fiscal: quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros 
para o Estado. 
 
2 - Extrafiscal, quando seu objetivo principal é a interferência no domínio 
econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros. 
Ex: Alíquotas de importação. 
 
3 - Parafiscal, quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de 
atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as 
desenvolve através de entidades específicas. Quando terceira pessoa, diversa da que 
criou o tributo, o arrecada, desde que tenha obtido autorização legal para isso. É a 
delegação de capacidade tributária ativa que a pessoa política, por meio de lei, faz a 
terceira pessoa, a qual, por vontade desta mesma lei, passa a dispor do produto 
arrecadado. Ex.: OAB, SESI. 
 
- Tipos de tributo (espécies tributárias): 
- Imposto 
o Art. 16, CTN: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador 
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte. 
o Independe de qualquer atividade ou serviço do poder público em relação 
ao contribuinte. Aplica-se para custeio da administração e para serviços 
em benefício da comunidade. 
 3 
- Taxa 
o Art. 77, CTN: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, 
têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a 
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, 
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
o Tributo relacionado com a prestação de algum serviço público para um 
beneficiário identificado ou identificável. 
o O serviço pode ser efetivo ou potencial, ou seja, posto à disposição e não 
utilizado. Ex: taxa de consumo mínimo de água. 
o Também pode estar relacionado como poder de polícia da atividade 
estatal: fiscalização e licenciamentos. 
- Contribuição de melhoria 
o Art. 81, CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras 
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a 
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da 
obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
o É um tributo sobre a valorização de imóvel particular decorrente de obra 
pública realizada. 
- Contribuições sociais, especiais ou parafiscais: são tributos destinados à coleta 
de recursos para certas áreas de interesse do poder público, na Administração 
direta ou indireta, ou na atividade de entes que colaboram com a 
Administração. Tem destinação certa e por isso é recolhida com finalidade 
predeterminada. Ex: Cofins (Contribuição para o financiamento da seguridade 
social). 
- Empréstimos compulsórios 
o Art. 148, CF: A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios: 
 I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
 II - no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, 
"b".1 
 Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de 
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
o É um imposto qualificado pela promessa de restituição, com aplicação 
vinculada à despesa que fundamenta sua instituição. 
 
 
III. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
1) Conceito: é a repartição do poder de tributar, constitucionalmente atribuída aos 
diversos entes públicos, de modo que cada um tenha o poder de instituir e arrecadar os 
tributos de sua exclusiva responsabilidade; envolve o poder de fiscalizar e cobrar 
tributos, e o de legislar a respeito. Assim, somente tem competência tributária o ente 
público provido de poder de legislar. 
 
2) Poder de tributar: é a atribuição constitucionalmente conferida aos entes federativos, 
em caráter de exclusividade, para criar, aumentar, diminuir ou extinguir tributos, de 
forma a arrecadar recursos para a consecução de suas finalidades (art. 145, CF). 
- Uma vez que a competência tributária é indelegável (art. 7º do CTN), apenas 
determinadas funções são transferíveis (capacidade tributária ativa), como as de 
 
1
 É necessário respeitar-se o princípio da anterioridade – objeto de estudo no Capítulo II. 
 4 
arrecadação ou de fiscalização, que passam de um órgão público para outro. Ex: União 
permite que municípios fiscalizem e arrecadem o ITR. 
- Capacidade tributária: envolve apenas a fiscalização e a cobrança por delegação, sem 
poder para legislar. Ex: INSS 
 
3) Competência legislativa plena: consiste no poder exclusivo da pessoa jurídica de 
direito público conforme indicada pela CF, de criar e arrecadar tributos, de acordo com o 
que dispõe o CTN, art. 6º. 
 
4) Características da competência: 
a) privativa: cada pessoa política tem seus próprios tributos; 
b) imprescritível: não está submetida a prazo para ser validamente exercitada (ex: imp. 
sobre grandes fortunas); 
c) exercício facultativo: a pessoa política é livre para criar ou não o tributo – exceção 
ICMS que é de exercício obrigatório; 
d) não ampliável: não pode ir além dos moldes constitucionais, só é possível alargamento 
por força constitucional, admitido por emenda; 
e) irrenunciável (pode deixar de exercitar, masnão pode abrir mão em definitivo). O 
legislador de hoje não pode criar entraves para o de amanhã. 
f) indelegável (o que se delega é a capacidade tributária – art. 7º). 
 
 
 
IV - ELEMENTOS DO TRIBUTO 
 
a) Fato gerador 
1. Fato gerador in abstrato ou hipótese de incidência: é o fato descrito na lei que 
acontecido faz nascer a relação jurídica tributária (o dever de pagar tributo) que tem 
por objeto a dívida tributária. Existe no mundo abstrato, é o tipo tributário, é o 
elemento diferenciador dos tributos. 
2. Fato gerador in concreto ou fato imponível: é a ocorrência do fato que já era 
previsto como apto a gerar uma obrigação tributária. 
 É a ocorrência real da descrição abstrata, é o fato típico do tributo (fato gerador in 
concreto). 
 Nasce o tributo quando ocorrer o fato imponível que se ajusta a uma hipótese de 
incidência já prevista (tipicidade). 
 
b) base de cálculo: é a dimensão legal da materialidade do tributo. Deve guardar 
correlação lógica com a hipótese de incidência (está embutida na hipótese de incidência), 
se houver descompasso entre ambas nada poderá ser cobrado (é elemento quantitativo). 
Ex.: IR = a hipótese de incidência é obter rendimentos e a base de cálculo é o quanto do 
rendimento. 
 
c) alíquota: é o critério legal, normalmente expresso em porcentagem, que, conjugado à 
base de cálculo permite que se chegue ao valor devido (quantum debeatur). 
- Não pode ser confiscatória. 
 
 
 Exemplo de tributo: Imposto de Renda 
- Hipótese de incidência = previsão legal de quem tiver uma renda “x” deverá pagar. 
- Fato gerador = alcançar, na prática, a renda determinada pela lei. 
 
Tabela Progressiva Anual (exercício de 2018, ano-calendário de 2017) 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (R$) 
Até 22.848,76 - - 
De 22.848,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58 
De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57 
 5 
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51 
Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32 
 
 
V – SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
1. Sujeito ativo — Competência e capacidade tributária 
 
- Sujeitos ativos da obrigação tributária são a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, os quais detêm a competência tributária, podendo legislar sobre tributos e 
exigi-los, dentro de suas respectivas esferas. 
- Mas sujeitos ativos são também pessoas públicas que, embora não possam legislar 
sobre tributos, têm, contudo, capacidade tributária, que lhes permite fiscalizar e 
arrecadar tributos, por delegação. 
- Têm capacidade tributária, por exemplo, e não competência, o INSS e outras autarquias 
e órgãos paraestatais. 
- Competência tributária: só União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem criar 
tributos. Possuem também capacidade tributária. 
- Capacidade tributária: permissão para fiscalizar e arrecadar tributos. 
 
2. Sujeito passivo 
 
- Sujeito passivo é aquele que deve pagar o tributo, podendo ser contribuinte ou 
responsável. 
- A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, ou 
da regularidade da constituição das pessoas jurídicas (CTN, art. 126). Segundo dispõe o 
artigo 126, “A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das 
pessoas naturais; II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da 
administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica 
regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou 
profissional.” 
- Contribuinte é o devedor direto, que tem relação pessoal e direta com o fato gerador 
(CTN, art. 121, I). 
- Responsável é o devedor indireto que, embora não sendo contribuinte, deve responder 
pela obrigação tributária, por força de lei (CTN, art. 121, II). 
- A responsabilidade indireta pode ocorrer por substituição ou por transferência. 
- Na substituição a obrigação constitui-se desde logo em relação a um substituto, ou 
responsável, ficando de fora aquele que seria o contribuinte. 
o Exemplos de substituição são o ICMS de agricultor a ser pago pelo 
comprador da safra, ou o ICMS de operações posteriores, a ser pago 
antecipadamente pelos fabricantes de cerveja e de cigarros. 
- Na transferência a obrigação constitui-se inicialmente em relação ao contribuinte, 
comunicando-se depois para o responsável. A transferência pode dar-se por 
sucessão, por solidariedade ou por subsidiariedade. 
o Sucessão: o sucessor responde pelo sucedido como ocorre na transferência 
da propriedade de um imóvel, na herança ou na incorporação de uma 
empresa por outra. 
o Solidariedade: o devedor solidário responde juntamente com o devedor 
principal, em pé de igualdade, podendo a dívida ser cobrada 
indiferentemente de um ou de outro, no todo ou em parte, à escolha do 
credor2. 
 
2
 O artigo 264 do Código Civil, define que “há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou 
mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.” A solidariedade passiva (mais de um devedor), é 
descrita pelo artigo 275 do Código Civil: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial 
ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados 
 6 
o Subsidiariedade: o devedor subsidiário também responde juntamente com o 
devedor principal, mas com benefício de ordem, ou seja, em segundo plano, 
só depois de executados todos os bens do devedor principal, na solução da 
dívida. 
- No direito tributário, em regra, a lei estabelece a responsabilidade solidária. 
- O art. 134 do Código Tributário Nacional estabelece que “nos casos de impossibilidade 
de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem 
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem 
responsáveis”: 
 I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
 II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
 III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
 IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
 V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo 
concordatário; 
 VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos 
sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
 VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
 
- De qualquer forma, "a solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das 
partes" (CC, artigos 264 e 265). 
- Cláusulas contratuais particulares não alteram a responsabilidade tributária, salvo 
disposição legal em contrário (CTN, art. 123). 
- Sujeito passivo da obrigação acessória, como a prestação de informações, ou a 
manutenção de papéis, é a pessoa obrigada a essas prestações (CTN, art. 122). 
- Do ponto de vista econômico, fala-se também em contribuinte de direito e contribuinte 
de fato. 
- Contribuinte de direito é o obrigado ao pagamento do tributo, na qualidade de 
contribuinte propriamente dito, ou de responsável. 
- Contribuinte de fato são os consumidores finais, que são os que realmente acabam 
arcando com o custo do tributo, embutido no preço das mercadorias. 
 
 
SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
ATIVO PASSIVO 
Por competência tributária: 
União, Estados, Distrito Federal, 
Municípios 
Podem criar e arrecadar tributos 
Devedor Direto: 
Contribuinte responsável 
Por capacidade tributária: 
Entes que agem por delegação 
Podem arrecadar tributos 
Devedor Indireto: 
Por substituição 
Por transferência 
 
 
 EXERCÍCIOS DE REVISÃO 
 
1 - A Prefeiturade uma cidade ao asfaltar algumas vias públicas institui cobrança de 
tributo. Diante da situação, analise as seguintes questões: 
a – Qual é o tributo que pode ser cobrado? 
b – Há limites para a cobrança do tributo pela Prefeitura? Explique. 
c – Todos os moradores da cidade podem ser tributados? 
d – A Prefeitura pode cobrar primeiro o tributo e após a arrecadação do dinheiro realizar a 
obra? Justifique. 
 
solidariamente pelo resto.” Se um dos devedores solidário pagar a dívida por inteiro, terá direito a exigir de cada um dos co-
devedores o valor total pago, subtraída a sua quota originária. 
 
 7 
 
2 - A Prefeitura de Araraquara tem enfrentado reclamações sobre calçadas de imóveis 
particulares mal conservadas. Caso realize obras para reparo de tais calçadas, o 
denominado passeio público, poderá cobrar algum tributo? Justifique. 
 
3 - É correto dizer que não precisamos pagar pedágios, pois já pagamos o IPVA para a 
conservação de estradas? Justifique. 
 
4 - Caso o Governo Federal (União), Estadual e Municipal do Rio de Janeiro tenham 
dificuldades financeiras para concluir a infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, sendo 
estes investimentos urgentes e considerados de relevante interesse nacional, poderá 
criar tributo especial para arrecadar fundos? Explique. 
 
05 - OAB (Set/2008) Com base no que dispõe o CTN, um indivíduo de um mês de idade 
 a) já tem total capacidade tributária. 
 b) tem capacidade tributária restrita até completar dezesseis anos de idade. 
 c) tem capacidade tributária restrita até completar dezoito anos de idade. 
 d) não tem qualquer capacidade tributária, porque é menor. 
 8 
Capítulo II 
Princípios Constitucionais Tributários 
 
- Princípio: regra ou verdade geral em que se apóiam outros preceitos. 
- A competência para a instituição de tributos não é ilimitada, deve limitar-se pela CF, 
pelo CTN e pelos princípios gerais da matéria. 
 
a) Princípio da legalidade (Estrita legalidade ou reserva legal) 
- Art. 5º, II e art. 150, I, da CF - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa, senão em virtude de lei. 
- Tributo só pode ser criado ou aumentado por lei (CF, art. 150, I). 
- Uma corrente negava a possibilidade de disposições sobre o assunto através de medida 
provisória. Outra corrente, porém, entende que eventuais disposições tributárias por 
medida provisória são válidas, a partir de sua edição, desde que se suceda oportuna 
conversão em lei. Com a EC 32/2001 que acrescentou o §2º ao artigo 62 da CF, fica 
pacífica a possibilidade de medida provisória instituir ou aumentar tributo, desde que 
convertida em lei. 
- Os decretos podem regular a aplicação e a execução da lei tributária, organizando o 
funcionamento da administração. 
- Tem-se entendido que as obrigações fiscais acessórias podem ser exigidas por simples 
medidas administrativas, como decretos e portarias. Entre as obrigações acessórias, ou 
não-patrimoniais, está, por exemplo, a exibição de papéis e livros. 
- É vedado às pessoas políticas criar ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, deve 
ser lei da pessoa política competente (o sistema tributário foi redundante). 
- Art. 153, § 1º representa exceção à regra da legalidade (o Presidente da República, por 
decreto, poderá aumentar alíquotas de II, IE, IPI, IOF). 
 
b) Princípio da anterioridade 
- Art. 150, III, b, da CF, 
- A lei que cria ou aumenta tributo, ao entrar em vigor, fica com sua eficácia suspensa até 
o início do próximo exercício financeiro, quando incidirá e produzirá todos os seus efeitos 
no mundo jurídico (não adia a cobrança e sim suspende a eficácia, não há incidência). 
Este princípio fornece segurança jurídica ao contribuinte, pois evita surpresas. 
- Pelo princípio da anterioridade, a lei que cria ou aumenta tributo só vale a partir do dia 
1o de janeiro do ano seguinte ao de sua publicação, salvo exceções expressas (CF, 150, § 
1º). 
- Entre as exceções citam-se, por exemplo, casos de calamidade pública ou de guerra 
(CF, arts. 148, I, e 154, II), ou a contribuição para a seguridade social, que pode ser 
cobrada em 90 dias da data da publicação da lei (CF, art. 195, § 6o). 
- Não se sujeitam também ao princípio da anterioridade os seguintes impostos: produtos 
industrializados (IPI), importação (II), exportação (IE) e operações financeiras (IOF) (CF, 
art. 150, § 1a). 
- As isenções tributárias devem obedecer este princípio. 
 
- Noventena (anterioridade nonagesimal): A Emenda Constitucional nº 42 (19/12/2003) 
expressa a necessidade de aguardar-se por noventa dias para que o tributo possa ser 
cobrado (art. 150, III, c), respeitado ainda o princípio da anterioridade (somente no 
próximo exercício financeiro). A noventena não se aplica aos seguintes tributos: 
empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de calamidade 
pública, guerra externa ou sua iminência (148, I, CF), Imposto de Importação, Imposto de 
Exportação, IRPF, IOF, impostos extraordinários para casos de guerra (art. 154, II). 
Também não se aplica a noventena para a fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU. 
 
 Emp. Compulsório 
– 148, I 
II IE IR IPI IOF Contr. 
Sociais 
Anterioridade Não Não Não Sim Não Não Não 
Noventena Não Não Não Não Sim Não Sim 
 
c) Princípio da Irretroatividade ou segurança jurídica 
 9 
- Art. 150, III, a, CF. 
- A segurança jurídica em sua dupla manifestação que é a certeza do direito e a 
proibição do arbítrio exigem que as leis sejam irretroativas (só produzem efeitos para o 
futuro). 
- A lei tributária só vale em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (CF, art. 150, III, "a"). Admite-se, 
porém, a retroatividade da lei interpretativa e das regras que favorecem o contribuinte 
(retroatividade benéfica), segundo dispõe o art. 106 do CTN: 
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
 I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
 II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
 a) quando deixe de defini-lo como infração; 
 b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou 
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de 
pagamento de tributo; 
 c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente 
ao tempo da sua prática. 
 
d) Princípio da Isonomia (igualdade) 
- A lei, em princípio, não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente. – art. 150, II, CF. 
 
e) Princípio Republicano 
- Os tributos devem ser instituídos e arrecadados sem ferir a harmonia entre os direitos 
do Estado e os direitos de cada um do povo. 
- Isto porque a República foi instituída para acabar com privilégios de classes e alcançar o 
bem comum de todos. Assim, tal princípio nos leva a pensar que o dinheiro arrecadado 
com um tributo deve seguir a destinação pública correta, atentando somente aos 
interesses do povo e para o bem-estar do país. 
- Portanto, o princípio guarda relação com o princípio da isonomia ou igualdade, 
complementando-o, uma vez que, não pode haver privilégios para determinadas classes. 
Um exemplo era o caso dos nobres que não pagavam impostos antes do advento da 
República (1891). 
 
f) Princípio da Capacidade Contributiva 
- Faz parte do princípio da isonomia, consiste em tratar os desiguais de modo desigual, 
podendo assim, o tributo ser cobrado de acordo com as possibilidades de cada um – art. 
145, § 1º. 
 
g) Princípio da Progressividade 
- Arts. 145, § 1o, 150, II, 153, § 4o, 182, § 4o, II,CF. 
- Extensão do princípio da capacidade contributiva. 
- Permite que as alíquotas sejam graduadas de acordo com a capacidade econômica do 
contribuinte. Ex: alíquota do imposto de renda. 
 
h) Princípio da Vedação de efeitos confiscatórios 
- O tributo deve ser razoável, não podendo ser tão oneroso que chegue a representar um 
verdadeiro confisco – art. 150, IV. 
- O caráter confiscatório do tributo é analisado pelo Judiciário em cada caso concreto, ou 
seja, para cada processo existente. 
- Considera-se confiscatório o tributo que consome grande parte da propriedade ou 
inviabiliza o exercício de atividade lícita. 
 
i) Princípio Federativo 
- Os Estados federados possuem competências restritas aos seus territórios. 
 10 
- Há uma ordem jurídica central (União) e ordens jurídicas periféricas parciais (Estados). A 
competência dos Estados é residual, ou seja, primordialmente há a competência da União 
e ainda, a competência estadual é limitada ao seu território. 
- Nesse sentido, há igualdade jurídica entre os Estados, não podendo um deles sobrepor-
se aos demais. 
 
j) Princípio da Imunidade recíproca das esferas públicas 
- Dependente e consequência do princípio federativo. 
- A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem instituir impostos 
sobre o patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros - art. 150 VI, “a”, CF. 
- Imunidade é a não-incidência constitucionalmente imposta, ou seja, a CF quem 
determina. 
- Isenção: não-incidência de tributo imposta por lei. Ex: remédios para AIDS não pagam 
tributo. 
- Empresas públicas e de economia mista que exploram atividade econômica sujeitam-se 
ao regime jurídico próprio das empresas privadas (art. 173, § 2o, CF). 
- Serviços públicos concedidos (CPFL, Telefonica, etc) não são imunes (artigo 13, CTN). 
 
Outras Imunidades: 
- Imunidade dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, “b”, CF) 
o A imunidade protege o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com 
as finalidades essenciais do templo. Ex: não se cobra IPTU do prédio da 
igreja, ISS do valor cobrado para rezar uma missa. 
o Obrigações acessórias devem ser cumpridas pelos templos, bem como o 
pagamento de taxas e contribuição de melhoria. 
- Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais e instituições de educação ou 
assistência social sem fins lucrativos. 
o Depende das regras contidas em lei (art. 150, VI, “c”, CF). 
o A imunidade protege o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com 
as finalidades essenciais dos entes em questão. 
- Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão. 
o Visa baratear a produção de obras no país. 
o Atinge IPI e impostos de importação sobre o papel, além do ICMS sobre o 
jornal e o livro impresso. 
o A editora, o autor, o livreiro, a banca de revistas pagam impostos. 
o O produto imune deve conter alguma finalidade informativa. 
o Há quem defenda a imunidade para as mídias eletrônicas (CDs, DVDs, etc - 
desde que contenham conteúdo didático). Os tribunais brasileiros não são 
unânimes sobre a questão. 
- Imunidade quanto a rendimentos de aposentadoria e pensão 
o O imposto de renda não incide sobre proventos de aposentado maior de 65 
anos que não tenha outro rendimento. 
o A CF disciplinava a questão, mas a Emenda Constitucional nº 20 de 1998 
extinguiu tal imunidade. No entanto há lei ordinária que prevê agora como 
isenção (Lei nº 9.250/95). 
 
k) Princípio da Imunidade de tráfego 
- Não pode a lei tributária limitar o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas ou 
bens, salvo o pedágio de via conservada pelo poder público – art. 150, V, da CF e art. 9º, 
III, do CTN). 
- O caso dos pedágios: 
 Pedágio como taxa 
- Art. 150, V, CF: trata o pedágio como um tributo. 
- Assim sendo, por não estar a taxa elencada pelo artigo 150, § 1o, da CF, deve estar 
submetida ao princípio da anterioridade e demais princípios tributários. 
- Por ser o pedágio uma taxa de serviço (serviço público de conservação das rodovias), o 
valor devido deveria ser calculado conforme o desgaste que cada veículo causa à estrada 
 11 
(a taxa deve ser divisível para cada contribuinte). Assim, além do cálculo pelos eixos do 
veículo, necessário seria calcular o peso e a distância percorrida. 
 Pedágio como tarifa: 
- O poder público alega que o pedágio não é taxa, pois não é obrigatório: utiliza-se da 
rodovia quem quer, não é imposição do Estado. Assim sendo, tem natureza contratual. 
Quem se submete ao poder de tributar paga tributo (que é sempre obrigatório), quem faz 
a opção de usar não paga tributo, e sim contrata serviço. As pessoas utilizam as estradas 
pedagiadas porque querem, pois poderiam utilizar rodovias alternativas. 
- No mais, quando a conservação e exploração das rodovias é concedida à particulares 
serão remunerados por tarifa, que é preço público. Nesse sentido o art. 175 da CF 
determina que incumbe ao Poder Público ordenar e fiscalizar os regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação,para a prestação de serviços públicos, definindo 
ainda a política tarifária. 
- Tarifa não é taxa, não precisa observar os princípios próprios a esta, podendo ser 
instituída por decreto sem aguardar novo ano fiscal para ser aumentado (princípio da 
anterioridade). 
- Interessante ver acórdão sobre o assunto, proferido pelo Tribunal de Justiça do Rio 
Grande do Sul: 
TRIBUTÁRIO – PEDÁGIO – NATUREZA JURÍDICA – TRIBUTO OU PREÇO PÚBLICO – I – 
Após a Constituição de 1988 (art. 150, V), é razoável o entendimento de que o 
pedágio tem natureza jurídica de taxa, somente podendo ser instituído através de 
lei. II – O pedágio preço público ou tarifa distingue-se do pedágio tributo (taxa) pela 
sua facultatividade (não compulsório). A compulsoriedade dos tributos decorre da 
potestade tributária. A facultatividade do preço público decorre da liberdade 
contratual. O pedágio-tarifa tem natureza contratual, tem por essência a 
facultatividade, que se caracteriza pela voluntariedade do pagamento e se 
concretiza através da existência de uma rodovia alternativa. III – Ao largo da 
divergência doutrinária e jurisprudencial quanto a natureza jurídica do pedágio, 
certo e que, não havendo rodovias alternativas a disposição dos usuários, 
configura-se como taxa, espécie tributária que deve submeter-se ao princípio da 
legalidade. Apelação provida. (TJRS – AC 598195287 – (00315595) – 2ª C.Cív. – Rel. 
Des. Arno Werlang – J. 11.08.1999). 
 
l) Princípio da Uniformidade nacional 
- O tributo da União deve ser igual em todo território nacional, sem distinção entre os 
Estados – art. 151, I, CF. 
- Admite-se, porém, em relação aos tributos federais, a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as 
diversas regiões do país. Exemplos: 
o Zona Franca de Manaus: isenções quanto à importação e exportação na 
área delimitada. Está garantido pelo menos até 2.023. A intenção é 
promover a região amazônica. Os benefícios da Zona Franca de Manaus 
foram estendidos a outras áreas do Amazonas, Roraima, Amapá, Acre e 
Rondônia. 
o Lojas Francas: são aquelas localizadas na zona primárias de aeroportos e 
portos. Vendem com benefícios fiscais para passageiros de vôos 
internacionais. O pagamento deve ser feito em moeda estrangeira, cheque 
de viagem ou cartão de crédito internacional. 
 
m) Princípio da Vedação de distinção em razão de procedência ou destino 
- É vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre 
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino – art. 
152, CF. 
 
n) Princípio da Não-cumulatividade 
- Por este princípio compensa-se o tributo que for devido em cada operação com o 
montante cobrado nas anteriores. Este princípio não é geral, sendo aplicado apenas no 
IPI, no ICMS e em eventuaisimpostos que vierem a ser criados pela União, na sua 
 12 
competência residual (arts. 152, § 3º, II; 155, § 2º, I; e 154, I). Na apuração contábil do IPI 
e do ICMS, o imposto a ser pago é lançado como débito, e o que já foi pago nas 
operações anteriores é lançado como crédito, a diferença entre esses débitos e créditos é 
que efetivamente deve ser recolhido em determinado período. 
 
 
 
 EXERCÍCIOS DE REVISÃO 
 
Analise o caso: 
Uma empresa produz diariamente 100 pares de sapatos. 
Cada par de sapatos é vendido por R$ 40,00. 
Os custos de produção para cada par de sapatos são: 
Insumos: R$ 15,00 
Custos fixos: R$ 5,00 
Imposto sobre a produção IPI (alíquota de 10% sobre preço de venda). 
Imposto sobre a circulação de mercadorias ICMS (alíquota de 10% sobre preço de 
venda). 
Situação: 
Uma nova lei tributária, promulgada na data de hoje eleva a alíquota do ICMS para 15%. 
Um decreto presidencial, também da data de hoje, eleva a alíquota do IPI para 15%. 
Questões: 
1- Qual era o lucro da empresa antes das mudanças nas alíquotas? 
2 – No caso relatado houve ofensa ao princípio da legalidade? Justifique. 
3 – Com as mudanças nas alíquotas dos impostos, o preço poderá ser mantido ou deverá 
subir para que a empresa tenha lucro? 
4 – A partir de quando a empresa sentirá os efeitos do aumento das alíquotas? Por quê? 
 
 
 13 
Capítulo III 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
1) Conceito: 
- direito subjetivo do Estado de exigir do contribuinte o pagamento do tributo 
devido; 
- é originado com a previsão legal do fato gerador e concretizado com a ocorrência 
do fato gerador, na data ou no prazo determinado em lei; 
- resulta da conjugação da lei (norma abstrata), do fato gerador (concreto) e do 
lançamento; 
 
2) Crédito regularmente constituído: é aquele tornado líquido, certo e exigível, por meio 
do lançamento. 
 
 
LANÇAMENTO: MODALIDADES. HIPÓTESES DE ALTERAÇÃO. 
 
1) Lançamento 
- Conceito: é o ato administrativo vinculado que verifica a ocorrência do fato gerador, 
identifica o sujeito passivo da obrigação tributária, determina a matéria tributável, aponta 
o montante do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível; o lançamento é 
constitutivo do crédito tributário, mas é apenas declaratório da obrigação. 
 
2) Modalidades de lançamento: 
- De ofício, quando é feito por iniciativa da autoridade administrativa, 
independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo (Ex: IPTU); 
- Por declaração é o que deve ser feito em atuação conjunta: a Administração realiza 
o lançamento com base em declaração fornecida pelo contribuinte ou por terceiros 
(Ex: IR); 
- Por homologação é o que corresponde a tributo cuja iniciativa de apuração e de 
pagamento competem ao sujeito passivo, devendo ser homologado por parte da 
autoridade administrativa (Ex: IPI, ITR). 
 
3) Lançamento por arbitramento pelo fisco 
- O lançamento por arbitramento é técnica a ser empregada tanto no lançamento por 
declaração quanto no lançamento por homologação. 
- Pode ocorrer quando os documentos apresentados pelo sujeito passivo ou suas 
declarações sejam omissas, incompletas, controversas ou indignas de fé. 
- Os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, em caso de descumprimento de 
algum dever por parte do sujeito passivo, ensejam lançamento de ofício. O mesmo em 
relação ao lançamento por declaração. 
 
 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: MODALIDADES. 
 
- Suspensão do crédito tributário: consiste na sustação temporária da exigibilidade do 
tributo. 
 
- Efeitos da suspensão: (1) manutenção da exigibilidade do cumprimento das obrigações 
acessórias dependentes ou consequentes do crédito cuja exigibilidade foi suspensa; (2) 
vedação que o fisco proceda à execução fiscal; (3) suspensão dos prazos, caso já tenha 
sido proposta ação fiscal; (4) impedimento a que se inicie a contagem dos prazos. 
 
a) Moratória: é a prorrogação do prazo para pagamento do crédito tributário, com ou sem 
parcelamento. Situa-se no campo da reserva legal; sua concessão depende sempre de lei 
(97, VI, CTN). Quando em caráter geral (para todos os contribuintes) resulta diretamente 
 14 
de lei, e quando em caráter individual depende de autorização legal (ou seja, a lei prevê 
e o administrador aplica caso a caso). 
- Salvo disposição legal em contrário, a moratória somente poderá beneficiar os créditos 
já definitivamente constituídos ou aqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado por ato 
preparatório notificado o sujeito passivo (154, CTN). 
- Moratória é diferente de parcelamento que consiste em novação (nova obrigação, nova 
data, novo valor com a extinção da obrigação anterior) - é uma medida política. 
 
b) Depósito: o sujeito passivo pode depositar, ao discutir o tributo em um processo 
judicial, o montante do crédito tributário com o fim de suspender a exigibilidade deste. 
- Para que seja causa suspensiva deve ser depositado o valor integral cobrado pela 
Fazenda Pública. 
- Se o contribuinte perder a ação judicial, nada será cobrado já que a conta judicial faz 
atualização e se ganhar o dinheiro será devolvido com correção monetária. 
- Atualmente o depósito é interpretado como uma faculdade para o contribuinte não um 
dever (o art. 38 da Lei 6830/80 que exige o depósito é considerado inconstitucional, 
apesar de não ter decisão expressa) - não é possível condicionar a liminar de Mandado de 
Segurança à realização do depósito, se presentes os requisitos para concessão da 
segurança. 
- O depósito pode ser prévio (anterior a constituição definitiva do crédito) e posterior 
(após a constituição): 
- Prévio: não impede a marcha do processo administrativo de lançamento, mas 
impede sua cobrança; 
- Posterior: suspende a exigibilidade do crédito que já está constituído (lançado). 
 
c) Reclamações e recursos Administrativos: sua interposição também suspende a 
exigibilidade do crédito tributário, desde que seja nos termos das leis reguladoras do 
procedimento tributário administrativo, isto é, nos casos e nos prazos admitidos nessas 
leis; impedem que o crédito se torne exigível, pois ainda não foi constituído. 
- O contribuinte não precisa esgotar as vias administrativas para ir ao Judiciário - é 
faculdade. 
- Decisão administrativa não faz coisa julgada, é possível ajuizar ação judicial contra o 
julgamento administrativo. 
 
d) Medidas liminares em mandado de segurança: o mandado de segurança assegura aos 
indivíduos a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado, por ato de 
autoridade; assim, em face de cobrança de tributo indevido pode o contribuinte valer-se 
dele. 
- O contribuinte tem o prazo de 120 dias, a contar da ciência do ato de cobrança do 
tributo que considera indevido, para impetrá-lo. Porém, pode impetrar o mandado 
preventivo, diante da ameaça de cobrança de tributo ilegal, ou inconstitucional. 
- Atualmente, com a possibilidade de concessão de liminares de antecipação de tutela 
em processo principal de discussão da dívida, o Mandado de Segurança tem sido pouco 
usado para suspensão de exigibilidade de tributos: a tutela antecipada ou liminar 
proferida em um processo ordinário pode suspender a exigibilidade do tributo. 
 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: MODALIDADES. 
 
1) Extinção do crédito tributário: é o desaparecimento da exigibilidade de um tributo. 
 
- São causas extintivas: 
 
a) PAGAMENTO = causa extintiva por excelência. 
 
=> Noções 
- Conceito: é a entrega ao sujeito ativo, pelo passivo ou por qualquer outra pessoa em 
seu nome, da quantia correspondente ao objeto do crédito tributário. 
 15 
- O pagamento de uma parcela não importa presunção de pagamento de outras, nem o 
pagamento de um crédito faz presumir-se o pagamento de outro, referente ao mesmo ou 
a outros tributos. 
 
b) REMISSÃO = é um perdão legal do créditotributário (diferente de remição que significa 
pagamento). 
- É concedida por lei (lei remissiva – deve ser da mesma espécie normativa que criou o 
tributo) da pessoa política tributante (lei específica – uma pessoa não pode perdoar 
tributo de outra) - é medida de política fiscal. 
- O despacho que concede a remissão há de ser fundamentado, justificado em um dos 
itens do art. 172 do CTN: - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, 
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato3; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou 
materiais do caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
- Para os doutrinadores atinge só o tributo, mas o CTN inclui também a multa (perdão de 
multa é anistia, isto porque multa é penalidade, não tributo). 
- Alguns municípios têm previsto em suas legislações locais a possibilidade de remissão 
de IPTU para os imóveis edificados atingidos por enchentes e alagamentos causados 
pelas chuvas. Caso a enchente tenha ocorrido após o pagamento do IPTU, há 
possibilidade de isenção para o exercício fiscal seguinte. 
 
c) COMPENSAÇÃO = é o encontro de contas do fisco e do contribuinte, cada um é 
devedor e credor do outro. 
- é possível mesmo quando os valores forem diferentes. 
- Requisitos: I) mesmas partes; II) créditos liquidados (líquido e certo), e III) 
autorização legislativa para compensar. 
- Espécies: I) legal (possível) 
II) convencional (não permitida, mas realizada por um acordo judicial). 
 
d) TRANSAÇÃO = é um acordo celebrado, por meio de lei, entre o fisco e o contribuinte 
(exceção do parcelamento que não exige a lei), a primitiva obrigação desaparece 
cedendo lugar à nova obrigação (novos valores e novas datas). 
- Leva à novação em matéria tributária. 
 
e) PRESCRIÇÃO = é a perda do direito de ação por não ter sido exercida durante certo 
tempo (desaparece a ação que viabiliza o direito, mas não o direito). 
- No Direito Tributário ocorre quando, efetuado o lançamento dentro do prazo legal, 
inicia-se a contagem de um prazo para que seja efetivamente cobrado o tributo. Passado 
esse prazo, perderá o fisco o direito de cobrança: é a perda do direito de ação do fisco. 
- O prazo prescricional é de cinco (05) anos – art. 174, CTN, contados da data do 
lançamento. 
- Requisitos para a efetivação da prescrição (devem estar todos presentes): 
I) existência de uma ação exercitável (que surge após o lançamento); 
II) inércia do titular desta ação; 
III) prolongamento de inércia durante certo tempo; 
IV) ausência de qualquer fato que a lei atribua o efeito de impedir, suspender ou 
interromper a fluência do lapso prescricional. 
- Só ocorre prescrição depois do lançamento (quando começa a ser contado o prazo) 
- Quem paga tributo prescrito não tem direito a restituição, pois o direito ao crédito pela 
Fazenda Pública ainda existia - art. 174 do CTN. 
- O prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido. 
 
3
 Exemplo: o contribuinte paga o carnê do tributo no banco, mas acha que ainda não tem a multa. Ao fazer o pagamento sem 
a multa exclui apenas a obrigação principal, que poderá ser objeto de remissão, restando em aberto apenas a multa. 
 16 
 
- Causas suspensivas da prescrição (suspende o prazo que volta a ser contado do mesmo 
ponto): 
1. Casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: art. 151 – moratória, 
depósito do montante, recurso administrativo e concessão de liminar; 
2. Inscrição da dívida no Livro de Dívida Ativa: art. 2º, § 3º da Lei de Execuções 
Fiscais – quando a Fazenda inscreve em livro próprio a dívida ativa do contribuinte 
inadimplente, haverá 180 dias de suspensão no prazo prescricional, ou suspensão 
até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. 
3. Impossibilidade de citação ou ausência de bens para penhora do contribuinte: art. 
40, da Lei de Execuções Fiscais – suspende o prazo se o contribuinte não for 
encontrado para a citação ou não tiver bens que garantam a execução (suspende 
indefinidamente). 
 
- Causas interruptivas da prescrição (retorna o prazo ao zero) - art. 174, par. único, do 
CTN: 
1. citação pessoal feita ao devedor (considera interrompida da data do despacho que 
ordena a citação); 
2. protesto judicial (não vale extrajudicial); 
3. qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor (ex. notificação, 
interpelação judicial ou intimação); 
4. qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento 
do débito pelo devedor (ex. pedido de parcelamento) 
 
 
f) DECADÊNCIA = é a perda do direito pelo seu não exercício por certo lapso de tempo. 
- Não se suspende, nem se interrompe. 
- Na esfera tributária ocorre quando não efetuado o lançamento no prazo legal. Deixando 
o fisco de constituir o crédito tributário, passado o prazo da decadência do direito de 
lançamento do tributo, extingue-se o direito do fisco de exigir o tributo. 
- O lançamento é um divisor entre a prescrição e a decadência, antes do lançamento só 
ocorre decadência - quem paga tributo lançado a destempo (depois de ocorrida a 
decadência) tem direito de restituição (diferente da prescrição) – após o lançamento 
somente se vislumbra a prescrição. 
- O início do prazo de decadência varia dependendo do tipo de lançamento: 
I) direto ou misto (de ofício ou por declaração) (art. 173) – decai em 5 anos, 
contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado (a lei fixa a data em que deve ser realizado). 
II) por homologação (art. 150, § 4º) – a fazenda pública pode homologar em até 5 
anos da ocorrência do fato imponível. Caso permaneça em silêncio ocorre a homologação 
tácita (aceitação do que realizou o contribuinte e a consequente extinção do crédito). 
- Contudo, sendo comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do 
contribuinte o prazo para o fisco requerer seu direito ao crédito passa a ser de 20 anos. 
- O ato homologatório previsto no parágrafo 4.º do art. 150 do CTN, cujo prazo é de 5 
(cinco) anos contados do fato gerador, somente é praticado em relação aos montantes 
recolhidos corretamente. O valor dos tributos não recolhido fica sujeito ao lançamento de 
ofício, sujeito ao prazo decadencial do art. 173 do CTN. 
- Falta de pagamento de tributo no lançamento por homologação: 
 Não havendo qualquer pagamento, ocorre descumprimento da obrigação 
tributária, nos termos do art. 149 do CTN, ensejando a realização de lançamento 
de ofício. Assim, o prazo decadencial para a Fazenda Pública realizar o lançamento 
seguiria a regra geral, de acordo com o artigo 173, CTN. 
 Assim, na falta de recolhimento do tributo, em termos totais ou parciais, todavia 
sem dolo, fraude ou simulação – o intervalo temporal, para fins de lançamento é de 
cinco anos, a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte. 
- Pagamento parcial de tributo no lançamento por homologação: 
 Quanto ao montante que deixou de ser recolhido, deverá ser lançado de ofício, a 
teor do art. 149 do CTN, cujo prazo para tanto está no art. 173. 
 17 
 O montante recolhido, por sua vez, embora não descaracterize a infração 
tributária, deve ser levado em conta nos termos do que dispõe os parágrafos 2.º e 
3.º do art. 150 do CTN, verbis: 
 Art. 150 [...] 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à 
homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção 
total ou parcial do crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafoanterior serão, porém, considerados na 
apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, 
ou sua graduação. 
 Como se vê, além de ser abatido do valor total do crédito devido, poderá influir na 
aplicação da penalidade, bem como em sua gradação. 
 
=> A doutrina admite também outras duas formas de extinção da obrigação tributária, 
são: 
a) confusão = ocorre quando o fisco se torna ao mesmo tempo credor e devedor do 
mesmo tributo 
- ex.: herança declarada vacante. A herança que não tem herdeiros legítimos ou 
testamentários é, inicialmente declarada jacente. Após cinco anos da abertura da 
herança, se não aparecerem os herdeiros, os bens são declarados como herança vacante 
passando então ao domínio da Prefeitura Municipal onde se localizem ou do Distrito 
Federal (art. 1822, Código Civil). 
b) desaparecimento, sem sucessor, do sujeito ativo ou do sujeito passivo do tributo = 
desaparece a obrigação tributária em razão da falta de um de seus elementos. 
I) sujeito ativo – é raríssimo (ex: municípios que foram inundados para formar 
represas. O Estado da Guanabara não é exemplo, deixou o Rio de Janeiro como 
sucessor). 
II) sujeito passivo - contribuinte morre deixando dívidas, mas sem deixar bens (os 
herdeiros só respondem pelas dívidas até as forças da herança) 
 
 
 
 EXERCÍCIOS DE REVISÃO 
 
01 - (Ministério Público / PB – 2003) O lançamento tributário é um ato constitutivo do 
crédito tributário e declaratório da obrigação tributária? 
 
02 - João é proprietário de imóvel urbano na cidade de Araraquara. No ano de 2008, 
apesar de ter recebido o carnê com o lançamento, João deixou de pagar o IPTU do 
exercício. Em, 10 de janeiro de 2012 o fisco municipal inscreve o nome de João no livro 
de dívidas fiscais ativas. Até quando o fisco tem possibilidade de iniciar a ação de 
execução fiscal? 
 
03 - No ano de 2004 Paulo deixou de pagar o IPVA para o Governo do Estado, por 
entender que a cobrança era ilegal. Diante disso, em 10 de março de 2005, iniciou 
processo administrativo para discussão do débito. A decisão final do processo ocorreu 
apenas em 07 de março de 2007. O crédito já está prescrito? 
 
04 - A Prefeitura Municipal deixa de realizar o lançamento do IPTU de Sérgio no ano de 
2005. O fisco pretende realizar execução judicial. Tal medida será possível? Justifique. 
 
05 – Em setembro de 2009 um lojista lança o ICMS da venda de um produto com valor 
menor, recolhendo assim somente metade do valor devido. Na data de hoje, o fisco 
estadual realiza inspeção na loja e descobre o tributo lançado com valor menor. O fisco 
pode fazer novo lançamento? Explique o tipo de lançamento, o prazo para final para que 
seja efetivado e o montante do valor a ser lançado. 
 
 18 
06 - Nos termos do Código Tributário Nacional, o denominado lançamento por 
homologação 
(A) acontece naqueles tributos em que a legislação tributária impõe ao Fisco todo o labor 
da constituição do crédito tributário. 
(B) somente estará completado se a Administração permanecer omissa no prazo de cinco 
anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao da realização do fato gerador. 
(C) exige que o Fisco homologue expressa ou tacitamente os pagamentos antecipados 
realizados pelo próprio contribuinte sem qualquer participação estatal. 
(D) suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
 
07 - (Juiz/PI2002) Lei Estadual determinou o cancelamento de débitos fiscais para com a 
Fazenda Estadual de valor inferior a R$ 200,00, realizou qual instituto? 
 19 
Capítulo IV 
IMPOSTOS DA UNIÃO 
 
1 – Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros – II 
 
- Características: 
 fato gerador: é a entrada de produto estrangeiro em território nacional - entrada 
no país de mercadoria a ele destinada (e não apenas de passagem); 
 contribuinte: é o importador ou o arrematante (quando se tratar de produtos 
apreendidos ou abandonados); 
 base de cálculo: é o preço normal do produto, quando da importação; 
 alíquotas: podem ser alteradas a qualquer tempo, pelo Poder Executivo, desde que 
respeitados limites e condições fixados em lei. 
 
- Competência – União, art. 153, I, da CF. 
- A formalização dá-se no desembaraço aduaneiro (data do fato gerador). Território 
aduaneiro é a área onde pode ser exigido o tributo, ou seja, todo o território nacional. A 
zona primária do território aduaneiro refere-se aos portos, aeroportos e outros locais 
alfandegários (porto seco). A zona secundária abrange o território restante. 
- Alíquota – pode ser específica, tendo em vista o modo de medir o produto (ex. por quilo, 
metro, etc), ou ad valorem, tendo em vista apenas o valor do bem – art. 20, CTN: 
Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
 I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei 
tributária; 
 II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu 
similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre 
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; 
 III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o 
preço da arrematação. 
 
- Função extrafiscal – especial função como instrumento regulador do comércio exterior. 
O Imposto de Importação tem a finalidade de regular o comércio exterior, quando se quer 
estimular a importação de determinado produto, sua alíquota é reduzida ou zerada; 
quando se deseja o contrário, sua alíquota é aumentada. 
- Dada a função extrafiscal este imposto não obedece ao princípio da anterioridade – art. 
150, § 1º, CF, da noventena ou da legalidade nas alterações das alíquotas (as alíquotas 
podem ser alteradas pelo Executivo – art. 153, § 1º, da CF e art. 21 do CTN). 
- Na importação incidem três impostos: II, IPI, ICMS. 
- O IPI é calculado sobre a mercadoria mais os valores do II, das taxas e dos encargos 
cambiais – arts. 153, I e IV. 
- O ICMS deverá ser destinado ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o 
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço importado (art. 155, § 2º, 
IX, “a”, CF). 
- A base de cálculo do ICMS será o preço normal do produto acrescido do montante do 
imposto sobre a importação (art. 47, I, “a”, do CTN). 
 
- O regime especial de drawback 
 O regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966 pelo Decreto Lei nº 
37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre 
insumos importados para utilização em produto a ser exportado. O mecanismo 
funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção de 
produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado internacional. 
 Existem três modalidades de drawback: 
o Isenção: consiste na isenção dos tributos incidentes na importação de 
mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada à reposição 
de outra importada anteriormente, com pagamento de tributos (ou seja, a 
mercadoria anteriormente importada pagou tributo), e utilizada na 
 20 
industrialização de produto exportado. Ex: um determinado óleo que é 
utilizado na lubrificação de máquina responsável pela fabricação de produto 
a ser exportado. 
o Suspensão: ocasiona a suspensão dos tributos incidentes na importação de 
mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser 
exportado. Ex: fabricante de automóveis que importa peças, coloca-as em 
seus veículos e os exporta. 
o Restituição: enseja a restituição de tributos pagos na importação de insumo 
importado utilizado em produto exportado (na prática não tem mais sido 
utilizado). 
 
- O art. 336 do Decreto 4543/2002, estabelece que o regime de drawback poderá ser 
concedido à: 
I - mercadoria importada para beneficiamento no País e posterior exportação; 
II - matéria-prima, produto semi-elaborado ou acabado, utilizadosna fabricação 
de mercadoria exportada, ou a exportar; 
III - peça, parte, aparelho e máquina complementar de aparelho, de máquina, de veículo 
ou de equipamento exportado ou a exportar; 
IV - mercadoria destinada a embalagem, acondicionamento ou apresentação de produto 
exportado ou a exportar, desde que propicie comprovadamente uma 
agregação de valor ao produto final; ou 
V - animais destinados ao abate e posterior exportação. 
§ 1o O regime poderá ainda ser concedido: 
I - para matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto 
exportado, sejam utilizados na sua fabricação em condições que justifiquem a 
concessão; ou 
II - para matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo de produtos agrícolas ou 
na criação de animais a serem exportados, definidos pela Câmara de Comércio Exterior. 
 
 
2 – Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados 
– IE 
 
- Características: 
 fato gerador: é a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território 
nacional; 
 contribuinte: é o exportador; 
 base de cálculo: é o preço normal do produto quando da exportação; 
 alíquotas: podem ser alteradas a qualquer tempo, pelo Poder Executivo, desde que 
respeitados limites e condições fixados em lei. A alíquota do imposto é de 30%, 
facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos 
da política cambial e do comércio exterior. Em caso de elevação, a alíquota do 
imposto não poderá ser superior a 150%. 
 
- O Imposto de Exportação é um tributo com finalidade regulatória (função extrafiscal), 
somente utilizado quando o país tem interesse em desestimular a exportação de 
determinado produto nacional. 
- Competência: União – art. 153, II, da CF. 
- A formalização dá-se no momento da expedição da guia de exportação ou documento 
equivalente. 
- Não anterioridade: não se sujeita ao princípio da anterioridade – art. 150, § 1º, da CF - e 
ao da noventena. 
- Não incidência do ICMS nas operações e prestações que destinem ao exterior 
mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, 
ou serviços – art. 3º, II, da Lei Complementar 87/96. 
- Também não incidem o IPI (At. 153, §3º, CF), PIS e COFINS. 
 
 
 21 
3 – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR 
 
- Características: 
 fato gerador: é a renda, ou seja, o produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos, e os proventos de qualquer natureza, assim entendidos os 
acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda (são todos os 
outros acréscimos patrimoniais, como aposentadorias, pensões, etc.). Não há 
renda nem provento sem acréscimo patrimonial. Por isso, pode-se dizer que o fato 
gerador do imposto é o acréscimo patrimonial; 
 contribuinte: é o titular da renda ou dos proventos; 
 base de cálculo: é o montante da renda ou dos proventos tributáveis; 
 alíquotas: são progressivas e variáveis para as pessoas físicas e para as pessoas 
jurídicas. 
 
- O Imposto de Renda é o mais importante dos tributos diretos. É progressivo, na medida 
em que há alíquotas diferenciadas, além da faixa de isenção. 
- O Imposto de Renda descontado dos rendimentos dos servidores públicos dos Estados e 
dos Municípios constitui receita destas esferas. 
- Competência: União – art. 153, III, da CF. 
- Sujeito passivo: é a pessoa física ou jurídica que registra acréscimos em seu patrimônio 
(contribuinte). Pode ser também quem tem a obrigação de reter o imposto na fonte 
(responsável). 
 
3.1 – Tabelas para o IRPF 
 Tabela Progressiva Anual (exercício de 2018, ano-calendário de 2017) 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (R$) 
Até 22.848,76 - - 
De 22.848,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58 
De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57 
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51 
Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32 
 
Exemplo (conta básica pelo sistema simplificado): 
1º passo: definir base de cálculo e alíquota 
Base de Cálculo = R$ 25.000,00 X Alíquota (7,5%) = R$ 1.875,00 (valor devido) 
2º passo: Verificar na tabela qual a parcela a deduzir referente àquela alíquota. 
Parcela a Deduzir = R$ 1.713,58 
3º passo: Imposto devido ( – ) parcela a deduzir 
R$ 1.875,00 – R$ 1.713,58 = R$ 161,42 
Resposta: O Imposto de Renda a ser pago será R$ 161,42 
 
Tabela Progressiva para o cálculo mensal (exercício de 2018, ano-calendário de 2017). 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (em R$) 
Até 1.903,98 – – 
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 
Acima de 4.664,68 27,5 869,36 
 
 
 
3.2 - Imposto de Renda Pessoa Jurídica - I.R.P.J. 
 
 22 
- O IRPJ tributa as empresas de formas diferenciadas quanto à apuração e pagamento: 
 
A) Formas de pagamento: 
o Lucro real (receita líquida) - Pagamento trimestral 
o Lucro presumido (receita bruta de período anterior) - Pagamento trimestral 
o Lucro estimado (receita bruta a ser apurada4) - Pagamento mensal 
 
B) Formas de apuração: 
 
 Lucro real 
o Segundo o Art. 14, da Lei 9.718/98, estão obrigadas à apuração do lucro real 
as pessoas jurídicas: 
 I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite 
de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao 
número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação 
dada pela Lei nº 10.637, de 2002) 
 II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de 
investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades 
de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, 
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras 
de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, 
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e 
entidades de previdência privada aberta; 
 III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do 
exterior; 
 IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios 
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; 
 V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento 
mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 
1996; 
 VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção 
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos 
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring). 
 Lucro presumido/estimado 
 
 
C) Forma de apuração diferenciada de acordo com o ramo de atividade da empresa: 
 
1.1 - Industrial/Comercial: Apura-se 8% da receita bruta. Sobre este valor calcula-se 
15% detendo o valor do imposto de renda a pagar 
1.2 - Comércio Varejista de Combustível: Apura-se 1,6% da receita bruta. Sobre este 
valor calcula-se 15% detendo o valor do imposto de renda a pagar obs: Nos postos de 
gasolina: 
=> 1,6 % combustíveis 
=> 8% sobre vendas 
=> 32% serviços gerando a base de cálculo sobre a qual incidirá 15% dando o IRPJ 
à pagar 
1.3 - Prestação de Serviços: Estas empresas têm formas diferenciadas de apuração 
conforme o ramo de atividade: 
1.3.1 - Prestação de serviço de profissão regulamentada: Apura-se 32% da receita 
bruta, gerando a base de cálculo. Sobre a base de cálculo aplica-se 15% obtendo o 
valor do imposto à pagar. 
 
4
 Para empresas que ainda não possuem faturamento para incidência da tributação, como no caso do lucro presumido. 
 23 
1.3.2 - Prestação de serviço de profissão não regulamentada: Apura-se 16% da 
receita bruta gerando a base de cálculo.Sobre este, aplica-se 15% gerando o 
imposto a pagar. 
1.3.3 - Prestação de serviço de transporte de passageiros: Apura-se 16% da receita 
bruta gerando a base de cálculo. Sobre este, aplica-se 15% gerando o imposto a 
pagar. 
1.3.4 - Prestação de serviço de transporte de cargas e serviços hospitalares: Apura-
se 8% da receita bruta gerando a base de cálculo. Sobre este, aplica-se 15% 
gerando o imposto a pagar. 
 
- No caso da empresa que em virtude dos diversos ramos explorados se enquadrar em 
mais de uma situação deverá ser aplicada a alíquota correspondente a cada ramo 
separadamente. 
- Independente da forma de tributação adotada incidirá um adicional de 10,00 % sobre o 
lucro anual superior a R$ 240.000,00. Para as empresas que não tiverem completado o 
período de apuração do ano fiscal, a alíquota de 10% será aplicada sobre o valor 
resultante da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do 
respectivo período de apuração. 
 
 
4 – Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 
 
- Características: 
 fato gerador: 
a) o desembaraço aduaneiro do produto industrializado, quando de procedência 
estrangeira – art. 46, I, CTN. O IPI, no caso, incide não só sobre o preço da 
mercadoria, mas também sobre o que foi pago a título de imposto de 
importação, taxas e encargos cambiais – art. 47, CTN. 
b) a saída do produto do estabelecimento de importador, industrial, comerciante 
ou arrematante. No caso de comerciante o IPI só é devido nos produtos sujeitos 
ao imposto e se ele vender o produto para um industrial – art. 51, III, CTN. 
c) arrematação, em leilão, de produto apreendido ou abandonado – art. 46, III, 
CTN. 
 contribuinte: o importador ou quem a lei a ele equiparar; o industrial ou quem a lei 
a ele equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto; o arrematante de 
produtos apreendidos ou abandonados; 
 base de cálculo: 
o o valor da operação, acrescido do imposto de importação e demais 
despesas; 
o o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria do 
estabelecimento importador, industrial ou arrematante; na falta desse valor, 
o preço corrente da mercadoria ou sua similar no mercado atacadista da 
praça do remetente; 
o o preço da arrematação de produtos apreendidos ou abandonados; 
 alíquotas: variam em função da essencialidade dos produtos (seletividade: o IPI 
tem alíquota maior ou menor, conforme a essencialidade do produto). Estão 
presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados 
(TIPI). 
 não-cumulatividade: ao final de cada período de apuração (cada mês – exceção 
para o cigarro = prazo decendial, ou seja, a cada 10 dias), o contribuinte, por 
mecanismo de débito e crédito, deduz do imposto referente aos produtos saídos o 
imposto pago relativamente aos produtos entrados. Assim, o IPI pago numa 
operação deduz-se do IPI a ser pago na operação seguinte, na passagem da 
mercadoria de uma empresa para outra (ou de um estabelecimento para outro, da 
mesma empresa – art. 51, parágrafo único, CTN). Mas não entram no cômputo 
produtos destinados ao ativo permanente, que não fazem parte do processo de 
industrialização. 
 
 24 
- Competência: União – art. 153, IV, da CF 
- Consideram-se produtos industrializados os modificados ou aperfeiçoados para o 
consumo - art. 46, parágrafo único, do CTN: considera-se industrializado o produto que 
tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, 
ou o aperfeiçoe para o consumo. A industrialização consiste em beneficiamento, 
transformação, montagem, acondicionamento ou renovação. 
- Não anterioridade: o IPI não se sujeita ao princípio da anterioridade – art. 150, § 1º, CF. 
Mas sujeita-se à noventena. 
- Não se sujeita a legalidade, pois o Presidente da República pode alterar as alíquotas por 
meio de decreto (art. 153, § 1º, CF). 
- Não incidência na exportação: não incide IPI nos produtos destinados ao exterior – art. 
153, § 3º, III. Tecnicamente, trata-se de imunidade, uma vez que a dispensa é dada pela 
própria CF. 
- A União deve repassar aos Estados e DF 10% do IPI do produto produzido em seus 
territórios que forem exportados. 
 
5 – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores 
Mobiliários – IOF 
 
- Características: 
 fato gerador: depende da espécie de operação financeira; nas operações de 
crédito, é o valor objeto da operação; nas operações de câmbio, é a efetivação da 
operação (troca de moedas); nas operações de seguro, é a emissão da apólice; nas 
operações relativas a títulos e valores mobiliários, é a emissão, a transmissão, o 
pagamento ou os resgates desses títulos, na forma da legislação específica; 
 contribuinte: é quem se beneficia da operação financeira; 
 base de cálculo: é o valor da operação; 
 alíquotas: podem ser alteradas administrativamente em razão da política 
econômica do governo federal, não estando sujeitas ao princípio da anterioridade. 
 
- Competência: União – art. 153, V 
- Função extrafiscal: pode ser também usado como instrumento da política financeira. 
- Não anterioridade: o IOF não se sujeita ao princípio da anterioridade – art. 150, §1º, CF, 
mas se sujeita a noventena. 
- Não se sujeita a legalidade, pois o Presidente da República pode alterar as alíquotas por 
meio de decreto (art. 153, § 1º, CF). 
- Tributação do ouro: 
 Incide sobre ouro quando definido por lei como ativo financeiro (art. 153, § 5º, CF). 
Nesse sentido, a Lei 7.766/89 explicita que o ouro é ativo financeiro, quando na 
seguinte condição: O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto ou refinado, 
quando destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País 
(art. 1º). 
 Conforme determina a CF, 153, § 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF e 
é devido na operação de origem (garimpo ou mineração). A alíquota mínima será 
de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos 
seguintes termos: 30% para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a 
origem; 70% para o Município de origem. 
 
 
6 – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR 
 
- Características: 
 fato gerador: é a propriedade de imóvel localizado fora da zona urbana do 
Município; 
 contribuinte: é o proprietário; 
 base de cálculo: é o valor da terra nua (sem benfeitorias); 
 25 
 alíquotas: são variáveis, conforme o percentual de utilização da propriedade, em 
escala constante na lei e que leva em consideração também a área total do imóvel 
e sua localização geográfica no Brasil. 
 
- Competência: União – art. 153, VI. Mas 50% são repassados para os Municípios, 
relativamente aos imóveis neles situados – art. 158, II, CF. 
- Com a Constituição de 1988, o produto da arrecadação do ITR passou a ser repartido 
igualmente entre União e Município, permanecendo, no entanto, na competência 
tributária federal. As alíquotas são variáveis, em função de critérios como localização, 
área total da propriedade, percentual de utilização da área, e incidem sobre o valor da 
terra nua. 
- Incide sobre a propriedade (é a soma de todos os direitos que alguém possa ter sobre 
uma coisa), domínio útil (é um aspecto da propriedade, que pode ser destacado e 
entregue a outrem) ou posse de terra, fora da zona urbana. 
- Data de incidência: 1º de janeiro de cada ano. 
- Não importa a destinação efetiva do imóvel, agrícola ou residencial, o que vale é a sua 
localização fora da zona urbana. O CTN quando trata do IPTU em seu artigo 32, parágrafo 
único, define zona urbana: 
Parágrafo primeiro - Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a 
definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos 
indicados em pelo menos doisdos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder 
Público: 
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
II - abastecimento de água; 
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; 
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do 
imóvel considerado 
- Seletividade: o ITR deve ser seletivo, com alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas, não incidindo sobre pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua 
outro imóvel – art. 153, §4º, CF (consiste em uma imunidade). 
- A Lei nº 8.629/93, de forma expressa, dá o conceito do que seja a pequena propriedade 
rural: aquela que tenha área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais. Os módulos fiscais 
são qualificados através de hectares (um hectare equivale a 10 mil metros quadrados), 
variando de acordo com as diversas regiões do país, isso porque as terras de uma região 
são mais produtivas que de outras. 
- Tamanho do Módulo Fiscal: 
Município Área Município Área Município Área 
Altamira-PA 75 ha. Resende-RJ 26 ha. Belo Horizonte-MG 5 ha. 
Manaus-AM 10 ha. Juazeiro-BA 65 ha. Presidente Prudente-
SP 
22 ha. 
Uberaba-MG 24 ha. Londrina-PR 12 ha. São Paulo-SP 5 ha. 
- A lei 9393/96 esclarece algumas isenções, como no caso de imóvel rural compreendido 
em programa de reforma agrária e concedido para assentamento. 
- Cálculo do imposto: a apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo 
contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, 
nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a 
homologação posterior – Lei 9393/96. 
 
 
7 – Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF 
 
Apesar de autorizado constitucionalmente, esse imposto ainda não foi instituído pela 
União. Sua instituição depende de lei complementar. 
 
8 – Outros impostos 
 
 26 
- Segundo dispõe o art. 154 da CF, a União poderá ainda instituir impostos 
extraordinários, em caso de guerra externa ou sua iminência, e impostos residuais, desde 
que sejam criados por lei complementar, sejam não-cumulativos e que não tenham fato 
gerador ou base de cálculo própria de quaisquer dos impostos já previstos na 
Constituição. 
 
 
 
 EXERCÍCIOS DE REVISÃO 
 
1 - O imposto sobre a renda: 
a) tem como fato gerador a disponibilidade econômica de renda, assim entendido o 
produto do capital e do trabalho, bem como os proventos de qualquer natureza, assim 
entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. 
b) pode ter as atuais alíquotas substituídas por uma alíquota única, mediante alteração 
por lei ordinária, que assegure a arrecadação do mesmo montante propiciado pela 
legislação vigente. 
c) juntamente com o imposto territorial rural, constitui os dois únicos impostos federais, 
disciplinados por lei ordinária, que se submetem ao princípio da anterioridade, previsto 
no art. 150, III, b, da CF. 
d) imposto recebido na fonte pelo IPREM, autarquia municipal, em razão de rendimentos 
pagos, a qualquer título, fica pertencendo àquela autarquia municipal. 
 
2 - Não pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro da publicação da lei que o 
instituiu, o imposto: 
a) sobre produtos industrializados (IPI). 
b) sobre importação de produtos estrangeiros (I.I.). 
c) sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários (IOF). 
d) sobre a renda de proventos de qualquer natureza (IR). 
 
3 - Assinale a única alternativa correta, no que se refere ao imposto sobre produtos 
industrializados: 
a) será seletivo, independentemente da essencialidade do produto; 
b) incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior; 
c) será não cumulativo, compensando-se o que for devido anualmente com o montante 
cobrado nos últimos doze meses; 
d) será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o 
montante cobrado nas anteriores; 
 
4 - Com relação ao Imposto de Importação (II) e ao Imposto de Exportação (IE), é correto 
afirmar: 
(A) as alterações de suas alíquotas e base de cálculo somente poderão ocorrer por meio 
de lei ordinária editada pelo Congresso Nacional. 
(B) em ambos os casos (II e IE) há um abrandamento do princípio da legalidade, de tal 
forma que estes tributos poderão ter a sua alíquota alterada por ato do Presidente da 
República. 
(C) seguem estritamente o princípio da legalidade e tipicidade cerrada. 
(D) apenas o II, por força de um desequilíbrio da balança comercial, poderá ter suas 
alíquotas alteradas por ato do Presidente da República. 
 
5 - O Imposto sobre a Importação: 
a) pode ser instituído pelo Poder Executivo. 
b) pode ter suas alíquotas e base de cálculo alteradas pelo Poder Executivo. 
c) incide sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
d) não incide sobre o ouro, em qualquer hipótese. 
e) incide sobre mercadorias estrangeiras, e tem como fato gerador sua entrada no 
Território Nacional. 
 27 
 
6 - O Imposto sobre a Exportação: 
a) é um imposto sobre o patrimônio. 
b) tem como fato gerador a saída de produtos nacionais. 
c) o Poder Executivo pode alterar suas alíquotas somente através de lei. 
d) tem como fato gerador a saída de produtos nacionalizados. 
e) as letras (b) e (d) estão corretas, pois "produtos nacionais" e "produtos nacionalizados" 
têm o mesmo significado. 
 
7 - A não-cumulatividade e a seletividade são características do: 
a) Imposto sobre a Importação e sobre a Exportação. 
b) Imposto sobre a Renda - Pessoa Física. 
c) Imposto sobre Serviço de qualquer natureza. 
d) Imposto sobre Produtos Industrializados. 
e) todas as respostas anteriores. 
 
 28 
Capítulo V 
IMPOSTOS ESTADUAIS 
 
 
Impostos dos Estados 
 
Nota: Também são de competência do Distrito Federal. 
 
 
1 – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU 
DIREITOS - ITCMD 
 
- Incide sobre a transmissão de quaisquer bens ou direitos, desde que decorrentes de 
causa mortis ou a título gracioso (doação). 
- Possui as seguintes características: 
 fato gerador: é a transmissão por morte ou por doação de quaisquer bens ou direitos; 
 contribuinte: é o herdeiro ou o legatário (herdeiro testamentário), ou seja, quem 
recebe a herança ou o legado, no caso de transmissão causa mortis; na doação o 
contribuinte é o donatário; 
 base de cálculo: é o valor dos bens ou direitos transmitidos; 
 alíquotas: variam de Estado para Estado. 
 
- O ITCMD é um imposto sobre heranças, legados (testamentos) ou doações. Paga quem 
recebe a herança ou o legado e quem recebe a doação. 
- As alíquotas incidem sobre o valor dos bens ou direitos. 
- No caso de imóveis o imposto será recolhido pelo Estado onde se situam ou pelo DF. 
- No caso de móveis pelo Estado onde se processar o inventário ou tiver domicílio o 
doador – art. 155, § 1º, II, CF. 
 
 
 ITCMD no Estado de São Paulo: 
 
- Valor da alíquota: 4,0 % 
 
Isenções: 
I - Nas transmissões causa mortis: 
a) Imóveis cujo valor não ultrapasse 5.000 Ufesps5, desde que os familiares não possuam 
outra residência. 
b) Imóveis no valor de 2.500 Ufesps anuais, se este for o único bem transmitido. 
Obs.: Estes parâmetros são com base na avaliação do imóvel a preço de mercado, 
incluindo todas as benfeitorias. 
 
II - a transmissão por doação: 
a) cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) Ufesps; 
b) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação 
popular; 
c) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público. 
 
 
2 – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE 
PRESTAÇÕES DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL

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