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DIREITO NAS ORGANIZAÇÕES Professor: Pedro R. Campanini Curso: Administração 1. Direito Tributário 1.1. Teoria da Imposição Tributária 1.2. Princípios Constitucionais Tributários 1.3. Normas de Direito Tributário 1.4. Espécies Tributárias 1.5. Obrigação Tributária 1.6. Crédito Tributário 1.7. Prescrição e Decadência 1.8. Tributos em espécie A – Da União B – Dos Estados C – Dos Municípios 1.9. Crimes contra a ordem tributária 2. Direito do Trabalho 2.1. Teoria Geral do Direito do Trabalho 2.2. Trabalho Autônomo e Subordinado 2.3. Direito Constitucional do trabalho 3. Direito da Empresa 3.1. Do Empresário 3.2. Constituição das Sociedades 3.3. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 3.4. Da Sociedade Araraquara 2 Capítulo I Imposição Tributária I. DIREITO TRIBUTÁRIO - Conceito de Direito Tributário: ramo do Direito Público que trata do conjunto de normas e proposições que disciplina a atividade do Poder Público de criação, fiscalização e arrecadação de tributos. - Objetivo principal: arrecadar tributos. - Antes da CF/88 o tributo era usado conforme conviesse, agora precisa seguir o sistema tributário constitucional (CF arts. 145/156). II. TRIBUTO - Tributo Art. 3º, CTN - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Prestação = obrigação. Pecuniária = que tenha expressão monetária, tradução em dinheiro. Compulsória = obrigação (redundância do CTN). Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir = redundância. Que não constitua sanção de ato ilícito = pena pecuniária (multa) é diferente de tributo. Instituída em lei = art. 5o, II, CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada = não se cobra de qualquer forma; o tributo só pode ser exigido mediante lançamento (ato jurídico-administrativo que viabiliza a cobrança do tributo – art.172, CTN). - Função dos Tributos 1 – Fiscal: quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. 2 - Extrafiscal, quando seu objetivo principal é a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros. Ex: Alíquotas de importação. 3 - Parafiscal, quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas. Quando terceira pessoa, diversa da que criou o tributo, o arrecada, desde que tenha obtido autorização legal para isso. É a delegação de capacidade tributária ativa que a pessoa política, por meio de lei, faz a terceira pessoa, a qual, por vontade desta mesma lei, passa a dispor do produto arrecadado. Ex.: OAB, SESI. - Tipos de tributo (espécies tributárias): - Imposto o Art. 16, CTN: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. o Independe de qualquer atividade ou serviço do poder público em relação ao contribuinte. Aplica-se para custeio da administração e para serviços em benefício da comunidade. 3 - Taxa o Art. 77, CTN: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. o Tributo relacionado com a prestação de algum serviço público para um beneficiário identificado ou identificável. o O serviço pode ser efetivo ou potencial, ou seja, posto à disposição e não utilizado. Ex: taxa de consumo mínimo de água. o Também pode estar relacionado como poder de polícia da atividade estatal: fiscalização e licenciamentos. - Contribuição de melhoria o Art. 81, CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. o É um tributo sobre a valorização de imóvel particular decorrente de obra pública realizada. - Contribuições sociais, especiais ou parafiscais: são tributos destinados à coleta de recursos para certas áreas de interesse do poder público, na Administração direta ou indireta, ou na atividade de entes que colaboram com a Administração. Tem destinação certa e por isso é recolhida com finalidade predeterminada. Ex: Cofins (Contribuição para o financiamento da seguridade social). - Empréstimos compulsórios o Art. 148, CF: A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".1 Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. o É um imposto qualificado pela promessa de restituição, com aplicação vinculada à despesa que fundamenta sua instituição. III. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 1) Conceito: é a repartição do poder de tributar, constitucionalmente atribuída aos diversos entes públicos, de modo que cada um tenha o poder de instituir e arrecadar os tributos de sua exclusiva responsabilidade; envolve o poder de fiscalizar e cobrar tributos, e o de legislar a respeito. Assim, somente tem competência tributária o ente público provido de poder de legislar. 2) Poder de tributar: é a atribuição constitucionalmente conferida aos entes federativos, em caráter de exclusividade, para criar, aumentar, diminuir ou extinguir tributos, de forma a arrecadar recursos para a consecução de suas finalidades (art. 145, CF). - Uma vez que a competência tributária é indelegável (art. 7º do CTN), apenas determinadas funções são transferíveis (capacidade tributária ativa), como as de 1 É necessário respeitar-se o princípio da anterioridade – objeto de estudo no Capítulo II. 4 arrecadação ou de fiscalização, que passam de um órgão público para outro. Ex: União permite que municípios fiscalizem e arrecadem o ITR. - Capacidade tributária: envolve apenas a fiscalização e a cobrança por delegação, sem poder para legislar. Ex: INSS 3) Competência legislativa plena: consiste no poder exclusivo da pessoa jurídica de direito público conforme indicada pela CF, de criar e arrecadar tributos, de acordo com o que dispõe o CTN, art. 6º. 4) Características da competência: a) privativa: cada pessoa política tem seus próprios tributos; b) imprescritível: não está submetida a prazo para ser validamente exercitada (ex: imp. sobre grandes fortunas); c) exercício facultativo: a pessoa política é livre para criar ou não o tributo – exceção ICMS que é de exercício obrigatório; d) não ampliável: não pode ir além dos moldes constitucionais, só é possível alargamento por força constitucional, admitido por emenda; e) irrenunciável (pode deixar de exercitar, masnão pode abrir mão em definitivo). O legislador de hoje não pode criar entraves para o de amanhã. f) indelegável (o que se delega é a capacidade tributária – art. 7º). IV - ELEMENTOS DO TRIBUTO a) Fato gerador 1. Fato gerador in abstrato ou hipótese de incidência: é o fato descrito na lei que acontecido faz nascer a relação jurídica tributária (o dever de pagar tributo) que tem por objeto a dívida tributária. Existe no mundo abstrato, é o tipo tributário, é o elemento diferenciador dos tributos. 2. Fato gerador in concreto ou fato imponível: é a ocorrência do fato que já era previsto como apto a gerar uma obrigação tributária. É a ocorrência real da descrição abstrata, é o fato típico do tributo (fato gerador in concreto). Nasce o tributo quando ocorrer o fato imponível que se ajusta a uma hipótese de incidência já prevista (tipicidade). b) base de cálculo: é a dimensão legal da materialidade do tributo. Deve guardar correlação lógica com a hipótese de incidência (está embutida na hipótese de incidência), se houver descompasso entre ambas nada poderá ser cobrado (é elemento quantitativo). Ex.: IR = a hipótese de incidência é obter rendimentos e a base de cálculo é o quanto do rendimento. c) alíquota: é o critério legal, normalmente expresso em porcentagem, que, conjugado à base de cálculo permite que se chegue ao valor devido (quantum debeatur). - Não pode ser confiscatória. Exemplo de tributo: Imposto de Renda - Hipótese de incidência = previsão legal de quem tiver uma renda “x” deverá pagar. - Fato gerador = alcançar, na prática, a renda determinada pela lei. Tabela Progressiva Anual (exercício de 2018, ano-calendário de 2017) Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (R$) Até 22.848,76 - - De 22.848,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58 De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57 5 De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51 Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32 V – SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA 1. Sujeito ativo — Competência e capacidade tributária - Sujeitos ativos da obrigação tributária são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os quais detêm a competência tributária, podendo legislar sobre tributos e exigi-los, dentro de suas respectivas esferas. - Mas sujeitos ativos são também pessoas públicas que, embora não possam legislar sobre tributos, têm, contudo, capacidade tributária, que lhes permite fiscalizar e arrecadar tributos, por delegação. - Têm capacidade tributária, por exemplo, e não competência, o INSS e outras autarquias e órgãos paraestatais. - Competência tributária: só União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem criar tributos. Possuem também capacidade tributária. - Capacidade tributária: permissão para fiscalizar e arrecadar tributos. 2. Sujeito passivo - Sujeito passivo é aquele que deve pagar o tributo, podendo ser contribuinte ou responsável. - A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, ou da regularidade da constituição das pessoas jurídicas (CTN, art. 126). Segundo dispõe o artigo 126, “A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais; II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.” - Contribuinte é o devedor direto, que tem relação pessoal e direta com o fato gerador (CTN, art. 121, I). - Responsável é o devedor indireto que, embora não sendo contribuinte, deve responder pela obrigação tributária, por força de lei (CTN, art. 121, II). - A responsabilidade indireta pode ocorrer por substituição ou por transferência. - Na substituição a obrigação constitui-se desde logo em relação a um substituto, ou responsável, ficando de fora aquele que seria o contribuinte. o Exemplos de substituição são o ICMS de agricultor a ser pago pelo comprador da safra, ou o ICMS de operações posteriores, a ser pago antecipadamente pelos fabricantes de cerveja e de cigarros. - Na transferência a obrigação constitui-se inicialmente em relação ao contribuinte, comunicando-se depois para o responsável. A transferência pode dar-se por sucessão, por solidariedade ou por subsidiariedade. o Sucessão: o sucessor responde pelo sucedido como ocorre na transferência da propriedade de um imóvel, na herança ou na incorporação de uma empresa por outra. o Solidariedade: o devedor solidário responde juntamente com o devedor principal, em pé de igualdade, podendo a dívida ser cobrada indiferentemente de um ou de outro, no todo ou em parte, à escolha do credor2. 2 O artigo 264 do Código Civil, define que “há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.” A solidariedade passiva (mais de um devedor), é descrita pelo artigo 275 do Código Civil: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados 6 o Subsidiariedade: o devedor subsidiário também responde juntamente com o devedor principal, mas com benefício de ordem, ou seja, em segundo plano, só depois de executados todos os bens do devedor principal, na solução da dívida. - No direito tributário, em regra, a lei estabelece a responsabilidade solidária. - O art. 134 do Código Tributário Nacional estabelece que “nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis”: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. - De qualquer forma, "a solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes" (CC, artigos 264 e 265). - Cláusulas contratuais particulares não alteram a responsabilidade tributária, salvo disposição legal em contrário (CTN, art. 123). - Sujeito passivo da obrigação acessória, como a prestação de informações, ou a manutenção de papéis, é a pessoa obrigada a essas prestações (CTN, art. 122). - Do ponto de vista econômico, fala-se também em contribuinte de direito e contribuinte de fato. - Contribuinte de direito é o obrigado ao pagamento do tributo, na qualidade de contribuinte propriamente dito, ou de responsável. - Contribuinte de fato são os consumidores finais, que são os que realmente acabam arcando com o custo do tributo, embutido no preço das mercadorias. SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA ATIVO PASSIVO Por competência tributária: União, Estados, Distrito Federal, Municípios Podem criar e arrecadar tributos Devedor Direto: Contribuinte responsável Por capacidade tributária: Entes que agem por delegação Podem arrecadar tributos Devedor Indireto: Por substituição Por transferência EXERCÍCIOS DE REVISÃO 1 - A Prefeiturade uma cidade ao asfaltar algumas vias públicas institui cobrança de tributo. Diante da situação, analise as seguintes questões: a – Qual é o tributo que pode ser cobrado? b – Há limites para a cobrança do tributo pela Prefeitura? Explique. c – Todos os moradores da cidade podem ser tributados? d – A Prefeitura pode cobrar primeiro o tributo e após a arrecadação do dinheiro realizar a obra? Justifique. solidariamente pelo resto.” Se um dos devedores solidário pagar a dívida por inteiro, terá direito a exigir de cada um dos co- devedores o valor total pago, subtraída a sua quota originária. 7 2 - A Prefeitura de Araraquara tem enfrentado reclamações sobre calçadas de imóveis particulares mal conservadas. Caso realize obras para reparo de tais calçadas, o denominado passeio público, poderá cobrar algum tributo? Justifique. 3 - É correto dizer que não precisamos pagar pedágios, pois já pagamos o IPVA para a conservação de estradas? Justifique. 4 - Caso o Governo Federal (União), Estadual e Municipal do Rio de Janeiro tenham dificuldades financeiras para concluir a infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, sendo estes investimentos urgentes e considerados de relevante interesse nacional, poderá criar tributo especial para arrecadar fundos? Explique. 05 - OAB (Set/2008) Com base no que dispõe o CTN, um indivíduo de um mês de idade a) já tem total capacidade tributária. b) tem capacidade tributária restrita até completar dezesseis anos de idade. c) tem capacidade tributária restrita até completar dezoito anos de idade. d) não tem qualquer capacidade tributária, porque é menor. 8 Capítulo II Princípios Constitucionais Tributários - Princípio: regra ou verdade geral em que se apóiam outros preceitos. - A competência para a instituição de tributos não é ilimitada, deve limitar-se pela CF, pelo CTN e pelos princípios gerais da matéria. a) Princípio da legalidade (Estrita legalidade ou reserva legal) - Art. 5º, II e art. 150, I, da CF - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. - Tributo só pode ser criado ou aumentado por lei (CF, art. 150, I). - Uma corrente negava a possibilidade de disposições sobre o assunto através de medida provisória. Outra corrente, porém, entende que eventuais disposições tributárias por medida provisória são válidas, a partir de sua edição, desde que se suceda oportuna conversão em lei. Com a EC 32/2001 que acrescentou o §2º ao artigo 62 da CF, fica pacífica a possibilidade de medida provisória instituir ou aumentar tributo, desde que convertida em lei. - Os decretos podem regular a aplicação e a execução da lei tributária, organizando o funcionamento da administração. - Tem-se entendido que as obrigações fiscais acessórias podem ser exigidas por simples medidas administrativas, como decretos e portarias. Entre as obrigações acessórias, ou não-patrimoniais, está, por exemplo, a exibição de papéis e livros. - É vedado às pessoas políticas criar ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, deve ser lei da pessoa política competente (o sistema tributário foi redundante). - Art. 153, § 1º representa exceção à regra da legalidade (o Presidente da República, por decreto, poderá aumentar alíquotas de II, IE, IPI, IOF). b) Princípio da anterioridade - Art. 150, III, b, da CF, - A lei que cria ou aumenta tributo, ao entrar em vigor, fica com sua eficácia suspensa até o início do próximo exercício financeiro, quando incidirá e produzirá todos os seus efeitos no mundo jurídico (não adia a cobrança e sim suspende a eficácia, não há incidência). Este princípio fornece segurança jurídica ao contribuinte, pois evita surpresas. - Pelo princípio da anterioridade, a lei que cria ou aumenta tributo só vale a partir do dia 1o de janeiro do ano seguinte ao de sua publicação, salvo exceções expressas (CF, 150, § 1º). - Entre as exceções citam-se, por exemplo, casos de calamidade pública ou de guerra (CF, arts. 148, I, e 154, II), ou a contribuição para a seguridade social, que pode ser cobrada em 90 dias da data da publicação da lei (CF, art. 195, § 6o). - Não se sujeitam também ao princípio da anterioridade os seguintes impostos: produtos industrializados (IPI), importação (II), exportação (IE) e operações financeiras (IOF) (CF, art. 150, § 1a). - As isenções tributárias devem obedecer este princípio. - Noventena (anterioridade nonagesimal): A Emenda Constitucional nº 42 (19/12/2003) expressa a necessidade de aguardar-se por noventa dias para que o tributo possa ser cobrado (art. 150, III, c), respeitado ainda o princípio da anterioridade (somente no próximo exercício financeiro). A noventena não se aplica aos seguintes tributos: empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência (148, I, CF), Imposto de Importação, Imposto de Exportação, IRPF, IOF, impostos extraordinários para casos de guerra (art. 154, II). Também não se aplica a noventena para a fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU. Emp. Compulsório – 148, I II IE IR IPI IOF Contr. Sociais Anterioridade Não Não Não Sim Não Não Não Noventena Não Não Não Não Sim Não Sim c) Princípio da Irretroatividade ou segurança jurídica 9 - Art. 150, III, a, CF. - A segurança jurídica em sua dupla manifestação que é a certeza do direito e a proibição do arbítrio exigem que as leis sejam irretroativas (só produzem efeitos para o futuro). - A lei tributária só vale em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (CF, art. 150, III, "a"). Admite-se, porém, a retroatividade da lei interpretativa e das regras que favorecem o contribuinte (retroatividade benéfica), segundo dispõe o art. 106 do CTN: A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. d) Princípio da Isonomia (igualdade) - A lei, em princípio, não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente. – art. 150, II, CF. e) Princípio Republicano - Os tributos devem ser instituídos e arrecadados sem ferir a harmonia entre os direitos do Estado e os direitos de cada um do povo. - Isto porque a República foi instituída para acabar com privilégios de classes e alcançar o bem comum de todos. Assim, tal princípio nos leva a pensar que o dinheiro arrecadado com um tributo deve seguir a destinação pública correta, atentando somente aos interesses do povo e para o bem-estar do país. - Portanto, o princípio guarda relação com o princípio da isonomia ou igualdade, complementando-o, uma vez que, não pode haver privilégios para determinadas classes. Um exemplo era o caso dos nobres que não pagavam impostos antes do advento da República (1891). f) Princípio da Capacidade Contributiva - Faz parte do princípio da isonomia, consiste em tratar os desiguais de modo desigual, podendo assim, o tributo ser cobrado de acordo com as possibilidades de cada um – art. 145, § 1º. g) Princípio da Progressividade - Arts. 145, § 1o, 150, II, 153, § 4o, 182, § 4o, II,CF. - Extensão do princípio da capacidade contributiva. - Permite que as alíquotas sejam graduadas de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Ex: alíquota do imposto de renda. h) Princípio da Vedação de efeitos confiscatórios - O tributo deve ser razoável, não podendo ser tão oneroso que chegue a representar um verdadeiro confisco – art. 150, IV. - O caráter confiscatório do tributo é analisado pelo Judiciário em cada caso concreto, ou seja, para cada processo existente. - Considera-se confiscatório o tributo que consome grande parte da propriedade ou inviabiliza o exercício de atividade lícita. i) Princípio Federativo - Os Estados federados possuem competências restritas aos seus territórios. 10 - Há uma ordem jurídica central (União) e ordens jurídicas periféricas parciais (Estados). A competência dos Estados é residual, ou seja, primordialmente há a competência da União e ainda, a competência estadual é limitada ao seu território. - Nesse sentido, há igualdade jurídica entre os Estados, não podendo um deles sobrepor- se aos demais. j) Princípio da Imunidade recíproca das esferas públicas - Dependente e consequência do princípio federativo. - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros - art. 150 VI, “a”, CF. - Imunidade é a não-incidência constitucionalmente imposta, ou seja, a CF quem determina. - Isenção: não-incidência de tributo imposta por lei. Ex: remédios para AIDS não pagam tributo. - Empresas públicas e de economia mista que exploram atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas (art. 173, § 2o, CF). - Serviços públicos concedidos (CPFL, Telefonica, etc) não são imunes (artigo 13, CTN). Outras Imunidades: - Imunidade dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, “b”, CF) o A imunidade protege o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais do templo. Ex: não se cobra IPTU do prédio da igreja, ISS do valor cobrado para rezar uma missa. o Obrigações acessórias devem ser cumpridas pelos templos, bem como o pagamento de taxas e contribuição de melhoria. - Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais e instituições de educação ou assistência social sem fins lucrativos. o Depende das regras contidas em lei (art. 150, VI, “c”, CF). o A imunidade protege o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dos entes em questão. - Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão. o Visa baratear a produção de obras no país. o Atinge IPI e impostos de importação sobre o papel, além do ICMS sobre o jornal e o livro impresso. o A editora, o autor, o livreiro, a banca de revistas pagam impostos. o O produto imune deve conter alguma finalidade informativa. o Há quem defenda a imunidade para as mídias eletrônicas (CDs, DVDs, etc - desde que contenham conteúdo didático). Os tribunais brasileiros não são unânimes sobre a questão. - Imunidade quanto a rendimentos de aposentadoria e pensão o O imposto de renda não incide sobre proventos de aposentado maior de 65 anos que não tenha outro rendimento. o A CF disciplinava a questão, mas a Emenda Constitucional nº 20 de 1998 extinguiu tal imunidade. No entanto há lei ordinária que prevê agora como isenção (Lei nº 9.250/95). k) Princípio da Imunidade de tráfego - Não pode a lei tributária limitar o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas ou bens, salvo o pedágio de via conservada pelo poder público – art. 150, V, da CF e art. 9º, III, do CTN). - O caso dos pedágios: Pedágio como taxa - Art. 150, V, CF: trata o pedágio como um tributo. - Assim sendo, por não estar a taxa elencada pelo artigo 150, § 1o, da CF, deve estar submetida ao princípio da anterioridade e demais princípios tributários. - Por ser o pedágio uma taxa de serviço (serviço público de conservação das rodovias), o valor devido deveria ser calculado conforme o desgaste que cada veículo causa à estrada 11 (a taxa deve ser divisível para cada contribuinte). Assim, além do cálculo pelos eixos do veículo, necessário seria calcular o peso e a distância percorrida. Pedágio como tarifa: - O poder público alega que o pedágio não é taxa, pois não é obrigatório: utiliza-se da rodovia quem quer, não é imposição do Estado. Assim sendo, tem natureza contratual. Quem se submete ao poder de tributar paga tributo (que é sempre obrigatório), quem faz a opção de usar não paga tributo, e sim contrata serviço. As pessoas utilizam as estradas pedagiadas porque querem, pois poderiam utilizar rodovias alternativas. - No mais, quando a conservação e exploração das rodovias é concedida à particulares serão remunerados por tarifa, que é preço público. Nesse sentido o art. 175 da CF determina que incumbe ao Poder Público ordenar e fiscalizar os regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,para a prestação de serviços públicos, definindo ainda a política tarifária. - Tarifa não é taxa, não precisa observar os princípios próprios a esta, podendo ser instituída por decreto sem aguardar novo ano fiscal para ser aumentado (princípio da anterioridade). - Interessante ver acórdão sobre o assunto, proferido pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: TRIBUTÁRIO – PEDÁGIO – NATUREZA JURÍDICA – TRIBUTO OU PREÇO PÚBLICO – I – Após a Constituição de 1988 (art. 150, V), é razoável o entendimento de que o pedágio tem natureza jurídica de taxa, somente podendo ser instituído através de lei. II – O pedágio preço público ou tarifa distingue-se do pedágio tributo (taxa) pela sua facultatividade (não compulsório). A compulsoriedade dos tributos decorre da potestade tributária. A facultatividade do preço público decorre da liberdade contratual. O pedágio-tarifa tem natureza contratual, tem por essência a facultatividade, que se caracteriza pela voluntariedade do pagamento e se concretiza através da existência de uma rodovia alternativa. III – Ao largo da divergência doutrinária e jurisprudencial quanto a natureza jurídica do pedágio, certo e que, não havendo rodovias alternativas a disposição dos usuários, configura-se como taxa, espécie tributária que deve submeter-se ao princípio da legalidade. Apelação provida. (TJRS – AC 598195287 – (00315595) – 2ª C.Cív. – Rel. Des. Arno Werlang – J. 11.08.1999). l) Princípio da Uniformidade nacional - O tributo da União deve ser igual em todo território nacional, sem distinção entre os Estados – art. 151, I, CF. - Admite-se, porém, em relação aos tributos federais, a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diversas regiões do país. Exemplos: o Zona Franca de Manaus: isenções quanto à importação e exportação na área delimitada. Está garantido pelo menos até 2.023. A intenção é promover a região amazônica. Os benefícios da Zona Franca de Manaus foram estendidos a outras áreas do Amazonas, Roraima, Amapá, Acre e Rondônia. o Lojas Francas: são aquelas localizadas na zona primárias de aeroportos e portos. Vendem com benefícios fiscais para passageiros de vôos internacionais. O pagamento deve ser feito em moeda estrangeira, cheque de viagem ou cartão de crédito internacional. m) Princípio da Vedação de distinção em razão de procedência ou destino - É vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino – art. 152, CF. n) Princípio da Não-cumulatividade - Por este princípio compensa-se o tributo que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Este princípio não é geral, sendo aplicado apenas no IPI, no ICMS e em eventuaisimpostos que vierem a ser criados pela União, na sua 12 competência residual (arts. 152, § 3º, II; 155, § 2º, I; e 154, I). Na apuração contábil do IPI e do ICMS, o imposto a ser pago é lançado como débito, e o que já foi pago nas operações anteriores é lançado como crédito, a diferença entre esses débitos e créditos é que efetivamente deve ser recolhido em determinado período. EXERCÍCIOS DE REVISÃO Analise o caso: Uma empresa produz diariamente 100 pares de sapatos. Cada par de sapatos é vendido por R$ 40,00. Os custos de produção para cada par de sapatos são: Insumos: R$ 15,00 Custos fixos: R$ 5,00 Imposto sobre a produção IPI (alíquota de 10% sobre preço de venda). Imposto sobre a circulação de mercadorias ICMS (alíquota de 10% sobre preço de venda). Situação: Uma nova lei tributária, promulgada na data de hoje eleva a alíquota do ICMS para 15%. Um decreto presidencial, também da data de hoje, eleva a alíquota do IPI para 15%. Questões: 1- Qual era o lucro da empresa antes das mudanças nas alíquotas? 2 – No caso relatado houve ofensa ao princípio da legalidade? Justifique. 3 – Com as mudanças nas alíquotas dos impostos, o preço poderá ser mantido ou deverá subir para que a empresa tenha lucro? 4 – A partir de quando a empresa sentirá os efeitos do aumento das alíquotas? Por quê? 13 Capítulo III CRÉDITO TRIBUTÁRIO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 1) Conceito: - direito subjetivo do Estado de exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido; - é originado com a previsão legal do fato gerador e concretizado com a ocorrência do fato gerador, na data ou no prazo determinado em lei; - resulta da conjugação da lei (norma abstrata), do fato gerador (concreto) e do lançamento; 2) Crédito regularmente constituído: é aquele tornado líquido, certo e exigível, por meio do lançamento. LANÇAMENTO: MODALIDADES. HIPÓTESES DE ALTERAÇÃO. 1) Lançamento - Conceito: é o ato administrativo vinculado que verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível; o lançamento é constitutivo do crédito tributário, mas é apenas declaratório da obrigação. 2) Modalidades de lançamento: - De ofício, quando é feito por iniciativa da autoridade administrativa, independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo (Ex: IPTU); - Por declaração é o que deve ser feito em atuação conjunta: a Administração realiza o lançamento com base em declaração fornecida pelo contribuinte ou por terceiros (Ex: IR); - Por homologação é o que corresponde a tributo cuja iniciativa de apuração e de pagamento competem ao sujeito passivo, devendo ser homologado por parte da autoridade administrativa (Ex: IPI, ITR). 3) Lançamento por arbitramento pelo fisco - O lançamento por arbitramento é técnica a ser empregada tanto no lançamento por declaração quanto no lançamento por homologação. - Pode ocorrer quando os documentos apresentados pelo sujeito passivo ou suas declarações sejam omissas, incompletas, controversas ou indignas de fé. - Os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, em caso de descumprimento de algum dever por parte do sujeito passivo, ensejam lançamento de ofício. O mesmo em relação ao lançamento por declaração. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: MODALIDADES. - Suspensão do crédito tributário: consiste na sustação temporária da exigibilidade do tributo. - Efeitos da suspensão: (1) manutenção da exigibilidade do cumprimento das obrigações acessórias dependentes ou consequentes do crédito cuja exigibilidade foi suspensa; (2) vedação que o fisco proceda à execução fiscal; (3) suspensão dos prazos, caso já tenha sido proposta ação fiscal; (4) impedimento a que se inicie a contagem dos prazos. a) Moratória: é a prorrogação do prazo para pagamento do crédito tributário, com ou sem parcelamento. Situa-se no campo da reserva legal; sua concessão depende sempre de lei (97, VI, CTN). Quando em caráter geral (para todos os contribuintes) resulta diretamente 14 de lei, e quando em caráter individual depende de autorização legal (ou seja, a lei prevê e o administrador aplica caso a caso). - Salvo disposição legal em contrário, a moratória somente poderá beneficiar os créditos já definitivamente constituídos ou aqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado por ato preparatório notificado o sujeito passivo (154, CTN). - Moratória é diferente de parcelamento que consiste em novação (nova obrigação, nova data, novo valor com a extinção da obrigação anterior) - é uma medida política. b) Depósito: o sujeito passivo pode depositar, ao discutir o tributo em um processo judicial, o montante do crédito tributário com o fim de suspender a exigibilidade deste. - Para que seja causa suspensiva deve ser depositado o valor integral cobrado pela Fazenda Pública. - Se o contribuinte perder a ação judicial, nada será cobrado já que a conta judicial faz atualização e se ganhar o dinheiro será devolvido com correção monetária. - Atualmente o depósito é interpretado como uma faculdade para o contribuinte não um dever (o art. 38 da Lei 6830/80 que exige o depósito é considerado inconstitucional, apesar de não ter decisão expressa) - não é possível condicionar a liminar de Mandado de Segurança à realização do depósito, se presentes os requisitos para concessão da segurança. - O depósito pode ser prévio (anterior a constituição definitiva do crédito) e posterior (após a constituição): - Prévio: não impede a marcha do processo administrativo de lançamento, mas impede sua cobrança; - Posterior: suspende a exigibilidade do crédito que já está constituído (lançado). c) Reclamações e recursos Administrativos: sua interposição também suspende a exigibilidade do crédito tributário, desde que seja nos termos das leis reguladoras do procedimento tributário administrativo, isto é, nos casos e nos prazos admitidos nessas leis; impedem que o crédito se torne exigível, pois ainda não foi constituído. - O contribuinte não precisa esgotar as vias administrativas para ir ao Judiciário - é faculdade. - Decisão administrativa não faz coisa julgada, é possível ajuizar ação judicial contra o julgamento administrativo. d) Medidas liminares em mandado de segurança: o mandado de segurança assegura aos indivíduos a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado, por ato de autoridade; assim, em face de cobrança de tributo indevido pode o contribuinte valer-se dele. - O contribuinte tem o prazo de 120 dias, a contar da ciência do ato de cobrança do tributo que considera indevido, para impetrá-lo. Porém, pode impetrar o mandado preventivo, diante da ameaça de cobrança de tributo ilegal, ou inconstitucional. - Atualmente, com a possibilidade de concessão de liminares de antecipação de tutela em processo principal de discussão da dívida, o Mandado de Segurança tem sido pouco usado para suspensão de exigibilidade de tributos: a tutela antecipada ou liminar proferida em um processo ordinário pode suspender a exigibilidade do tributo. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: MODALIDADES. 1) Extinção do crédito tributário: é o desaparecimento da exigibilidade de um tributo. - São causas extintivas: a) PAGAMENTO = causa extintiva por excelência. => Noções - Conceito: é a entrega ao sujeito ativo, pelo passivo ou por qualquer outra pessoa em seu nome, da quantia correspondente ao objeto do crédito tributário. 15 - O pagamento de uma parcela não importa presunção de pagamento de outras, nem o pagamento de um crédito faz presumir-se o pagamento de outro, referente ao mesmo ou a outros tributos. b) REMISSÃO = é um perdão legal do créditotributário (diferente de remição que significa pagamento). - É concedida por lei (lei remissiva – deve ser da mesma espécie normativa que criou o tributo) da pessoa política tributante (lei específica – uma pessoa não pode perdoar tributo de outra) - é medida de política fiscal. - O despacho que concede a remissão há de ser fundamentado, justificado em um dos itens do art. 172 do CTN: - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato3; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. - Para os doutrinadores atinge só o tributo, mas o CTN inclui também a multa (perdão de multa é anistia, isto porque multa é penalidade, não tributo). - Alguns municípios têm previsto em suas legislações locais a possibilidade de remissão de IPTU para os imóveis edificados atingidos por enchentes e alagamentos causados pelas chuvas. Caso a enchente tenha ocorrido após o pagamento do IPTU, há possibilidade de isenção para o exercício fiscal seguinte. c) COMPENSAÇÃO = é o encontro de contas do fisco e do contribuinte, cada um é devedor e credor do outro. - é possível mesmo quando os valores forem diferentes. - Requisitos: I) mesmas partes; II) créditos liquidados (líquido e certo), e III) autorização legislativa para compensar. - Espécies: I) legal (possível) II) convencional (não permitida, mas realizada por um acordo judicial). d) TRANSAÇÃO = é um acordo celebrado, por meio de lei, entre o fisco e o contribuinte (exceção do parcelamento que não exige a lei), a primitiva obrigação desaparece cedendo lugar à nova obrigação (novos valores e novas datas). - Leva à novação em matéria tributária. e) PRESCRIÇÃO = é a perda do direito de ação por não ter sido exercida durante certo tempo (desaparece a ação que viabiliza o direito, mas não o direito). - No Direito Tributário ocorre quando, efetuado o lançamento dentro do prazo legal, inicia-se a contagem de um prazo para que seja efetivamente cobrado o tributo. Passado esse prazo, perderá o fisco o direito de cobrança: é a perda do direito de ação do fisco. - O prazo prescricional é de cinco (05) anos – art. 174, CTN, contados da data do lançamento. - Requisitos para a efetivação da prescrição (devem estar todos presentes): I) existência de uma ação exercitável (que surge após o lançamento); II) inércia do titular desta ação; III) prolongamento de inércia durante certo tempo; IV) ausência de qualquer fato que a lei atribua o efeito de impedir, suspender ou interromper a fluência do lapso prescricional. - Só ocorre prescrição depois do lançamento (quando começa a ser contado o prazo) - Quem paga tributo prescrito não tem direito a restituição, pois o direito ao crédito pela Fazenda Pública ainda existia - art. 174 do CTN. - O prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido. 3 Exemplo: o contribuinte paga o carnê do tributo no banco, mas acha que ainda não tem a multa. Ao fazer o pagamento sem a multa exclui apenas a obrigação principal, que poderá ser objeto de remissão, restando em aberto apenas a multa. 16 - Causas suspensivas da prescrição (suspende o prazo que volta a ser contado do mesmo ponto): 1. Casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: art. 151 – moratória, depósito do montante, recurso administrativo e concessão de liminar; 2. Inscrição da dívida no Livro de Dívida Ativa: art. 2º, § 3º da Lei de Execuções Fiscais – quando a Fazenda inscreve em livro próprio a dívida ativa do contribuinte inadimplente, haverá 180 dias de suspensão no prazo prescricional, ou suspensão até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. 3. Impossibilidade de citação ou ausência de bens para penhora do contribuinte: art. 40, da Lei de Execuções Fiscais – suspende o prazo se o contribuinte não for encontrado para a citação ou não tiver bens que garantam a execução (suspende indefinidamente). - Causas interruptivas da prescrição (retorna o prazo ao zero) - art. 174, par. único, do CTN: 1. citação pessoal feita ao devedor (considera interrompida da data do despacho que ordena a citação); 2. protesto judicial (não vale extrajudicial); 3. qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor (ex. notificação, interpelação judicial ou intimação); 4. qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor (ex. pedido de parcelamento) f) DECADÊNCIA = é a perda do direito pelo seu não exercício por certo lapso de tempo. - Não se suspende, nem se interrompe. - Na esfera tributária ocorre quando não efetuado o lançamento no prazo legal. Deixando o fisco de constituir o crédito tributário, passado o prazo da decadência do direito de lançamento do tributo, extingue-se o direito do fisco de exigir o tributo. - O lançamento é um divisor entre a prescrição e a decadência, antes do lançamento só ocorre decadência - quem paga tributo lançado a destempo (depois de ocorrida a decadência) tem direito de restituição (diferente da prescrição) – após o lançamento somente se vislumbra a prescrição. - O início do prazo de decadência varia dependendo do tipo de lançamento: I) direto ou misto (de ofício ou por declaração) (art. 173) – decai em 5 anos, contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (a lei fixa a data em que deve ser realizado). II) por homologação (art. 150, § 4º) – a fazenda pública pode homologar em até 5 anos da ocorrência do fato imponível. Caso permaneça em silêncio ocorre a homologação tácita (aceitação do que realizou o contribuinte e a consequente extinção do crédito). - Contudo, sendo comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte o prazo para o fisco requerer seu direito ao crédito passa a ser de 20 anos. - O ato homologatório previsto no parágrafo 4.º do art. 150 do CTN, cujo prazo é de 5 (cinco) anos contados do fato gerador, somente é praticado em relação aos montantes recolhidos corretamente. O valor dos tributos não recolhido fica sujeito ao lançamento de ofício, sujeito ao prazo decadencial do art. 173 do CTN. - Falta de pagamento de tributo no lançamento por homologação: Não havendo qualquer pagamento, ocorre descumprimento da obrigação tributária, nos termos do art. 149 do CTN, ensejando a realização de lançamento de ofício. Assim, o prazo decadencial para a Fazenda Pública realizar o lançamento seguiria a regra geral, de acordo com o artigo 173, CTN. Assim, na falta de recolhimento do tributo, em termos totais ou parciais, todavia sem dolo, fraude ou simulação – o intervalo temporal, para fins de lançamento é de cinco anos, a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte. - Pagamento parcial de tributo no lançamento por homologação: Quanto ao montante que deixou de ser recolhido, deverá ser lançado de ofício, a teor do art. 149 do CTN, cujo prazo para tanto está no art. 173. 17 O montante recolhido, por sua vez, embora não descaracterize a infração tributária, deve ser levado em conta nos termos do que dispõe os parágrafos 2.º e 3.º do art. 150 do CTN, verbis: Art. 150 [...] § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafoanterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. Como se vê, além de ser abatido do valor total do crédito devido, poderá influir na aplicação da penalidade, bem como em sua gradação. => A doutrina admite também outras duas formas de extinção da obrigação tributária, são: a) confusão = ocorre quando o fisco se torna ao mesmo tempo credor e devedor do mesmo tributo - ex.: herança declarada vacante. A herança que não tem herdeiros legítimos ou testamentários é, inicialmente declarada jacente. Após cinco anos da abertura da herança, se não aparecerem os herdeiros, os bens são declarados como herança vacante passando então ao domínio da Prefeitura Municipal onde se localizem ou do Distrito Federal (art. 1822, Código Civil). b) desaparecimento, sem sucessor, do sujeito ativo ou do sujeito passivo do tributo = desaparece a obrigação tributária em razão da falta de um de seus elementos. I) sujeito ativo – é raríssimo (ex: municípios que foram inundados para formar represas. O Estado da Guanabara não é exemplo, deixou o Rio de Janeiro como sucessor). II) sujeito passivo - contribuinte morre deixando dívidas, mas sem deixar bens (os herdeiros só respondem pelas dívidas até as forças da herança) EXERCÍCIOS DE REVISÃO 01 - (Ministério Público / PB – 2003) O lançamento tributário é um ato constitutivo do crédito tributário e declaratório da obrigação tributária? 02 - João é proprietário de imóvel urbano na cidade de Araraquara. No ano de 2008, apesar de ter recebido o carnê com o lançamento, João deixou de pagar o IPTU do exercício. Em, 10 de janeiro de 2012 o fisco municipal inscreve o nome de João no livro de dívidas fiscais ativas. Até quando o fisco tem possibilidade de iniciar a ação de execução fiscal? 03 - No ano de 2004 Paulo deixou de pagar o IPVA para o Governo do Estado, por entender que a cobrança era ilegal. Diante disso, em 10 de março de 2005, iniciou processo administrativo para discussão do débito. A decisão final do processo ocorreu apenas em 07 de março de 2007. O crédito já está prescrito? 04 - A Prefeitura Municipal deixa de realizar o lançamento do IPTU de Sérgio no ano de 2005. O fisco pretende realizar execução judicial. Tal medida será possível? Justifique. 05 – Em setembro de 2009 um lojista lança o ICMS da venda de um produto com valor menor, recolhendo assim somente metade do valor devido. Na data de hoje, o fisco estadual realiza inspeção na loja e descobre o tributo lançado com valor menor. O fisco pode fazer novo lançamento? Explique o tipo de lançamento, o prazo para final para que seja efetivado e o montante do valor a ser lançado. 18 06 - Nos termos do Código Tributário Nacional, o denominado lançamento por homologação (A) acontece naqueles tributos em que a legislação tributária impõe ao Fisco todo o labor da constituição do crédito tributário. (B) somente estará completado se a Administração permanecer omissa no prazo de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao da realização do fato gerador. (C) exige que o Fisco homologue expressa ou tacitamente os pagamentos antecipados realizados pelo próprio contribuinte sem qualquer participação estatal. (D) suspende a exigibilidade do crédito tributário. 07 - (Juiz/PI2002) Lei Estadual determinou o cancelamento de débitos fiscais para com a Fazenda Estadual de valor inferior a R$ 200,00, realizou qual instituto? 19 Capítulo IV IMPOSTOS DA UNIÃO 1 – Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros – II - Características: fato gerador: é a entrada de produto estrangeiro em território nacional - entrada no país de mercadoria a ele destinada (e não apenas de passagem); contribuinte: é o importador ou o arrematante (quando se tratar de produtos apreendidos ou abandonados); base de cálculo: é o preço normal do produto, quando da importação; alíquotas: podem ser alteradas a qualquer tempo, pelo Poder Executivo, desde que respeitados limites e condições fixados em lei. - Competência – União, art. 153, I, da CF. - A formalização dá-se no desembaraço aduaneiro (data do fato gerador). Território aduaneiro é a área onde pode ser exigido o tributo, ou seja, todo o território nacional. A zona primária do território aduaneiro refere-se aos portos, aeroportos e outros locais alfandegários (porto seco). A zona secundária abrange o território restante. - Alíquota – pode ser específica, tendo em vista o modo de medir o produto (ex. por quilo, metro, etc), ou ad valorem, tendo em vista apenas o valor do bem – art. 20, CTN: Art. 20. A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. - Função extrafiscal – especial função como instrumento regulador do comércio exterior. O Imposto de Importação tem a finalidade de regular o comércio exterior, quando se quer estimular a importação de determinado produto, sua alíquota é reduzida ou zerada; quando se deseja o contrário, sua alíquota é aumentada. - Dada a função extrafiscal este imposto não obedece ao princípio da anterioridade – art. 150, § 1º, CF, da noventena ou da legalidade nas alterações das alíquotas (as alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo – art. 153, § 1º, da CF e art. 21 do CTN). - Na importação incidem três impostos: II, IPI, ICMS. - O IPI é calculado sobre a mercadoria mais os valores do II, das taxas e dos encargos cambiais – arts. 153, I e IV. - O ICMS deverá ser destinado ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço importado (art. 155, § 2º, IX, “a”, CF). - A base de cálculo do ICMS será o preço normal do produto acrescido do montante do imposto sobre a importação (art. 47, I, “a”, do CTN). - O regime especial de drawback O regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966 pelo Decreto Lei nº 37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto a ser exportado. O mecanismo funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado internacional. Existem três modalidades de drawback: o Isenção: consiste na isenção dos tributos incidentes na importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada à reposição de outra importada anteriormente, com pagamento de tributos (ou seja, a mercadoria anteriormente importada pagou tributo), e utilizada na 20 industrialização de produto exportado. Ex: um determinado óleo que é utilizado na lubrificação de máquina responsável pela fabricação de produto a ser exportado. o Suspensão: ocasiona a suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser exportado. Ex: fabricante de automóveis que importa peças, coloca-as em seus veículos e os exporta. o Restituição: enseja a restituição de tributos pagos na importação de insumo importado utilizado em produto exportado (na prática não tem mais sido utilizado). - O art. 336 do Decreto 4543/2002, estabelece que o regime de drawback poderá ser concedido à: I - mercadoria importada para beneficiamento no País e posterior exportação; II - matéria-prima, produto semi-elaborado ou acabado, utilizadosna fabricação de mercadoria exportada, ou a exportar; III - peça, parte, aparelho e máquina complementar de aparelho, de máquina, de veículo ou de equipamento exportado ou a exportar; IV - mercadoria destinada a embalagem, acondicionamento ou apresentação de produto exportado ou a exportar, desde que propicie comprovadamente uma agregação de valor ao produto final; ou V - animais destinados ao abate e posterior exportação. § 1o O regime poderá ainda ser concedido: I - para matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto exportado, sejam utilizados na sua fabricação em condições que justifiquem a concessão; ou II - para matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo de produtos agrícolas ou na criação de animais a serem exportados, definidos pela Câmara de Comércio Exterior. 2 – Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados – IE - Características: fato gerador: é a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional; contribuinte: é o exportador; base de cálculo: é o preço normal do produto quando da exportação; alíquotas: podem ser alteradas a qualquer tempo, pelo Poder Executivo, desde que respeitados limites e condições fixados em lei. A alíquota do imposto é de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a 150%. - O Imposto de Exportação é um tributo com finalidade regulatória (função extrafiscal), somente utilizado quando o país tem interesse em desestimular a exportação de determinado produto nacional. - Competência: União – art. 153, II, da CF. - A formalização dá-se no momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente. - Não anterioridade: não se sujeita ao princípio da anterioridade – art. 150, § 1º, da CF - e ao da noventena. - Não incidência do ICMS nas operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços – art. 3º, II, da Lei Complementar 87/96. - Também não incidem o IPI (At. 153, §3º, CF), PIS e COFINS. 21 3 – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR - Características: fato gerador: é a renda, ou seja, o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, e os proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda (são todos os outros acréscimos patrimoniais, como aposentadorias, pensões, etc.). Não há renda nem provento sem acréscimo patrimonial. Por isso, pode-se dizer que o fato gerador do imposto é o acréscimo patrimonial; contribuinte: é o titular da renda ou dos proventos; base de cálculo: é o montante da renda ou dos proventos tributáveis; alíquotas: são progressivas e variáveis para as pessoas físicas e para as pessoas jurídicas. - O Imposto de Renda é o mais importante dos tributos diretos. É progressivo, na medida em que há alíquotas diferenciadas, além da faixa de isenção. - O Imposto de Renda descontado dos rendimentos dos servidores públicos dos Estados e dos Municípios constitui receita destas esferas. - Competência: União – art. 153, III, da CF. - Sujeito passivo: é a pessoa física ou jurídica que registra acréscimos em seu patrimônio (contribuinte). Pode ser também quem tem a obrigação de reter o imposto na fonte (responsável). 3.1 – Tabelas para o IRPF Tabela Progressiva Anual (exercício de 2018, ano-calendário de 2017) Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (R$) Até 22.848,76 - - De 22.848,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58 De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57 De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51 Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32 Exemplo (conta básica pelo sistema simplificado): 1º passo: definir base de cálculo e alíquota Base de Cálculo = R$ 25.000,00 X Alíquota (7,5%) = R$ 1.875,00 (valor devido) 2º passo: Verificar na tabela qual a parcela a deduzir referente àquela alíquota. Parcela a Deduzir = R$ 1.713,58 3º passo: Imposto devido ( – ) parcela a deduzir R$ 1.875,00 – R$ 1.713,58 = R$ 161,42 Resposta: O Imposto de Renda a ser pago será R$ 161,42 Tabela Progressiva para o cálculo mensal (exercício de 2018, ano-calendário de 2017). Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (em R$) Até 1.903,98 – – De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 3.2 - Imposto de Renda Pessoa Jurídica - I.R.P.J. 22 - O IRPJ tributa as empresas de formas diferenciadas quanto à apuração e pagamento: A) Formas de pagamento: o Lucro real (receita líquida) - Pagamento trimestral o Lucro presumido (receita bruta de período anterior) - Pagamento trimestral o Lucro estimado (receita bruta a ser apurada4) - Pagamento mensal B) Formas de apuração: Lucro real o Segundo o Art. 14, da Lei 9.718/98, estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Lucro presumido/estimado C) Forma de apuração diferenciada de acordo com o ramo de atividade da empresa: 1.1 - Industrial/Comercial: Apura-se 8% da receita bruta. Sobre este valor calcula-se 15% detendo o valor do imposto de renda a pagar 1.2 - Comércio Varejista de Combustível: Apura-se 1,6% da receita bruta. Sobre este valor calcula-se 15% detendo o valor do imposto de renda a pagar obs: Nos postos de gasolina: => 1,6 % combustíveis => 8% sobre vendas => 32% serviços gerando a base de cálculo sobre a qual incidirá 15% dando o IRPJ à pagar 1.3 - Prestação de Serviços: Estas empresas têm formas diferenciadas de apuração conforme o ramo de atividade: 1.3.1 - Prestação de serviço de profissão regulamentada: Apura-se 32% da receita bruta, gerando a base de cálculo. Sobre a base de cálculo aplica-se 15% obtendo o valor do imposto à pagar. 4 Para empresas que ainda não possuem faturamento para incidência da tributação, como no caso do lucro presumido. 23 1.3.2 - Prestação de serviço de profissão não regulamentada: Apura-se 16% da receita bruta gerando a base de cálculo.Sobre este, aplica-se 15% gerando o imposto a pagar. 1.3.3 - Prestação de serviço de transporte de passageiros: Apura-se 16% da receita bruta gerando a base de cálculo. Sobre este, aplica-se 15% gerando o imposto a pagar. 1.3.4 - Prestação de serviço de transporte de cargas e serviços hospitalares: Apura- se 8% da receita bruta gerando a base de cálculo. Sobre este, aplica-se 15% gerando o imposto a pagar. - No caso da empresa que em virtude dos diversos ramos explorados se enquadrar em mais de uma situação deverá ser aplicada a alíquota correspondente a cada ramo separadamente. - Independente da forma de tributação adotada incidirá um adicional de 10,00 % sobre o lucro anual superior a R$ 240.000,00. Para as empresas que não tiverem completado o período de apuração do ano fiscal, a alíquota de 10% será aplicada sobre o valor resultante da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração. 4 – Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI - Características: fato gerador: a) o desembaraço aduaneiro do produto industrializado, quando de procedência estrangeira – art. 46, I, CTN. O IPI, no caso, incide não só sobre o preço da mercadoria, mas também sobre o que foi pago a título de imposto de importação, taxas e encargos cambiais – art. 47, CTN. b) a saída do produto do estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. No caso de comerciante o IPI só é devido nos produtos sujeitos ao imposto e se ele vender o produto para um industrial – art. 51, III, CTN. c) arrematação, em leilão, de produto apreendido ou abandonado – art. 46, III, CTN. contribuinte: o importador ou quem a lei a ele equiparar; o industrial ou quem a lei a ele equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto; o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; base de cálculo: o o valor da operação, acrescido do imposto de importação e demais despesas; o o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria do estabelecimento importador, industrial ou arrematante; na falta desse valor, o preço corrente da mercadoria ou sua similar no mercado atacadista da praça do remetente; o o preço da arrematação de produtos apreendidos ou abandonados; alíquotas: variam em função da essencialidade dos produtos (seletividade: o IPI tem alíquota maior ou menor, conforme a essencialidade do produto). Estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). não-cumulatividade: ao final de cada período de apuração (cada mês – exceção para o cigarro = prazo decendial, ou seja, a cada 10 dias), o contribuinte, por mecanismo de débito e crédito, deduz do imposto referente aos produtos saídos o imposto pago relativamente aos produtos entrados. Assim, o IPI pago numa operação deduz-se do IPI a ser pago na operação seguinte, na passagem da mercadoria de uma empresa para outra (ou de um estabelecimento para outro, da mesma empresa – art. 51, parágrafo único, CTN). Mas não entram no cômputo produtos destinados ao ativo permanente, que não fazem parte do processo de industrialização. 24 - Competência: União – art. 153, IV, da CF - Consideram-se produtos industrializados os modificados ou aperfeiçoados para o consumo - art. 46, parágrafo único, do CTN: considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. A industrialização consiste em beneficiamento, transformação, montagem, acondicionamento ou renovação. - Não anterioridade: o IPI não se sujeita ao princípio da anterioridade – art. 150, § 1º, CF. Mas sujeita-se à noventena. - Não se sujeita a legalidade, pois o Presidente da República pode alterar as alíquotas por meio de decreto (art. 153, § 1º, CF). - Não incidência na exportação: não incide IPI nos produtos destinados ao exterior – art. 153, § 3º, III. Tecnicamente, trata-se de imunidade, uma vez que a dispensa é dada pela própria CF. - A União deve repassar aos Estados e DF 10% do IPI do produto produzido em seus territórios que forem exportados. 5 – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF - Características: fato gerador: depende da espécie de operação financeira; nas operações de crédito, é o valor objeto da operação; nas operações de câmbio, é a efetivação da operação (troca de moedas); nas operações de seguro, é a emissão da apólice; nas operações relativas a títulos e valores mobiliários, é a emissão, a transmissão, o pagamento ou os resgates desses títulos, na forma da legislação específica; contribuinte: é quem se beneficia da operação financeira; base de cálculo: é o valor da operação; alíquotas: podem ser alteradas administrativamente em razão da política econômica do governo federal, não estando sujeitas ao princípio da anterioridade. - Competência: União – art. 153, V - Função extrafiscal: pode ser também usado como instrumento da política financeira. - Não anterioridade: o IOF não se sujeita ao princípio da anterioridade – art. 150, §1º, CF, mas se sujeita a noventena. - Não se sujeita a legalidade, pois o Presidente da República pode alterar as alíquotas por meio de decreto (art. 153, § 1º, CF). - Tributação do ouro: Incide sobre ouro quando definido por lei como ativo financeiro (art. 153, § 5º, CF). Nesse sentido, a Lei 7.766/89 explicita que o ouro é ativo financeiro, quando na seguinte condição: O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto ou refinado, quando destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País (art. 1º). Conforme determina a CF, 153, § 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF e é devido na operação de origem (garimpo ou mineração). A alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: 30% para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; 70% para o Município de origem. 6 – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR - Características: fato gerador: é a propriedade de imóvel localizado fora da zona urbana do Município; contribuinte: é o proprietário; base de cálculo: é o valor da terra nua (sem benfeitorias); 25 alíquotas: são variáveis, conforme o percentual de utilização da propriedade, em escala constante na lei e que leva em consideração também a área total do imóvel e sua localização geográfica no Brasil. - Competência: União – art. 153, VI. Mas 50% são repassados para os Municípios, relativamente aos imóveis neles situados – art. 158, II, CF. - Com a Constituição de 1988, o produto da arrecadação do ITR passou a ser repartido igualmente entre União e Município, permanecendo, no entanto, na competência tributária federal. As alíquotas são variáveis, em função de critérios como localização, área total da propriedade, percentual de utilização da área, e incidem sobre o valor da terra nua. - Incide sobre a propriedade (é a soma de todos os direitos que alguém possa ter sobre uma coisa), domínio útil (é um aspecto da propriedade, que pode ser destacado e entregue a outrem) ou posse de terra, fora da zona urbana. - Data de incidência: 1º de janeiro de cada ano. - Não importa a destinação efetiva do imóvel, agrícola ou residencial, o que vale é a sua localização fora da zona urbana. O CTN quando trata do IPTU em seu artigo 32, parágrafo único, define zona urbana: Parágrafo primeiro - Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos doisdos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado - Seletividade: o ITR deve ser seletivo, com alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, não incidindo sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel – art. 153, §4º, CF (consiste em uma imunidade). - A Lei nº 8.629/93, de forma expressa, dá o conceito do que seja a pequena propriedade rural: aquela que tenha área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais. Os módulos fiscais são qualificados através de hectares (um hectare equivale a 10 mil metros quadrados), variando de acordo com as diversas regiões do país, isso porque as terras de uma região são mais produtivas que de outras. - Tamanho do Módulo Fiscal: Município Área Município Área Município Área Altamira-PA 75 ha. Resende-RJ 26 ha. Belo Horizonte-MG 5 ha. Manaus-AM 10 ha. Juazeiro-BA 65 ha. Presidente Prudente- SP 22 ha. Uberaba-MG 24 ha. Londrina-PR 12 ha. São Paulo-SP 5 ha. - A lei 9393/96 esclarece algumas isenções, como no caso de imóvel rural compreendido em programa de reforma agrária e concedido para assentamento. - Cálculo do imposto: a apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior – Lei 9393/96. 7 – Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF Apesar de autorizado constitucionalmente, esse imposto ainda não foi instituído pela União. Sua instituição depende de lei complementar. 8 – Outros impostos 26 - Segundo dispõe o art. 154 da CF, a União poderá ainda instituir impostos extraordinários, em caso de guerra externa ou sua iminência, e impostos residuais, desde que sejam criados por lei complementar, sejam não-cumulativos e que não tenham fato gerador ou base de cálculo própria de quaisquer dos impostos já previstos na Constituição. EXERCÍCIOS DE REVISÃO 1 - O imposto sobre a renda: a) tem como fato gerador a disponibilidade econômica de renda, assim entendido o produto do capital e do trabalho, bem como os proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. b) pode ter as atuais alíquotas substituídas por uma alíquota única, mediante alteração por lei ordinária, que assegure a arrecadação do mesmo montante propiciado pela legislação vigente. c) juntamente com o imposto territorial rural, constitui os dois únicos impostos federais, disciplinados por lei ordinária, que se submetem ao princípio da anterioridade, previsto no art. 150, III, b, da CF. d) imposto recebido na fonte pelo IPREM, autarquia municipal, em razão de rendimentos pagos, a qualquer título, fica pertencendo àquela autarquia municipal. 2 - Não pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro da publicação da lei que o instituiu, o imposto: a) sobre produtos industrializados (IPI). b) sobre importação de produtos estrangeiros (I.I.). c) sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). d) sobre a renda de proventos de qualquer natureza (IR). 3 - Assinale a única alternativa correta, no que se refere ao imposto sobre produtos industrializados: a) será seletivo, independentemente da essencialidade do produto; b) incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior; c) será não cumulativo, compensando-se o que for devido anualmente com o montante cobrado nos últimos doze meses; d) será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; 4 - Com relação ao Imposto de Importação (II) e ao Imposto de Exportação (IE), é correto afirmar: (A) as alterações de suas alíquotas e base de cálculo somente poderão ocorrer por meio de lei ordinária editada pelo Congresso Nacional. (B) em ambos os casos (II e IE) há um abrandamento do princípio da legalidade, de tal forma que estes tributos poderão ter a sua alíquota alterada por ato do Presidente da República. (C) seguem estritamente o princípio da legalidade e tipicidade cerrada. (D) apenas o II, por força de um desequilíbrio da balança comercial, poderá ter suas alíquotas alteradas por ato do Presidente da República. 5 - O Imposto sobre a Importação: a) pode ser instituído pelo Poder Executivo. b) pode ter suas alíquotas e base de cálculo alteradas pelo Poder Executivo. c) incide sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. d) não incide sobre o ouro, em qualquer hipótese. e) incide sobre mercadorias estrangeiras, e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional. 27 6 - O Imposto sobre a Exportação: a) é um imposto sobre o patrimônio. b) tem como fato gerador a saída de produtos nacionais. c) o Poder Executivo pode alterar suas alíquotas somente através de lei. d) tem como fato gerador a saída de produtos nacionalizados. e) as letras (b) e (d) estão corretas, pois "produtos nacionais" e "produtos nacionalizados" têm o mesmo significado. 7 - A não-cumulatividade e a seletividade são características do: a) Imposto sobre a Importação e sobre a Exportação. b) Imposto sobre a Renda - Pessoa Física. c) Imposto sobre Serviço de qualquer natureza. d) Imposto sobre Produtos Industrializados. e) todas as respostas anteriores. 28 Capítulo V IMPOSTOS ESTADUAIS Impostos dos Estados Nota: Também são de competência do Distrito Federal. 1 – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS - ITCMD - Incide sobre a transmissão de quaisquer bens ou direitos, desde que decorrentes de causa mortis ou a título gracioso (doação). - Possui as seguintes características: fato gerador: é a transmissão por morte ou por doação de quaisquer bens ou direitos; contribuinte: é o herdeiro ou o legatário (herdeiro testamentário), ou seja, quem recebe a herança ou o legado, no caso de transmissão causa mortis; na doação o contribuinte é o donatário; base de cálculo: é o valor dos bens ou direitos transmitidos; alíquotas: variam de Estado para Estado. - O ITCMD é um imposto sobre heranças, legados (testamentos) ou doações. Paga quem recebe a herança ou o legado e quem recebe a doação. - As alíquotas incidem sobre o valor dos bens ou direitos. - No caso de imóveis o imposto será recolhido pelo Estado onde se situam ou pelo DF. - No caso de móveis pelo Estado onde se processar o inventário ou tiver domicílio o doador – art. 155, § 1º, II, CF. ITCMD no Estado de São Paulo: - Valor da alíquota: 4,0 % Isenções: I - Nas transmissões causa mortis: a) Imóveis cujo valor não ultrapasse 5.000 Ufesps5, desde que os familiares não possuam outra residência. b) Imóveis no valor de 2.500 Ufesps anuais, se este for o único bem transmitido. Obs.: Estes parâmetros são com base na avaliação do imóvel a preço de mercado, incluindo todas as benfeitorias. II - a transmissão por doação: a) cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) Ufesps; b) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular; c) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público. 2 – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL
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