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Trabalho Semestral - Sujeito do Conhecimento

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Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Campus de São José do Rio Preto
	
Trabalho de Avaliação Semestral
Alex Junior dos Santos Nardelli
Curso: Licenciatura em Letras – Noturno II
Disciplina: Psicologia da Educação
Departamento de Educação
Docente: Prof. Dr. Antônio César Frasseto
São José do Rio Preto
2015
Trabalho entregue ao Prof. Dr. Antônio César Frasseto, como requisito para avaliação semestral na disciplina de Psicologia da Educação
Introdução
Este trabalho procura analisar a definição de sujeito do conhecimento, a partir de conceitos e teorias de estudiososcomo Piaget, Vygotsky e Skinner e a definição de sujeito do inconsciente sob as perspectivas teóricas de Freud e Lacan. A partir de tais definições fareiuma análise crítica e minuciosa, com base nas leituras dos textos sugeridos pelo Professor Dr. Antônio César Frasseto, das discussões feitas em aula sob sua regência e outros meios disponíveis.
Definição de “Sujeito do conhecimento”.
Segundo a epistemologia genética (Inteligência) de Piaget. 
Jean Piaget (1896 – 1980) foi um epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, defendeu em suas teorias uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica conhecida como a teoria do conhecimento com base nos pensamentos humanos.
Piaget, com base essencialmente na inteligência e na construção do conhecimento, visa compreender a formação do conhecimento e suas etapas. E como para Piaget, a criança é o sujeito que constrói constante e de forma clara seus pensamentos, os indivíduos desta etapa e também da adolescênciase tornou objetivo de pesquisa e análise para seu trabalho. Com o intuito de responder algumas questões referentes ao desenvolvimento, a estabilidade e a estrutura do pensamento e do conhecimento humano, Piaget elaborou a Epistemologia Genética com a colação de outros especialistas da área. 
Para Piaget, o desenvolvimento e o crescimento mental se dão a partir das atividades que o sujeito se defronta, e o desenvolvimento da inteligência, seria basicamente a forma como os sujeitos constroem o conhecimento a partir de suas ações sob o meio. Na concepção de inteligência, podemos subdividi-la em dois eixos, um eixo de função e outro de estrutura. Enquanto função a inteligência refere-se à adaptação do sujeito com o meio, ou seja, a forma como o sujeito vê e se comporta no mundo, as alterações que são feitas, se necessário, para melhorar ou corrigir algo. No que refere-se a estrutura, a inteligência é a organização dos processos associados aos diferentes níveis de conhecimento, quanto mais complexa a organização, maior o nível de conhecimento exigido, quando menos complexa, menos o nível de conhecimento. 
Como a inteligência é uma organização de procedimentos de adaptação, tais procedimentos não se dão apenas pelo acúmulo de informações, mas também pela reorganização e trocas de inteligências (procedimentos), assim a criança que fora estudada, agora como adolescente terá outra organização de inteligências, pois conforme a evolução do sujeito, sua inteligência se modela e se altera possibilitando outras possibilidades de assimilação. 
A Epistemologia Genética explica a ordem de sucessão das diferentes capacidades cognitivas e o modo como são construídas. A capacidade cognitiva se constrói ao decorrer da vida dos sujeitos e se modelam conforme as competências e situações defrontadas pelos menos.
Considerando os conceitos apresentados anteriormente, de que a formação cognitiva se da a partir do desenvolvimento do próprio sujeito, a Epistemologia Genética acontece por estágios sucessivos, ou seja, um estágio superior, apresenta uma outra lógica do conhecimento diferente e mais evoluída do que a antecessora. Assim, apresento a seguir os estágios de evolução definidos por Jean Piaget. 
Os estágios de desenvolvimento do conhecimento segundo Piaget. 
Piaget definiu quatro grandes estágios, determinados, segundo ele, por critérios de distinção descobertos empiricamente ao decorrer de suas pesquisas; o primeiro estágio transcorre no contexto da motricidade, ou seja, a “Competência ou conjunto das funções nervosas e/ou musculares que possibilitam os movimentos, nos seres humanos.”; o segundo refere-se às atividades representativas; o terceiro e o quarto ao pensamento operatório, diferenciando-se apenas pelo foco obtido no estágio, enquanto o terceiro liga-se ao concreto, o quarto liga-se com o abstrato.
Os quatros estágios foram denominados de sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal: 
Sensório-Motor 
Este estágio é o período que antecede a linguagem, se dá a partir do nascimento e decore até aproximadamente um ano e meio/dois anos; neste período ainda não existem operações propriamente ditas, nem lógicas, o que está presente neste estágio são apenas algumas ações que já se organizam, segundo certas estruturas de constituição invariante. Este estágio caracteriza-se essencialmente pelas construções cognitivas dos objetos, das causas e consequências, da diferenciação entre os meios, do tempo e do espaço.
Pré-Operatório
Este estágio inicia-se por volta dos dois anos de idade, neste período a inteligência se altera, agora o sujeito começa a pensar a partir e com a linguagem, neste estágio estão presentes as representações e a criança permanece nele até, aproximadamente, os cinco anos de idade. 
A representação presente neste estágio refere-se à capacidade de adquirir, por meio das construções cognitivas, qualquer referência de um objeto a partir de outro objeto de conhecimento da criança, tais representações são de cunho progressivo, ou seja, conforme a criança se interage com o meio, maior se torna sua representação cognitiva dos objetos. 
Operatório Concreto
O estágio Operatório Concreto inicia-se por volta dos 7-8 anos de idade, nesta fase a criança começa a constituir sua própria lógica e tem suas estruturas operatórias já concretas; a entrada da criança nesta fase determina, fortemente, a construção dos instrumentos do conhecimento, tudo que foi interiorizado pelo sujeito, neste momento, tornam-se parte de uma categoria de operações, um processo temporal análogo; nesta fase caracteriza-se principalmente pela reversibilidade, ou seja, nesta fase a inteligência humana, pode direcionar-se para todas as direções, pode percorre-las, distinguindo entre o que reversível e o que é irreversível.
Operatório Formal
Este estágio acontece por volta dos 11-12 anos, e caracteriza pelas operações formais, nela o sujeito pode realizar hipóteses a partir de hipóteses e não somente sobre os objetos, a partir de agora, a criança pode elaborar proposições de raciocínios hipotéticos ou dedutivos aplicável a qualquer conteúdo. Mesmo sendo o ultimo estágio de evolução cognitivo, o sujeito continuar evoluindo seus processos de raciocínio de forma mais abstrata e formal. 
 Segundo a teoria da psicologia histórica – cultural (consciência) de Vygotsky. 
A teoria da psicologia histórica-cultural segundo Vygotsky nasceu de questionamentos sobre a crise da Psicologia e a proposta de um novo método que assegurasse a conciliação de uma abordagem da vida psíquica, sem a redução dos aspectos positivistas ou naturalistas. Vygotsky foi um grande pensador de sua época e um dos pioneiros no conceito de que o desenvolvimento intelectual da criança se desenvolve a partir das funções interacionais com o meio social e cotidiano; ele também foi influenciado pelos pensamentos materialista-histórico de Marx. 
Para Vygotsky a internalização das atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas, constitui o aspecto característico da psicologia humana, a consciência aparece como um sistema de transmissores, constituídos por eixos subordinados de reflexos, neste sentido, podemos compreender o conceito de consciência como uma função de origem social, onde os signospossuem um papel importante em sua estruturação; a transformação implica em mudanças motivadas por emoções, sentidos e significados, determinados pelas coordenações das ações humanas.
Para Vygotsky, a atividade humana está relacionada com o conceito de mediação, ou seja, uma transformação através de instrumentos; tais instrumentos utilizados, implicam na constituição do signo, afim de regular o contato com os outros indivíduos e com o próprio sujeito. Nas teorias de Vygotsky, a linguagem é importante, pois, ele aponta que mediante a palavra podem surgir vários significados, os quais são convertidos em sentidos pessoais, de acordo com as necessidades e a conveniência que motivam seu uso. Assim, sentido é a soma de todos os eventos psicológicos que a palavra desperta na consciência, ou seja, a ação e os pensamentos são motivados e desencadeados por valores emocionais estáveis. 
Segundo a teoria do comportamento (repertório de respostas) de Skinner. 
BurrhusFrederic Skinner foi um psicólogo americano pioneiro nas pesquisas que abordavam a busca da compreensão do comportamento em função das inter-relações entre filogenética, o ambiente e a história do indivíduo, tendo como base o comportamento operante dos indivíduos. 
Skinner contribui de forma significa com a Psicologia estudando a relação entre as repostas dos organismos e o ambiente. Na relação descrita no comportamento humano, cara estímulo gera uma resposta, e tal resposta gera uma consequência. As consequências causadas pelos estímulos de resposta tem seu valor; neste sentido, o behaviorismo radical vai entender o comportamento do ser humano e dos outros organismos vivos e como se estrutura sua interação entre os estímulos dos indivíduos e as respostas dos organismos, dessa forma, são determinados três grupos de seleção: filogenética, ontogenética e cultural.
O primeiro refere-se ao nível de seleção filogenética relacionada aos repertórios compartilhados por uma mesma espécie, que são determinados pela história evolutiva da mesma. O segundo nível de seleção direciona-se a seleção ontogenética, que se refere ao repertório particular de cada individuo ou organismo que é determinado pela história de vida do individuo. E, por fim, o terceiro nível de seleção, a seleção cultural, sendo este o de maior importância para compreensão do comportamento humano e de outros seres vivos que estão incumbidos por algum comportamento social. 
. Definição de “Sujeito do inconsciente”.
3.1. Segundo as teorias de Freud. 
Sigmund Freud foi um médico neurologista e criador da Psicanálise, nas teorias de Freud podemos constar o conceito de inconsciente que é a base principal de sua teoria psicanalítica, segundo ele o inconsciente não é um lugar anatômico, mas sim um lugar psíquico, com conteúdos, mecanismos e uma energia particular e especifica. 
O inconsciente faz parte da Primeira Tópica do Aparelho Psíquico construída por Freud a partir da Traumdeutung, publicada em 1900; os conteúdos presentes no inconsciente são os representantes da pulsão que estão fixados em fantasias, historias imaginarias e devaneios concebidas como manifestações do desejo e da ambição. 
O inconsciente, segundo Freud, manifesta-se apenas na consciência e de forma modificada, entretanto, esta é a única forma que o pesquisador encontrou para conseguir acessa-lo. Freud, em dos seus artigos, justificou que é o conceito de inconsciente é necessário, partindo dos pressupostos de que os dados da consciência apresentam um grande número de lacunas, os atos psíquicos ocorrem de forma variada entre pessoas, independe de suas condições mentais.
Freud postula o aparelho psíquico sob o ponto de vista topográfico, ou seja, o psiquismo é dividido em três instâncias (lugares psíquicos): o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Sob o ponto de vista dinâmico, essas três instâncias estão em constante conflito de forças de desejos inconscientes que querem ser manifestados e emergidos no campo consciente e contra forças que operam para a não satisfação desses desejos, impedindo sua manifestação.
Após anos de estudos, Freud reformula a teoria do aparelho psíquico e postula a Segunda Tópica nomeando as instâncias em Id, Ego e Superego. Para alguns estudiosos, a Segunda Tópica de Freud não anula a Primeira, mas integra as instância, os atributos e qualidades. O Ego é Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente; o Superego é uma pequena parte Pré-Consciente, e o resto se enraíza no Inconsciente; o Id é todo Inconsciente. Com a Segunda Tópica, Freud postula um novo sistema que dá ao aparelho psíquico um aspecto antropomórfico.
Há uma ênfase nos estudos centrados no Ego, subestimando o Inconsciente em sua originalidade freudiana, o que provoca dissensões que dividem a comunidade psicanalítica em todo o mundo. O surgimento da Psicologia do Ego é desse contexto intelectual. Porém, Jacques Lacan retoma o percurso de Freud, no que ele denomina de "retorno a Freud", tirando a psicanálise dos rumos que estava indo. Ele propõe uma releitura de Freud e enfatiza a grande descoberta da genialidade de Freud que é o Inconsciente, que Lacan postula como "estruturado como linguagem". 
3.2. Segundo as teorias de Lacan.
Jacques Lacan foi um psicanalista francês, formado em Medicina; teve contato com a psicanálise através do surrealismo e a partir de 1951, afirmando que os pós0freudianos haviam se desviado, propõe um retorno às pesquisas de Fred. Lacan propõe uma estrutura para o inconsciente e novos os desdobramentos a partir de sua abordagem. Lacan formalizou os mecanismos de condensação e deslocamento, visando estabelecer um diálogo com a Linguística , obtendo assim uma ideia ampla sobre o funcionamento do inconsciente.
	Lacan utilizou alguns aspectos referentes a linguagem, como por exemplo, a metáfora e a metonímia respectivamente, entretanto, Lacan estabeleceu uma conexão dos conceitos de metáfora e metonímia com as noções saussurianas de significante e significado. Lacan, dentre outros aspectos, utilizou a topologia, possibilitando a demonstração da dinâmica dos significantes nos gráficos, isto é, a maneira pela qual as palavras combinam no discurso do Sujeito para significar algo que não está consciente. 
A dinâmica usada por Lacan constitui nos processos inconscientes de metáforas e metonímias, através de substituições e combinações dos significantes e dos significados nas redes do discurso. Desta forma, podemos concluir a definição do sujeito do inconsciente por Lacan, determinando que tais sujeitos estão submetidos a uma relação constante com a linguagem, ao passo que a linguagem é muitas vezes determinantes para a identificação e categorização do sujeito enquanto individuo de uma sociedade. 
Conclusão 
	Neste trabalho procurei analisar de forma minuciosa algumas do sujeito do consciente e do inconsciente segundo alguns estudiosos da área, como Freud, Lacan, Skinner, Piaget e Vygotsky, como podemos comprovar, os conceitos alteram-se entre os eles, alguns se distanciam e outros se aproximam em alguns aspectos. 
	 
1, http://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/673/466
2, http://www.scielo.br/pdf/pusp/v17n2/v17n2a04.pdf
3,http://www.revistapsicologia.ufc.br/index.php?option=com_content&id=114%3Aatividade-humana-compreendendo-a-trajetoria-do-trabalho-na-contemporaneidade&Itemid=54&limitstart=3&lang=pt
4,http://www.facevv.edu.br/Revista/02/A%20EPISTEMOLOGIA%20GENETICA.pdf
5,http://www.dicio.com.br/motricidade/
6,http://www.dicio.com.br/reversivel/
7,http://www.webartigos.com/artigos/o-inconsciente-em-freud/46925/

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