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MED RESUMO PEDIATRIA COMPLETA

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Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
178
MED RESUMOS 2011
ARLINDO UGULINO NETTO 
MEDICINA – P8 – 2011.1
PEDIATRIA
REFERÊNCIAS
1. Material baseado nas aulas ministradas pelos Professores Alexandrina Lopes, Epitácio e Cláudio Orestes na 
FAMENE durante o período letivo de 2011.1.
2. BERMAN, N. Tratado de Pediatria. 16ª ed., Editora Guanabara, Rio de Janeiro, 2002.
3. MARCONDES, E. Pediatria Geral e Neonatal. Editora Sarvier, v. 1, Rio de Janeiro, 2002.
4. MURAKOVSCHI. Pediatria: Diagnstico e Tratamento. 5ª ed. Editora Sarvier, Rio de Janeiro, 1996
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
179
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino; ELOY, Yuri Leite.
PEDIATRIA
SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
(Professora Alexandrina Lopes)
A pediatria pode ser conceituada como a especialidade da medicina que cuida do ser humano durante seu 
período de desenvolvimento: da fecundação à puberdade. Desta forma, a semiologia pediátrica é definida como a 
ciência que estuda os sinais e sintomas que vão constituir as síndromes na infância, com finalidade diagnóstica.
Portanto, a semiologia pediátrica é a ferramenta que médico pediatra lança mão para guiá-lo na consulta 
pediátrica. Ela é, basicamente, composta por três partes:
 Anamnese
 Exame Físico
 Exames Complementares
CONSIDERA‚ES GERAIS
No que diz respeito à consulta pediátrica, deve-se ter em mente que a mesma 
não segue todas as regras descritas nas mais diversas literaturas médicas no que diz 
respeito a semiologia. A consulta pediátrica vai muito além da simples entrevista 
visando a hipótese diagnóstica, mas também, devido a idade do paciente, está 
envolvido familiares, a quem o médico deve esclarecimentos adequados.
Pode-se dizer que a consulta pediátrica se inicia antes mesmo do paciente 
entrar no consultório médico: o médico pediatra deve ter a sensibilidade de observar 
aquelas crianças que mesmo na sala de espera encontram-se mais agitadas, chorosas. 
Depois disso, deve observar esta mesma criança quando entra no consultório, suas 
reações, expressões, gritos, podendo mudar instataneamente. Um exemplo disso, são 
aquelas crianças que são vítimas de violência física, no momento em que é fechada a 
porta do consultório, ela mostra-se agressiva, inquieta, chorosa, impossibilita o exame 
médico, por isso, essas alterações e possibilidades devem ser sempre aspiradas pelo 
médico pediatra.
Os diversos consultórios pediátricos possuem imagens e instrumentos lúdicos (brinquedos, quebra-cabeças), 
que para o leigo ou acompanhante não passa de um simples modo de distrair a criança e deixá-la mais a vontade. 
Contudo, para o médico, o interesse por brinquedos é extremamente importante, pois uma criança que não consegue se 
concentrar em uma determinada atividade, mostra-se inquieta no interior do consultório, embora não seja critério para o 
diagnóstico de hiperatividade, já podemos observar que há um déficit de atenção, que deve ser investigado com uma 
maior cautela. Ao contrário a hipoatividade também deve ser investigada, são crianças que não tem nenhum interesse 
em brinquedos ou atividades de sua faixa etária.
Além disso, em relação aos sinais e sintomas, deve-se ter em mente que nem sempre uma criança vai queixar-
se de dor durante o exame físico, geralmente por medo. Entretanto, o médico deve sempre estar atento as suas 
expressões como enrugamento da testa, o próprio choro, dificultar o exame médico por algum outro motivo entre outros. 
Outro sinal importante é a marcha, que dependendo da idade da criança pode-se concluir se há ou não algum retardo de 
seu crescimento e desenvolvimento, aspirando nesses casos uma avaliação neurológica mais precisa. Da mesma forma, 
ocorre com recém-nascidos a termo que não possuem o reflexo de sucção e estão incapazes de mamar, também 
necessitam de avaliação neurológica, pois espera-se que em torno da 34º semana já exista o reflexo da sucção.
As mal-formações congênitas tem um papel de grande importância para o médico; entretanto, deve-se ter em 
mente as alterações que a criança possui para se fazer diagnóstico diferencial com outras condições, como por exemplo, 
um RN prematuro muitas vezes apresenta algumas características que podem fazer suspeita de uma criança com 
sídnrome de Down, principalmente devido a conformidade dos olhos, macroglossia, prega simiesca. Por isso, o 
diagnóstico de Síndrome de Down, apesar das alterações sugestivas, não é dado de imediato, mas somente após a 
avaliação e comprovação pelo médico geneticista.
Outra situação particular que merece uma atenção especial do pediatra é sobre a presença dos familiares no 
momento da consulta. Geralmente, a presença da mãe pode ser essencial para estabelecer uma hipótese diagnóstica 
concreta; ou, pelo contrário, confundir o médico. Nesse último caso, destaca-se principalmente aquelas crianças que são 
vítimas de violência doméstica pelos próprios pais, o quais, durante a consulta, podem relatar uma história distorcida. 
Nesses casos, o médico deve registrar todas as lesões presentes nas crianças durante o exame físico, interná-la (com o 
intuíto de afastar dos agressores) e, posteriormente, contactar o Conselho Tutelar para que este órgão seja 
encarregado de estabelecer o diagnóstico de violência doméstica e tomar as condutas cabíveis.
Apesar de tudo, a política da pediatria rege que a mãe ou algum outro responsável legal marque presença 
durante a consulta pediátrica e, para tal, o acompanhante deve ser bem orientado.
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
180
ANAMNESE
A anmanese do paciente pediátrico deve ser o mais completa e detalhada possível, representando a evolução da 
criança até o momento da consulta. Para isso, é necessário ao pediatra utilizar uma linguagem acessível e demonstrar 
respeito e interesse na história contada pelo paciente.
Os seguintes passos caracterizam a anamnese:
a) Identificação;
b) Queixa Principal (QP)
c) História da Moléstia Atual (HMA)
d) Antecedentes Gineco-obstétricos (AGO)
e) História Mórbida Pregressa (HMP)
f) Antecedentes Alimentares (AA)
g) Desenvolvimento Psico-motor (DPM)
h) Antecedentes Imunológicos (AI)
i) História Mórbida Familiar (HMF)
j) Revisão de sistemas (RS)
k) Condições e Hábitos de Vida (CHV)
Durante a anamnese, o médico deve coletar uma história clínica adequada, preferencialmente com a ajuda do 
responsável legal pela criança. Dessa forma, o médico deve estabelecer os fatos relevantes da anamnese, levantar 
todos os achados clínicos relevantes, confrontar os achados da anamnese para a realização do exame físico,
identificando os fatos veríditos e dessa forma exclindo excessos e percebendo alterações não relatadas pela mãe ou 
criança. 
Depois disso, o médico deve formular um diagnóstico hipotético, baseado nos sinais e sintomas coletados e 
comprovados através dp exame físico e, da mesma forma, estabelecer o diagnóstico diferencial com outra entidades 
nosológicas. Com essas medidas, pode-se estabelecer com segurança o plano terapêutico daquele paciente. Caso
seja necessário, pode-se fazer uma investigação complementar, para tornar o diagnóstico mais claro.
Identificação.
A identificação possui múltiplos interesses. O primeiro deles é de iniciar o relacionamento com o paciente. Saber 
o nome de uma paciente é indispensável para que se comece um processo de comunicação em nível afetivo.
São obrigatórios os seguintes interesses:
Nome; Data de nascimento; Sexo; Cor; Naturalidade;
Procedƒncia; Tipo de residƒncia; Ocupa„…o (estudante?).
Deve-se escrever o nome completo do paciente, por extenso (no entanto, para fins de apresentação de casos 
clínicos com ilustração visual ou em publicação, o nome do paciente deve ser registrado apenas pelas iniciais). Os 
dados introdutórios devem ser anotados de modo telegráfico e de forma dissertativa, de preferência. Anote também datade internação, número da enfermaria, do leito e o hospital.
Queixa principal.
Em poucas palavras, registra-se a queixa principal que levou o paciente a procurar o médico, além do tempo de
duração do sinal deste sinal. Portanto, a queixa principal registra o motivo pelo qual a família levou a criança ao médico
e deve ser escrito com as próprias palavras do informante.
A QP é, em outras palavras, a resposta da seguinte pergunta: “Qual o problema que o (a) trouxe ‡ consulta?
Hˆ quanto tempo o(a) senhor(a) sente isso?”. A resposta deve ser reescrita pelo médico buscando seguir os 
seguintes pontos:
 Repetir as expressões utilizadas pelo paciente;
 Incluir sempre a duração da queixa.
História Mórbida Atual.
É a parte principal da anamnese e costuma ser a chave-mestra para se chegar ao diagnóstico. Tudo que foi dito, 
quando analisamos o método clínico e a anamnese, encontra sua melhor aplicação na feitura da história da doença 
atual (HDA). Esta HDA deve conter as seguintes informações:
 Início e evolução da doença;
 Sintomas associados;
 Medicamentos utilizados (se houve melhora ou não);
 Escrever em ordem cronológica e linguagem técnica;
 Intervir e investigar - quando necessário;
História Mórbida Pregressa.
Neste momento, devemos coletar dados sobre as doenças e internações ocorridas anteriormente: infecções;
doenças próprias da infância; procedimentos cirúrgicos; alergias; uso de medicamentos; etc.
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Antecedentes Gineco-obstétricos.
Os seguintes pontos devem ser abordados:
 Estado de saúde da mãe durante a gestação;
 Idade da mãe;
 Grupo sanguíneo e Rh;
 Intercorrências no parto;
 Se fez pré-natal (número de consultas);
 Tipo de parto e local;
 Condições de nascimento.
Antecedentes Alimentares.
É necessário levantar os seguintes questionamentos:
 Se foi amamentado exclusivo ao seio materno e 
quanto tempo;
 Idade do desmame e condições;
 Qualidade e quantidade dos alimentos ofertados;
 Número de refeições;
 Pesquisar intolerância ou alergia alimentar.
Desenvolvimento Psico-motor.
 Assinalar c/ que idade:-sorriu ,sustentou a cabeça,
sentou, engatinhou, andou;
 Quantidade e qualidade do sono;
 Controle esfíncteres;
 Sociabilidade;
 Escolaridade e aproveitamento escolar.
Antecedentes imunológicos.
 Verificar carteira de vacinas;
 Verificar sinal de BCG;
 Obter informações sobre reações vacinais.
História mórbida familiar.
 Pesquisar doenças na família;
 Idade,sexo e estado de saúde dos irmãos;
 Idade e estado de saúde dos pais.
Revisão dos sistemas.
 Diurese e aspecto da urina;
 Hábito intestinal.
Condições de hábito de vida.
 Condições da habitação:número de cômodos ,banheiro,água encanada,rede de esgoto,luz elétrica;
 Escolaridade dos pais;
 Quem mora na casa;
 Uso de cigarros, álcool e drogas pela criança ou parente.
EXAME F‰SICO
Neste ponto, é pertinente fazer a seguinte observação: o exame físico na criança não segue as regras
estabelecidas para o exame físico sistemático dos adulto. Geralmente, o médico pediatra deve iniciar o exame pela 
região que esteja mais acessível e/ou que seja menos estressante ou dolorosa para criança, de modo que o paciente 
aceite, com uma maior facilidade, o exame. 
No próprio colo da mãe, por exemplo, o médico pediatra já é capaz de avaliar o padrão respiratório do paciente, 
a presença de deformidades ou abaulamentos, coloração da pele, batimentos de aletas nasais, sinais evidentes de 
síndromes, etc. Só então devemos iniciar alguns procedimentos e técnicas que são desagradáveis (o que inclui: 
oroscopia, otoscopia, exame ocular e inspeção da região inguinal).
OBS1: Durante o exame físico, a cooperação da criança é indispensável para que o exame tenha algum valor 
diagnóstico. Crianças estressadas inquietas tornam a avaliação médica dificultosa e incômoda (principalmente para 
mães e acompanhantes). Com isso, algumas medidas simples podem acalmar a criança, tais como: 
 Conquistar amizade da criança: item indispensável para avaliação dessa criança, isso é importante não só para 
a a consulta, mas também porque o vínculo pediátrico com aquela estará presente até os 21 anos.
 Falar com voz suave;
 Explicar antes o que vai fazer: 
 Evite dominar a criança; 
 Iniciar por áreas menos ameaçadoras ou incômodas para a criança;
 Procedimentos desagradáveis no fim (avisar a criança sobre a realização de exames de sangue e ainda exames 
de imagem)
 Aquecer mãos e equipamentos;
 Usar objetos para distração.
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OBS2: O local do exame físico também é um fator relevante. Como foi dito anteriormente, os consultórios pediátricos 
são salas decoradas de modo que a criança se sinta mais agradável. Para o médico, deve ser um ambiente bem 
iluminado, com temperatura ambiente, tendo espaço e aparelhos adequados para a realização dos exames. Geralmente 
consultórios médicos muito frios podem mascarar algumas patologias e simular outras. Salas muito frias podem 
predispor as crianças a hiportemia e cianose. Por isso, deve-se sempre tentar manter o consultório em uma temperatura 
ambiente.
OBS3: Com relação a faixa etária, as consultas podem ser conduzidas de maneiras diferentes:
 1os meses: nos primeiros meses de vida, a consulta não é tão dificultosa, e geralmente é feito 
acompanhamentos mensais até o 3º mês, avaliando o diâmetro torácico, perímetro cefálico, peso, avaliação e 
confirmação de vacinas, exame físico do tórax, abdome e genitália externa.
 6 - 8 meses  2 - 3 anos: Geralmente nessa época a consulta passa a se tornar mais dificil. A partir dos 6 
meses a criança já é capaz de reconhecer os pais, daí a importância de frequentar sempre o mesmo pediatra, 
pois com a criança identificando aquela pessoa, a consulta se tornará mais tranquila.
 Pré-escolar: nessa fase as consultas já são direcionadas para a queixa principal do paciente, entretanto deve-
se sempre lembrar de alguns itens que são indispensáveis durante a realização do exame.
 Escolares / Adolescentes: nos adolescentes normalmente na primeira consulta não é necessária uma 
avaliação completa, embora adolescente, sabendo das diversas alterações que ocorrem nessa idade, deve-se 
primeiro conquistar sua confiança para realizar um exame mais específico, ou seja, que seja necessário retirar a 
roupa.
De um modo geral, durante o exame físico de uma criança, o médico vai comprovar todos os achados que foram 
relevantes coletados durante a anamnese. Dessa forma, os sinais (dados que podem ser verificados de maneira 
objetiva) e os sintomas (dados subjetivos, que o médico só terá conhecimento com o relato do paciente) poderão ser 
evidenciados e, desta forma, caracterizar síndromes (conjunto de sinais e sintomas que estão ligados alguma mesma 
entidade nosológica) e, portanto, todos estes dados devem ser cuidadosamente investigados pelo médico, para que 
possa ser estabelecido uma hipótese diagnóstica concreta.
Em resumo, o exame físico caracteriza-se por:
 Avaliação dos aspecto gerais e dados vitais
 Medidas antropometricas 
 Avaliação de órgãos e sistemas
AVALIAÇAO DOS ASPECTOS GERAIS (ECTOSCOPIA).
Neste momento inicial do exame físico, devemos observar o aspecto geral da criança logo ao chegar, dando 
ênfase ao seguintes dados:
 Nível de consciência
 Atitude e posição: posição que o paciente adota com a finalidade de se sentir confortável.
o Atípica (normal): não há preferências.
o Típica: Sugere um desconforto.
 Genupeitoral: geralmente a criança adota essa posição, pois ela permite uma melhor 
oxigenação e ventilação, por isso, nesses casos deve-se suspeitar de alguma cardiopatia 
congênita.
 Ortopnêica: em crianças a ortopnéia deve-se sempre pensar em edema agudo de pulmão. 
Nesses casos o exame do aparelho respiratório éde extrema importância, podendo nesses 
casos auscultar ruídos adventícios (estertores finos), mostrando na radiografia congestão 
bilateral. Diferentemente em adultos ocorre devido a enfisema pulmonar, cardiopatias, 
insufiência cardíaca congestiva.
 Cócoras: Também sugere doenças cardíacas.
 Antálgica: pode se manifestar de várias formas: (1) Colocação da mão sobre o local, (2) 
decúbito lateral sobre o local, (3) decúbito lateral oposto ao local, (4) decúbito ventral, (5) 
decúbito dorsal / flexão MMII. 
 Posições contraturais: (1) Opistótono: contratura muscular intensa em que a criança 
permaneça apoiada sobre os calcanhares e região nuncal. Pode ocorrer devido a irritação 
meníngea infecciosa (meningite) ou ainda, nos casos avançados de tétano; (2) Ortótono, (3) 
Pleurotótono, (4) Gatilho.
 Condições de higiene
 Ativo ou hipoativo
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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 Estado psíquico
 Biotipo:
 Longil€neo;
 Brevil€neo;
 Normol€neo;
 Fala:
 Disfonia;
 Afonia;
 Disfasia;
 Dislalia;
 Dislexia.
 Marcha: forma de andar da criana.
o At‚xica: lesƒes do SNC 
 Tab„tica: lesƒes posteriores da medula 
 Cerebelar: lesƒes cerebelares
o Escarvante / Par„tica. 
 Les…o de nervos perif„ricos
 Lesƒes Esquistossom†ticas da medula
o “Em Foice”: Hemiplegias
o Anserina ou “de pato”: Miopatias 
o “De passos mi‰dos”: Doena de Parkinson
o Claudicante: Dor ao andar
 Coloração da pele: um sinal cl€nico importante nesses pacientes „ a palidez cutâneo-mucosa. Este sinal pode 
ser simplesmente devido a uma m‚-alimenta…o, ou ainda, predizer condiƒes graves, como ocorre por 
exemplo, nos casos de hipoxemia, que mesmo a criana com hemograma normal, apresenta-se p‚lida, nesses 
casos „ necess‚ria a utiliza…o de O2. Quando a palidez est‚ acompanhada de sudorese, extremidade frias, 
olig‰ria, pode ser devido a hipotens…o, sinais importantes de choque (inclusive, diferentemente do adulto, a 
hipotensão é um sinal tardio de choque na criança). 
 Dados vitais:
 Temperatura em graus Celsius: axilar, auricular e retal.
 FreqŠ‹ncia card€aca;
 Pulso;
 Frequ‹ncia respirat†ria.
 Peso:
o Desnutrição: ocorre naqueles casos em que h‚ um deficit alimentar, nesses casos s…o chamadas de 
desnutri…o prim‚ria. J‚ nos casos de desnutri…o secund‚ria, ocorre devido a patologias espec€ficas.
o Obesidade: „ o resultado de um desequil€brio energ„tico, em que, a oferta „ maior que a gasto de 
energia. Com isso, o alimento „ armazenado na forma de tecido adiposo.
OBS4: Œ importante estabelecer o diagn†stico diferencial de edema com obesidade. Geralmente crianas desnutridas 
apresentam um quadro de hipoproteinemia e, devido a um desequil€brio osm†tico, podem apresentar edema 
generalizado, o que erroneamente pode ser interpretado pelas m…es como obesidade. Al„m disso, ainda „ necess‚rio 
fazer diagn†stico diferencial com doenas renais.
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
Os dados aqui obtidos devem ser colocados em gr‚ficos espec€ficos, e incluem:
 Peso
 Estatura
 Per€metro cef‚lico
 Per€metro tor‚cico
 Per€metro abdominal
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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Peso.
A pesagem de rec„m-nascidos (com at„ 16kg) deve ser feita em balanas pr†prias para esta faixa et‚ria; 
quando acima de 16kg, utilizar balana para adultos.
IDADE PESO (kg)
03 a 12 meses Idade (meses) + 92
01ano a 6 anos Idade (anos) x 2 + 8
07anos a 12 anos Idade (anos) x 7 - 52 
Quanto ao ganho de peso, devemos considerar o seguinte padr…o:
 Primeiros 4 ou 5 dias –ocorre perda fisiol†gica de 3 a 10% do peso;
 O peso se recupera em torno do d„cimo dia de vida;
 Primeiro trimestre-em m„dia-30g/dia;
 Segundo trimestre-20g/dia;
 Terceiro trimestre-10g/dia;
 Dobra o peso de nasc. entre 5 e 6 meses;
 Triplica o peso de nasc. em torno os 12 meses;
 Aos 5 anos-dobra o peso em rela…o aos 12 meses;
 Aos 10 anos -triplica o peso em rela…o aos 12 meses;
 Aos 14 anos -quadruplica o peso em rela…o aos 12 meses;
Estatura.
A medi…o da estatura deve ser feita mensalmente, pelo menos, e devidamente registrada nas curvas de 
crescimento. Para crianas menores de 2 anos, devemos med€-la deitada, com antropŽmetro de Harpender; para 
crianas maiores de 2 anos, a medi…o deve ser feita em p„, com escala m„trica ou em balana antropom„trica.
Desta forma, temos os seguintes padrƒes para aumento da estatura:
 Primeiro ano de vida- 25 cm;
 Segundo ano de vida- 12,5 cm;
 Terceiro ano de vida- 9 cm;
 Cerca de 6cm/ano at„ a puberdade;
 Entre 4 e 5 anos - duplica a estatura em rela…o ao nascimento;
 Entre 12 e 13 anos - triplica a estatura em rela…o ao nascimento;
Perímetro cefálico.
A medi…o do per€metro cef‚lico deve ser feito com aux€lio de fita m„trica, passando pela glabela e pelo 
occip€cio, sem abranger as orelhas. 
O padr…o normal „ o que segue:
 Primeiro ano de vida em torno de 12 cm;
 Primeiro semestre 1cm /m‹s;
 Segundo semestre  cm /m‹s.
AVALIAÇÃO DOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Os seguintes parmetros devem ser avaliados:
 Cadeias ganglionares
 Cabea e pescoo
 Exame do t†rax
 Aparelho cardiovascular
 Exame do abdome
 Exame da regi…o inguinal
 Exame da genit‚lia
 Exame do aparelho osteoarticular
 Otoscopia
 Exame da boca.
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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Exame das cadeias ganglioares.
 Localiza…o
 Tamanho
 Consist‹ncia
 Mobilidade
 Coalesc‹ncia 
 Sensibilidade dolorosa
Exame da cabeça e pescoço.
a) Observa…o de f‚cies;
b) Inspe…o de crnio: simetria; formato; propor…o craniofacial; presena de abaulamentos; implanta…o de cabelos.
c) Palpa…o de crnio: consist‹ncia †ssea; jun…o das suturas; abaulamentos; palpam-se fontanelas: anterior-bregm‚tica (18m) 
e posterior-lambd†ide(1m).
d) Orelhas: implanta…o(normal-borda sup.do pavilh…o se encontra na mesma altura dos cantos internos dos olhos); formato; 
presena de conduto auditivo; alteraƒes peri auriculares.
f) Nariz: forma; permeabilidade das narinas; presena de secreƒes; crianas maiores: rinoscopia anterior-cor e brilho da mucosa 
e presena e aspecto das secreƒes.
h) Pescoo: inspe…o; palpa…o; -mobilidade (ativa/passiva); palpa…o da tire†ide.
Exame de Tórax e Aparelho Respiratório.
a) Inspe…o: Padr…o respirat†rio (freqŠ‹ncia, ritmo, amplitude)
FR
 0 a 2 meses - at„ 60mpm
 2meses a 11 meses - at„ 50mpm
 1ano a 4 anos - at„ 40mpm
 Adolescente-20mpm
b) Palpa…o: aquecer as m…os e pesquisar: pontos dolorosos, tumoraƒes, n†dulos, fr‹mito t†raco vocal –
choro/gemido, expansibilidade – simetria.
c) Ausculta: toda a regi…o tor‚cica; pesquisa de murmurio vesicular; presena de ru€dos advent€cios; pode ser um 
dos primeiros passos do exame f€sico,dependendo do psiquismo da criana.
a) Percuss…o: toda a regi…o tor‚cica (anterior e posterior) e maneira suave.
Exame do Aparelho Cardiovascular.
a) Palpa…o: com dedo indicador-pesquisa-se o Ictus cordis (extens…o,intensidade,ritmo dos batimentos card€acos);
m…o espalmada-verificar presena de fr‹mitos.
Localiza…o do ictus
 at„ 3 meses - entre 3 e 4 espao intercostal E para fora da linha hemiclavicular E;
 -3 meses- 4 EICE para fora da linha hemiclavicular E;
 -9 meses- 5 EICE para fora de linha hemiclavicular E;
 -7 anos- 5 EICE na linha hemiclavicular E;
b) Ausculta: inicia-se pelo ictus-que corresponde a ‚rea mitral (AM); ainda no 4 EICE mais pr†ximo ao esterno-‚rea 
tric‰spide (AT); no 2 EICE ,pr†ximo ao esterno-‚rea pulmonar (AP); no 2 EICD,pr†ximo ao esterno-‚rea 
a†rtica(AA). Deve-se determinar: freqŠ‹ncia card€aca; ritmo das bulhas card€acas; intensidade das bulhas 
card€acas; presena de outros ru€dos (atrito ou sopros(sist†lico,diast†lico e cont€nuos).
FC
 0 a 1 m‹s –70 a 190 bpm 
 1m a 11 meses-80 a 160 bpm 
 2 anos-80 a 130 bpm 
 6 anos-75a 115 bpm 
 10 anos-70 a 110 bpm 
 14 anos-60 a 105 bpm 
 18 anos-50 a 95 bpm
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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c) Palpa…o de pulsos: com 2 e 3 dedos, devemos avaliar, de forma comparativa (lados sim„tricos), a intensidade, 
ritmo e simetria dos pulsos. Devemos verificar os pulsos radiais, femorais e pediosos.
d) Aferi…o de Press…o arterial: o manguito deve ser adequado ao tamanho da criana; s† tem valor quando 
medido com a criana tranquila.
Exame do abdome.
a) Inspe…o: forma; simetria; cicatriz umbilical(h„rnias/secreƒes); presena de movimentos perist‚lticos; 
abaulamentos; circula…o colateral.
b) Ausculta: deve preceder a palpa…o e a percuss…o; inicia-se pela fossa il€aca esquerda; pesquisar ru€dos hidro 
a„reos: aumentados (diarr„ia,fase inicial da peritonite) / redu…o ou abolidos (€leo paral€tico e peritonite
avanada).
c) Palpa…o: evitar manobras bruscas; m…os devem estar aquecidas e a m…o espalmada sobre o abdome (utiliza 
as popas digitais); aproveitar a inspira…o (maior relaxamento muscular).
 Inicia-se com palpa…o superficial -deslizando a m…o sobre o abdome,observando se h‚ dor.
 Pesquisa-se presena de massas ou visceromegalias;
 No lactente –f€gado „ palpado a 2/3 cm abaixo do RCD;
 Em 14 % dos lactentes palpa-se ponta de bao e em 7% das crianas entre 2 e 7 anos;
 Palpa…o de loja renal-c/ a m…o esquerda apoiada sob o ngulo costovertebral e palpa-se c/ a m…o 
direita,normalmente os rins n…o s…o palp‚veis;
d) Percuss…o: todo abdome deve ser percutido. O som „ timpnico na maior parte do abdome devido a presena 
de v€scera ocas (intensidade vari‚vel). Por meio da percuss…o, podemos realizar hepatimetria e pesquisa de 
esplenomegalia.
Exame da Região Inguinal e da Genitália.
De uma forma geral, na regi…o inguinal, devemos pesquisar a presena de linfonomegalias, h„rnias e pulso 
femoral. O exame da genit‚lia, por sua vez, deve ser direcionado da seguinte forma:
 Meninos:
 Aspecto e tamanho de p‹nis e bolsa escrotal;
 Exposi…o da glande: localiza…o do orif€cio uretral (normal, episp‚dia, hiposp‚dia), presena de 
ader‹ncias
 Palpa…o do test€culos: t†picos, retr‚teis, presena de tumoraƒes ou l€quidos.
 Meninas:
 Simetria de grandes l‚bios;
 Presena de pilifica…o ou tumoraao;
 Colora…o de mucosa da vulva e intr†ito vaginal;
 Caracter€sticas de clit†ris,pequenos l‚bios e h€mem;
 Presena de secreƒes.
No que diz respeito ‘ regi…o anal, devemos, inicialmente, procurar a perfura…o anal (alguns rec„m-nascidos 
podem nascer com nus imperfurado) e avaliar o pregueamento de esf€ncter. Neste momento, devemos observar a 
presena de mal formaƒes, fissuras e outras lesƒes.
Exame do aparelho osteoarticular.
Devemos avaliar a posi…o do paciente, a proporcionalidade entre os segmentos, o aspecto das articulaƒes e a 
amplitude dos movimentos. Algumas estruturas devem ser especialmente avaliados, tais como:
 Palpa-se m‰sculo esternocleidomastoideo, clav€culas, gradil costal, coluna vertebral;
 Observa-se na regi…o sacrococc€gea se h‚ presena de fosseta ,seio pilonidal,tumoraƒes;
 Aavalia-se mobilidade (ativa /passiva) das articulaƒes.
Avaliação da pele.
A avalia…o cutnea baseia-se pela pesquisa de discromias, tumoraƒes, descamaƒes, lesƒes 
eritematovesiculares, sinais de infec…o, alteraƒes da colora…o (cianose, icter€cia, anemia, etc.).
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
187
Oroscopia.
 Realizado com auxílio de luz e espátula;
 Avaliar: aspecto e cor da mucosa; condição dos dentes; exame da língua (papilas, manchas, lesões); 
visualização de palato mole,úvula e amígdalas e presença de secreções;
Otoscopia.
 Utiliza-se Otoscópio com espéculo de tamanho apropriado p/ cada idade;
 A criança deve estar imobilizada;
 Inicia-se por observação do conduto auditivo externo (secreções, cerúmen, traumatismos, corpo estranho);
 Visualização de membrana timpânica (deve-se tracionar o pavilhão orelha para retificar o conduto).
Exame neurológico.
Durante o exame físico do RN, é possível iniciar-se simultaneamente a avaliação neurológica, com base na 
observação da postura, da movimentação espontânea, da resposta ao manuseio, incluindo o choro. Um exame mais 
acurado deve ser realizado, após 24 horas de vida, a fim de minimizar a influência do estresse do parto sobre sua 
performance neurológica.
O exame neurológico pode ser feito com a pesquisa dos reflexos arcaicos que traduzem uma imaturidade, ou 
falta de mielinização do SNC. Alguns desses sinais desaparecem e alguns outros se modificam, entre os principais são:
 Reflexo de Moro (reflexo do abraço): é um movimento global do qual participam os membros superior e 
inferior; é facilmente provocado por um som ou soltando-se subitamente o RN que estava seguro nos braços. A 
coluna vertebral arqueia-se para trás, a face mostra surpresa, os braços e mãos se abrem, encurvam-se para 
frente num movimento que simula um abraço; as pernas se estendem e depois e depois se elevam; pode 
acompanhar-se de choro. A ausência ou redução deste reflexo indica grave lesão do SNC. Quando assimétrico 
pode significar paralisia braquial, sífilis congênita (pseudoparalisia de Parrot) ou fratura de clavícula ou úmero. 
Desaparece aos 3-4 meses de idade. Sua forma completa consta de 3 componentes: abdução dos braços e 
extensão dos antebraços sobre os braços, abertura das mãos, choro. Desaparece entre 4 e 6 meses.
 Sucção: o RN normal apresenta sucção reflexa como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios.
 Preensão Palmo-Plantar: obtém-se por estimulação da palma das mãos ou planta dos pés com um objeto ou o 
próprio dedo. Entretanto quando o bebê está com a 6 a 8 meses, a preensão já é considerada voluntária e não 
reflexa.
 Marcha Reflexa: sustentando-se o RN sob as axilas em posição supina, encosta-se um dos pés do RN sobre o 
plano. Este contato vai desencadear uma flexão do outro membro inferior, que se adianta e vai tocar o plano à 
frente, desencadeando uma sucessão de movimentos que simula a deambulação. Desaparece aos 2 meses.
 Fuga ou Asfixia: colocando-se o RN em decúbito ventral, de modo que as narinas fiquem obstruídas pelo 
plano onde está deitado, o RN faz uma rotação da cabeça para respirar melhor.
RESUMO SISTEMŠTICO DO EXAME F‰SICO PEDIŠTRICO
Embora existam diferentes sequências para a realização do exame físico do bebê, podemos exemplificá-lo 
através de um algoritmo que pode auxiliar durante a consulta pediátrica:
 Solicita-se ao acompanhante que retire a roupa do bebê;
 Enquanto lava as mãos, já observa dados gerais do bebê, como seu comportamento ao retirar a roupa, uso de 
chupetas, choro, presença de mal-formações congênitas grosseiras, o padrão respiratório e os movimentos em 
geral. 
 Medir o peso da criança e sua estatura.
 Medir os perímetros cefálico (passando a fita métrica pelos pontos mais salientes do osso frontal e occipital), 
torácico (passando na altura dos mamilos) e abdominal (passando a fita na altura do umbigo).
 Medição da temperatura axilar (onde o termômetro deve ser mantido por, pelo menos, 3 minutos).
 Avaliação do crânio: forma, contorno, saliências ósseas, fontanelas.
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 Avaliação dos olhos: distância entre os eixos; nível com relação à face; simetria; mobilidade; coloração das 
mucosas; córneas; pálpebras; presença de secreções.
 Orelhas: forma; presença de conduto auditivo, orifícios e presença de secreções.
 Nariz: forma; presença de secreções.
 Boca: avaliação das gengivas, língua e mucosa oral com auxílio de espátulas.
 Pescoço: avaliação de linfonodos.
 Tórax: observação dos mamilos e inspeção dos movimentos respiratórios. Realiza-se uma suave palpação 
torácica, com objetivo de avaliar o frêmito tóraco-vocal (comparando um hemitórax como outro). Na percussão, 
deve-se atentar para vibração e a resistência dos locais percutidos.
 Avaliação cardiovascular: a ausculta cardíaca é muito importante para o bebê e deve abranger não apenas os 
focos cardíacos, mas toda a área precordial, região axilar e supraclavicular. O estetoscópio aproprioado é o que 
apresenta um diâmetro reduzido, permitindo uma avaliação mais localizada das aéreas exploradas. Deve-se 
determinar a frequência, intensidade e ritmos das bulhas cardíacas, além da eventual presença de bulhas ou 
sopros. A palpação dos pulsos periféricos deve ser realizada de forma comparativa, assim como a medida da 
pressão arterial.
 Na região abdominal, o exame deve ser inciado pela inspeção (forma, simetria, presença de movimentos 
peristálticos visíveis, presença de circulação colateral, abaulamentos e cicatriz umbilical) e pela ausculta. A 
palpação e percussão, feitas logo em seguida, devem ser realizadas em todo o abdome. Procurar também pela 
consistência e tamanho do fígado e baço.
 Realiza-se, então, a inspeção da coluna em toda a sua extensão, os membros e a intensidade dos movimentos. 
A mobilidade, número e formas dos dedos das mãos e dos pés também devem ser analisados. A manobra de 
Ortolani e de Barlow devem ser realizadas para o eventual diagnóstico de luxação congênita da articulação do 
quadril.
 O aparelho genital masculino deve ser avaliado como um todo. Deve-se avaliar, em especial, a glande, o meato 
uretral externo e a presença de testículos na bolsa escrotal.
 No aparelho genital feminino, devemos avaliar os grandes e pequenos lábios, a fenda vaginal, o orifício externo 
da uretra e o hímen. Nesta fase, é comum o edema local e, até mesmo, secreção sanguinolenta.
 A inspeção do orifício anal também é importante para o diagnóstico precoce de ânus imperfurado.
 Durante o exame neurológico do RN, devemos avaliar, primeiramente, postura, força muscular, movimentação. É 
importante observar a reação aos estímulos sonoros e luminosos. Alguns reflexos devem ser analisados: reflexo 
de sucção, da procura, de Moro (ou abraço), marcha reflexa, preensão palmar e plantar.
 A otoscopia deve ser deixada em última ocasião, uma vez que, a esta altura do exame, o bebê já pode se 
encontrar incomodado. O otoscópio auxilia na visualização do conduto auditivo externo e tímpano.
 Com uma laterna e um abaixador de língua, observa-se a orofaringe, a mucosa oral, os freios linguais e labiais, 
palatos e a região posterior da orofaringe.
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MED RESUMOS 2011
CORREIA, Luiz Gustavo; NETTO, Arlindo Ugulino; ELOY, Yuri Leite. 
PEDIATRIA
ADOLESCÊNCIA
(Professor Cludio Orestes)
A pediatria „ a especialidade m„dica que se preocupa com a sa‰de da criana, no geral, englobando todos os 
individuos entre 0 e 12 anos de idade. Atualmente, ainda „ m†tivo de controversia o atendimento de individuos acima de 
12 anos de idade, uma vez que, a responsabilidade da pediatria „ a sa‰de infantil. No Brasil, cerca de 30% das pessoas 
possuem entre 0 e 17 anos, dentre os quais, est…o inclusos os adolescentes. Os aspectos de sa‰de do adolescente 
difere, quase que completamente, da criana menor. Nos dias de hoje, algumas morbimortalidade s…o espec€ficas desta 
faixa et‚ria (acidentes automobil€sticos, homic€dios, suic€dios, AIDS, gravidez). 
Segundo a OMS, o grupo de indiv€duos na faixa et‚ria da adolesc‹ncia est‚ sob um forte risco. Durante esta 
etapa, ocorre uma s„rie de modificaƒes, tais como ganho de massa muscular, modificaƒes intensas do corpo, que faz 
com que os indiv€duos adolescentes n…o temam o perigo alheio. Tanto „ verdade que, a principal causa de morte 
durante esta faixa et‚ria s…o os acidentes externos.
ASPECTOS GERAIS
A faixa et‚ria que compreende o per€odo descrito por adolesc‹ncia ainda „ algo bastante controverso de acordo 
com as sociedades m„dicas, planos corporativos, entidades de sa‰de. 
 O conceito de adolesc‹ncia, proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), „ que a adolesc‹ncia „ uma 
etapa evolutiva que vai dos 10 aos 20 anos de idade e que „ caracterizada por intensas transformaƒes 
biopsicossociais importantes para que o jovem busque o seu lugar e papel na sociedade. 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente considera a adolesc‹ncia entre os 12 e 18 anos de idade. 
 J‚ para a Sociedade de Pediatria abrange desde o ‰ltimo trimestre de gravidez at„ os 20 anos. 
 Os planos de saúde s† consideram at„ os 18 anos. 
 O SUS considera a atua…o dos pediatras at„ os 14 anos, 11 meses e 29 dias. 
De acordo com o que foi citado, nota-se que existe uma diverg‹ncia dos †rg…os governamentais, em rela…o ‘ 
atua…o do pediatra e extens…o da adolesc‹ncia. Devido ‘ importncia dessa faixa et‚ria, e por n…o ter uma 
especialidade m„dica definida oficialmente para seu atendimento, existe uma subespecialidade da pediatria denominado 
de Hebiatria, regulamentada desde 1998 pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Associa…o M„dica Brasileira que 
em 1999, afirmou a adolesc‹ncia como ‚rea de atua…o do pediatra. O termo “Hebe” tem como significado a deusa da 
juventude na mitologia grega. No Brasil comeou desde 1970, por„m s† foram regulamentadas 1998.
Uma diferencia…o importante que deve ser realizada „ o conceito de pediatria e puberdade. Esta ‰ltima „ 
conceituada como o componente biol†gico da fase de adolesc‹ncia; quando surgem os caracteres sexuais secund‚rios 
por a…o hormonal e culmina com a aquisi…o da capacidade reprodutiva (na mulher o primeiro caractere „ o l†bulo 
mam‚rio e no homem aumento do test€culo).
O DESENVOLVIMENTO DA ADOLESC‹NCIA
Durante a adolesc‹ncia, o indiv€duo passa por diversas alteraƒes biol†gicas importantes, influenciadas 
principalmente, por hormŽnios. O efeito hormonal promove um ganho do equivalente a 50% do seu peso e um tero de 
sua altura. A mudana corporal ocorre de forma r‚pida, nem sempre acompanhada por evolu…o psicol†gica e mental, e 
„ por isso que com um corpo de adulto e mentalidade de criana, o adolescente tenta se encaixar na sociedade seja 
como adulto ou criana.
OBS1: Os primeiros sinais e sintomas que uma criana do sexo feminino est‚ entrando na adolesc‹ncia „ a protrus…o do 
mamilo, j‚ no homem, ocorre o aumento testicular, marcando o in€cio da adolesc‹ncia. O final da puberdade coincide 
com a aquisi…o da capacidade reprodutiva e fus…o das ep€fises †sseas, mas n…o significa o final da adolesc‹ncia.
ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA
 Etapa inicial: A etapa inicial da adolesc‹ncia estende-se dos 10 aos 14 anos, tendo algumas caracter€sticas que 
as define cujas principais s…o:
 Distanciamento dos pais: geralmente o adolescente tem um menor interesse por assuntos familiares, 
aproximando-se dos iguais do mesmo sexo. Essa atitude „ explicada pela necessidade do adolescente de 
se identificar, por isso, procura amigos da mesma faixa et‚ria que est…o passando pela mesma transi…o. 
 Necessidade de privacidade e de adapta…o ‘s mudanas corporais
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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 Insegurana em rela…o ‘ sa‰de e doena: como ser‚ discutido mais adiante, geralmente o adolescente tem 
uma dificuldade de verbalizar seus sentimentos, principalmente por timidez, tendo assim a necessidade de 
estar com os pais no momento da consulta. 
 Escala de Tanner: marca o inicio do aparecimento dos caracteres sexuais. 
 Etapa média: Est‚ em torno de 15 a 17 anos. Suas principais caracter€sticas s…o:
 M‚xima identifica…o com os iguais
 Exposi…o a situaƒes de risco: explicado pelo crescimento f€sico r‚pido, associado ‘ mentalidade e senso 
de perigo diminu€do. Geralmente essa discrepncia gera no adolescente uma sensa…o de poder, da€ a 
susceptibilidade de ocorrer acidentes automobil€sticos, envolvimento com drogas, exposi…o a DST. 
 Fim da puberdade: completado o est‚gio 5 de Tanner,tendo o adolescente uma nova conforma…o de seu 
corpo. Devido a isso, geralmente o adolescente, pƒe em quest…o os padrƒes de beleza, aspirando corpos 
perfeitos. Essa situa…o tamb„m constitui uma situa…o de risco para as mulheres, devido aos dist‰rbios 
psiqui‚tricos como anorexia nervosa e bulimia e, para o homem, devido ao uso de ester†ides. 
 In€cio das experi‹ncias sexuais 
 Comportamento mais pr†ximo do adulto 
 Atendimento individualizado: nessa etapa geralmente o adolescente j‚ exige um atendimento exclusivo, ou 
seja, sem a presena dos pais, com participa…o ativa, confiante na rela…o com o hebiatra, sem imposi…o 
dos pais. Aumentar o distanciamento dos pais e j‚ querem fazer as consultas sozinhos, pois n…o querem 
expor seus problemas para os pais. 
 Etapa tardia: Estende-se dos 17 aos 21 anos.
 Surgimento de valores 
 Comportamento do tipo adulto
 Reaproxima…o com os pais por identifica…o de pap„is
 Relacionamentos mais afetuosos e €ntimos 
 Busca de estabilidade social e econŽmica: preocupa…o com o futuro profissional. 
 Defini…o de carreiras 
 Atendimento individualizado.
OBS2: Analisando as caracter€sticas desta ‰ltima etapa, nota-se que o adolescente, sai de seu mundo individual criado 
na primeira e segunda etapa, ou seja, aceitando as modificaƒes determinadas pela vida, e passar a aceitar e conviver 
com aquilo que anteriormente era definido como inaceit‚vel.
OBS3: Atualmente ainda existe um novo conceito, que inclui a adolesc‹ncia prolongada, estando em torno dos 20 aos 24 
anos. Um fato para esta ocorr‹ncia „ a redu…o das fam€lias brasileiras, ou seja, antigamente o adolescente via a 
necessidade de sair de casa e buscar novas oportunidades, devido ‘s pr†prias condiƒes prec‚rias dos pais, entretanto 
atualmente, com fam€lias menores, essa necessidade est‚ cada dia menor.
A CONSULTA COM O HEBIATRA
DIFICULDADES DOS ADOLESCENTES
 Recusa em comparecer a consulta, desconhecimento do hebiatra;
 Dificuldades ou recusa em verbalizar os problemas.
 Comunica…o extra-verbal – gestos, atitudes, maneira como se comporta no consult†rio m„dico.
 Receio de que a consulta sirva para descoberta de “segredos” pelos pais;
 Recusa em cumprir prescriƒes e de retornar ‘s consultas e seguimentos.
 Necess‚rio conquist‚-lo para ele aderir a suas id„ias.
OBS4: Em uma consulta com adolescente deve-se sempre tentar entender seu mundo e deix‚-lo ‘ vontade para falar, 
quebrando a rela…o mecnica do “m„dico perguntar e o paciente responder”, as consultas com adolescentes devem ser 
conversadas. Para isso, recomenda-se a realiza…o de perguntas indiretas como: O que gosta de fazer nas horas de 
folga; o que mais gosta e o que menos gosta na escola; „ praticante de esportes competitivos; sonhos e desejos que
t‹m para o futuro.
OBS5: Geralmente os adolescentes costumam construir no imagin‚rio, hipertrofias deformadoras de suas dificuldades, 
demandando gastos in‰teis de energia, sofrimento e consequ‹ncias catastr†ficas para si pr†prias.
DIFICULDADES DOS PAIS
 Escala de prioridades diferentes do adolescente;
 Expectativa de usar o hebiatra como um canal para transmitir ao adolescente suas queixas, conselhos;
 Expectativa de que o hebiatra repasse informaƒes sobre o adolescente;
 Tend‹ncia de relatar mais os aspectos negativos do comportamento do adolescente do que os positivos.
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OBS6: Uma forma de aliviar os pais sobre a preocupação com os filhos, é fazê-los recordar de sua adolescência e 
comparar com o comportamento do filho, avaliando as situações críticas que enfrentaram em uma tentativa de evitar a 
perpetuação de erros e preconceitos. Além disso, é importante aliviar e acalmar aos pais, que esse comportamento é 
transitório, que essas alterações ocorrem devido à idade.
DIFICULDADES DO HEBIATRA
 Insegurança com atitude hostil ou permissiva;
 Falta de hábito de dirigir-se diretamente ao adolescente, ou seja, dificuldade de estabelecer um diálogo 
adequado com o paciente. 
 Falta de treinamento para não aceitar o papel que os pais tentam impor;
 Tempo de consulta insuficiente:
 Ausência de sala especial e horário exclusivo;
 Falta de costume de trabalhar em equipe: o adolescente já apresenta algumas patologias que são características 
do adulto, portanto às vezes é necessário referenciá-lo a outro médico para uma complementação do 
diagnostico. Daí a importância de ter um vínculo com outras especialidades, especialmente com psicólogo, 
terapeuta ocupacional, ou seja, ter uma equipe que possa acolher o adolescente, de forma que o mesmo se 
sinta seguro e bem atendido. 
OBS7: É importante salientar que o médico deve ser claro e firme com o paciente, explicando suas condições clínicas, 
riscos e recomendações de forma a fazer o adolescente entender. Além disso, deve tentar ser tolerante, mas não 
omisso, isto é, acolher em determinadas situações e se posicionar adequadamente sobre outras que ofereçam risco ou 
prejudiquem o adolescente. E por último ser empático, mas não sedutor; ser liberal, mas nunca permissivo. Todas essas 
considerações são importantes para manter a relação médico paciente. Em relação ao último aspecto analisado, 
geralmente pais de idade mais avançada são mais permissivos ou são muito rígidos.
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O ATENDIMENTO 
 Gostar de adolescentes;
 Bom nível de conhecimento;
 Postura ética com sensibilidade e respeito;
 Ausência de preconceitos: sabe-se que muitos adolescentes tendem a utilizar tatuagens, roupas exóticas, 
penteados bizarros. 
 Disponibilidade e receptividade;
 Garantia de confidência e sigilo;
 Definir limites profissionais para o paciente e família;
 Permitir aos pais a participação na consulta: favorecer condições para que tenha uma interação entre o 
adolescente e os pais e/o responsáveis.
 Saber momento adequado da consulta individual;
 Dividir responsabilidades com o adolescente e família;
 Facilitar e incentivar as relações familiares;
 Saber encaminhar de forma segura, neutra, no momento certo, assuntos como drogas, contracepção, gestação, 
DST, para orientação e prevenção;
 Respeitar o pudor do adolescente, com explicações das etapas do exame físico, com exclusão daquelas não 
concordantes até momento propício. 
 Reconhecimento de limites;
LIMITE DA CONFIDENCIALIDADE 
 Risco de morte para o paciente ou terceiros: suicídio, doenças, fuga de casa;
 Procedimentos notificação obrigatória: 
 Maus tratos;
 Intenção de abortar;
 Gravidez;
 Abuso de drogas;
 Anorexia e bulimia nervosa;
 Ferimentos de cunho criminoso, atos violentos;
 Ameaça de homicídio: ocorre principalmente nos pacientes deprimidos, que devido a sua condição psicológica a 
paciente tenta idealizar uma situação de morte. Nesses casos o médico deve indicar a paciente um 
acompanhamento psiquiátrico, informar a família sobre a situação do adolescente, reforçando o idéia de um 
apoio essencial e vigilância adequada.
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O EXAME CL‰NICO
“ƒ vedado ao m„dico: revelar segredo profissional referente a paciente 
menor de idade, inclusive a seus pais ou responsveis legais, desde que
menor tenha a capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por 
seus pr…prios meios para solucion-los, salvo quando a n†o revela‡†o 
possa acarretar danos ao paciente”. 
Cap€tulo IX – Segredo M‚dico – artigo 103
Os principais motivos da consulta s…o:
 Por apresentar queixas f€sicas, reais ou imagin‚rias;
 Por apresentar dificuldades de ajustamento social na escola, no trabalho, com companheiros, transtornos de 
conduta, mau rendimento escolar;
 Por dificuldades na ‚rea da sexualidade ou por queixas psicol†gicas – preocupaƒes, ang‰stias, dist‰rbios do 
sono, da alimenta…o, do humor.
 D‰vidas sobre sexualidade: especialmente masturba…o e seus mitos.Œ necess‚rio conversar de acordo com as 
colocaƒes do adolescente, sempre respeitando seus questionamentos.
ANAMNESE
Durante a realiza…o de consultas, o m„dico deve evitar o uso de g€rias, pois o adolescente espera um 
profissional especializado pronto para resolver seu problema, e n…o um de seus semelhantes; al„m disso, n…o se deve 
utilizar linguagens infantis e diminutivos que remetem ‘ infncia, al„m de evitar coment‚rios jocosos que interfiram em 
sua auto-estima.
S…o itens obrigat†rios a serem questionados:
 Fam€lia: estrutura e dinmica familiar;
 Educa…o: escolaridade, problemas;
 Trabalho: profiss…o, horas, problemas;
 Alimenta…o: tipo, alergias, peso;
 Sexualidade: puberdade, atividade sexual, d‰vidas, tabus, preconceitos;
 Afeto: relacionamentos, filhos;
 Ambiƒes: projetos futuros - vida e profiss…o;
 Uso/abuso de drogas l€citas/il€citas;
 Pensamento ou tentativa de suic€dio.
EXAME FƒSICO 
O exame f€sico na primeira consulta nem sempre „ 
poss€vel, podendo ser realizado em um segundo momento. 
Caso seja realizado alguns itens devem ser obrigat†rios 
como: 
 Est‚gio de desenvolvimento puberal;
 Avalia…o do estado nutricional;
 Inspe…o o mais completa poss€vel.
Nos casos de dificuldades de realiza…o do exame 
f€sico, deve-se ter em m…os a escala de Tanner, para que o 
pr†prio paciente avalie seu est‚gio de desenvolvimento. 
O gr‚fico ao lado mostra o padr…o de crescimento do adolescente do sexo 
feminino e masculino. Sabe-se que a menina entra na puberdade mais 
precocemente que o menino, por isso, tem um crescimento inicial mais 
precoce (matura…o cognitiva). Entretanto, quando o menino entra na 
puberdade na maioria das vezes ultrapassa as meninas. Geralmente, devido 
a essas diferenas muitas m…es nos consult†rios, informam que os filhos n…o 
est…o crescendo de forma adequada, ou est…o atrasados em rela…o ‘s 
meninas. 
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PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS (“SITUA…†ES FORA DE CONTROLE”)
 Quebra na relação afetiva com pais e irmãos;
 Insucesso em objetivos escolares e profissionais;
 Perda de apoio dos pais;
 Descuido pessoal persistente;
 Promiscuidade sexual;
 Rejeição de amigos e colegas;
 Interrupção de atividades físicas e esportivas;
 Furto contumaz, vandalismo, roubos em lojas;
 Mentiras sistemáticas;
 Condutas autodestrutivas.
OBS8: A auto-estima, na adolescência, é geralmente uma fase, determinada principalmente pela variação hormonal. 
Geralmente a auto-estima pode ser influenciada pela presença de acne, pêlos, etc. O acompanhamento desse paciente 
deve ser feito de forma criteriosa. Outra forma de baixa estima nos adolescentes é a obesidade, em que o paciente 
adolescente tem uma fome excessiva e como conseqüência tem dificuldade de controlar o peso.
EXEMPLOS PRŠTICOS
QUESTˆO 01 
Uma adolescente de 15 anos vem para consulta de emergência acompanhada dos pais. Suas queixas são 
vagas e após uma entrevista inicial a mãe insiste em aguardar na sala de espera para a filha "conversar mais 
francamente com o médico". Numa abordagem com um adolescente, o sigilo deverá ter um ponto de honra com relação 
a este encontro. O tema que poderá levar a rompê-lo em função de suas conseqüências é:
a) Atividade sexual 
b) Experimentação de uma droga leve 
c) Comportamento agressivo 
d) Id‚ias Suicidas 
e) uso de anticoncepcional
A maioria dos tópicos abordados na consulta com o pediatra merece e pode, tranquilamente, ser mantidos pelo 
sigilo médico, exceto aquele relacionado a idéias suicidas. Enquanto os demais podem ser conduzidos numa boa 
relação pediatra-paciente, as idéias suicidas são um sinalizador de comprometimento da saúde mental da adolescente 
que precisa de apoio especializado. O conhecimento pela família é muito importante para buscar esse apoio.
QUESTˆO 02 
A justificativa ética da orientação e prescrição contraceptivas para adolescentes baseia-se no princípio da:
a) Autonomia, que estabelece que qualquer indiv€duo tem direito de opini‰o sobre aquilo que o afeta. 
b) Beneficência, que atesta sobre as barreiras a serem respeitadas na relação com o outro. 
c) Autonomia, que estabelece que se alguma coisa pode ser feita em benefício ao outro, ela deverá ser feita. 
d) Beneficência, que estabelece o consentimento parental como pré-requisito para o cuidado médico em 
adolescentes. 
e) Autonomia, que se estabelece no momento em que o adolescente atinge a maioridade legal.
Na consulta do adolescente, os profissionais de saúde deparam-se com circunstâncias resultantes do novo 
modelo de relação, no qual estão configuradas novas perspectivas éticas. O adolescente deve ser encarado como um 
sujeito capaz de exercitar progressivamente a responsabilidade quanto à sua saúde e cuidados com seu corpo. Assim, o 
adolescente tem o direito de fazer escolhas sobre procedimentos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos, inclusive nas 
questões relacionadas à sexualidade e prescrição de métodos contraceptivos. Isto representa o princípio da autonomia. 
O princípio da beneficência estabelece que se alguma coisa pode ser feita em benefício do outro, ela deverá ser feita.
QUESTˆO 03
Adolescente de 17 anos de idade chega ao PS com hematomas e fraturas de braço direito, decorrente de 
espancamento pelo marido. A paciente conta que sofre agressões toda vez que o marido bebe e, portanto, não se trata 
de um episódio isolado. Ela tem um filho de 2 meses de idade, e afirma que a criança nunca foi maltratada pelo marido. 
A conduta médica legal frente a este quadro é:
a) Comunicar a delegacia para que seja expedido mandado de prisão para o agressor. 
b) Encaminhar a paciente à delegacia de proteção a mulher por sua maioridade civil. 
c) Encaminhar a criança a um juizado de menores para afastá-la de um ambiente hostil. 
d) Enviar relatŠrio m‚dico ao Conselho Tutelar pela menoridade da paciente.
e) Solicitar ao serviço social providencia junto ao juizado de menores. 
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
194
O Artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 8069/90 estabelece que se considere a criança para 
efeitos da lei a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescentes aqueles entre doze e dezoito anos de idade. 
Portanto o legislador adotou o critério cronológico absoluto. Não importa que se por algum motivo tenha a adolescente 
adquirido a capacidade civil, o que nos leva a ter como conduta à comunicação do caso ao Conselho Tutelar 
obedecendo ao Artigo 13º do ECA. Embora reconhecendo que a criança de dois anos de idade esteja em situação de 
risco, vivendo em ambiente familiar violento que pode prejudicar o seu desenvolvimento e que existe a necessidade de 
tratamento para o marido com suspeita de alcoolismo e terapia familiar para reestruturação do núcleo familiar biológico, 
não podemos deixar de cumprir a lei na proteção a mãe adolescente que sofre maus tratos físicos, gerando 
oportunidade para a quebra do ciclo de violência intradomiciliar.
QUESTÃO 04 
Adolescente de 15 anos é atendido por pediatra em consultório privado. A consulta foi marcada com 20 dias de 
antecedência e confirmada por telefone pela secretária com alguém da residência. O paciente compareceu 
desacompanhado e pagou pela consulta. Ao relatar o ocorrido a um colega, este o advertiu de que infringira a lei e o 
Código de Ética Médica. Baseado no relato acima é correto afirmar que o atendimento a menor de idade 
desacompanhado:
a) Não pode ser feito mesmo que autorizado por escrito 
b) Pode ser feito desde que se faça relato ao responsável 
c) Pode ser feito desde que autorizado por escrito pelo responsável 
d) Pode ser feito desde que este tenha capacidade de avaliar seu problema 
e) Pode ser feito desde que autorizado por escrito e com relato ao responsável
É vedado ao médico: Art. 103 - Revelar segredo profissional referente a pacientemenor de idade, inclusive a 
seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por 
seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente.
QUESTÃO 05 
Adolescente de 15 anos, sexo feminino, comparece à consulta com queixa de vômitos e dor abdominal. A 
paciente refere menarca há um ano, ciclo menstrual irregular, amenorréia há dois meses e relações sexuais sem 
proteção. Exame físico: sem alterações. O resultado do beta-HCG solicitado durante a consulta é positivo. A conduta 
adequada, neste caso, é comunicar a gravidez: 
a) Somente à adolescente 
b) Ao responsável e, logo após, à adolescente 
c) À adolescente e, logo após, ao responsável 
d) À adolescente e, logo após, ao Conselho Tutelar 
e) Ao responsável e, logo após, ao Conselho Tutelar 
É vedado ao médico: Art. 103 - Revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a 
seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por 
seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente 
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
PEDIATRIA
INFECÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
(Professor Cludio Orestes e Epitcio)
Do ponto de vista anatŽmico, a via a„rea superior pode ser definida como o conjunto de estruturas tubulares do 
sistema respirat†rio localizado acima do n€vel da glote. Do ponto de vista pr‚tico, as vias a„reas superiores s…o as 
fossas nasais, a faringe (nasofaringe, orofaringe e hipofaringe) e seios paranasais. A laringe, epiglote e traqu„ia s…o os 
elementos intermedi‚rios das vias a„reas. O termo vias a„reas inferiores se refere ao par‹nquima pulmonar e aos 
bronqu€olos.
As principais s€ndromes cl€nicas das vias a„reas superiores s…o: resfriado comum, faringite, otites e sinusites; e 
nas vias a„reas intermedi‚rias temos as laringites, laringotraqueobronquites e epiglotites como doenas representantes 
desta categoria (mas que podem ser inclu€das como infecƒes das vias a„reas superiores por algumas literaturas); a 
bronquite e pneumonias s…o as doenas agrupadas no contexto das desordens das vias a„reas inferiores.
Este cap€tulo tem por fun…o abordar, de maneira objetiva, as principais infecções das vias aéreas superiores 
(IVAS), que n…o s…o condiƒes graves e ameaadoras a vida, mas que representam um impacto socioeconŽmico muito 
importante quando analisamos as faltas anuais ‘ escola quando as crianas est…o acometidas e a as faltas ao trabalho 
quando os pais reservam seu tempo para tratar ou cuidar do filho doente.
CONSIDERA‚ES GERAIS
Como vimos anteriormente, embora n…o imponham risco de vida ao paciente (salvo em raras exceƒes, como a 
epiglotite, a laringite bacteriana e complicaƒes gerais como a celulite por sinusite orbit‚ria e a faringite com abscesso), 
as IVAS representam um importante impacto econŽmico quando analisamos as abstin‹ncias ao trabalho que os pais 
devem passar para cuidar de seus filhos – al„m da pr†pria falta ‘s aulas por parte das crianas.
Al„m disso, as IVAS respondem por cerca de 40 a 60% dos atendimentos pedi‚tricos nas Am„ricas, 
representando tamb„m a maioria dos atendimentos em pediatria no Brasil. E, a partir da€, sempre existe a perspectiva de 
um diagn†stico por parte dos familiares, para que seja solicitado algum exame (como um “raio-X de pulm…o”) ou alguma 
prescri…o.
Contudo, existe um aforismo em medicina que diz: “Uma gripe tratada com vrios medicamentos dura uma 
semana; uma gripe tratada sem nenhum medicamento dura sete dias”. Portanto, a maioria das IVAS s…o auto-limitadas
e, desta forma, o mais correto seria acompanhar o paciente clinicamente administrando, no m‚ximo, medidas 
sintom‚ticas. Entretanto, a falta desta informa…o sempre gera uma press…o por parte dos pais que, se n…o forem 
atendidas as suas expectativas, n…o retornam mais ao m„dico e passam a dificultar o seguimento (follow-up) do 
paciente.
Portanto, „ papel do m„dico orientar, com segurana e propriedade, os pais com rela…o ‘ gravidade e ao 
tratamento das IVAS, principalmente no que diz respeito ao fato de a maioria delas ser auto-limitada. 
AGENTES ETIOLŒGICOS
As s€ndromes infecciosas das vias a„reas superiores podem ser causadas por uma grande variedade de 
agentes, como os v€rus (principalmente) e bact„rias. O fato que faz com que as IVAS por v€rus sejam mais comuns tem 
explica…o baseada na incapacidade do sistema imunol†gico em guardar mem†ria contra estes invasores. 
Al„m disso, existe uma tend‹ncia que corrobora ‘ seguinte conclus…o: quanto mais novo for o paciente portador 
de IVAS, maior a probabilidade de se tratar de uma infec…o viral, uma vez que os anticorpos passados de m…e para 
filho n…o s…o eficazes contra estes agentes; somente depois de um certo tempo e depois de certa idade (per€odo 
necess‚rio para que os anticorpos da m…e sejam substitu€dos), a criana passa a sofrer mais com infecƒes bacterianas.
Etiologia
Vírus Bactérias
 Picornav€rus: abrange o rinov€rus, o agente mais 
frequente e respons‚vel por 30 – 40% das IVAS, e 
os enterov€rus (Coxsackie, Echov€rus e 
Poliov€rus).
 Adenov€rus
 Paramixov€rus: parainfluenza, sarampo e 
caxumaba.
 Ortomixov€rus
 Faringite: Streptococcus pyogenes
 Otite m„dia aguda: S. pneumoniae, H. influenzae 
n…o tip‚vel, Moraxella catarrhalis e S. pyogens.
 Sinusite: S. pneumoniae, H. influenzae, Moraxella 
catarrhalis e S. aureus (sinusites crŽnicas)
 Epiglotite: H. influenzae tipo b, S. pyogens, S. 
pneumoniae, S. aureus.
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FARINGOAMIGDALITES AGUDAS
A faringite aguda com envolvimento das am€gdalas palatinas „ uma doena inflamat†ria da orofaringe, 
caracterizada por eritema e pela presena ou n…o de exsudato amigdaliano, ulceraƒes e ves€culas. O acometimento 
agudo da orofaringe e das am€gdalas „ tamb„m conhecido como angina.
Com rela…o ‘ etiologia, podemos afirmar que os agentes virais (75%, sendo o Adenov€rus o mais comum) e, 
menos comumente, os bacterianos (Estreptococos, principalmente, seguidos de Haemophilus, S. aureus, Moraxella, 
Mycoplasma, Chlamydia, C. difteriae, Bordetella pertussis e Bacterióides) respondem pela maioria dos casos. Como 
vimos anteriormente, crianas menores que tr‹s anos raramente apresentam doena bacteriana. Ap†s essa idade, a 
incid‹ncia se eleva de forma importante entre os 4 e 7 anos de idade e volta a cair, permanecendo est‚vel entre adultos 
jovens. 
Sabemos que a presena ou aus‹ncia das am€gdalas n…o afeta a suscetibilidade em adquirir a infec…o 
far€ngea, o seu curso cl€nico e o surgimento de complicaƒes. Al„m disso, a diferencia…o entre a infec…o viral e 
bacteriana, dif€cil em alguns casos, „ importante, uma vez que a terapia com Penicilina oferece uma melhora dram‚tica 
na doena bacteriana e nada acrescenta nas infecƒes virais.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Semiologicamente, podemos dividir as faringoamigdalites de acordo com seu aspecto cl€nico em:
 Eritematosas: hiperemia e congest…o da superf€cie tonsilar. A principal etiologia „ viral.
 Eritematopapult‚ceas: hiperemia e edema associados a um exsudato amarelado n…o aderente nas criptas e na 
superf€cie tonsilar. Destacamos a faringite estreptoc†cica e faringite por v€rus Epstein-Barr (EBV) – este provoca, 
al„m da amigdalite, um aumento tonsilar importante, linfadenomegalia cervical, rash e esplenomegalia.
 Pseudomembranosas: placas esbranquiadas aderentes ao tecido amigdaliano que podem invadir a faringe, 
palato e ‰vula. O exsudato „ branco-acinzentado e muito aderente. A tentativa de retirada provoca sangramento 
abundante. Destaca-se, neste caso, a difteria.
 Ulcerosas: as ‰lceras podem ser superficiais (vesiculosas),como na herpangina e na angina herp„tica; ou mais 
profundas, como na angina de Plaut-Vincent, tuberculose, s€filis e imunodefici‹ncias.
Al„m disso, outras situaƒes cl€nicas devem ser consideradas. A faringoamigdalite associada ao resfriado 
comum n…o costuma estar associada a dor intensa e, geralmente, a criana apresenta dor de garganta moderada ou 
queixa-se de “garganta arranhando ou coando”. Corrimento nasal, tosse, mal-estar, anorexia e febre usualmente est…o 
presentes. No exame f€sico, a faringe se apresenta eritematosa e edemaciada.
A faringite estreptocócica se inicia com queixas pouco espec€ficas de cefal„ia, dor abdominal e mal-estar, e a 
criana pode apresentar n‚useas, vŽmitos e febre de at„ 40’C. A dor de garganta, depois de algum tempo, pode se 
intensificar. Ao exame f€sico, o exsudato pode assumir a forma de uma membrana amarelo-acinzentada limitada ao 
tecido linf†ide. O edema de ‰vula pode tamb„m ocorrer. Os linfonodos, que se encontram aumentados, s…o dolorosos.
Faringite estreptoc†cica cursando apenas com hiperemia da faringe, sem hipertrofia 
das tonsilas.
Faringite estreptoc†cica com hipertrofia de am€gdalas.
Arlindo Ugulino Netto – PEDIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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Faringoamigdalite estreptoc†cica com presena de exsudatos amarelo-acinzentados 
puntiformes caracter€sticos.
Mononucleose infecciosa, uma doena viral cujo diagn†stico deve ser diferencial 
com rela…o ‘s faringoamigdalites bacterianas. Œ uma doena t€pica de adolescentes 
com hist†rico passado de contato €ntimo por beijos com outras pessoas desconhecidas 
(por isso, „ conhecida como “doena do beijo”). Caracteriza-se na forma de placas 
exsudativas esbranquiadas; al„m disso, paciente apresenta tr€ade cl‚ssica: faringite, 
adenomegalia e febre. O tratamento „ sintom‚tico e repouso.
OBS1: O leucograma n…o diferencia com confiabilidade entre infecƒes bacterianas e virais, n…o sendo um dado 
laboratorial consistente. Contudo, de uma forma geral, na vig‹ncia de uma infec…o estreptoc†cica, podemos encontrar 
leucocitose por neutrofilia com predom€nio de segmentados, enquanto que nas infecƒes virais ocorreria leucocitose por 
linfocitose com atipia linfocit‚ria acima de 4%.
OBS2: O swab de orofaringe, seguido de cultura em ‚gar-sangue, possui uma elevada especificidade e sensibilidade na 
identifica…o do Streptococcus pyogenes.
TRATAMENTO
A maioria das faringites agudas „ provocada por v€rus e n…o necessita de terapia espec€fica (‘ exce…o da 
angina herp„tica em pacientes imunossuprimidos; para os quais, prescreve-se Aciclovir endovenoso).
A antibioticoterapia deve ser utilizada na angina estreptoc†cica por v‚rios motivos (um deles, „ o fato de que 
esta medida previne a febre reum‚tica e o surgimento de complicaƒes supurativas; embora n…o previna a 
glomerulonefrite aguda p†s-estreptoc†cica). A Penicilina Benzatina „ a droga de escolha para este caso.
Outros antibi†ticos tamb„m podem ser utilizados em caso de culturas espec€ficas. De uma forma geral, 
recomenda-se evitar sulfas, tetraciclinas e cloranfenicol. Fora estes, temos: 
 Penicilina G Benzatina (Benzetacil“) dose ‰nica
 Vantagens: dose ‰nica de administra…o; droga de baixo custo; evita complicaƒes da estreptococcia.
 Desvantagens: via e aplica…o dolorosa; risco com rela…o a choque anafil‚tico (ver OBS3)
 Amoxacilina 7 a 10 dias
 Amoxacilina- Clavulanato 7 a 10 dias
 Cefalosporinas 2” gera…o 
o Cefuroxima 5 dias 
 Macrol€deos - em alergia aos - lactmicos 
o Azitromicina – por 7 dias
o Claritromicina – por 7 dias
OBS3: O teste de sensibilidade al„rgica ao Benzetacil“ n…o se faz necess‚rio, uma vez que uma boa anamense com 
hist†rico familiar e medicamentoso bastaria para evitar reaƒes anafilact†ides. No eventual caso de um processo de 
choque anafil‚tico, podemos proceder com o uso de Adrenalina subcutnea e Dexametasona (Decadron“).
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FARINGOAMIDALITES RECORRENTES
A microbiologia que está relacionada com as faringoamigdalites recorrentes é semelhante a das agudas, e inclui: 
Streptococo spp, H. influenzae e S. aureus. Contudo, por vezes, existe uma etiologia polimicrobiana envolvida e, em boa 
parte das infecções, existem bactérias produtoras de -lactamase (resistentes à penicilina).
Portanto, na ocasião de faringoamigdalites recorrentes, devemos optar pelos seguintes antibióticos:
 Amoxacilina- clavulanato 7 a 10 dias
 Cefalosporinas de 2ª e 3ª geração por 7 a 10 dias (Cefaclor, Cefprozil, Cefpodoxima, Cefuroxima)
 Macrolídeo para alérgicos: optar por Claritromicina.
OBS4: A amigdalectomia consiste na retirada das amígdalas. Um número aumentado de infecções de garganta 
(tonsilites de repetição) não é uma indicação consistente para a ressecção das amígdalas. Diferentemente disso, a 
periodicidade das exacerbações poderia indicar a amigdalectomia: (1) sete crises ou mais no último ano; (2) cinco 
episódios anuais nos últimos dois anos; (3) três ou mais episódios nos últimos três anos. A obstrução do trato 
aerodigestivo (que pode levar a apnéia obstrutiva do sono) é a única indicação absoluta para tonsilectomia.
GENGIVOESTOMATITE
Este grupo de doenças é caracterizado pela presença de lesões aftóides, vesiculosas e/ou ulceradas. São as 
lesões mais comuns da cavidade oral, sendo as aftas comuns as principais representes deste grupo. As lesões podem 
ocupar tanto as gengivas como a mucosa oral.
Quanto às estomatites, podemos destacar os seguintes grupos:
 Estomatite aftosa: a gengivoestomatite aftosa tem etiologia desconhecida, mas pode estar relacionada com 
microtrauma oral por mordedura da mucosa e que infecciona, formando tais lesões. É caracterizada por úlceras 
rasas, eritematosas, únicas ou múltiplas, e recorrentes. Seu tratamento é desnecessário, uma vez que é auto-
limitada e de etiologia não muito clara, recomendando-se apenas uma higiene oral adequada e o uso de 
sintomáticos (anestésicos). 
 Estomatite herpética: a estomatite herpética se manifesta a partir do primeiro contato com o vírus que, 
geralmente, ocorre na infância, entre 3 a 5 anos de idade. 80% das infecções é por Herpes simplex tipo 1
(HSV1) e 20% do tipo 2 (HSV2), com período de incubação entre 2-7 dias, sendo a maior parte delas na forma 
subclínica e, apenas 1%, se manifestando de forma aguda. A estomatite pelo vírus do herpes é caracterizada 
por lesões vesiculares, dolorosas, com hiperemia e edema. Pode se manifestar tanto na mucosa labial como na 
oral. O quadro é auto-limitado, mas o uso de antivirais (como o Aciclovir®) pode ser uma opção. Existem 
crianças que apresentam queda do estado geral e perda do apetite e, para elas, pode ser necessária a 
internação. Muitas vezes, esta patologia cursa com queda associada da imunidade e a criança pode desenvolver 
infecções secundárias.
 Herpangina: é uma doença virótica característica do final da infância, de localização mucosa do palato e na 
orofaringe, apresenta-se com características sazonais (mais comum no verão). É causada pelo vírus Coxsackie 
A e ocorre em surtos esporádicos. As manifestações clínicas são moderadas e de curta duração, começando 
com dor de garganta, febre baixa, cefaléia, vômitos e dor abdominal. As lesões clínicas predominantes 
aparecem na boca, manifestando com múltiplas vesículas pequenas e ovóides de base eritematosa localizadas, 
principalmente, na região posterior da cavidade oral: região tonsilar, palato mole, palato duro e orofaringe. O 
paciente apresenta ainda bolhas ou exantemas nas mãos e nos pés. Trata-se de um quadro mais leve, com 
menos dor. O tratamento é paliativo e de suporte, sendo recomendado repouso, aspirinas e líquidos. A xilocaína 
viscosa ou o benadril podem ser úteis no controle do desconforto.
 Monilíase (Candidíase): lesões orais fúngicas que se manifestam, principalmente, em pacientes 
imunossuprimidos, internados em UTIou portadores de HIV. Caracterizam-se por lesões disseminadas na 
cavidade oral.
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OTITES EXTERNAS
Os principais tipos de afeções que envolvem o aparelho auditivo externo são:
 Herpes Zoster de Orelha: caracteriza-se por lesões vésico-bolhosas no pavilhião 
auditivo que surgem como lesões recorrentes do quadro de varicela. O vírus, 
previamente incubado em gânglios nervosos de nervos sensitivos, forma as lesões 
na ocasião de estresse ou alteração na imunidade. Embora a lesão tenha um 
aspecto agressivo, o que é mais importante é a dor que ela causa no dermátomo 
nervoso. A dor chega a ser tão grande que pode ser necessário o uso de 
antidepressivos tricíclicos (como a Amitriptilina) associado ao Aciclovir. 
 Otomicoses: o acometimento fúngico do pavilhão auditivo pode ser causado pela 
candidíase e pela aspergilose. Ambas acometem mais a região do conduto 
auditivo externo e membrana timpânica. A má higiene da orelha associada a um 
processo precário de enxugá-la, predispõe ao quadro. Neste caso, faz-se 
importante a realização de uma cultura para identificação do tipo de otomicose.
 Otite externa aguda: pode ser difusa ou localizada (furunculose), sendo o S. aureus o principal agente 
envolvido. Pode estar associada com secreção sanguinolenta. A maioria dos pacientes com más condições de 
higiene (comum em crianças) pode levar ao quadro de otite externa crônica que, eventualmente, pode culminar 
na formação de uma lesão granulomatosa.
O tratamento na vigência das otites externas caracteriza-se, essencialmente, pelo uso tópico com antibióticos, 
analgésicos ou corticóides. Antibioticoterapia sistêmica deve ser utilizada quando houver celulite associada.
OTITE MDIA AGUDA
A otite média aguda (OMA) é uma das doenças mais frequentes na criança, resultando em mais de 25 milhões 
de prescrições de antibióticos/ano nos EUA. Este fato contribui para aumentar a pressão seletiva em patógenos 
respiratórios, aumentando a resistência aos antibióticos. Até os 3 anos de idade, mais que 2/3 das crianças têm 1 ou 
mais episódios de otite média. 
Os principais fatores de risco para OMA são: 
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200
 Idade: crianas menores que 2 anos apresentam maior risco devido ‘ imaturidade imunol†gica e ‘ pr†pria 
anatomia da trompa de Eust‚quio (que „ mais curta e horizontal nesta faixa et‚ria, prejudicando os seus 
mecanismos antirrefluxo e de drenagem da orelha m„dia).
 Sexo: meninos s…o um pouco mais afetados.
 Raa: trabalhos mostram preponderncia na raa branca.
 Perfil socioeconŽmico: a pobreza „ considerada um dos principais fatores de risco, na medida em que favorece 
aglomeraƒes, higiene inadequada, menor acesso ao sistema de sa‰de.
 Aleitamento artificial: o aleitamento materno reduz os casos de OMA.
 Tabagismo passivo
 Anomalias cong‹nitas: fenda palatina e s€ndrome de Down.
OBS5: Os pediatras costumam referir tr‹s situaƒes que fazem com que os pais busquem a consulta m„dica de 
madrugada, geralmente: a otite m„dia aguda, c†lica e a presena de corpos estranhos, que deve ser retirado com uma 
pina ou, se n…o for poss€vel, imobilizado. A dor da c†lica caracteriza-se como uma dor intermitente, com per€odos curtos 
de melhora e piora; j‚ o quadro de otite caracteriza-se por uma dor intensa e cont€nua. A c†lica, entretanto, pode estar 
relacionada com a doena do refluxo e que tamb„m pode desencadear uma otite.
OBS6: A otite média recorrente „ caracterizada por 3 epis†dios em 6 meses. Esta recidiva tamb„m „ um aspecto 
epidemiol†gico frequente na doena entre crianas pequenas, estimando-se que at„ 50% ter…o mais de um epis†dio.
PATOGENIA
A maioria dos epis†dios s…o complicaƒes de 
infecƒes do trato respirat†rio superior relacionadas com 
alteraƒes anatŽmicas das vias auditivas e respirat†rias. A 
base fisiopatol†gica „ a disfun…o da trompa de Eust‚quio. A 
obstru…o da tuba de Eust‚quio impede a ventila…o do 
ouvido medo e o equil€brio de pressƒes, criando um vácuo 
com pressão negativa nesta cmara, que resulta em 
ac‰mulo de fluido e secre…o no ouvido m„dio. O muco 
acumula-se no ouvido m„dio, agora em um espao totalmente 
fechado.
A infec…o viral da tuba tamb„m pode contribuir 
diretamente para a forma…o deste muco. Epis†dios 
intermitentes de aspira…o, refluxo gastroesof‚gico ou 
insufla…o da tuba podem laar as bact„rias colonizadoras da 
nasofaringe na cavidade do ouvido m„dio.
O ac‰mulo de pus no ouvido m„dio funciona como 
um “abscesso”, provocando abaulamento da membrana 
timpnica, que cursa com otalgia intensa.
Se a OMA n…o for tratada, ap†s alguns dias, a tend‹ncia „ que o pus no ouvido m„dio encontre uma via de 
sa€da (autodrenagem) atrav„s de uma pequena perfura…o na membrana timpnica. Nesse momento, a otalgia melhora 
e a criana elimina a secre…o purulenta pelo ouvido (otorr„ia).
ETIOLOGIA
Cerca de 90% das OMA ficam sem agente identificado. Os v€rus foram isolados em apenas 25% dos fluidos de 
ouvido m„dio de crianas com OMA. 
Os agentes etiol†gicos mais frequentemente identificados nos casos de OMA s…o: S. pneumoniae ou 
pneumococos (30 – 50%); H. influenza n…o tip‚vel (25 – 30%); Estreptococos do grupo A (8%); M. catarrhalis (3%); S. 
aureus (2%); Outras bact„rias, como o M.pneumoniae, respondem por 21%.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Por defini…o cl€nica, a OMA caracteriza-se por:
 Fluido no ouvido m„dio, febre (embora 50% dos casos cursa sem febre) 
 Dor (otalgia) ou irritabilidade, associada a dificuldade para dormir e choro intenso
 Hipoacusia flutuante
 Membrana timpnica opaca e com mobilidade limitada, perda do reflexo da luz; ela pode estar abaulada ou 
retra€da, geralmente com hiperemia circundando sua inser…o
 Dor intensa e cont€nua que se encerra rapidamente com a drenagem da secre…o
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TRATAMENTO
O tratamento consiste em analgesia (que pode ser feita com Paracetamol, Dipirona ou Ibuprofeno) e 
antibioticoterapia:
 Antibióticos de primeira linha:
 Amoxacilina 10 a 14 dias
 Bactrim 10 a 14 dias
 Antibióticos segunda linha (para os alérgicos)
 Macrolídeos 5 dias
 Em caso de falência de tratamento:
 Cefalosporinas 2ªgeração 
 Amoxacilina- clavulanato
No caso das otites médias recorrentes (ver OBS6), geralmente estão envolvidas bactérias produtoras de -
lactamases, como a H.influenzae e a M. catarrhalis. Desta forma, o tratamento deve ser o mesmo instituído para os 
casos de falência da terapêutica para a OMS:
 Cefalosporinas de 2ª geração 14 a 21 dias 
 Amoxacilina-clavulanato 14 a 21 dias 
SINUSITES
As sinusites (ou rinossinuistes, termo que pode ser igualmente 
empregado uma vez que as mucosas do nariz e seios paranasais são contíguas 
e centrífugas embriológicas, e respondem de forma similar à terapia clínica) 
respondem por significa inflamação nos seios paranasais. Geralmente é 
consequência de afecções nasais que avançam por continuidade, pois a 
mucosa sinusal é continuação da mucosa nasal (rinossinusite).
A doença dos seios paranasais acomete os principais seios da face, 
que inclui: Maxilar, Etmoidal, Esfenoidal e Frontal. 
Podem ser causadas por agentes infecciosos (como vírus, bactérias e
fungos), mecanismos alérgicos ou por ambos ao mesmo tempo 
(rinossinusopatia infecto-alérgica).
CLASSIFICAÇÃO
 Aguda: duração dos sintomas até 4 semanas
 Sub-aguda: duração dos sintomas de 4 a 12 semanas
 Crônica: duração dos sintomas por mais de 12 semanas
SUB-CLASSIFICAÇÃO
 Recorrente: mais de 3 episódios agudos por ano
 Crônica agudizada: sintomas por mais de 12 semanas com episódios de agudização
 Complicada: complicação local ou sistêmica em qualquer fase
FATORES ENVOLVIDOS NO SURGIMENTO DA RINOSSINUSITE
 Óstio de drenagem: a falta de permeabilidade dos seios

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