UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Disciplina: SANEAMENTO arquivo 011 Tratamento de esgotos por lagoas Prof.: Flavio Bentes Freire TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ►Lagoas de estabilização ● Sistemas mais simples para tratamento de esgotos ● Diversas variantes ● Diferentes níveis de simplicidade operacional e requisitos de área TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Principais sistemas de lagoas + Lagoa facultativa + Lagoa anaeróbia seguida por lagoa facultativa (sistema australiano) + Lagoa aerada facultativa + Lagoa aerada de mistura completa seguida por lagoa de decantação TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● As lagoas anteriores são utilizadas para remoção de matéria carbonácea ● Além dessas lagoas, ainda existem as lagoas de maturação, direcionadas à remoção de patog6enicos (desinfecção) TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ►Sistema de lagoa facultativa TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Sistema extremamente simples ● Há uma “divisão” (imaginária) da lagoa em três regiões, ao longo da profundidade: + Região aeróbia (próxima da superfície) + Região anaeróbia (mais próximas ao fundo da lagoa) + Região facultativa (entre a aeróbia e a anaeróbia) TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Na região superior (aeróbia) as algas realizam fotossíntese (por isso é necessária uma grande área de exposição aos raios solares), liberando oxigênio ● O oxigênio também é introduzido na superfície em virtude da agitação provocada pelos ventos TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Não possui problemas acentuados de maus odores ● H2S formado na região anaeróbia é oxidado na zona aeróbia ● Sistema ideal para regiões com elevada radiação solar ● Ponto desfavorável: grandes requisitos de área (o maior de todas as alternativas) TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ►Sistema lagoa anaeróbia + lagoa facultativa TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Veio como uma alternativa ao sistema anterior ● Possui menos requisitos de área ● O esgoto entra inicialmente em uma lagoa com área bem menor e mais profunda (predominantemente anaeróbia) TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Primeira lagoa, TDH entre 3 e 5 dias, ocorre uma remoção de matéria orgânica da ordem de 50 a 60% ● “Alívio” de carga para a lagoa facultativa (que pode ser bem menor) ● “Sistema australiano” ● Maus odores na lagoa anaeróbia TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ►Sistema lagoa aerada facultativa TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Facultativa com menores dimensões (em relação ‘a convencional) ● Diferença a forma de introdução do oxigênio ● Aeradores mecânicos (que não garantem aeração completa) TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Consegue-se dimensões bem menores (menor TDH) ● é possível se obter melhor distribuição do oxigênio e das reações de degradação ● TDH de 5 a 10 dias ● Ponto desfavorável: aumento do nível de complexidade de operação TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ►Sistema lagoa aerada de mistura completa + lagoa de decantação TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Sistema semelhante ao sistema de lodos ativados ● Nessa configuração, a aeração é mais potente que na lagoa descrita anteriormente ● É possível atingir aeração em todas as regiões da lagoa, e por isso ela é chamada de “mistura completa” TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Aeração é conseguida por potentes aeradores ● Sólidos ficam em suspensão (grande turbulência) ● Há um ótimo contato entre o esgoto e a biomassa ● Problema: a saída dessa biomassa junto ao efluente (mesmo problema do lodos ativados) requer a instalação de uma lagoa de decantação (não há recirculação) TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ►Exercício: dimensionar uma lagoa facultativa, com base nos seguintes dados: ● Adotar modelo ideal de mistura completa ● Temperatura do líquido no mês mais frio: 20oC ● População: 20000 hab ● Vazão afluente: 3000 m3/d TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● DBO afluente: 350 mg/L ● Considere que a concentração máxima de sólidos no efluente seja de 100 mg/L TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ● Taxa de aplicação superficial (Ls) + É o parâmetro essencial na determinação da área da lagoa + A taxa é definida pela carga de DBO (KgDBO/dia) dividida pela unidade de área + Varia conforme vários fatores, principalmente em função da temperatura ● Recomendações (Von Sperling) + Região com inverno quente e elevada insolação: Ls = 240 a 350 kgDBO/ha.dia + Região com inverno e insolação moderados: Ls = 120 a 240 kgDBO/ha.dia + Região com inverno frio e baixa insolação: Ls = 100 a 180 kgDBO/ha.dia + Taxa adotada: Ls = 200 kgDBO/ha.dia ● Cálculo da carga afluente de DBO + No enunciado foi fornecida uma DBO afluente (ou seja, na entrada da lagoa) de 350 mg/L + Convertendo as unidades: DBO = 0,350 Kg/m3 + A carga afluente de DBO é definida assim: + Carga = concentração x vazão + Carga = 0,350x3000 = 1050 Kg DBO/dia ● Cálculo da área requerida para a lagoa Ls = carga/área Área = carga/Ls Área = 1050/200 = 5,25 ha Área = 52500 m2 ● Cálculo da área requerida para a lagoa Ls = carga/área Área = carga/Ls Área = 1050/200 = 5,25 ha Área = 52500 m2 ● Adoção da profundidade da lagoa (H) + A recomendação é de H entre 1,5 e 3,0 m + Adota-se H = 2,0 m ● Volume da lagoa: V = 52500x2,0 = 105000 m3 ● Cálculo do tempo de detenção hidráulica (TDH) + Para lagoas facultativas o TDH deve ficar entre 15 e 45 dias + TDH = volume/vazão = 105000/3000 = 35 dias + Dentro do intervalo recomendado: OK! ● Estimativa da DBO efluente + No esgoto existem sólidos dissolvidos e sólidos suspensos + As duas modalidades de sólidos contribuem para a DBO Mistura completa “Pistão” ►Reatores de mistura completa em série ► Aplicação dos conceitos: estimativa da DBO efluente ● DBOsoluvel + É usual adotar o modelo de mistura completa (para uma ou mais células), devido as seguintes razões: • Cálculos mais simples • Segurança (o reator de MC prevê uma menor eficiência) + Supondo um modelo de mistura completa + S: DBOsoluvel efluente + So: DBO afluente + K: coeficiente de remoção de DBO (uma valor entre 0,30 e 0,35 d-1 que deve ser corrigido quando a temperatura do líquido é diferente de 20 graus – não é o nosso caso) + t: tempo de detenção hidráulica + Dessa maneira a DBO solúvel efluente será: + DBOparticulada • A literatura indica que 1 mg/L de sólidos suspensos (SS) correspondem aproximadamente a um intervalo de 0,3 a 0,4 mg/L de DBOparticulada (vamos adotar 0,3) ● Eficiência da lagoa ● Número de lagoas + Até agora temos os seguintes resultados: • Área total: 52500 m2 • Volume total: 105000 m3 ● Como a área é muito grande (dificuldades construtivas) adotaremos duas lagoas, cada uma com metade da área total (A = 26250 m2) ● Dimensões + Admitindo-se uma relação comprimento/largura (L/B) igual a 2,5, tem-se: ● Dimensões finais + São adotadas duas lagoas com: L = 258 m B = 103 m H = 2,0 m ● Área total requerida pelo sistema + A área total requerida para as lagoas, incluindo os taludes e área de influência, é cerca de 25% a 33% maior que a área líquida calculada + Portanto a área total deverá ser próxima de 3,5 ha ● Acúmulo de lodo + A taxa de acumulação de lodo para uma lagoa facultativa fica entre 0,03 e 0,08 m3/hab.ano