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Aula 3 - Prof.ª Lidiane - Variações Linguísticas, Linguagem Jurídica

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REDAÇÃO E LINGUAGEM JURÍDICA 
AULA 3 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
A língua de mesma forma que a humanidade está em constante mutação, a língua 
acompanha a evolução social do grupo social que a utiliza, para que a língua cumpra a sua 
função social, que é a comunicação, ela deve se transformar juntamente com o grupo que a 
utiliza como meio de comunicação, a modificação da língua leva em consideração o tempo, 
o espaço e a região em que é falada, para essa modificação linguística dá-se o nome de 
Variação Linguística, que se divide em: 
1. Variação histórica: palavras e expressões que caíram em desuso com o decorrer do 
tempo. 
2. Variação geográfica: diferenças de vocabulário, pronúncia e construções sintáticas 
em regiões que falam o mesmo idioma. 
3. Variação social: o desempenho linguístico do falante provém do meio em que vive, 
sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade. 
4. Variação estilística: cada indivíduo tem uma forma própria de utilização da lígua, um 
modo de falar próprio. 
LINGUISTICA JURÍDICA 
Para Gérard Cornu “a linguística jurídica é um ramo do estudo da linguagem que vem 
desenvolvendo, dedicado ao estudo da linguagem do direito”. 
O caráter desta nova área da linguística possui duas ramificações: 
1) Linguística: na medida que tem como instrumento todos os termos da língua de que 
o direito se utiliza, examinando os signos linguísticos que o direito emprega e os 
enunciados que o direito produz, como frases, textos, levando-se em conta a sua 
função, estrutura, estilo, apresentação, etc. 
2) Jurídico: a linguagem utilizada é aquela aplicada ao direito, a linguagem da norma, 
da decisão, da convenção, das declarações, das negociações, das relações e do 
ensino. O estudo, nesta modalidade, é jurídico, porque a linguagem jurídica exige o 
ensino de uma linguagem própria inserida em um idioma para que a interpretação do 
texto ocorra de maneira eficiente à área dirigida, jurídica. 
 
LINGUAGEM JURÍDICA 
A percepção da linguagem do direito repousa sobre os elementos de observação objetivos, 
primeiro s signos enunciadores despertam, depois os dados base se fazem reconhecer: 
Signos enunciadores – a existência da linguagem jurídica é espontaneamente atestada 
por uma reação social, este é um dado imediato de ordem sociolinguística observado pela 
observação linguística precisa, apenas aquele que é conhecedor da linguagem jurídica é 
que possui a compreensão plena da linguagem, pois ela possui exatamente este fim, o da 
não compreensão pelo leigo jurídico, pois está situada fora do circuito natural de 
intercompreensão que caracteriza as trocas linguísticas ordinária entre os membros de uma 
mesma comunidade linguística. 
Dados base – a linguagem do direito surge da colocação de dois elementos que a 
constituem: o vocabulário jurídico e o discurso jurídico 
Vocabulário jurídico é o conjunto de termos que tem, na língua, um ou mais sentidos 
jurídicos, se estendendo a todos os termos empregados pelo direito para a comunicação 
jurídica, o vocabulário é composto pelos seguintes tipos de termos: 
1) Termos que possuem o mesmo significado na língua corrente e na língua jurídica, 
por exemplo, hipótese, estrutura, confiança, dentre outros. 
 
2) Termos de polissemia externa, isto é, termos que possuem um significação na língua 
corrente e outro significado na linguagem jurídica: 
Exemplo: SENTENÇA na língua comum é uma frase, uma oração, já na linguagem 
jurídica significa a decisão de um juiz. 
 
3) Termos de polissemia interna: termos que possuem mais de um significado da 
linguagem jurídica, exemplo: PRESCRIÇÃO: pode significar determinação, 
orientação “ a lei prescreve em tais casos que se aplique o art. 20 do CDC”, mas 
também pode significar a perda de um direito pelo decurso do prazo “ o direito de 
ação, em alguns casos, prescreve em dois anos”. 
 
4) Termos que só tem significação na área do direito, exemplo: usucapião, acórdão. 
 
5) Termos latinos: caput, ad judicia, bis in idem. 
 
NIVEIS DE LINGUAGEM JURPIDICA 
1) LEGISLATIVA a linguagem dos códigos, das normas, tem por finalidade cria o 
direito. 
“Art. 1
o
 Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos 
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, 
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios.” 
2) JUDICIÁRIA, FORENSE OU PROCESSUAL: é a linguagem dos processos, sua 
finalidade é aplicar o direito. 
 
“Com fundamento no art. 625-A, o reclamante buscou perante a empresa para tentar a conciliação 
prévia, perante a comissão de seu sindicato de classe ou pela comissão de conciliação da própria 
empresa, porém foi informado de que a reclamada não possui comissão de conciliação prévia e de 
que esta não lhe era interessante a conciliação prévia. 
“Não restando outra alternativa ao reclamante, este recorre a justiça do trabalho para o recebimento 
das verbas que lhe são devidas pela reclamada. 
 
3) CONVENCIONAL OU CONTRATUAL: é a linguagem dos contratos, por meio dos 
quais criam-se direitos e obrigações: 
 
“CLÁUSULA PRIMEIRA O presente contrato de locação vigorará pelo prazo de 06 (seis) 
meses, tendo início em 28 de julho de 2014 e findando em 28 de janeiro de 2015, podendo, 
no entanto, ter sua vigência prorrogada por mútuo consentimento das partes.” 
 
4) LINGUAGEM DOUTRINÁRIA: é a linguagem dos mestres, dos doutrinadores, cuja 
finalidade é explicar os institutos jurídicos, ensinar o direito: 
 
“Os fundamentos que justificam a aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da 
prova se encontram nos princípios constitucionais da isonomia (artigos 5º, caput, da CF), do 
devido processo legal (artigo 5º, XIV, da CF), e do acesso à justiça (artigo 5º XXXV, da CF). 
Ressalta-se que, os textos do Projeto do novo CPC explicitam a necessidade de observância 
dos princípios constitucionais no processo. Assim, na parte geral, existem disposições claras 
de princípios constitucionais processuais, que ampliam a valorização do dever de cooperação 
das partes, da boa-fé processual, da isonomia, da formação de contraditório anterior à 
decisão judicial, entre outros.” 
 
5) LINGUAGEM CARTORÁRIA OU NOTARIAL: linguagem jurídica utilizada para 
registrar atos de direito: 
 
“A seguir, o comprador me declara que concorda com esta escritura. A pedido dos 
comparecentes, lavro a escritura em meu livro de notas. Foram-me apresentados e ficam 
arquivados nesta Serventia Notarial os seguintes documentos: Certidão Negativa de Débitos 
relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa da União”

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