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Aula WEBER - Prof.ª Simone

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Max Weber (1864-1920)
Alemão, Protestante, estudioso do Direito, História, Economia. Filosofia e Teologia. 
1ª Guerra Mundial – crítica posicionamento belicista do governo alemão. 
Constituição da República de Weimar, em 1919. 
Max Weber (1864-1920)
Ao final da Primeira Guerra Mundial, instaurou-se na Alemanha a República de Weimar, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático. O presidente da república nomeava um chanceler, que seria responsável pelo poder Executivo. Quanto ao poder Legislativo, era constituído por um parlamento (Reichstag).
As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar foram muito especiais. Prestes a perder a Primeira Guerra Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (e a derrota na Guerra). Com isto, ficava no ar um saudosismo de uma nação outrora poderosa, nos tempos do imperador, em comparação com a nova realidade democrática, cheia de derrotas e humilhações. Esta situação política, que alguns compararam a um presente envenenado à democracia, acabou por lançar os fundamentos que permitiram mais tarde a Hitler posicionar-se como o arauto de um regresso ao passado imperial e anti-democrático da Alemanha.
Conceito de TIPO IDEAL:
Recurso metodológico para ensejar a orientação do cientista no interior da inesgotável variedade de fenômenos observados na vida social. 
Consiste em enfatizar determinados traços da realidade até concebê-los na sua expressão mais pura e conseqüente, que jamais se apresenta assim nas situações efetivamente observáveis.
Existe no plano das idéias sobre os fenômenos e não nos próprios fenômenos: 
a realidade social só pode ser conhecida quando aqueles traços seus que interessem intensamente ao pesquisados são metodicamente exagerados, para em seguida se poderem formular com clareza as questões relevantes sobre as relações entre os fenômenos observados.
Max Weber (1864-1920)
A adesão a determinados valores (éticos, estéticos ou de qualquer natureza) sempre está envolvida na seleção de um tema para análise, ainda que esta seja naturalmente despojada de valorações no seu desenvolvimento interno: orientam a pesquisa e não podem ser simplesmente neutralizadas ou eliminadas como simples prejuízos.
Ciência como vocação e política como vocação: distinção muito enfática que ele propõe entre a postura correta do cientista, para quem só é lícito reconstruir os fatos considerados significativos e analisá-los conforme as exigências universais do método científico e a do homem de ação voltado para as questões práticas(...).
A ciência não pode propor fins à ação prática. Pode, isso sim, ministrar elementos para a avaliação da conveniência de certos meios propostos para atingir fins dados
1904 – Ensaio sobre a objetividade nas Ciências Sociais.
Não existe uma ciência social livre de pressupostos valorativos. O que existe é a luta constante que extravasa o domínio da ciência, pela atribuição prática de um sentido ao mundo e pela sua sustentação diante das alternativas concretamente existentes. Cumpre, portanto, distinguir com o máximo rigor entre os enunciados que exprimem um “conhecimento empírico” e os que exprimem “juízos de valor”. Mas o que está condenado é a confusão entre essas duas ordens heterogêneas de idéia, e de modo algum a tomada de partido pelos próprios ideais.
“Ordenamento racional da realidade empírica”.
“Crítica à idéia de uma ciência social isenta de pressupostos
Weber procurava demonstrar a existência de uma íntima afinidade entre a ideia protestante de “vocação” e a contenção do impulso irracional para o lucro através da atividade metódica e racional, em busca do lucro econômico. 
Apresentava a ideia de que um determinado tipo de orientação da conduta na esfera religiosa – a ética protestante – poderia ser encarado como uma causa do desenvolvimento da conduta racional em moldes capitalistas na espera econômica.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (Escrito entre 1904 e 1905, publicado em 1920).
Buscar as afinidades e as tensões no modo como a orientação da conduta de vida se dá em esferas diferentes.
As diversas esferas da existência são autônomas entre si: a econômica, a religiosa, a jurídica, a artística e assim por diante. 
Articulam em cada momento e ao longo do tempo conforme à sua lógica interna específica, à sua legalidade própria.
Pode-se encontrar (ou não) uma congruência entre os sentidos que os homens imprimem à sua ação em diferentes esferas de sua existência e expor essas descobertas a um comportamento causal.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
Tentativa de atribuir um sentido (rumo subjetivamente visado) para as ações dos indivíduos em sociedade.
Ao compreender esse sentido, a sociologia poderia compreender os aspectos primordiais da vidas em sociedade.
AÇÃO E RELAÇÃO SOCIAL
Ação social: modalidade específica de ação (conduta) à qual o próprio agente associa um sentido, conforme a conduta dos outros.
Sentido: rumo subjetivamente visado pelo agente que se manifesta em ações concretas e que envolve um motivo sustentado pelo agente como fundamento para sua ação. 
Compreensão: captação pelo agente do sentido da ação. O sentido é responsável pela unidade dos processos de ação e os torna compreensíveis.
Agente individual: única entidade capaz de conferir sentido às ações. É a única entidade em que os sentidos específicos das diferentes esferas de ação estão simultaneamente presentes e podem entrar em contato.
Tipo ideal: construção metodológica. Pressupõe que existem certas regularidades na ação social, ou seja, de que certos processos se repetem ao longo do tempo, tornando-se rotina (costume) e incorporando-se ao cotidiano dos múltiplos agentes.
AÇÃO E RELAÇÃO SOCIAL
Relação social: conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente em conformidade com o sentido das suas ações. Orienta-se por um conteúdo de sentido reciprocamente compartilhado.
Legitimação: Tipo específico de relação social na qual o conteúdo de sentido é incorporado pelos agentes e aceito como legítimo. É a validação de uma ordem, que pode ser convencional ou jurídica, mas legítima, pois aceita socialmente.
Dominação: processos sociais que envolvem a capacidade de certos agentes obterem obediência para seus mandatos, dos quais a legitimação é contrapartida.
AÇÃO E RELAÇÃO SOCIAL
Importância dos Estudos de Weber sobre a burocracia:
A burocracia para Weber deve ser definida da seguinte forma: 
aparato técnico-administrativo, formado por profissionais especializados, selecionados segundo critérios racionais e que se encarregavam de diversas tarefas importantes dentro do sistema.
a burocracia existiu em todas as formas de Estado, desde o antigo até o moderno. 
Foi no contexto do Estado moderno e da ordem legal que a burocracia atingiu seu mais alto grau de racionalidade.
não é apenas uma forma avançada de organização administrativa, com base no método racional e científico, mas também uma forma de dominação legítima.
Pode-se afirmar que burocracia é instrumento a serviço do poder.
Max Weber (1864-1920)
Como a burocracia serve ao poder?
Os três tipos puros de dominação legítima:
Legal, 
tradicional e
carismática.
Max Weber (1864-1920)
Dominação: processos que envolvem a capacidade de certos agentes obterem obediência para seus mandatos, dos quais a legitimação é contrapartida. Pode fundar-se em diversos motivos de submissão: 
Motivos para submissão:
Interesses diversos: consideração utilitária de vantagens e inconvenientes por parte daquele que obedece;
Costume: hábito cego de um comportamento inveterado;
Afeto: mera inclinação pessoal do súdito;
Bases jurídicas: sob as quais funda-se a legitimidade do mandatário. 
Max Weber (1864-1920)
1. Dominação legal em virtude de estatuto:
 tipo mais puro é a dominação burocrática. 
Sua idéia básica é qualquer direito pode ser criado e modificado mediante um estatuto
sancionado corretamente quanto à forma.
Obedece-se não à pessoa em virtude do seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer.
Max Weber (1864-1920)
Também quem ordena obedece, ao emitir uma ordem, a uma regra: à lei ou regulamento de uma norma formalmente abstrata. 
O tipo daquele que ordena é o “superior”, cujo direito de mando está legitimado por uma regra estatuída, no âmbito de uma competência concreta.
Exemplos da dominação legal:
Estrutura moderna do Estado e do município;
Relação de domínio numa empresa capitalista privada;
Quadro administrativo numeroso e hierarquicamente articulado.
Max Weber (1864-1920)
2. Dominação Tradicional:
em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Seu tipo mais puro é a dominação patriarcal.
O tipo daquele que ordena é o “senhor” e os que obedecem os “súditos”.
Obedece-se à pessoa em virtude da sua dignidade própria santificada pela tradição. Por fidelidade. O conteúdo das ordens está fixado pela tradição.
Baseia-se no reconhecimento de um estatuto como válido desde sempre. Poder atribuído por um desígnio divino.
Max Weber (1864-1920)
Falta aqui o conceito burocrático de competência como esfera de jurisdição objetivamente delimitada. A falta de direito formal na conciliação de litígios é também comum a todas as formas de dominação tradicional e tem conseqüências de amplo alcance.
Exemplos de dominação tradicional:
Papado;
Estados Teocráticos (Líbia de Gadafi e Irã);
Comunidades isoladas organizadas pela tradição ou religião;
Monarquias absolutistas.
Max Weber (1864-1920)
3. Dominação Carismática:
 em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória. 
Seus tipos mais puros são a dominação do profeta, do herói guerreiro e do grande demagogo. 
Max Weber (1864-1920)
Obedece-se à pessoa do líder por suas qualidades excepcionais e não em virtude de sua posição estatuída ou de sua dignidade tradicional.
Falta aqui o conceito racional de competência, e a administração carece de qualquer orientação determinada por regras, sejam elas estatuídas ou tradicionais. Não está presa à tradição.
Max Weber (1864-1920)
Carisma significa fazer-se acreditar (por meio de milagres, êxitos e prosperidade do séqüito; se lhes falta o êxito, o domínio oscila).
A dominação carismática é uma relação social especificamente extraordinária e puramente pessoal. Tende a tornar-se rotineira, cotidiana.
Exemplos de dominação carismática:
Antonio Conselheiro;
Mahatma Gandhi;
Martin Luther King;
Dalai Lama;
Napoleão.
Max Weber (1864-1920)
Reflexão: há uma tendência contemporânea de universalização do fenômeno jurídico e da dominação racional legal.
É a única que assegura contra o arbítrio e a tirania e que pode assegurar os direitos fundamentais;
A dominação racional legal é a única que estabelece freios aos poderes e mecanismos de pesos e contrapesos para equilíbrio institucional;
Os demais modelos são efêmeros e inviáveis com o passar do tempo
Max Weber (1864-1920)
	Reflexão: atualidade dos conceitos de Max Weber

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