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FMU - TEORIA DO DIREITO Professora Laurady Figueiredo AULA - A VALIDADE DA NORMA JURÍDICA: validade ética, validade social e validade formal Para Miguel Reale: a validade de uma norma pode ser vista sob TRÊS aspectos: o da validade formal (vigência), o da validade social (eficácia) e o da validade ética (fundamento). Em outras palavras: é possível identificar um aspecto dogmático (técnico jurídico), outro axiológico (ético) e outro sociológico ((histórico social). Toda norma jurídica integra o sistema jurídico e o seu ingresso no ordenamento se dá por meio da promulgação que é ato decorrente da sanção (ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo declara a existência da lei). VIGÊNCIA A publicação torna a norma conhecida pelo sociedade e, a partir desse momento, fala-se em vigência (pressuposto de incidência da lei), como o período de vida da lei, ou seja, o período que se inicia após a publicação e vai até que: i) outra lei surja regulando total ou parcialmente a matéria (revogação total ou parcial); Quando a nova lei revoga apenas parte do texto da lei anterior, a hipótese é de derrogação. Quando a lei revoga todo o texto da norma anterior, trata-se de ab-rogação. ii) se atinja a data determinada para término da vigência, prevista no próprio texto legal (lei temporária); iii) cesse o fato ou acontecimento que deu origem à lei (calamidade pública) (lei excepcional); A partir da vigência, a lei torna-se obrigatória, isto é exigível, incidindo sobre os fatos, situações e comportamentos por ela previstos e regulados. Como se verifica, a lei pode ser temporária, com prazo determinado, portanto com vigência temporária; as leis temporárias em sentido amplo, abrangem as leis excepcionais que, por sua vez, consistem em normas que têm por escopo atender necessidades Estatais transitórias, tais como guerra ou calamidade, perdurando por todo o período considerado excepcional. Fontes legais: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO - .(Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010 Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. CÓDIGO PENAL Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Lei Excepcional e Lei Temporária – diferenças: A lei excepcional segundo Wiliam Wanderley Jorge (2005, p. 123) “é aquela promulgada para atender a condições extraordinárias ou anormais da vida de uma comunidade, tais como, epidemia, guerra civil, revoluções, calamidade públicas etc.”.Sendo assim, poderíamos citar o seguinte exemplo fictício: “Art. 1º - Desperdiçar água, acima dos limites legais, no período de seca. Pena: Detenção de 2 meses a 6 meses. Art. 2º - Está lei fica em vigor enquanto durar o período de seca no país.” A lei temporária conforme ensinamentos de Damásio de Jesus (1995, p. 82) é aquela que possui “vigência previamente fixada pelo legislador. Este determina que a lei terá vigência até certa data”. Sendo assim, poderíamos citar o seguinte exemplo fictício: “Art. 1º - Desperdiçar água, acima dos limites legais. Pena: Detenção de 2 meses a 6 meses. Art. 2º - Está lei permanece em vigor do dia 07 de fevereiro de 2014 até 07 de fevereiro de 2015.” Percebe-se que, ao final da data fixada “07 de fevereiro de 2015” a lei temporária perderá a sua eficácia. VALIDADE Miguel Reale: “Vigência ou validade formal é a executoriedade compulsória de uma regra de direito, por haver preenchido requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração”. São três os requisitos de validade: i) legitimidade do órgão emanador da regra; ii) competência ratione matéria; iii) legitimidade do procedimento. A norma é válida quando guarda conformidade com o sistema jurídico. A norma jurídica encontra seu fundamento de existência nos valores sociais e no sistema jurídico. Dessa forma, os requisitos de validade podem ser divididos em requisitos intrínsecos e extrínsecos: i) Requisitos extrínsecos: uma norma só é válida se se fundar em uma superior reveladora da competência do órgão emissor e do processo para sua elaboração. ii) Requisitos intrínsecos: as normas devem traduzir os princípios de direito natural, ou seja, guardando consonância com a ordem social com a ordem natural das coisas, bem como a preservação de valores jurídicos, como a Justiça. EFICÁCIA A eficácia é a efetiva aplicação e observância da norma. O Direito precisa ser reconhecido pela sociedade, vivido pela sociedade, como algo que se incorpora e se integra na sua maneira de conduzir-se. Eficaz é o direito efetivamente observado e que atinge a sua finalidade. Uma norma pode ter validade jurídica sem ter eficácia social?
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