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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II LEI DE OHM Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira Uberlândia 2015 2 LEI DE OHM Turma UC ______________________________ ______________________________ Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva (11311EAR020) (11311EAR021) ______________________________ ______________________________ Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias (11411EAR020) (11311EAR029) ______________________________ ______________________________ Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira (11311EAR026) (11311EAR025) 2014-2 3 Sumário Resumo..............................................................................................................4 1 Introdução..........................................................................................................5 2 Objetivos............................................................................................................7 3 Procedimento Experimental...............................................................................8 4 Resultados e Discussões.................................................................................10 5 Conclusão........................................................................................................14 6 Referências Bibliográficas...............................................................................15 4 Resumo Resistores são importantes elementos de circuitos elétricos que estão presentes em diversos aparelhos do cotidiano. Para analisar seu comportamento, utiliza-se a Lei de Ohm, a qual baseia-se este experimento. Visando determinar se possuem comportamento ôhmico ou não, foram associados à um circuito um resistor (à temperatura ambiente e à 95K) e uma lâmpada. À este circuito foi aplicada uma diferença de potencial, que foi medida juntamente com a corrente elétrica. A partir desses dados, construiu-se gráficos que foram a base para a caracterização do comportamento destes elementos associados. Extraiu-se das figuras que o resistor possui comportamento ôhmico em ambas as temperaturas, (apresentando resistência experimental de 32,52±0,49Ω à temperatura ambiente e 35,12±0,43Ω congelado) e que a lâmpada apresenta comportamento não-ôhmico. 5 1. Introdução A corrente elétrica é todo movimento de cargas de uma região para outra. A densidade de corrente J⃗ é definida como a corrente que flui por unidade de área da secção. Ela descreve como as cargas fluem em determinado ponto e o sentido do fluxo nesse ponto. A densidade de corrente J⃗ em um condutor depende do campo elétrico E⃗⃗ e das propriedades do material. Para certos materiais, especialmente os metais, em uma dada temperatura, J⃗ é quase diretamente proporcional à E⃗⃗ , e a razão entre seus módulos permanece constante, essa relação é chamada Lei de Ohm. [1] A Lei de Ohm também afirma que a corrente fluindo através de um dispositivo é diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada ao dispositivo. [2] Um material que obedece de forma razoável à Lei de Ohm é denominado condutor ôhmico e a uma dada temperatura, sua resistividade é uma constante que independe do campo elétrico. Definimos resistividade ρ de um material como a razão dada pela Equação (1) entre o módulo do campo elétrico e o módulo da densidade de corrente. 𝜌 = 𝐸 𝐽 (1) A resistividade de um condutor metálico, quase sempre cresce com o aumento da temperatura. À medida que a temperatura aumenta, os íons do condutor vibram com uma amplitude mais elevada, aumentando a probabilidade das colisões dos elétrons com os íons, o que dificulta o arraste dos elétrons através do condutor, o que faz diminuir a corrente. [1] 6 A razão estabelecida na Equação (2) entre V e I para um dado condutor denomina-se resistência R: 𝑅 = 𝑉 𝐼 (2) Para materiais ôhmicos, a queda de tensão entre as extremidades de um seguimento de condutor é proporcional à corrente, e a resistência independe da corrente I, como mostra a Equação (3). [3] 𝑉 = 𝑅 ∗ 𝐼 (3) Para materiais não-ôhmicos, a resistência depende da corrente I, logo a tensão V não é proporcional a corrente. [3] Relacionando o valor da corrente à diferença de potencial nas extremidades do condutor e supondo que os módulos da densidade de corrente e campo elétrico sejam uniformes através do condutor, temos I=JA e V= EL. Explicitando E e J e substituindo esses valores na Equação (1) obtemos a relação dada pela Equação (4). [1] 𝑉 = 𝜌𝐿 𝐴 𝐼 (4) A resistência elétrica em um fio condutor depende apenas de suas propriedades: sua resistividade, seu comprimento e a área da sua secção. Relacionando as Equações (2) e (4), podemos obter a Equação 5. [1] 𝑅 = 𝜌𝐿 𝐴 (5) 7 2. Objetivos Os objetivos desse experimento foram: Verificar a Lei de Ohm; Determinar se os resistores são ôhmicos ou não; Calcular a resistência elétrica experimental através de medidas de corrente e tensão realizadas. 8 3. Procedimento Experimental 3.1 Instrumentos utilizados Para a realização do experimento, foram necessários os seguintes instrumentos: Fonte de alimentação mod. UFU 2002 de tensão 1,3 -12V; Multímetros digitais de marca Instrutherm, modelo MD-300 e precisão ± 0,5% da leitura + 2 dígitos; Cabos para conexões; Nitrogênio líquido; Lâmpada; Resistor. Termômetro digital de marca Politerm, modelo Pol-44. 3.2 Metodologia Sob uma mesa plana, foi posicionada a fonte alimentadora. Conectada à ela estava um multímetro configurado em um fundo de escala de 20V para leitura da tensão. Um segundo multímetro foi ajustado para leitura de corrente, utilizando um fundo de escala de 200mA. Um resistor também foi conectado ao circuito, que é representado pela Figura 1. 9 Figura 1: Representação do circuito montado. Com os equipamentos montados, a fonte foi ligada e um valor de tensão elétrica foi aplicado e indicado no multímetro. Foi feita também, a leitura do valor da corrente elétrica. Aumentou-se a tensão e novas leituras foram realizadas. Em seguida, o resistor foi substituído por uma lâmpada e foram medidas as mesmas grandezas. O resistor foi novamente acoplado ao circuito e mergulhado em um recipiente contendo nitrogênio líquido durante alguns segundos até atingir a temperatura de 95K, indicada pelo termômetro. As medidas foram repetidas para o caso do resistor congelado. 10 4 Resultados e Discussões 4.1 Resistência do resistor à temperatura ambiente Os resultados obtidos no experimento com o resistor à temperatura ambiente estão expressos na Tabela 1, que contém as tensões e correntes correspondentes a cada medição, e a resistência obtida através destas usando a Equação (2). Para cada uma das medições foi associado o erro do equipamento e para cada um dos cálculos este erro foi propagado. Tabela 1: Resistor à temperatura ambiente. Tensão (mV) Corrente (mA) Resistência (Ω) 66,0±0,5 2,02±0,05 32,67±1,07 153,0±0,5 4,64±0,05 32,97±0,46 218,0±0,5 6,65±0,05 32,78±0,32 258,0±0,57,90±0,05 32,66±0,27 315,0±0,5 9,67±0,05 32,57±0,22 Figura 2: Tensão em função da corrente do resistor à temperatura ambiente. 0 50 100 150 200 250 300 350 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Te n sã o (m V ) Corrente(mA) 11 A partir da Figura 2 (que apresenta um gráfico com os valores obtidos da Tabela 1) usou-se a reta de regressão linear, de onde também pode-se determinar o valor da resistência experimental. Esta é calculada a partir da inclinação α da reta (coeficiente angular) dando origem à relação estabelecida na Equação (6). Então pode-se comprovar a Lei de Ohm e observar que o resistor é um dispositivo ôhmico. 𝑡𝑔𝛼 = 𝑉 𝐼 (6) A partir da Equação (6), tem-se o valor da resistência experimental, que vale Rexperimental = 32,52±0,49Ω. O erro foi obtido através da regressão linear. 4.2 Resistência da lâmpada Os resultados obtidos no experimento com a lâmpada estão representados na Tabela 2, que contém os dados para as tensões e correntes equivalentes a cada leitura, e a resistência obtida através destas a partir da Equação 2. Para cada uma das medições foi associado o erro do equipamento e para cada um dos cálculos este erro foi propagado. Tabela 2: Tensões e correntes para a lâmpada. Tensão (mV) Corrente (mA) Resistência (Ω) 72,0±0,5 2,00±0,05 36,00±1,15 130,0±0,5 2,70±0,05 48,15±1,08 174,0±0,5 3,23±0,05 53,87±0,99 217,0±0,5 3,68±0,05 58,97±0,94 270,0±0,5 4,15±0,05 65,06±0,90 360,0±0,5 4,92±0,05 73,17±0,84 12 A Figura 3 apresenta os pontos obtidos da Tabela 2. Estes, interligados, formam um gráfico curvilíneo, mostrando que não se aplica a Lei de Ohm, confirmando que a lâmpada é um dispositivo não-ôhmico. Portanto, neste caso, não é possível se obter um valor único para a resistência. Figura 3: Tensão em função da corrente da lâmpada. 4.3 Resistência do resistor à temperatura de 95K Os resultados para o resistor à temperatura de 95K estão representados na Tabela 3, que contém os dados obtidos para as tensões e correntes equivalentes a cada leitura, e a resistência obtida através destas, usando a Equação (2). Para cada uma das medições foi associado o erro do equipamento e para cada um dos cálculos este erro foi propagado. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 Te n sã o (m V ) Corrente(mA) 13 Tabela 3 – Resistor à temperatura de 95K. Tensão (mV) Corrente (mA) Resistência (Ω) 70,0±0,5 1,98±0,05 35,35±1,14 153,0±0,5 4,34±0,05 35,25±0,52 200,0±0,5 5,72±0,05 34,78±0,40 290,0±0,5 8,23±0,05 35,23±0,27 338,0±0,5 9,62±0,05 35,13±0,23 Observa-se na Figura 4 que os dados coletados em laboratório para tensão e corrente expressos na Tabela 3 formam uma reta, como na Figura 2, confirmando que o resistor, mesmo à uma temperatura bem mais baixa, é um dispositivo ôhmico. Figura 4: Tensão em função da corrente para o resistor de 95K. Observando a Figura 4, mesmo com o resistor à 95K, nota-se que a resistência se manteve constante como no resistor à temperatura ambiente. A partir da Equação (6), têm-se o valor da resistência experimental, que vale Rexperimental=35,12±0,43Ω. O erro foi obtido através da regressão linear. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Te n sã o (m V ) Corrente(mA) 14 5 Conclusão A partir da análise realizada durante todo o experimento, dos dados obtidos experimentalmente e das tabelas e gráficos aos quais eles deram origem, conclui-se que o resistor utilizado possui comportamento ôhmico, pois apresentou valor de resistência elétrica constante. Constatou-se que o mesmo não acontece com a lâmpada, que possui comportamento não-ôhmico por não apresentar uniformidade no valor da resistência. Outro fato que pode ser extraído do experimento é que a temperatura não interfere no comportamento ôhmico do resistor, que manteve essa propriedade mesmo congelado. 15 6 Referências Bibliográficas [1] YOUNG & FREEDMAN. Física III: Eletromagnetismo. 12ª ed. Ed. PEARSON: São Paulo, 2009. [2] HALLIDAY/RESNICK. Fundamentos de Física Vol.3. 8ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2009. [3] TIPLER, Paul. Física Vol.2: Eletricidade e Magnetismo, Ótica. 5ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2006.
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