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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II CIRCUITOS SÉRIE-PARALELO Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias Wainer Cunha de Siqueira Uberlândia 2014 CIRCUITOS SÉRIE-PARALELO Turma UC ______________________________ ______________________________ Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva (11311EAR020) (11311EAR021) ______________________________ ______________________________ Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias (11411EAR020) (11311EAR029) ______________________________ Wainer Cunha de Siqueira (11311EAR025) 2014-2 Sumário Resumo..............................................................................................................4 1 Introdução..........................................................................................................5 2 Objetivos............................................................................................................8 3 Procedimento Experimental...............................................................................9 4 Resultados e Discussões................................................................................13 5 Conclusão........................................................................................................20 6 Referências Bibliográficas...............................................................................21 4 Resumo O experimento teve como focos principais a comparação e análise dos tipos de circuitos de acordo com a disposição de suas resistências: em série, em paralelo, misto e Kirchhoff. Para tal propósito, foi feita a caracterização e montagem destes circuitos, incluindo resistências de valores definidos. Também foram realizadas medições de corrente e tensão elétricas. Além disso, foi feito o cálculo da potência elétrica em cada um destes, das resistências equivalentes (quando possível) e dos erros relativos baseados nos dados obtidos experimentalmente. 5 1- Introdução Circuitos elétricos estão presentes em várias aplicações do cotidiano, em equipamentos eletrônicos por exemplo, sendo desde os circuitos mais complexos aos mais simples. Para que haja um circuito é necessário que se tenha um fluxo de cargas elétricas, isto é, uma corrente elétrica I. Pretendendo-se que os portadores de carga fluam através de um resistor, devemos estabelecer uma diferença de potencial V entre as extremidades. Essencialmente podemos ligar elementos de um circuito, como resistores, em série ou em paralelo. Para fornecer energia ao circuito é necessária uma fonte de força eletromotriz, e a potência P, ou seja, a taxa com a qual ela é fornecida ao circuito é dada pela Equação (1). 𝑃 = 𝑉𝐼 (1) 1.1 Ligação em série Para exemplificar uma ligação em série, podemos adotar resistores como componentes do circuito. Dizemos que uma combinação de resistências está em série quando a diferença de potencial aplicada através da combinação é a soma das diferenças de potencial resultantes através de cada uma das resistências. A diferença de potencial é dada pela Equação (2). [1] 𝑉 = 𝐼𝑅 (2) Não é necessário que a diferença de potencial nos terminais de cada resistor seja a mesma, exceto no caso em que as resistências são iguais. Quando os resistores estão ligados em série, como mostrado na Figura 1, a corrente através dos resistores é a mesma. [2] 6 Figura 1: Resistores associados em série A resistência equivalente de qualquer número de resistores conectados em série, expressa na Equação (3), é igual à soma das resistências individuais. 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + ⋯ (3) 1.2 Ligação em paralelo Dizemos que uma combinação de resistências está em paralelo quando a diferença de potencial resultante através de cada uma das resistências é igual a diferença de potencial aplicada através da combinação. [1] Quando os resistores são ligados em paralelo, como na Figura 2, a corrente em cada resistor não precisa ser a mesma. A corrente total I no circuito deve ser a igual à soma das correntes que passam pelos resistores. Figura 2: Resistores associados em paralelo. 7 Para qualquer número de resistores conectados em paralelo, o inverso da resistência equivalente é igual à soma dos inversos das resistências individuais, como mostra a Equação (4). [2] 1 𝑅𝑒𝑞 = 1 𝑅1 + 1 𝑅2 + 1 𝑅3 + ⋯ (4) Podemos também ter circuitos mistos, que consistem em associações em série e em paralelo, associando as resistências das Figuras 1 e 2. Para obter a resistência equivalente é necessário determinar somente ligações em série ou paralelo isoladamente para depois reduzir o circuito a uma única resistência equivalente. 1.3 Leis de Kirchhoff Existem circuitos que não podem ser analisados apenas do ponto de vista da substituição das resistências por resistências equivalentes. Para analisar o circuito, duas regras, denominadas Leis de Kirchhoff são aplicadas a este e a qualquer circuito: [3] 1. Ao se percorrer uma malha fechada em um circuito, a soma algébrica das variações de potencial deve ser igual a zero. [3] 2. Em qualquer nó do circuito (pontos em que chegam vários fios condutores) onde a corrente se divide, a somas das correntes que fluem para o nó devem ser igual à soma das correntes que saem do nó. [3] 8 2- Objetivos O experimento teve como objetivos: Montar circuitos elétricos com diferentes configurações de associação de resistências; Analisar o comportamento de corrente e tensão elétrica para cada caso estabelecido; Calcular a potência elétrica em cada tipo circuito. 9 3- Procedimento Experimental 3.1 Instrumentos utilizados Para a realização do experimento, foram necessários os seguintes instrumentos: Fonte alimentadora da marca Icel Manaus, modelo PS-5000, de tensão 0-30V e corrente 0-3A. Multímetro digital da marca Instrutherm, modelo MD-300 e precisão ± 0,5% da leitura + 2 dígitos; 2 resistores de 1kΩ; Resistor de 4,7kΩ; Resistor de 10kΩ; Suporte metálico para fixação dos resistores; Cabos para conexão. 3.2 Montagem dos circuitos elétricos Foram construídos quatro tipos de circuitos elétricos: com resistências associadas em série, em paralelo, misto e com duas malhas para verificação da Lei de Kirchhoff. Para a montagem do circuito em série, foi posicionado um suporte no qual três resistores (1kΩ; 4,7kΩ e 10kΩ) foram fixados. Ainda com a fonte desligada, utilizou- se os cabos de conexão para a formação do circuito representado pela Figura 3, que claramente evidencia a associação em série dos resistores citados anteriormente. 10 A fonte foi ligada e ajustada para uma tensão de 5V. Posteriormente, o multímetro foi conectado em paralelo para a medição da tensão elétrica nos terminais de cada resistor. Também foi conectado em série um amperímetro paramedir a corrente elétrica do circuito. Figura 3: Esquema do circuito em série construído. Para a montagem do circuito em paralelo, foram utilizados os mesmos resistores, porém alterou-se a forma com que eles foram dispostos no mesmo. A tensão aplicada pela fonte também foi de 5V. O amperímetro foi conectado em série a um dos resistores, medindo a corrente elétrica que passava por eles, sendo em seguida conectado ao próximo resistor. O voltímetro, por sua vez, foi conectado nos terminais de cada resistor, medindo a tensão em cada um. A Figura 4 esquematiza o circuito elétrico montado nessa etapa. 11 Figura 4: Esquema do circuito em paralelo construído. Para o circuito misto, o resistor de 1kΩ foi conectado em série enquanto os de 4,7kΩ e 10kΩ foram conectados em paralelo. A Figura 5 representa o circuito montado. O amperímetro foi conectado em série à cada resistor, medindo a corrente elétrica, enquanto o voltímetro foi conectado às extremidades de cada um destes, medindo a tensão. Figura 5: Esquematização do circuito misto montado. 12 Para o circuito de duas malhas, além dos resistores dos casos anteriores, utilizou-se também o segundo resistor de 1kΩ. Além disso, foram utilizadas duas fontes (porém um único equipamento) que aplicavam 5V e 6V ao circuito. O circuito formado é representado pela Figura 6. Novamente foram realizadas medidas de tensão e corrente elétrica, com o auxílio do multímetro. Figura 6: Circuito de duas malhas para verificação da Lei de Kirchhoff. 13 4- Resultados e Discussões 4.1 Circuito em série Os resultados obtidos no experimento com os resistores em série estão expressos na Tabela 1, que contém as tensões e correntes correspondentes a cada medição. Tabela 1: Dados obtidos experimentalmente. Resistência (Ω) Tensão(mV) I (mA) Fundo de escala (tensão) Fundo de escala (corrente) 1k 324 32,1 2000 mV 200mA 4,7 k 1519 32,1 2000 mV 200mA 10 k 3160 32,1 20V 200mA Utilizou-se a Equação (2) para calcular os valores teóricos para a tensão e a corrente atuante em cada resistor do circuito. Os resultados estão expressos na Tabela 2. Tabela 2: Dados teóricos. Resistência (Ω) Tensão(mV) I (mA) 1k 318 31,8 4,7 k 1494 31,8 10 k 3180 31,8 Em laboratório, foi obtido também o valor da resistência equivalente e também da corrente total do circuito, que valem respectivamente, 15,5 KΩ e 0,321 mA. Através da Equação (3) determinou-se o valor da resistência equivalente teórica e pela eq. (2), foi possível obter a corrente total teórica do circuito. Seus valores são 15,7 KΩ e 0,318 mA, respectivamente. 14 A partir da Equação (1) calculou-se a potência elétrica teórica em cada um dos resistores do circuito, as quais estão expressos na Tabela 3, juntamente com a potência elétrica experimental, obtida com os valores de tensão e corrente colhidos em laboratório. Da mesma forma, calculou-se a potência elétrica total do circuito, os resultados estão representados na Tabela 4. O Erro Relativo calculado através da Equação (5) também está representado na Tabela 4. 𝐸𝑟𝑟𝑜 = [ 𝑃𝑒𝑥𝑝.−𝑃𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑃𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 ] ∗ 100% (5) Tabela 3: Potencia teórica e experimental para cada resistência do circuito. Resistência (Ω) Potencia teórica (mW) Potencia experimental (mW) Erro Relativo (%) 1k 0,10 0,11 10,00 4,7 k 0,47 0,49 4,25 10 k 1,00 1,01 1,00 Tabela 4: Potência teórica e experimental e Erro Relativo para o circuito. Potência teórica total (W) Potência experimental total (mW) Erro Relativo (%) 1,59 1,60 0,63 4.2 Circuito em paralelo Os resultados obtidos no experimento com o resistores em paralelo estão expressos na Tabela 5, que contém as tensões e correntes correspondentes a cada medição. 15 Tabela 5: Dados obtidos experimentalmente. Resistência (Ω) Tensão(V) I (mA) Fundo de escala (tensão) Fundo de escala (corrente) 1k 4,4 3,96 20 V 20mA 4,7 k 4,6 1,91 20 V 20mA 10 k 4,5 0,51 20V 20mA Determinou-se os valores de tensão e corrente atuantes no circuito através da Equação (2). Os resultados estão expressos na Tabela 6. Tabela 6: Dados teóricos. Resistência (Ω) Tensão(V) I (mA) 1k 5 5 4,7 k 5 1,1 10 k 5 0,5 Coletou-se em laboratório, os valores da resistência equivalente e também da corrente total do circuito, que são respectivamente, 712,3 Ω e 6,38 mA. A Equação (4), nos permite calcular o valor da resistência equivalente teórica e a Equação (2) o valor da corrente total teórica do circuito. Seus valores são 761,8 Ω e 6,56 mA, respectivamente. Através da Equação (1), calculou-se a potência elétrica em cada um dos resistores do circuito. Os resultados estão representados na Tabela 7, juntamente com a potência elétrica experimental (obtida com os valores de corrente e tensão obtidos em laboratório) e o Erro Relativo calculado através da Equação (5). Da mesma forma, 16 calculou-se a potência elétrica total do circuito, os resultados estão representados na Tabela 8. Tabela 7: Dados teóricos. Resistência (Ω) Potencia teórica (mW) Potencia experimental (mW) Erro relativo (%) 1k 25,00 17,42 30,32 4,7 k 5,50 8,79 59,82 10 k 2,50 2,30 8,00 Tabela 8: Potência e Erro Relativo para cada circuito. Potência teórica total (W) Potência experimental total (mW) Erro Relativo (%) 32,80 28,70 12,50 4.3 Circuito misto Os resultados obtidos no experimento com os resistores em um circuito misto estão representados na Tabela 9, que contém as tensões e correntes correspondentes a cada medição, além do fundo de escala usado. Tabela 9: Dados obtidos experimentalmente. Resistência (Ω) Tensão(V) I (µA) Fundo de escala (tensão) Fundo de escala (corrente) 1k 1,16 1167 20 V 2000µA 4,7 k 3,73 796 20 V 2000µA 10 k 3,73 331 20V 2000µA 17 A partir da Equação (2), calculou-se os valores de tensão e corrente teóricos de cada resistor do circuito. Os resultados estão expressos na Tabela 10. Tabela 10: Dados teóricos. Resistência (Ω) Tensão(V) I (mA) 1k 1,2 1,2 4,7 k 3,8 0,8 10 k 3,8 0,4 Os valores da resistência equivalente e também da corrente total do circuito, que foram coletados em laboratório são, respectivamente, 3,949kΩ e 1,167mA. Através das Equações (3) e (4), calculou-se o valor da resistência equivalente teórica e a partir da Equação (2), obteve-se o valor da corrente total teórica do circuito. Seus valores são 4,197kΩ e 1,191mA, respectivamente. A partir da Equação (1) calculou-se a potência elétrica em cada um dos resistores do circuito, os resultados estão expressos na Tabela 11, juntamente com a potência elétrica experimental (obtida com os valores de corrente e tensão obtidos em laboratório) e o Erro Relativo calculado através da Equação (5). Da mesma forma, calculou-se a potência elétrica total do circuito, os resultados estão representados na Tabela 12. Tabela 11: Dados teóricos. Resistência (Ω) Potencia teórica (mW) Potencia experimental (mW) Erro Relativo (%) 1k 1,43 1,35 5,59 4,7 k 3,07 2,97 3,25 10 k 1,44 1,42 1,38 18 Tabela 12: Potência e Erro Relativo para cada circuito. Potência teórica total (W) Potência experimental total (mW) Erro Relativo (%) 5,95 5,38 9,58 4.4 Circuito de Kirchhoff Os resultados obtidosno experimento com o resistores em um Circuito de Kirchhoff estão expressos na Tabela 13, que contém as tensões e correntes correspondente a cada medição, além do fundo de escala utilizado. Tabela 13: Dados obtidos experimentalmente. Resistência (Ω) Tensão(mV) I (µA) Fundo de escala (tensão) Fundo de escala (corrente) 1k 14,2 13 200mV 200µA 4,7 k 4930,0 1031 20 V 2000µA 10 k 140,9 13,1 200 mV 200µA 1 k* 1033,0 1012 2000 mV 2000µA Através da Equação (2), calculou-se os valores de tensão e corrente teóricos para cada resistor do circuito em questão. Os resultados estão expressos na Tabela 14. Tabela 14: Dados teóricos. Resistência (Ω) Tensão (mV) I (µA) 1k 4,5 4,5 4,7 k 4935,0 1050,0 10 k 45,0 4,5 1 k* 1074,0 1074,0 19 Por se tratar de um Circuito de Kirchhoff, não é possível calcular a resistência equivalente do mesmo. A partir da Equação (2), obteve-se o valor da corrente total teórica do circuito, que vale 1,073mA. A partir da Equação (1) calculou-se a potência elétrica em cada um dos resistores do circuito. Os resultados estão expressos na Tabela 15, juntamente com a potência elétrica experimental (obtida com os valores de corrente e tensão obtidos em laboratório) e o Erro Relativo calculado através da Equação (5). Da mesma forma, calculou-se a potência elétrica total do circuito, os resultados estão representados na Tabela 16. Tabela 15: Dados teóricos. Resistência (Ω) Potencia teórica (µW) Potencia experimental (µW) Erro relativo (%) 1k 0,02 0,18 800,00 4,7 k 5181,75 5082,80 1,91 10 k 0,20 1,85 825,00 1 k* 1153,48 1045,39 9,33 Tabela 16: Potência e Erro Relativo para cada circuito. Potência teórica total (mW) Potência experimental total (mW) Erro Relativo (%) 1,15 1,05 8,70 20 5- Conclusão A partir da montagem e análise dos circuitos estudados, dos dados obtidos experimentalmente e das tabelas as quais eles deram origem é possível constatar que em circuitos com resistores associados em série a corrente elétrica é a mesma em todos os pontos, havendo variação na tensão. Já em circuitos com resistores associados em paralelo, conclui-se que ocorre a divisão da corrente de acordo com o valor da resistência, e a tensão permanece constante. Além disso, foi possível comprovar a Lei das Malhas e a Lei dos Nós de Kirchhoff. 21 6- Referências Bibliográficas [1] HALLIDAY/RESNICK. Fundamentos de Física Vol.3. 8ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2009. [2] YOUNG & FREEDMAN. Física III: Eletromagnetismo. 12ª ed. Ed. PEARSON: São Paulo, 2009. [3] TIPLER, Paul. Física Vol.2: Eletricidade e Magnetismo, Ótica. 5ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2006.
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