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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II CAMPO MAGNÉTICO PRODUZIDO POR UMA BOBINA DE HELMHOLTZ Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira Uberlândia 2015 CAMPO MAGNÉTICO PRODUZIDO POR UMA BOBINA DE HELMHOLTZ Turma UC ______________________________ ______________________________ Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva (11311EAR020) (11311EAR021) ______________________________ ______________________________ Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias (11411EAR020) (11311EAR029) ______________________________ _________________________ Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira (11311EAR026) (11311EAR025) 2014-2 Sumário Resumo..............................................................................................................4 1 Introdução..........................................................................................................5 2 Objetivos............................................................................................................8 3 Procedimento Experimental...............................................................................9 4 Resultados e Discussões.................................................................................10 5 Conclusão........................................................................................................12 6 Referências Bibliográficas...............................................................................13 4 Resumo Campos magnéticos são aplicados em diversas situações de eletrônica básica, como em motores elétricos por exemplo. O experimento consiste em uma análise do campo magnético para uma bobina de Helmholtz. Foi realizado um mapeamento do valor do campo nos pontos exteriores e interiores às bobinas, além do estudo do comportamento deste. O campo magnético encontrado experimentalmente foi de 1,45mT na região entre as bobinas, onde este é constante. O erro em relação ao campo magnético teórico foi de 11,03%. 5 1- Introdução Os campos magnéticos gerados por bobinas são aplicados frequentemente em nosso cotidiano. Olhando o interior de um transformador, um motor elétrico ou um tomógrafo por exemplo, pode-se observar diversas bobinas com um grande número de espiras agrupadas de modo tão compacto que cada volta do fio pode ser considerada uma espira circular plana. A corrente que passa na bobina é usada para gerar um campo magnético. Logo, é conveniente deduzir uma expressão para o campo magnético produzido por uma bobina e para uma bobina constituída por N espiras. [1] Jean-Baptiste Biot e Félix Savart fizeram uma expressão para determinação do campo magnético em um ponto P no espaço, que possibilita determinar as propriedades das bobinas que interessam. O campo magnético criado por um condutor transportando uma corrente I pode ser encontrado pela Lei de Biot-Savart, representada na Equação (1). Essa lei assegura que a distribuição d�⃗� para o campo magnético, devido a um elemento de corrente Id𝑙 , num ponto P a uma distância 𝑟 do elemento de corrente, é: 𝑑�⃗� = 𝜇0 4𝜋 𝐼𝑑𝑙 × 𝑟 𝑟² Onde 𝑟 é um vetor que aponta do elemento de corrente para o ponto P e 𝜇0 é a constante de permeabilidade magnética no vácuo. [2] Podemos usar a Lei de Biot-Savart para encontrar o campo magnético em um ponto P sobre o eixo da espira situado a uma distância R/2 do seu centro, como indica a Figura 1. Essa configuração estabelece o que se chama de Bobina de Helmholtz. (1) 6 Figura 1: Campo magnético no ponto P gerado por um segmento de bobina circular. Temos que o campo magnético d�⃗� é a soma da componente do campo paralelo ao eixo de simetria d�⃗� x, com as componentes perpendiculares ao eixo x. Também possuímos que os campos magnéticos resultantes nos eixos perpendiculares ao eixo de simetria se anulam, sendo zero no ponto P em qualquer lugar sobre o eixo x, restando então, somente a resultante da componente paralelo ao eixo de simetria d�⃗� x dada pela Equação (2) d�⃗� 𝑥 = 𝑑𝐵 cos 𝜃 (2) Como o campo magnético d�⃗� é perpendicular a r, podemos seguir a expressão da Lei de Biot-Savart, Equação (1), como a Equação (3). 𝑑𝐵 = 𝜇0 4𝜋 𝐼𝑑𝑙 𝑟² Como pode ser observado na Figura 1, temos que 𝑟 = √𝑅2 + ( 𝑅 2 )² e 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑅 𝑟 , então a componente d�⃗� x pode ser reescrita como a Equação (4). (3) 7 𝑑𝐵𝑥 = 𝜇0𝐼 4𝜋 𝑅 (𝑅2 + ( 𝑅 2) 2 ) 3/2 𝑑𝑙 Para obtermos o componente x do campo magnético total �⃗� , integramos a Equação (4), incluindo todos os elementos d𝑙 em torno da espira, chegando assim à Equação (5). Resolvendo a integral temos a Equação (6). 𝐵𝑥 = ∫ 𝜇0𝐼 4𝜋 𝑅 𝑑𝑙 (𝑅2 + ( 𝑅 2) 2 ) 3/2 𝐵𝑥 = 𝜇0𝐼 2 𝑅² (𝑅2 + ( 𝑅 2) 2 ) 3/2 No caso em que temos duas bobinas o campo magnético será como mostrado na Equação (7). Para o centro da espira, a expressão é reduzida à Equação (8). E no caso em que a bobina possui N espiras, a expressão será dada pela Equação (9). 𝐵𝑥 = 𝜇0𝐼 𝑅² (𝑅2 + ( 𝑅 2) 2 ) 3/2 𝐵𝑥 = 𝜇0𝐼 2𝑅 𝐵𝑥 = 𝜇0𝑁𝐼 2 𝑅² (𝑅2 + ( 𝑅 2) 2 ) 3/2 (4) (5) (6) (7) (8) (9) 8 2- Objetivos O experimento teve como objetivos: Compreender as Bobinas de Helmholtz e ajustar um circuito que atenda essa configuração; Determinar o comportamento do campo magnético dentro e fora das bobinas, a partir de dados experimentais. 9 3- Procedimento Experimental 3.1 Instrumentos utilizados Para a realização do experimento, foram necessários os seguintes instrumentos: Fonte alimentadora da marca Icel Manaus, modelo PS-5000, de tensão 0-30V e corrente 0-3A. Magnetômetro digital da marca Phywe; Sonda de Hall axial da marca Phywe; Suporte para sonda de Hall; Cabos para conexão; Duas bobinas eletromagnéticas; 3.2 Metodologia Sob a bancada, foram posicionadas as duas bobinas eletromagnéticas de maneira a atender a configuração necessária para obter-se as bobinas de Helmholtz. Ou seja, elas foram posicionadas a uma distância de 19 cm uma da outra (mesmo valor do raio destas). A fonte de alimentação foi conectada às bobinas. A sonda de Hall foi fixada no suporte e conectada ao magnetômetro, que foi ligado e ajustado inicialmente para 0mT. Foi então fornecida ao circuito uma corrente de 2A, ao ligar-se a fonte de alimentação. A partir de então, o suporte foi deslocado em linha reta em regiões entre as bobinas e exterior à elas, fazendo a leitura do campo magnético para cada ponto. 10 4- Resultados e Discussões Os resultados obtidos no experimento estão expressos na Tabela 1, que contém a distância do ponto medido até o ponto médio entre as bobinas, juntamente com o campo magnético gerado pelas mesmas. Para cada uma das medições foi associado o erro do equipamento. Tabela 1: Dados obtidos experimentalmente. Distância(cm) Campo magnético Experimental (mT) -19,5±0,1 0,82±0,01 -16,5±0,1 1,00±0,01 -13,5±0,1 1,14±0,01 -12,5±0,1 1,18±0,01 -11,5±0,1 1,21±0,01 -10,5±0,11,25±0,01 -9,5±0,1 1,29±0,01 -6,0±0,1 1,33±0,01 -2,0±0,1 1,29±0,01 0,0 1,29±0,01 2,0±0,1 1,29±0,01 6,0±0,1 1,30±0,01 9,5±0,1 1,29±0,01 10,5±0,1 1,22±0,01 11,5±0,1 1,18±0,01 12,5±0,1 1,15±0,01 13,5±0,1 1,10±0,01 16,5±0,1 0,99±0,01 19,5±0,1 0,79±0,01 A Figura 2 apresenta um gráfico com os valores obtidos da Tabela 1. Observa- se que entre as bobinas, o campo magnético é praticamente constante, comprovando a Lei de Biot-Savart, mostrada na Equação (9). Nota-se também que a medida que se afasta a sonda de Hall das bobinas o campo magnético se comporta de maneira variável e decresce gradativamente, até se tornar nulo no infinito. 11 Figura 2: Mapeamento do campo magnético nas bobinas de Helmholtz. Através da Equação (9), pode-se calcular o Campo Magnético teórico entre as bobinas. Também foi feita a propagação de erros. O valor encontrado foi 1,45mT. A Figura 2 mostra que o campo magnético entre as bobinas obtido experimentalmente é em torno de 1,29 mT. Comparando o resultado experimental com o valor teórico, temos um erro relativo de 11,03%. 0,75 0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 C am p o M ag n ét ic o (m T) Distância(cm) 12 5- Conclusão A partir da análise realizada durante todo o experimento, dos dados obtidos experimentalmente e das tabelas e gráficos aos quais eles deram origem, conclui-se que o campo magnético é constante para pontos entre duas bobinas de Helmholtz e que diminui à medida que se distancia delas. 13 6- Referências Bibliográficas [1] YOUNG & FREEDMAN. Física III: Eletromagnetismo. 12ª ed. Ed. PEARSON: São Paulo, 2009. [2] HALLIDAY/RESNICK. Fundamentos de Física Vol.3. 8ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2009.
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