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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira Uberlândia 2015 CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE Turma UC ______________________________ ______________________________ Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva (11311EAR020) (11311EAR021) ______________________________ ______________________________ Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias (11411EAR020) (11311EAR029) ______________________________ _________________________ Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira (11311EAR026) (11311EAR025) 2014-2 Sumário Resumo.............................................................................................................4 1 Introdução..........................................................................................................5 2 Objetivos............................................................................................................8 3 Procedimento Experimental..............................................................................9 4 Resultados e Discussões.................................................................................11 5 Conclusão........................................................................................................13 6 Referências Bibliográficas...............................................................................14 4 Resumo O campo magnético terrestre é um importante objeto de estudo utilizado em diversos aspectos práticos como comunicação e navegação. Esse experimento objetivou o cálculo da componente horizontal deste campo. Para tal propósito foram utilizadas bobinas de Helmholtz e o campo magnético que elas produzem, além de uma bússola. As bobinas foram alinhadas de maneira a ter seu eixo na direção Leste- Oeste. Foi calculado o campo magnético produzido por elas e a partir dele, pôde-se obter um valor de 16,9±1,57µT para a componente horizontal do campo magnético terrestre. 5 1- Introdução Alguns objetos, tais como imãs, são capazes de gerar um campo magnético em torno de si. Quaisquer cargas elétricas em movimento também são capazes de gerar esses campos magnéticos. Nos imãs permanentes elas são os elétrons nos átomos de ferro que constituem o ímã. [1] Do ponto de vista magnético, a Terra se comporta como se fosse um grande ímã. Seu Polo Norte geográfico está próximo do polo sul magnético. Sendo essa a razão pela qual o polo norte da agulha de uma bússola aponta para o norte. A agulha da bússola é capaz disso porque ao deixar uma haste de ferro em contato com um ímã natural, ela se torna imantada. [2] O eixo de simetria do campo magnético da Terra não é paralelo com o eixo geográfico. Para uma informação plena do campo em determinado local, deve-se medir sua componente horizontal e vertical e assim determinar vetorialmente o campo resultante. O módulo deste campo magnético varia entre 20 a 60 μ T. Uma maneira de se medir a componente horizontal do campo da Terra é utilizando uma bússola e um campo magnético conhecido. Para determinar numericamente a intensidade do campo magnético produzido pela Terra em um determinado ambiente pode-se utilizar uma Bobina de Helmholtz. A Bobina de Helmholtz é o conjunto de duas bobinas circulares idênticas com raio R, colocadas paralelamente uma a outra, distantes entre si o valor do raio R. Através delas passa uma corrente I. Uma das principais características da Bobina de Helmholtz é um campo aproximadamente constante na região entre elas. Assim, é possível realizar experimentos considerando seu campo uniforme. 6 A corrente I que passa pelas bobinas, mostradas na Figura 1, é capaz de criar um campo magnético no ponto P de intensidade B que pode ser dada pela Equação (1) onde µo=1,26x10-6 Tm/A é a permeabilidade magnética no vácuo, N é o número de espiras em cada bobina, e a é a distância do ponto P até cada uma das bobinas. Figura 1: Esquema da Bobina de Helmholtz. 𝐵 = (𝜇0𝑁𝑅 2) 𝐼 (𝑅2 + 𝑎²)3/2 Estando na superfície da Terra, o campo magnético BR que resulta no ponto P será a soma vetorial do campo das bobinas B com o campo magnético horizontal terrestre BH como mostra a Figura 2. Figura 2: Campo magnético resultante e suas componentes. (1) 7 Conhecendo o campo produzido pelas bobinas e o ângulo θ entre o campo magnético da Terra e o resultante, é possível calcular o campo da Terra através da Equação (2). 𝑡𝑔𝜃 = 𝐵 𝐵𝐻 A Equação (3) nos permite calcular o campo magnético no centro das bobinas, na qual C é uma constante dada pela Equação (4). 𝐵 = 𝐶𝐼 𝐶 = 𝜇0𝑁𝑅 2 (𝑅2 + 𝑎²)3/2 Podemos substituir a Equação (3) na Equação (4) para obtermos o valor da corrente I, dado pela Equação (5). 𝐼 = ( 𝐵𝐻 𝐶 ) 𝑡𝑔𝜃 (2) (3) (4) (5) 8 2- Objetivos O experimento teve como objetivo principal determinar o valor da componente horizontal do campo magnético da Terra. 9 3- Procedimento Experimental 3.1 Instrumentos utilizados Para a realização do experimento, foram necessários os seguintes instrumentos: Fonte alimentadora AC/DC, de tensão 0 -12V e corrente máxima 3A, da marca 3B; Multímetro digital da marca Instrutherm, modelo MD-300 e precisão ± 0,5% da leitura + 2 dígitos; Bússola de bolso; Duas bobinas eletromagnéticas com 77 espiras cada uma; Resistor de 100 Ω; Cabos para conexão. 3.2 Metodologia Sob a bancada, foram posicionadas as duas bobinas eletromagnéticas de maneira a atender a configuração necessária para obter-se as bobinas de Helmholtz. Ou seja, elas foram posicionadas a uma distância de 19 cm uma da outra (mesmo valor do raio destas). Foi disposta uma bússola, à metade da distância entre as bobinas. Nesse caso, usou-se uma fita adesiva para apoiá-la. As bobinas foram orientadas de modo que seu eixo (direção normal ao seu plano) aponte na direção Leste-Oeste, indicada na bússola. 10 A fonte de alimentação foi conectada às bobinas. Também foram agregados uma resistência de 100Ω em série, para proteção do circuito, e um multímetro ajustado para medir a corrente elétrica. A Figura 3 representa o circuito formado. A fonte foi ligada e variou-se gradualmente a tensão elétrica Ɛ aplicada. Observou-se então, o valor da corrente elétrica e o ângulo de inclinação da agulha da bússola em relação à sua posição inicial (norte geográfico da Terra). Foram medidos valores de corrente até se atingir uma inclinação de 90º no sentido horário da agulha da bússola. Em seguida, inverteu-se o sentido da corrente e realizou-se as mesmas medidas até se atingir uma inclinação de 90º no sentido anti- horário da agulha da bússola. Figura 3: Representação do circuito montado. 11 4- Resultados e Discussões Os dados obtidos no experimento foram dispostos na Tabela 1. Foi relacionada a corrente do circuito para cada variação θ da angulação do ponteiro da bússola, que é a variação entre o campo magnético resultante e o campo magnético terrestre. Para cada uma das mediçõesfoi associado o erro do equipamento e, para cada um dos cálculos, esse erro foi propagado. Calculou-se o valor da constante C através da Equação (4), onde “a”, é a distância da bússola ao centro da bobina; R é o raio da bobina, e N o número de espiras. Estes são, respectivamente, 0,1m, 0,19m e 154. A partir do valor encontrado para C e da corrente coletada em laboratório, calculou-se o valor do campo magnético entre as bobinas de Helmholtz, através da Equação (3). Tabela 1: Dados obtidos experimentalmente. θ (graus) Tangente de θ Corrente (mA) 20±2 0,36±0,06 9,91±0,005 38±2 0,78±0,06 19,85±0,005 52±2 1,28±0,06 29.90±0,005 60±2 1,73±0,06 39,90±0,005 66±2 2,25±0,06 49,90±0,005 70±2 2,75±0,06 60,00±0,005 74±2 3,49±0,06 69,80±0,005 76±2 4,01±0,06 80,30±0,005 79±2 5,14±0,06 100,10±0,005 80±2 5,67±0,06 110,00±0,005 82±2 7,11±0,06 120,00±0,005 12 Utilizando os dados da Tabela 1, foi construído o gráfico da Figura 4, que mostra a relação linear entre a tangente de θ e a corrente. A inclinação desta relação apresenta, de acordo com a Equação (2), o valor do campo magnético terrestre. Figura 4: Gráfico da corrente em função da tangente de θ. Ao linearizar a função obtida para os valores medidos, obteve-se a Equação (6). 𝑦 = 0,0169𝑥 + 0,0094 (6) A partir da Equação (6), e propagando o erro dos cálculos, obteve-se o valor do Campo Magnético Terrestre igual à 0,0169±0,00157mT, ou seja, 16,9±1,57µT. y = 0,0169x + 0,0094 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0 1 2 3 4 5 6 7 8 C o rr e n te (A ) Tangente de θ 13 5- Conclusão A partir da análise realizada durante todo o experimento, dos dados obtidos experimentalmente e da tabela e gráfico aos quais deram origem, conclui-se que a componente horizontal do campo magnético terrestre existe. Apesar de sofrer influências de outros campos magnéticos gerados por aparelhos eletrônicos e magnéticos ao redor, é possível calculá-la em qualquer ponto da Terra desde que se tenha uma bússola e um campo magnético conhecido. 14 6- Referências Bibliográficas [1] HALLIDAY/RESNICK. Fundamentos de Física Vol.3. 8ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2009. [2] YOUNG & FREEDMAN. Física III: Eletromagnetismo. 12ª ed. Ed. PEARSON: São Paulo, 2009.
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